quinta-feira, 20 de julho de 2017

eu não vou para o céu



Antes de mais nada se faz importante dizer que sim, eu creio no conceito de céu e vida eterna ao lado de Deus e Jesus seu filho e do Espirito Santo. eu creio sim. creio na bondade de Deus e em sua justiça. Creio em seus desígnios, no livre arbítrio que ele oferece, na sua misericórdia e inclusive e sobretudo nos seus mistérios. Deus é um mistério cuja a revelação depende única e exclusivamente da vontade de cada um de nós em revela-lo.

o amar a Deus exige devoção, exige cuidado, tempo ser aplicado executando tal tarefa. tarefa que se desdobra em conhece-lo, aceita-lo, toma-lo para si e assim ama-lo sobre todas as coisas. sim, Deus exige de nós uma carga não de sacrifício, mas de aplicação em entender de forma correta o conceito de Deus e todos os seus desdobramentos.

temas como "amor infinito", "eternidade", "vida eterna" e tantos outros concernentes ao assunto "Deus" são tão complexos e extensos que estuda-los a fundo em um mundo encharcado de secularidade e descrença se torna quase impossível, ao menos para mim. não, não sou preguiçoso, mas sendo muito sincero, todos estes temas tão belos quanto áridos para serem estudados me deixam se não com preguiça, ao menos com muita falta de boa vontade em compreende-los a fundo e creio que Deus não merece de forma alguma uma compreensão rasa, superficial. ele me criou, te criou (e respeito totalmente quem pensa diferente, que fique claro)

estes três parágrafos iniciais foram escritos sob o signo da razão. transformar Deus em um conceito e subdividir este conceito em temas torna acreditar Nele, algo impossível. crer em Deus demanda fé, obstinação e um desejo de aceitar a Ele e suas virtudes mais forte que um carvalho. de forma alguma Deus se explica pela razão ou somente por ela. sem a fé, ingrediente intrínseco a própria essência Dele, a compreensão de sua plenitude dominante não fecha. simples assim. Deus é um mistério e um mistério resolvido pela fé.

minha fé é vacilante, fraca, inexistente praticamente e por este motivo não vou para o céu. Deus é um conceito extremamente elegante para mim, na medida em que me explica questões fundamentais como quem sou, de onde vim e para onde eu vou. Deus também é a base da minha moral e o agente fiscalizador (consciência) que apita toda vez em que sou imoral. mas o livre arbítrio que ele da me autoriza a ser imoral arcando com as consequências deste destrambelhado ato.

não vou para o céu porque não consigo transformar o elegante conceito que tenho de Deus em  emoção, em choro, em um sentimento tão apaixonante e apaixonado que nada me seja mais importante. não vou para o céu porque falsos brilhantes me tomam a atenção porque tenho medo de abraçar a Deus não como um teoria, mas como forma irretratável de vida. não vou para o céu porque tenho crença e não fé. é triste elaborar tudo isso, mas é fato. paciência, a vida é assim.

é isso.

Ouvindo: Pie Jesu com sara b.

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