quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ser pai da Rafa


 É dor e delicia. Não troco minha filha por 50 filhas certinhas. Quero no entanto que ela seja certinha. Não abro mão de ouvir suas certezas tão definitivas, tipicas de quem tem 14 anos. Me orgulho de seu jeito combativo, sua clareza ao expor suas idéias e sua força para defender seus ideais. É uma alegria sem tamanho ter uma filha que tem ideais diga-se de passagem. Orgulho, orgulho, orgulho.

Ser pai de menina já é em si uma experiência única, uma experiência que excede o entendimento. Meninas são tão mais interessante que meninos, tão mais argutas, mais prontas para o entendimento que não consigo me imaginar sendo pai de menino. Meninos são, é claro, bem legais também e tem seus pontos positivos. Mas prefiro o "legal" das meninas e em especial o legal da Rafa.

Aprendo com ela e isso é o máximo. Ela tem visão, capacidade de processamento das informações que obtém e embora cometa os erros comuns as meninas de 14 anos, consegue percebe-los e ao menos tentar trabalha-los.  Por mais que me acuse de dar "sermões", sei que me ouve, o que já é maravilhoso, pois ser ouvido é tudo que um pai quer. Claro que ela meio que ouve do jeito dela, filtrando as palavras para ficar só com o conveniente, mas ainda sim, ouve.

Eu me preparei para ser pai de menina, para ser pai da Rafa. Nunca imaginei que teria um Rafael, (que seria Bruno), por exemplo. Sempre soube que seria a Rafa (que quase foi Beatriz), sempre estudei o comportamento das meninas, sempre preparei a linguagem e o discurso para te-la perto de mim. 

Claro que me orgulho também por ter como filha uma xerox emocional de mim mesmo. Igualzinha. Mas muito mais inteligente do que eu era na sua idade. Uma poeta, uma menina com pendores de fotógrafa profissional, não pelo conhecimento técnico, mas pela sensibilidade em entender o que é e para que serve uma simples fotografia, por mais Polaroid que seja.

Sofro quando ela sofre, me alegro mesmo estando triste se ela esta feliz. Planejo seu futuro sabendo que são planos meio inúteis, afinal ela mesmo definirá na hora certa o que quer e o que busca, mas sei que levará minhas orientações a sério.

Hoje, ao deixa-la na escola, pois a preguiça a impede de andar, percebi enquanto ela levava sua figura alta escola a dentro, o quanto a amo. Um amor que independe de retribuição, independe de motivo, independe de porques. Apenas a amo. E amarei para sempre e sempre e sempre.

Ela nem gosta de me abraçar mais, ao contrário de quando era menininha. E não percebe que será sempre minha menininha. Sempre, por mais alta e linda que esteja, ela será a minha menina e se um dia em der netos, ainda sim será mãe de seus filhos e minha filha. Uma felicidade que não cabe no peito, um sentimento de orgulho por ter feito algo tão sublime em uma vida tão pouco interessante como a minha.

Agradeço a Deus por minha vida, as agradeço muito mais por ter podido ter uma filha como minha Rafa. Um orgulho, uma alegria, um bem querer, minha Orquídea mais rara, meu raio de Sol, meu tudo, minha eterna filha amada e amada e amada. Por quem eu choro, seja de alegria, seja em momentos triste, por quem eu daria minha vida sem exitar um instante sequer, o ser que me fez entender o amor de Deus, o ser que me faz tentar ao menos ser melhor dia a dia.

Ser pai da Rafa é um privilégio que só eu tenho e por este motivo agradeço todos os dias.

É isso.

Ouvindo: Heritage Singers

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