terça-feira, 18 de abril de 2017

baleia azul, o jogo. um reflexo do mundo mal que vivemos



o vazio, a dor, a escuridão, o vale interminável que parece nunca terminar  e vem acompanhado de uma noite também interminável. a tristeza, a solidão, a ânsia de sentir-se amado, o medo da rejeição e a paradoxal culpa que ela traz. culpa por ser rejeitado? qual é!!! mas sim, ela vem. já fui adolescente sei bem como é esmagadora a dor dos não aceitos e sei também que dai para que eles se identifiquem com outros não aceitos e possam ser manipulados, seja em grupo, seja sozinhos por pessoas mau intencionadas, é um pulo.

não, não diga que participar de grupos como o do tal nefasto  "jogo da  baleia azul" é coisa de doentes, de perdedores, de jovens sem auto estima alguma, enfim, de pessoas que do auto da nossa facilidade em julgar, são indivíduos que da vida nada terão, que já estão derrotados antes de começarem a jogar. você provavelmente nada sabe da dor que acomete quem usa como último recurso aliar-se a este tipo de manipuladores covardes que por puro prazer em fazer o mal  se escondem atrás deste jogo sem sentido. a dor, para ser mitigada, pode fazer um ser humano de qualquer idade na verdade, mas em especial os jovens, seguirem por caminhos absolutamente inacreditáveis e sem sentido aos olhos de quem vê de fora, mas totalmente críveis e sensatos aos olhos de quem os trilha.

consiste neste jogo macabro, sempre jogado via redes (anti)sociais, antes de mais nada, aceitar o tal convite que é feito para tornar-se membro desta comunidade. após o convite aceito, uma série de tarefas sem sentido como fazer a navalha um baleia azul em seu próprio corpo, rasgar o lábio e mais 48 delas que culminam sempre com o suicídio do jogador. Eles controlam os jogadores ameaçando-os de forma tola para mim, mas absolutamente assustadora para quem joga, dizendo que caso o primeiro desafio seja aceito, não pode de forma alguma haver desistência em seu prosseguimento, caso contrário, eles, os administradores da página, coletarão os dados dos pais e parentes dos jogadores e irão atrás dos mesmos podendo até mata-los.

já houveram relatos, vários deles, inclusive no brasil, de jovens que efetivamente suicidaram-se por conta deste pavoroso jogo e até a interpol está empenhada em achar os responsáveis por tamanha desdita. cabe aos pais de adolescentes e pré adolescentes estarem atentos aos sinais externos que seus filhos possam emitir sobre seu estado psicológico. hoje, a depressão ataca os jovens quase como uma epidemia e é necessário estar atento a este sinais.

o principal é não relativizar ou mesmo ignorar o que nossos adolescentes dizem sentir. seus motivos, suas tristezas, seus problemas. devemos ter tempo para ouvi-los pois fica claro que pessoas interessadas apenas em ter o seu mórbido prazer satisfeito podem tomar o nosso lugar e ouvi-los e pior, guia-los por um caminho que talvez seja sem volta.

Lendo uma matéria sobre este horroroso jogo me senti tocado a escrever este texto. este jogo, antes de mais nada, sinaliza o quanto nosso mundo está claudicando, caminhando para um fim inexorável e terrível. não vou fazer pregação religiosa, longe disso, mas devemos amar mais. amar uns aos outros, a nossos filhos, a nossos amigos, a todos que nos cercam. o mal, dia a dia nos espreita e cria novas e variadas formas de nos assediar e quando nada pode contra pessoas que já tem seu caráter maduro e formado, se volta contra aqueles que ainda o estão formando. fiquemos atentos. quem mais amamos pode ser aliciado por este terrível jogo. que Deus nos proteja e proteja sobretudo a quem amamos.

é isso.

ouvindo: Oficina G3

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