quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu e os Petencostais


Nasci, cresci e me criei no seio da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quem lê esse blog, ( a saber, eu a patroa e as crianças) já esta careca de ver referências a minha formação. Sei que minha igreja de origem e entendida por muitos como uma seita, e sinceramente, nada mais falso. A igreja a qual ainda pertenço de coração ao menos pois a muito fui chutado de lá também. (Vejam, fui chutado da Fernandez Mera, da igreja que amo,o problema está em mim percebe?) não tem nada de seita. é uma igreja séria, que segue os ensinamentos de Cristo, que tem contas transparentes e não se mete em escândalos. Por guardar um preceito bíblico, o  Sábado,  somos mal interpretados, mas isso realmente não incomoda.

Pois bem. Resolvi a tempos atras que deveria conhecer outras vertentes religiosas, outras formas de encarar a Bíblia e as questões modernas que afligem os questões nos dias de hoje. Fui  algumas igrejas me identifiquei inclusive com uma especifica e quero aqui traçar um apanhado do que vi e como interpreto. Sei que é muita presunção imaginar que alguém vá ter paciência para ler este texto até o fim, mas pouco me importa, então se quiser parar fique a vontade, a julgar pela introdução será um post relativamente longo e talvez você tenha coisas mais importante para fazer do que ler o que acho. Vamos ser sinceros, se sua vida fosse minimamente interessante você nem neste blog estaria, então leia até o fim porque o texto vai ser legal e você claramente esta com tempo ocioso já que está aqui.

Antes de minhas considerações aqui vai um parágrafo a parte mas necessário para o entendimento do post como um todo. Cada vez que vou a uma igreja Pentecostal me sinto invadido de amor. As pessoas, ou melhor os irmãos que lá estão me recebem bem, me fazem sentir-me a vontade e sempre que se dirigem a mim é com palavras de amor, encorajamento e que me deixam feliz. Isso é o mais importante é assim que toda igreja deve ser, independente de seus credo fundamentais e de sua forma de adorar a Deus. As igrejas precisam transbordar amor. Senti isso em cada passagem que tive por uma igreja Pentecostal. Isso dito, vamos as impressões.

Para começo, não quero fazer a distinção que acho meio sem sentido entre Pentecostais e Neo Pentecostais. Fui em igrejas de ambas as vertentes e a forma de adorar é basicamente a mesma assim como os ensinamentos pouco se diferem, virtualmente não da pra traçar uma linha divisória entre o que pensam um e outros. Talvez nos costumes, mas isso não vem ao caso.

Começo falando pelo meu elemento. A música. Muito, mas muito mais animada do que nas igrejas protestantes tradicionais, das  quais a Igreja Adventista faz parte. Pena que animação não seja sinônimo de qualidade. São bem intencionados, mas poucos entendem de fato o que estão fazendo. Acham que louvor é repetir incessantemente  e o maior número de vezes possível a mesma frase, como se Deus fosse acometido de alguma dificuldade de entender o que eles querem dizer. Cansa. E muito. Algumas igrejas a bem da verdade tem esta visão e colocam músicas com mais conteúdo e menos "reza" em seus momentos de louvor e conseguem reais momentos de conexão entre a igreja e a quem ela adora e confesso, esses momentos são de chorar de lindos! Ver uma igreja conectada, no mesmo espirito, louvando a Deus com a energia e a vontade que eles tem é maravilhoso!!! Muito diferente do louvor burocrático que 99% das igrejas Protestantes que não te toca, vira algo monocórdio e a seu modo também acaba sendo pouco mais que uma "reza". O problema é que para alcançar esta conexão é preciso um bom condutor de louvor (poucas igrejas tem) um público que esteja buscando esta conexão de fato e não apenas repita as sentenças projetadas por repetir entre outros detalhes. Mas repito, quando acontece, é lindo!!! Faz a vida valer a pena.

Ainda sobre a música, eles não diferem ritmos quando o assunto é louvor. No caldeirão deles cabe rock, samba, forró, mpb, musica cristã tradicional e o que mais for. Beleza. O problema é que como nas igrejas protestantes e mesmo na música secular, 95% no mínimo do que é produzido é lixo puro. Mal gravado, mal cantado, mal tocado, mal concebido, com furos teológicos gritantes nas letras e sem o menor sentido de ser VENDIDO. Se fosse doado, deveria ser recebido por educação. Como é vendido, é pouco menos que uma afronta. Mas sobre os 5% que vale a pena ser visto e ouvido é sem dúvida alguma, trabalho de excelência. E algo que  difere os artistas Pentecostais de maneira absolutamente positiva: Buscam incessantemente a unção de Deus. Falam nela o tempo todo. Vivem de forma a atrai-la. É COMOVENTE!

Sobre as ofertas. Completamente diferente das igrejas tradicionais. Oferta é ponto de honra para eles. E me incomoda, confesso a constante interligação que fazem com o ato de ofertar com o ato de receber bençãos de Deus. Sim, Deus nos promete que se formos liberais, bençãos cairão. Isso é fato. Mas fato é também que Dízimo é preceito bíblico,  e deve ser devolvido. Mas a enfase ao pedi-lo bem como os pedidos por ofertas sempre de forma a ficar numa linha tênue entre o pedido e a coerção pura e simples me incomoda. Jamais alguém deveria ir a uma igreja e sentir-se constrangido por não ofertar. Isso para mim é impensável. Mas muitas vezes foi assim que me senti. Constrangido por não ofertar e pior, não ofertei por entender que não posso fazer isso por me sentir constrangido e sim por ama ao meu Deus a ponto de dispor de tudo o que for material em benefício de sua obra. Neste aspecto as igrejas tradicionais são bem mais tranquilas e muito menos invasivas.

Sobre as mensagens. Me parece que para os Pentecostais talvez Jesus volte a esta Terra lá por 2158. ou Talvez demore um pouco mais. E isso é bom porque dará tempo para que consigam todas as bençãos materiais que querem. Ou seja, a volta de Jesus não parece estar entre as maiores preocupações nas igrejas que visitei. "Uma hora Ele volta, mas até lá vamos ofertar e receber bençãos materiais". Este parece ser o pensamento. Outra coisa que a mim é muito estranho é este lance de milagres. São muitos, o tempo todo a qualquer hora. Veja, posso estar errado, mas acho que milagres acontecem sim, mas com menos espetáculo e mais joelho no chão e comunhão real e genuína. Fora que as igrejas protestantes batizam em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo e nas igrejas Pentecostais que fui existe um batismo "especifico" pelo Espirito Santo que você pode passar ou não. Ou seja, você pode ser um cristão e primeira ou segunda categoria. Depende de como você é batizado. o que nos leva ao próximo tópico.

Dom de línguas. Sem dúvida este é o meu maior incomodo ao entrar em uma igreja Pentecostal. Alguns falam línguas, outros não. Ninguém entende e muito menos ninguém traduz. Deus fica ali, reinando na bagunça. Me parece, não digo que seja, mas me parece repeito, puro exibicionismo, ou se isso não for, um emocionalismo do qual Deus não toma parte. Para que falar em línguas que ninguém, nem a pessoa que está falando entende? Qual o sentido? Qual a razão e sobretudo em que isso ajuda a edificação da igreja? Nada!!!

Em linhas gerais, me sinto bem e muito bem recebido cada vez que vou a uma igreja Pentecostal em especial a que venho frequentando. e Talvez minhas impressões possam estar absolutamente erradas. Talvez eu esteja vendo tudo por um angulo errado. Claro que pode ser isso, não sou o dono da verdade apenas exponho o que vejo e como vejo.

Igrejas são comunidades e nelas encontramos pessoas que pensam e agem de forma divergente a nossa e isso é antes de mais nada bom, pois produz choque de ideias. Aprendi a amar meus irmãos Pentecostais da mesma forma e na mesma medida do amor que sinto que eles me dispensam quando esto em seu meio.

É isso.

Ouvindo: Cassiane




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