quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Eu preciso escrever



Não mantenho este blog por vaidade e sim por necessidade. Já tentei me desfazer dele algumas vezes, fico tempos sem escrever, mas a realidade é que eu preciso escrever, não tem jeito. Simplesmente preciso e preciso porque não sei lidar com um mundo que me causa dor, horror, espanto, incredulidade e as vezes alegria. Um mundo que me tira do prumo e me faz sair do rumo e a cada momento me faz querer regurgitar mágoas acumuladas e um sentimento que me oprime minuto a minuto.

Dai, preciso escrever. As vezes com ironia, outras vezes com raiva, com alegria algumas raras vezes, com doçura um tanto, com rebeldia em alguns momentos enfim, uma plêiade de sentimentos que vem e vão que estacionam umas vezes, fogem céleres em outras mas sempre me atingem  para o bem, ou para o mal e eu, não consigo absorvê-los se não escrever.

O que me enlouquece é que escrevo mal, muito mal. Não tenho fluência, métrica, meu fraseado é tosco e minhas idéias confusas. Tenho muito a dizer e a mente vai mais rápido que os dedos que digitam as idéias que invariavelmente saem atropeladas e sem sentido. Quero dizer tanta coisa e nem metade sai. Tenho dó de quem me lê pois poderia gastar seu tempo com coisas melhores do que bobagens condensadas em palavras sem sentido.

Minha mente é uma constante tempestade que se acalma apenas com música. Se acalma, não termina. Eu me olho internamente e não me acho e então tento com palavras buscar as minhas respostas, mas invariavelmente só encontro mais perguntas. Escrever para quem tem talento é delicia, para quem escreve por necessidade, é dor e uma dor profunda pois a cada leitura do que foi escrito ofende o pouco senso estético que tenho. Sou uma farsa, mas prossigo nesta mentira de que escrevo razoavelmente bem apenas para dar credibilidade a mim mesmo e todos sabemos que a pior mentira é aquela que contamos a nós mesmos.

A farsa de que escrevo algo que mereça credibilidade e leitura é tão patética que eu deveria simplesmente encerrar as atividades do blog. Deveria capitular e ler o que os grandes escritores tem a oferecer ao invés de oferecer esterco em forma de palavras. Mas como disse no título, preciso escrever. Querendo ou não, preciso. E a vida se esvai em frases desconexas mas que ao menos me aliviam. é como fumar uma maconha de quinta categoria ou cheirar cocaína misturada com maizena pra fazer volume. Alivia, mas não sara.

Se você ainda não quebrou a tela do dispositivo onde lê esta patacoada, peço que me desculpe por palavras tão sem sentido e saiba que existe sim, uma necessidade vital que me impulsiona a escrever essas tonterias.

É isso.

Ouvindo: Carole King

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