terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Reflexões da meia idade


É engraçado para mim antes de mais nada, como rotulamos a tudo e a todos o tempo todo. Um homem de 42 anos, por exemplo se torna,  na verdade aos 40, um homem "na meia idade". Canhestro, mas é assim que somos quase que sem exceções.

Eu basicamente não me guio por rótulos, mas sei que é assim que sou visto. Embora eu me veja como um menino de 20 anos, pois tenho o espirito absolutamente livre e jovem, eles, os meninos de 20 anos, me veem como um "tiozão" o que nem sempre costuma ser  motivo de lisonja mas também não é o fim do mundo. Exceto por um muxoxo ali, uma ironiazinha acolá, não é o fim do mundo não ser  visto como você próprio se vê. É apenas como as coisas são. simples assim.

Mas aos 42 anos hoje completos acho que me cabe falar um pouco das coisas que vi e que penso e embora não exista pessoa em seu estado normal que vá ter paciência para ler vou escrever mesmo assim pois meu é este blog então...

Eu me sinto bem. Eu sou um adulto racionalmente feliz na maior parte do tempo. Me entristeço por sensível que sou, acima da média o que claro, em se tratando de mim, é uma entre muitas contradições, pois sou também de uma brutalidade assassina se preciso for, mas daqueles assassinos que depositam uma rosa ao lado do cadáver que produzem. E sem dúvida o maior motivo de me sentir bem é crer em Deus. Sem essa crença firmada em minha vida, ela não teria um norte. Seria vazia, sem sentido, sem forma e possivelmente não existisse mais, o que pouparia aos poucos abnegados que estão este post, de assim o fazer. Mas como eu existo e me sinto bem, imputo isto basicamente a minha crença ferrenha que não obstante as vezes se enfraquecer para voltar ainda mais renovada, em Deus.

Crer em Deus também me deus os valores morais que tenho. Não são muitos, mas os poucos são sólidos. Não sou de relativizar conceitos, preceitos ou afins. Posso não seguir determinada premissa por com ela não concordar, mas não a relativizo e as que creio são para mim normas de vida. Por incrível que possa parecer, conceitos morais me norteiam e acredito em absolutos morais, sim.

Por melhor que esteja, é claro que algumas coisas incomodam a minha vida e melhor ela se seria se as resolvesse. Se eu completar o dobro da idade que hoje tenho, ou seja 84 anos e não tiver descoberto motivo para meu pai ter me abandonado sem um oi, isso será o grande espinho em minha carne. Nunca vou aceitar isso e embora eu viva minha vida dentro de uma normalidade, isso me machuca, magoa e me faz pensar que a humanidade tem razão em não se importar muito comigo, uma vez que meu próprio pai não se importou comigo, porque mais alguém assim o faria?

Não sou um cara fácil. Não fui uma criança fácil, não fui um adolescente fácil e não sou um adulto fácil. é fácil perceber isso, bastam algumas palavras trocadas em uma palavra informal. Isso não me importa nem um pouco. Não vivo para agradar a ninguém, não vivo pelos imperativos alheios e se eu gosto de algumas pessoas é porque eu gosto, de graça, não para elas gostarem de mim de volta. Até porque eu desconfio de qualquer pessoa que resolva gostar de mim, uma vez que me conhecendo como eu me conheço não vejo grandes motivos para isso. Existem milhões de pessoas mais interessantes e bacanas que eu para serem "gostadas", por assim dizer,

Não espero nada de ninguém, não crio qualquer tipo de expectativas. Se fosse criar algo seria Maconha em casa, que dá dinheiro, das pessoas me acostumei a achar que o que vier de bom é lucro, qualquer coisa em contrário, é exatamente o esperado. E ninguém pode ser responsabilizado se me decepcionar, afinal cada um cuida do seu e se isso implicar em passar por cima dos meus sentimentos, não é nada mais que aceitável, já que lutamos pela nossa sobrevivência.

Gosto de comida japonesa, Coca Cola (adoro), de ler, de saber, principalmente de saber seja o que for, pois creio que toda a informação é útil e poderá ser utilizada em algum tempo. Tenho um trabalho que sou apaixonado de paixão então todo dia acordo motivado e feliz para exercer a minha lida. Não me é imposição ou mesmo sacrilégio. Creio que minha profissão é vital para a sociedade mesmo que ela, a sociedade não veja  assim. Azar o dela.

Sou um bom pai, fui, na minha avaliação um bom marido para minhas ex mulheres, sou um ótimo marido atualmente. To cagando pra quem gosta da modéstia como virtude, creio que ela é muito mais uma arma afiada nas mãos de canalhas sociais que a utilizam como instrumento de política e dominação e como eu mesmo conheço e muito bem os meus defeitos, posso sim exaltar minhas qualidades sem me sentir um ser boçal por proferir auto elogios.

Sei muito bem que tenho um charme pessoal que pode ser irresistível  não no que diz respeito a beleza. Já fui belo na minha adolescência, hoje sou bem feinho, mas digo um charme sedutor no sentido de conversa, postura, enfim, um sedutor nato. O uso? Não, claro que não. Acho mal caráter usar armas que mascaram que eu sou de fato, alguém que beira o irascível apenas para parecer legal, sendo legal por algum tempo e depois deixando de ser legal. Tortuoso este parágrafo não? Leu por quis.

Dirijo bem, sou um bom goleiro quando jogo futebol, torcedor apaixonado do Santos F.C ao qual prefiro muito mais do que a Seleção Brasileira (sempre fui assim), não fui um bom filho, pois sem papas na língua fico chamando minha mãe de alcoólatra e por mais verdade que isso seja, não me parece de bom tom que um filho diga este tipo de coisas. Tenho uma certeza na vida: A única pessoa que realmente me amou mesmo eu sendo como sou  foi minha irmã caçula, mas ela morreu, o que pode ser visto como bom, afinal, não tive tempo de decepciona-la. Egoismo pouco, é bobagem.

Já amei mulheres, nunca amei homens, e aqui não vai um "ufa!" não me orgulho de ser heterossexual, apenas sou, respeito e apoio quem é homossexual, afinal  cada um faz o que achar melhor de sua sexualidade oras! Já fui amado por algumas mulheres também, loucas abnegadas eu reconheço e me sinto muito amado atualmente, o que é algo que faz minha vida atual ser quase perfeita. Se eu tivesse um cadinho mais de vil metal eu não reclamaria.

Hoje completo 42 anos e os 10 minutos que levei para escrever essas bobagens todas que chamo de reflexões no título mas são apenas bobagens encadeadas sem qualquer razão de ser e sem qualquer senso de estética literária são os únicos que usei para me ocupar com o fato.

A vida segue e é dinâmica. Eu preciso voltar a embarcar nela. Feliz aniversário para mim e encerro com a obvia reflexão final sobre o quão bonito é morrer no mesmo dia que se nasce. Completar o ciclo exato de vida. Mas morrer ainda não está nos meus planos, Seria uma deselegância que eu cometeria comigo mesmo.

É isso.

Ouvindo: Vencedores Por Cristo

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