quarta-feira, 18 de julho de 2018

Eu, a Fé e o Amor


Eu sou um homem,  heterossexual, 45 anos que crê em Deus e família. Creio em Deus do meu jeito, as vezes descrendo por conta de dúvidas lancinantes que me deixam confuso em todas as demais áreas de minha vida. Não estar certo da existência de Deus me rouba o equilíbrio. E na boa, isso acontece o tempo todo comigo. Por que o mundo em que vivo acabou a muito tempo em minha opinião e não vejo interferência Divina para que as coisas mudem.

Sei também que Ele não deve intervir, tudo esta escrito e profetizado e as coisas vem acontecendo da forma com que a sua palavra disse que aconteceria. Ainda sim, me sinto confuso, me abalo com essa confusão, queria ter uma fé de homem, não de menino, mas é assim que minha fé se apresenta, a de um menino. A fé para mim nem precisa mover montanhas, bastaria que ela aquietasse meu coração.

Eu creio que homens Muçulmanos, Budistas, Xintoístas e de tantos outros  credos também tem em algum momento sérias dúvidas sobre suas questões de fé. E a fé, em maior ou menor grau é o fio condutor do homem. Ainda que um homem seja um deserto de crenças, que nada floresça em sua alma, ainda sim perguntas simples martelam o seu coração vez ou outra. Para mim, é impossível me ver evoluído de uma outra espécie qualquer que lá atrás a milhões e milhões de anos passados desembarcou aqui em nosso planeta sabe-se lá como e evoluiu, evoluiu, evoluiu e chegou a um ser que pensa, pode gerar uma vida, pode tirar essa mesma vida, desenhou coisas maravilhosas, enfim, um ser com uma inteligência privilegiada.

Por outro lado, eu olho para o Deus que eu creio e me pergunto porque as coisas chegaram a tal ponto.

E a única resposta plausível para mim esta no amor. Meu coração e creio sinceramente que o de todos os outros seres humanos foi inundado de amor que vem direto do Criador. A diferença entre evolucionistas e criacionistas pode ser em grande medida explicada ai. O amor na equação dos criacionistas tem papel fundamental. Creio que também que todos nós, por mais miserável que sejamos, que nos tornemos ao decorrer da vida, somos lançados ao mundo com um "reservatório" de amor que vai sendo reposto ao longo da vida com as referências que escolhemos para a nossa vida, com nossas atitudes para com o próximo, com nossa crença fundamental seja ela no que for ou em quem for.

É o amor que nos liberta e nos faz melhor dia a dia. é o amor que nos conduz em um caminho minimamente bom e do bem. Só o amor nos impede de esganar o próximo quando ele nos faz mal. é O amor que permite seu subproduto, a empatia. Ser empático para com o próximo é algo que só é possível quando amamos, quando transbordamos esse sentimento. É o amor que nos permite estar no Outono esperando pela próxima Primavera. Sem o amor não somos nada, cada dia eu creio mais nessa premissa.

E se eu creio que  Eterno é a fonte de amor, a melhor forma de me conectar com Ele, é sendo pleno de amor, é amando sem barreiras, sem preconceitos, mando apenas porque o amor é o Verbo Vivo e se afogar no amor é viver em abundância.

Eu me pego pensando na criação e sobretudo no Criador e compreendo que o exercício de ter fé tem total consonância com o exercício paralelo de amar. Se eu sou cheio de amor, eu sou cheio de fé. Não existe fé possível sem o amor a permeá-la e o ato de amar me enche de fé em uma simbiose profunda e desejável. Se Deus é amor, é este amor que me faz ter toda a fé que necessito para com Ele caminhar.

Sem Deus, não existe amor e sem amor, não existe fé e só pode se ter amor, praticando-o, pois quanto mais amor se dá, mais ele nos retorna.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

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