sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tudo o que se desfaz

Sim, eu pelo menos, sofro demais as vezes. Não sofro muito no sentido de sofrer continuamente, mas quando sofro, é algo tão doido que parece que vai me matar.

Uma dor continua em minha vida é a ausência de meu grande amigo Daniel. Sinto como se fosse a perda relativa a sua morte, pois éramos tão ligados tão mais amigos do que dois irmãos jamais poderiam ser que esses anos de distância me deixam perto da loucura as vezes.

Choro. Tenho raiva. Tenho ganas de sei lá... Sei lá do que tenho ganas. Mas as tenho.

Me convenci de que se tenho vários bons motivos para ir ao céu talvez o melhor deles seja rever meu melhor amigo Daniel. Sei que ele estará lá pela pessoa que é pelo amigo que sempre foi pela pureza que existe em sua alma e coração.

Se hoje não somos mais amigos a culpa é totalmente minha. Admito isso. Fiz coisas tão estúpidas que nem merecem ser mencionadas e embora um amigo deva sempre ao meu ver perdoar o outro eu prefiro entender que para ele simplesmente nos distanciamos até um ponto sem retorno.

Sua lembrança, as coisas que fizemos juntos, os momentos em que estivemos lado a lado, nosso riso, nosso choro, nossas desilusões, nossas venturas. Tenho cada uma de nossas lembranças estampadas pra sempre em minha memória e eu sei que se eu ficar um velho chato e com Mal de Alzheimer ainda sim as coisas que não esquecerei estarão ligadas a nossa amizade.

Não me envergonho nem um pouco em dizer que amo meu amigo, amo mesmo, um amor devoto e puro como pura é a sua alma. Sinto falta de seu abraço de sua companhia de ficarmos jogando conversa fora até altas horas, de ouvirmos musicas juntos.

Sinto falta de quando discordávamos de quando concordávamos de quando resolvíamos sair para outras igrejas apenas nós dois e nos divertíamos e riamos e éramos felizes como dois adolescentes podem ser.

Lembro-me com perfeição de seu namoro com a Paula e como eu me sentia feliz com a sua felicidade e de como me senti excluído e rejeitado quando ele começou uma amizade com o Marcelo Camilis apenas porque ele namorava a Margarete e eu nçao namorava ninguém e eles então podiam fazer programas de casais e eu obviamente era um peso.

Lembro-me de como isso durou pouco não por eu ter arrumado uma namorada, mas porque nossa amizade era mais forte que isso, lembro-me de uma acampamento de Carnaval em que eu esqueci minha toalha e ele dividiu a sua comigo e neste mesmo acampamento ficamos nós ficamos na piscina até tarde e perdemos o almoço e quando a tia Iraci a mãe dele guardou um prato pra ele almoçar nós simplesmente dividimos a comida como se fosse a coisa mais normal do mundo (acreditem, eu divido meu dinheiro, minhas roupas, minha vida se for o caso, mas dividir comida como um cachorro gosto de saboreá-la sozinho).

Tantas coisas passamos e por isso sofro com tudo o que se desfez. Preciso ir para o céu. Preciso ir para reencontrar meu amigo Daniel.

É isso

Ouvindo: Felipe Valente


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