sábado, 2 de junho de 2018

Balada Do Louco. E Viva As Diferenças.


Balada do Louco, a excepcional música composta por Arnaldo Batista e Rita Lee no ano de 1972, o ano que eu nasci diga-se de passagem (eu acho que o crédito a Rita é coisa de gente apaixonado, no caso ele por ela mas ok), é antes de mais nada um tapa na cara na sociedade brasileira que vivia então sob o governo de Emílio Garrastazu Médici, o mais patético militar a governar o país de todos os patetas militares que governaram o Brasil. Médici instrumentalizou o futebol, impôs censura férrea a tudo o que ele e sua esposa tão pateta quanto ele não gostavam e achava que mandava de fato em Terras Brasilis.

Arnaldo Batista e seu irmão Sérgio juntamente com Rita Lee  tinham então um grupo chamado "Os Mutantes" o mais fodástico grupo jamais existente no planeta Terra a fazer música de qualidade. Os censores de Médici, todos tão ignorantes quanto ele, militares abobalhados e parvos (palavras com o mesmo significado em sequência empobrecem o texto, eu sei) deixaram passar essa pérola digna da genialidade de Arnaldo contida no álbum "Os Mutantes e Seus Cometas no País dos Baurets". Bauretes = Maconha, mais uma prova da parvice atávica que assolava os militares trouxas do Brasil daquela época, ou seja, bastava chamar José de Agamenon por exemplo e tudo podia e os bobolinos ainda achavam ter o controle.

Ouvida atentamente, Balada do Louco fala sobre não sobre os tontos militares e sim sobre aceitarmos diferenças, raciocínios, opiniões, costumes, trejeitos, enfim, tudo o que é diferente. é um alento aos que são diferentes, porque os consola e virou hino de quem pensa diferente. Amo essa música de paixão desde a minha infância porque ela me define. Não me enquadro, não aceito padrões e me sinto confortável em me imaginar um Alain Delon ainda que seja gordo e feioso pra cacete. Não tenho a empáfia de pensar que Deus sou eu, mas ante as religiões que dizem professar a sua palavra ultimamente, me sinto feliz em não fazer parte de nenhuma. Vou a algumas igrejas e me sinto como a figura a baixo ante as bobagens que escuto.


Balada do Louco é sem dúvida uma música mais atual que nunca. Vivemos em um mundo chato onde as pessoas aceitam padrões impostos sabe-se la por quem com qual intenção que fazem com que beleza, cultura, sucesso, tudo seja padronizado e o que esteja fora, não sirva. A cultura do quanto pior melhor esta instalada em todas as áreas de nossa sociedade e a tendência é apenas piorar. Em um cenário como esse, ter acesso a música e literatura de qualidade é quase um impositivo de vida. Não aguento mais ouvir tanta bobagem como tenho ouvido ultimamente, tanta gente sem conhecimento posando de especialista, tanta gente clamando pelas coisas erradas pelos motivos errados, tanta gente vivendo por viver.



Mais louco é quem me diz, e não é feliz!

É isso.

Ouvindo: Mutantes

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