domingo, 16 de outubro de 2016

Oficina G3 e o Seu Para Mim Incompreensível Clip da Música "Tudo é Vaidade"


2 Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Eclesiastes Cap.1, Verso.2 versão Almeida Corrigida e Atualizada.

Existem momentos em que me sinto muito, muito burro. Pateta mesmo. Sexta Feira passada, fim de tarde, rodando pelo vocêtubo dei de cara com este clip aqui:



O nome da música é "Tudo é Vaidade" e esta ai, no título, o começo de minha confusão. Desde já deixa eu esclarecer que não entender a música e o clip e como para mim eles não tem o menor diálogo é culpa exclusivamente minha. Claro que existe alguma sacada incrível ai no meio que eu não entendi, é evidente que os publicitários, roteiristas, enfim, todos envolvidos na feitura do clip tiveram uma sacada que eu e minha ignorância não fomos capaz de captar.

Minha dificuldade consiste exatamente no fato de a música (muito boa por sinal) ser um quase manisfesto a favor da humildade, já que o vocalista passa o tempo todo falando sobre a vaidade e seus malefícios e como a gente pode terminar correndo atrás do vento por ser vaidoso e que no fim, depois do ato final, do último aplauso, tudo é ilusão.

Concordo com ele. Tudo é vaidade e uma vida vaidosa te faz correr atrás do tempo e nada além disso,  usando outra frase muito boa da letra da música. Mas dai o clip é todo formatado mostrando o grupo em aeroportos, camarins, coletivas de imprensa, dando autógrafos,  em uma apresentação mega estilosa e além disso uma fotografia em perto e branco e edição de imagem ágil e muito bem feita.  

Em outras palavras, o clip exala adivinhem o que: VAIDADE!!! Todos, do vocalista ao roadie se mostram completamente a vontade nessa vida "na estrada" de um popstar. Sua presença de palco é tão grande, que me desculpem se pareço ranzinza, mas o Deus para quem eles cantam  não cabe no mesmo espaço deles, fica escondidinho ali acenando timidamente para a platéia, pois as imagens são apenas para eles.

O visual da banda  é meticulosamente pensado para causar furor. Os instrumentos são tocados com uma virtuose que deixa claro a vibe "veja como tocamos muito, como somos bons". Estou julgando? Não, pois existem posturas que de tão claras dispensam achismos e acolhem definições a elas atribuídas sem problema algum. Hipocrisia seria dizer que os caras transpiram humildade em um clip que fala contra a vaidade, quando na verdade se mostram absolutamente confortáveis no papel de "maior banda de rock gospel do país".

Vaidade, vaidade, tudo é vaidade. Se assim for, até este texto pode ser um exercício de vaidade, mas para mim a grande questão é que a música dita evangélica ou gospel no Brasil caminha a passos largos por um caminho que a transforma em uma música que perde a sua identidade primeira que é totalmente ligada com o propósito a que ela se presta ou deveria prestar que nada mais é que ser um dos caminhos que levam ao conhecimento do evangelho de Jesus Cristo.

Temos cantores, cantoras, rapers, bandas de rock, de reggae todos e vários outros estilos que se preocupam mais com a afirmação pessoal e a auto louvação do que com o conteúdo cada vez mais frívolo e impessoal de suas mensagens. Vaidade, tudo é vaidade. E assim caminha a comunidade cristã brasileira.

É isso.

Ouvindo: A primeira formação do Oficina G3






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