segunda-feira, 20 de março de 2017

beauty and beast (a bela e a fera) - uma critica


vamos falar do que é ruim antes de mais nada porque é muito pouco e não interfere no que para mim é um filme que merece ser visto e revisto dezenas de vezes:

bela. por que escolher emma watson para o papel? quem cometeu tal atrocidade? ela ganhou para ser a bela? teria que ter pago né? uma bela "nutella", sem graça, sem vida, que perde de lavada para a bela da animação, destemida, corajosa e ironicamente muito mais "cheia de vida" que a insípida bela de emma. o papel merecia alguém que o defendesse com mais garra e dignidade. eu teria ido de dakota fanning por exemplo se ela ainda estiver viva, porque me parece que deu uma sumidinha. emma (eu simplesmente adoro esse nome!!!! só não coloquei em minha filha porque no brasil isso não é nome, é bulling) não tem a estatura dramática necessária para desenvolver uma bela minimamente prestável.

ariane grande e john legend. o responsável pela escalação dessas duas nulidades para defender a canção tema merece ir para um octógono com Wanderley Silva fora de controle a apanhar dele até quase a morte.  não é um problema do filme, exatamente, mas é desgastante demais ter que sentir saudades de celine dion e peabo bryson, outras duas nulidades. não tinha ninguém que canta de verdade disponível para gravar? chama lá a mariah carey e um qualquer e boa. ariane grande??? ta de sacanagem né? em tempo, o arranjo da música foi escrito por alguém bem preguiçoso também.

agora, falemos do filme. antes de mais nada acho uma bobagem sem tamanho assistir o filme e tentar compara-lo com a animação que concorreu ao oscar  de melhor filme, não de animação, mas melhor filme mesmo, junto com os blockbusters da época.   acho bobagem porque o filme tem praticamente as mesmas falas, ou seja um roteiro praticamente idêntico e nem poderia ser diferente, mas tem outra cadência, outro visual e principalmente outra alma por se tratar de seres humanos atuando e muito embora eles tenham que dividir o espaço com efeitos visuais praticamente o tempo todo, a emoção humana imprimida a um personagem que advém de uma fábula, imprime uma  dimensão emocional tal, que animação alguma jamais alcançará.

li algumas criticas que reclamaram do visual escuro do território do castelo da fera, mas me pergunto: como assim??? deveria ser um lugar solar? e quer saber, se os efeitos visuais não são o ponto forte do filme, ainda bem! ao meu ver o principal do filme é ter alma, pulsar na cadência correta, emocionar quando deve, fazer rir quando é para tanto e sobretudo contar uma boa história de forma competente e trocadilho infame, bela.

o filme é bom porque seus personagens foram bem desenvolvidos. luke evans faz um gaston que não é uma porta como no desenho. antes, é apenas um porco chauvinista, machista, egoísta e tantos outros termos depreciativos quanto se queiram usar mas sabe que é tudo isso e provavelmente mais. é astuto, auto centrado e como o gaston do desenho jamais conseguiu ser, seguro de si. luke deu credibilidade a gaston e é possível se divertir com ele mesmo que o personagem se mostre tão repugnante.

kevin kline como o pai de bela é o que se espera dele, nada menos que fantástico. é uma delicia ver sua interpretação contida e generosa quando contracena com a inútil emma watson. não tenta mostrar ao mundo o que o m undo já sabe, que ele é um ator fabuloso e ela, bom, ela é hermione, ta bom,  né? tem um personagem ainda para falar, mas deixarei por último.

as cenas "extras" por assim dizer, que não estavam na animação mas que couberam como uma luva no filme atual apenas trouxeram mais brilho ao que já era originalmente brilhante. os efeitos visuais não são os melhores do mundo, mas precisa? será que a cena do baile, que foi na época do lançamento da animação cantada em prosa e verso precisaria ser recriada com o mesmo furor? creio que não, confesso que ao começar a assistir o filme minha mente só pensava nessa cena e como ela se desenrolaria. em cinco minutos, tinha me esquecido dela e quando ela chegou, bom, foi legal, e o brilho do filme nem de longe foi abalado por ela ser obviamente inferior a animação.

mas no resumo da ópera, sabe por que a bela e a fera me cativou e cativa a tantas pessoas geração após geração? porque é uma excelente história. sua adaptação não leva, é verdade, tanto na animação quanto no filme atual, o fato de que no original, bela tinha mais duas irmãs e o pai um era milionário que perdeu tudo e foi morar no interior.  mas a adaptação  foi fiel ao que interessa, a essência se manteve e bela é uma menina/mulher, a frente de seu tempo, como a autora do conto original (que não lembro o nome e estou com preguiça de pesquisar) deveria ser também. os personagens são bem construídos no nascedouro e a temática tratando de temas nobres e caros as pessoas integras e de bom coração fazem do filme e do livro também, um programa imperdível. com o material original que se tinha na mão, seria necessário muita, mas muita má vontade para fazer algo ruim. a bela e a fera é espetacular, nada menos que isso.

falando sobre o último personagem que quero comentar, lefou, interpretado com a galhardia necessária por Josh Gad, é um alento no mundo, louco mundo em que vivemos. josh não tenta dar uma bandeira homossexual ao seu personagem, mas deixa claro que ele o é e deixa mais claro ainda que isso não o faz ser nem pior e nem melhor e que suas atitudes são atitudes tomadas por quem ele é como  um todo, não por sua sexualidade que é apenas uma parte de um todo ainda em construção, uma vez que lefou se mostra capaz de mudar a forma de agir quando confrontado com sua consciência.

lefou foi no final de tudo, o motivo do meu riso ao sair da sessão, foi o que fez o filme ser mais do que poderia ser, foi a sacada de gênio do diretor. sim, vale muito a pena ver a bela e a fera, mas vale muito mais a pena prestar atenção em lefou.

é isso

ouvindo: por pura obrigação de ter uma trilha sonora coerente com o que estou escrevendo, celine dion e peabo bryson.


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