segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ouvindo Tapestry


Escute enquanto lê.




Tapestry é certamente um dos 10 melhores álbuns  já produzidos em todos os tempos. Pode parecer exagero meu e talvez seja, mas para mim, é assim que é. O piano esperto, a voz tranquila e ao mesmo tempo provocativa de Carole King a produção minimalista e exatamente por este motivo altamente sofisticada de Lou Adler, a coesão do repertório, tudo isso faz de Tapestry mais que um simples álbum. É um ícone.

Tapestry (tapeçaria) não poderia ter um nome mais adequado. Suas letras inteligentes, seus arranjos nada menos que exatos para cada canção, econômicos porém explosivos em possibilidades sonoras são o oposto do que se vê hoje em dia na indústria musical, onde produtores querem mascarar a ineficiência vocal de suas cantoras com arranjos mirabolantes que são tão suntuosos quanto vazios e não conseguem nada além de bocejos entediados de quem busca música de qualidade.

Claro que um álbum como Tapestry  jamais poderia ser gravado por boçalidades ambulantes como Demi Lovato, Miley Cyrus e que tais. Simplesmente não estão a altura da voz doce porém estruturada e firme de Carole. Sua forma "prática" por assim dizer de entoar cada canção, de usar sua voz como um instrumento a serviço da música e não o contrário é uma lição que as cantoras de hoje em dia deveriam revisitar e aprender.

Não a toa, Tapestry ficou 15 semanas seguidas em primeiro lugar no top 200 da Billboard e alcançou vendas totais de 25.000.000 de cópias ao redor do mundo, uma delas, comprada por este humilde escriba, um vinil perdido por ai ou presenteado para alguém, não me lembro bem. Discos e livros, servem para isso, serem presenteados e assim a qualidade se espalhar afinal de contas. A beleza de canções como  Home Again, Natural Woman, You've Got a Friend entre outras compõe a riqueza deste álbum, que lançado a 45 anos atrás ainda se mantém   vigoroso, atual e a cada audição revela camadas de qualidade insuspeitas até então.

Em um mundo onde tudo fica descartável muito rápido, álbuns como Tapestry reforçam o conceito de que menos pompa e circunstância e mais simplicidade e conteúdo podem ser um caminho a s e seguir. Pra finalizar, a beleza da capa, que acompanha  o conceito simples de todo o restante do álbum chega a ser emocionante. Espero que você que teve paciência de ler este post até o fim, tenha a curiosidade de ouvir o Tapestry do início ao fim. Fica perfeito se ouvido a dois embalando uma conversa agradável, ou mesmo a sós em momentos de reflexão.

É isso.

Ouvindo: Carole King

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