quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Jair Messias Bolsonaro


Brasileiro é um tipo esquisito. Não tem, por definição posição sobre nada. Claro que a afirmação é uma generalização, mas neste caso, uma generalização que se faz juta e real. Sempre haverão bolsões  de resistência contra a canalhice e burrice dominante, mas via de regra, é um povo que não quer ter opinião. Prefere ser guiado pelo babaca da vez no poder. Triste.

Tenho acompanhado, de forma antes fanfarrona, mas agora com total atenção a passagem de Jair Messias Bolsonaro,  mais conhecido pelo último nome, Bolsonaro, de um total bobalhão a alguém que pouco a pouco está dominando os veículos de mídia e mais importante a forma de lidar com eles. Bolsonaro não é bobo. Era. Hoje se mostra como alguém que é muito mais que um facistóide  membro da TFP (Tradição Família e Propriedade), para ser alguém com idéias que no mínimo merecem ser ouvidas e também debatidas.

Bolsonaro tem um projeto político definido. Ser presidente do Brasil. Se antes isso era algo remoto e motivo de chacota, hoje pode ser visto como factível. Ele tem 4 anos para estruturar idéias,plantar seus ideais pelo país e achar sobretudo em uma juventude desassistida e sem futuro como as que existem nas franjas periféricas de nossas cidades, uma massa extremamente maleável e manobrável para difundir suas teses ultra direitistas que em contraponto com o esquerdismo irresponsável e imbecil na forma e na definição praticado pelos Petralhas, tem tudo para ser um refúgio a quem não aguenta mais tanta bandalha.

Assistir a isso tudo é amedrontador, pois as vozes moderadas e de moderação ficam sufocadas ante uma polarização que engolfa figuras que poderiam trazer clareza e mesmo fineza ao debate político, mas tem suas idéias tachadas de fracas e pouco efetivas. Todos sabemos os que os Petralhas pretendem para os próximos 4 anos, que é nada mais que Pavimentar o caminho para a volta de Lula, o cachaceiro mor do Petismo, o que  vê a si mesmo como uma espécie de "Messias" exatamente como seu tolo e morto companheiro Chaves. Não o amigo do Kiko, mas o que comandou a desgraça e derrocada da Venezuela.

Basta uma olhada simples nas redes sociais, ou prestar atenção nas conversas que rodas de amigos produzem, para perceber que já vivemos um clima de polarização insuportável no que diz respeito ao espectro político. De um lado os abilolados da esquerda irresponsável, inútil, corrupta e preocupada em tirar apenas para si todo tipo de benesses que o Estado poder lhes proporcionar, enquanto do outro lado um grupo cada vez maior de insatisfeitos com os desmandos, cometidos por esta esquerda quer dar força a pessoas exatamente como Bolsonaro. Enquanto isso, Bolsonaro ri.

Enquanto o mundo todo um momento em que a discussão entre ser de direita ou de esquerda é cada vez mais opaca e obsoleta, o Brasil consegue produzir mais uma de suas "Jabuticabas", (as simpáticas frutinhas que só existem em "Terras Braszilis"), políticas ao promover este tipo de debate sem sentido e vazio.

Temos um país em que no momento a inflação é uma ameaça real por conta da completa incompetência da equipe econômica que consegue ser ainda pior que a de nosso pais "irmão", a Argentina, temos problema estruturais que não são resolvidos e ainda sim temos um governo absolutamente leniente com a corrupção entre outras maldades, que tenta calar a boca de seu povo  distribuindo todo tipo de "Bolsa Alguma Coisa". Quando vão começar a distribuir as  de grife para a mulherada alienada dos Jardins em SP? É só o que falta no panorama de desolação total que vivemos.

Viveríamos com Bolsonaro um governo em que a imprensa por exemplo voltaria muito provavelmente ao estado em que artigos teriam que submetidos a censura prévia. Com ele viveríamos também um estado absolutamente policial, onde o "atira primeiro, pergunta depois" seria institucionalizado. Muito provavelmente veríamos também nossa diplomacia internacional rolar ainda mais ladeira a baixo por conta do notório pouco traquejo que Bolsonaro possui, se é que possui algum.

Homossexuais obviamente viveriam dias de terror, pois para Jair Messias Bolsonaro eles não são dignos de atenção por parte do estado, são párias, nada que um bem treinado grupo de paramilitares agindo à sombra do estado não poderiam resolver.

O mais preocupante é saber que como eu disse acima ele tem 4 anos para amaciar este discurso e torna-lo palatável aos desesperançados em geral e como culpar estes desesperançados? Você é um pai de família com um nível de escolaridade baixíssimo, que luta contra todas as travas que o governo coloca em seu caminho, e vê por exemplo seu filho ser engolfado pela violência galopante e morrer bestamente. Vai aplaudir os Petralhas ou vai cerrar fileiras com alguém que lhe prometa um Estado absolutamente policial onde bandidos "não terão vez"? A resposta é evidente.

Você políticas de cotas raciais sendo implementadas de forma ensandecidas e atabalhoadas tirando sua vaga de estudante e trabalhador que se matou para entrar em uma boa Universidade e vai concordar com isso calado? Claro que não!!!! Você vai aplaudir cada discurso de alguém que promete que o mérito e só ele guiarão o acesso a Universidade em caso de sua vitória. é música para os ouvidos.

Bolsonaro vai mirar no eleitorado insatisfeito e tornar seu discurso  sedutor para esta imensa massa, mas radicalizando, desqualificando quem quer  uma terceira via,  implementando a mesma política do medo que Dilma e sua corja implementaram nas últimas eleições mas fazendo isso de forma clara, sem meias palavras o que seduzirá, como foi dito aos descontentes, que identificarão em Bolsonaro alguém de dizer a "verdade" mesmo que esta verdade seja altamente questionável.

Jair Messias Bolsonaro, enfim, tem todas as possibilidades jogando a seu favor dentro de um cenário de rejeição imensa a tudo isso que ocorre em nosso país. Claro que como sempre nossos acadêmicos, cabeças pensantes deste país acordarão para este fato tarde demais e nada poderão fazer ante ao caos de ter nas próximas eleições um quadro que mostrará apenas duas possibilidades: Eleger novamente os Petralhas, ou eleger alguém que no polo extremamente oposto ao deles também cometerá suas atrocidade.

Estamos bem arrumados.

É isso.

Ouvindo: First Call

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