domingo, 16 de novembro de 2014

Irmã Dulce


Não vou aqui me dirigir aos "meus irmãos Católicos" já que nutro apenas um desprezo surdo a religião Católica que para mim nada mais é do que um poder politico muito bem disfarçado de  igreja.

Não vou muito menos tecer loas ou sequer elogiar a sua doutrina, que na verdade acho tão que abjeta que nem merece maiores esclarecimentos. Mas tenho que falar de uma mulher que mesmo sendo Católica, mesmo tendo como regra de fé esta doutrina que tanto repudio, fez muito mais do que os "meus irmãos protestantes" e sua doutrina baseada em tudo o que Lutero, Zuínglio e Oekolampad ensinaram ao contrapor a fé Católica baseada nos feitos pessoais para a busca da salvação trazendo eles uma salvação baseada no amor e na caridade.

Mas ao falar sobre Irmã Dulce, cujo filme estréia ainda este mês ao qual estou louco para assistir, é preciso se despir de rótulos, preconceitos, sectarismos e falso moralismos para se concentrar em alguém que busco desde sempre, desde a descoberta de sua vocação que o amor é  e sempre será enquanto mundo houver o melhor caminho a se seguir.

Irmã Dulce acolheu a todos sem distinção. Aos pobres, aos bandidos, aos imundos, aqueles aos quais a sociedade tratava como párias ou simplesmente não se importava ao ponto de nem rotula-los. Irmã Dulce sabia que para Deus, o seu Deus que também é o meu, eles eram filhos queridos que necessitavam de mais atenção do eu, você ou ela. Irmã Dulce se despiu de vaidade, se desnudou de qualquer orgulho e pedia aos "seus pobres", pois para ela eles eram "os seus pobres" pessoas que Deus confiou a ela e que sob seus cuidados deveriam ficar enquanto ela aqui estivesse.

Não existia vanglória, não existia  o desejo de reconhecimento, apenas o incansável sorriso ao pedir para os seus o que não ousava pedir sequer para si mesma. Passou a vida construindo um exemplo sem jamais querer se-lo pois estava ocupada demais ajudando ao próximo.

Muitas vezes parece que a vida não se lembra de tanta gente... Pessoas que tem uma existência relegada ao limbo da pobreza, da humilhação, do direto negado a cidadania, da falta de perspectiva, do ser culpado de tudo mesmo sem ser, enfim, uma não vida que vivida desta forma é apenas uma forma de sofrer até o extremo limite.

Era de pessoas assim que Irmã Dulce se ocupada. Doentes, pobres, flagelados, não queria levar primeiro religião e depois pão, pois o faminto quer o pão antes de qualquer coisa e era isso que ela fazia. Sua obra assistencial lhe valeu a indicação para o Prêmio Nobel da Paz e apesar de só ter visto Irmã Dulce pela TV, tenho certeza que a viagem para recebe-lo e toda publicidade avinda dela só valeria a pena se junto viessem recursos que expandissem sua obra para além do que ela já alcançava. Nunca se acomodou a nossa Irmã com o que já havia conseguido, sua luta incansável por mais e mais recursos que lhe permitissem ajudar o maior número de pessoas possível é tão admirável que deveria ser ensinada como matéria obrigatória na rede de ensino público, para que as crianças soubessem quem foi e o que fez Irmã Dulce.

Precisamos seguir seu exemplo, precisamos viver uma vida que seja menos centralizada em nossas demandas e muito mais centralizada em ajudar a quem precisa e não pode muitas vezes sequer nos pedir. Irmã Dulce é o exemplo supremo em nosso país de que a caridade vale a pena, de que o amor e o afeto mesmo que a estranhos deve ser praticado dia a dia. Irmã Dulce transcende religiões ou crenças, pois ela foi antes de mais nada um exemplo de como se viver a doutrina do amor, a mais importante doutrina que pode existir.

É isso

Ouvindo: Leonardo Gonlçalves

Nenhum comentário: