sábado, 28 de junho de 2014

Os Adventistas e a Copa


Polêmica vazia. Como a maioria das polêmicas levantadas nesta época de redes sociais vou falar aqui de mais uma polêmica vazia. Falemos pois deste Brasil e Chile que caiu em um Sábado e que está fazendo com que os Adventistas se posicionem entre os que devem e os que não acham que devem assistir o jogo.

Não sejamos imbecis por gentileza. Se você é Adventista do Sétimo dia e CRÊ no Sábado como dia de guarda, obviamente não deve assistir o jogo. Simples. O Sábado foi criado por Deus para que o homem lembrasse Dele e Nele descansassem. Nada além disso. Nada do que não fosse essencial ser feito, nada que tire os corações dos homens do serviço, do louvor, da comunhão deve ser realizado. Não vou ficar listando textos biblicos ou de Ellen White pois o Sábado é demasiado claro para ser confirmado com isso para quem já é Adventista e é para este grupo que escrevo. Este assunto jamais deveria sequer ser questionado ou mesmo pensado.

Fiquei pasmo no entanto quando vi Rafaela Pinho, uma cantora de renome e destaque no meio Adventista dando sua "opinião" sobre assistir ou não ao jogo, via  Facebook. A achei equilibrada nas palavras pedindo para que não sejam julgados aqueles que assistem, e ela esta certa neste ponto, cada um faz o que quer e não tem que ser julgado por outro pecador. Mas assistir ao jogo no Sábado é um pecado que se comete de forma consciente quando se tem o conhecimento da importância do Sábado na vida Cristã e isso independe de qualquer mérito no sentido de julgar é apenas a constatação do dizem as Sagradas Escrituras. Pode-se crer ou não, pode-se obedecer ou não, só não se pode tentar achar subterfúgios para se ter um prazer mundano como o futebol, (prazer que eu particularmente muito aprecio) e não querer ter cometido um erro de conduta Cristã.

Devo dizer que é um erro que cometerei. Primeiro porque neste momento não estou ligado a nenhuma igreja Adventista específica é é muito pouco provável que volte a me ligar a uma. Segundo porque assumi para mim mesmo que meu desejo de ver o jogo é maior do que guardar o Sábado  e sabendo que isto é um erro, sabendo que estarei pecando, o farei. Acho que todos aqueles que são Adventistas e assistirão ao jogo deveriam fazer o mesmo: Assumir que sua vontade de ver uma partida de futebol no dia de hoje é maior que a de agradar ao Criador  e não tentar arrumar desculpas onde elas não cabem.

 Minha vontade de ver o jogo serve basicamente para reavaliar a minha postura como Cristão que acredita no Sábado como dia de guarda. Mais importante que um simples dia é o Sábado na verdade está longe de ser um "simples dia", esta vontade revela por obvio, uma completa falta de vontade de andar nos caminhos do Senhor como um todo e isso apenas reflete em minha falta de disposição de guardar o dia que Ele me pede. Qualquer outro argumento é falso, sem sentido e uma tentativa deslavada de ser melhor do que realmente sou.

A Copa do mundo jamais deveria ser para um Adventista motivo de controvérsia caso um jogo de seu interesse se desse no Sábado. Jamais. Deveria ser isso sim, um exemplo de como somos fiéis Aquele que vida nos dá e a dá em abundância.

Se você vai assistir Brasil x Chile, bom jogo. Se não, parabéns! Mas não me julgue, ou a qualquer outro que vá assistir. Apenas ore. É isso que um cristão faz. Ora por quem perdido está.

É isso.

Ouvindo: Cassiane

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ja tivemos Bruna Surfistinha Agora temos Lola Benvenutti


Bruna Surfistinha  mal sabia articular as palavras e certamente tinha um "Ghost Writer" mesmo para escrever seu blog amalucado de histórias pueris e um tanto quanto inverossímeis. Lola Benvenutti  aos 22 anos é pós  graduanda em literatura.

Ambas tem algo em comum. São prostitutas. E prostitutas aqui entra como profissão não como definição de vida ou muito menos caráter. Ambas tem um blog para contar suas histórias e lógico capitalizam mais com eles (no caso de Bruna, deu em livro, filme e uma exposição na mídia infinita enquanto durou e no de Lola em breve vai virar livro) do que com a profissão propriamente dita.

Nada contra, cada um capitaliza e vive com o que quer  e como quer. Mas acho interessante e sintomático de como somos como povo que este tipo de "literatura" prospere. Somos focados, extremamente focados em saber quem faz o que com quem e como. Reconheço que a curiosidade é algo inerente ao ser humano não apenas ao nosso povo, mas a humanidade em geral, mas ver prostitutas fazendo com o que escrevem em um País que nem o hábito da leitura tem é no minimo decepcionante.

Não quero ser elitista e entrar novamente no papo de que se você não leu os "clássicos" não esta pronto para ler mais nada, afinal para ler basta ser alfabetizado e a questão da qualidade é totalmente pessoal, mas ver prosperar este tipo de literatura é desanimador no sentido que isto  deixa claro que jamais seremos uma nação letrada verdadeiramente.

Um livro como este não se encaixa na classificação  de Biografia, pois não relata uma historia de vida e sim muitas histórias protagonizadas por anônimos e mesmo a personagem principal por assim dizer usa um codinome, ou seja, nada é muito real e muito do que é dito, isso se não a maioria é muito mais imaginado que vivido o que poderia o encaixar na categoria "Romance", mas nesta livros assim também são inelegíveis pois não trazem a profundidade necessária para tanto, sendo antes, apenas arremedos de histórias contadas de forma superficial e distanciada.

Ou seja, ler este tipo de literatura é antes de mais nada uma colossal perda de tempo, pois se mata a curiosidade mórbida que este tipo de assunto traz a tona, rouba um tempo que jamais será devolvido a vida de quem quer que seja que se dispôs a ler sendo mais ou menos como ouvir de cabo a rabo um cd de alguém como Tiaguinho, algo deplorável.

Claro que como o livro de Bruna, o livro de Lola será um sucesso. Suas histórias temperadas por fantasias e um comportamento midiático que a levará a todos os programas de entrevistas possíveis onde dirá coisas em que realmente não acredita para promover seu livro a farão ser amada por um tempo pelo populacho, para em seguida ser odiada e ter sua imagem desconstruída por este mesmo populacho ávido por uma nova prostituta que tenha algo para contar.

Somos assim como povo: Gostamos do pior que as pessoas tenham a nos oferecer. Pedimos para que todo o seu lixo, sua banda podre seja revelada pois somos desesperados para ter este tipo de informação em nossas vidas sabe-se lá para que.

Até quando?

É isso.

Ouvindo: Neil Young

quinta-feira, 19 de junho de 2014

JOTTA A. sinceramente nunca vi nada tão constrangedor em termos de música Cristã



Claro que já vi coisas bem piores que este garoto. Natural. Muita coisa ruim é produzida diariamente, em quantidade muito maior que as coisas boas, pelo simples motivo que talento é para poucos. Mas no caso deste garoto é inacreditável como se tenta vender que ele é bom sendo uma coisa péssima de se ouvir.

Desde a epoca em que se apresentava no Raul Gil  com uma versão absolutamente imbecil de "Agnus Dei" até os dias de hoje em que seu timbre de voz obviamente já mudou ( e para pior) cada vez que acesso um vídeo novo deste rapaz é uma chateação maior. Perdi as esperanças de que ele fosse acontecer, que eu estivesse sendo chato, pegando no pé dele, que ele fosse sim bom e eu o rabugento. Ele é péssimo!

O seu clipe de "Agnus Dei" não passa de uma gritaria sem sentido vestida com uma roupagem instrumental simplesmente equivocada por assim dizer e ser ao menos educado. Seus maneirismos vocais são para rir, não para serem levados a sério. O arranjo é um primor de imbecilidade e o clipe em si erra em tudo: Locação, figurinos, fotografia, tudo de qualidade constrangedora.

Mas focando na música que é o que realmente importa, não dá! Jotta A não é para ser levado a sério. Simples assim. é da mesma extirpe da TAL Michelly Manuely, outra piada sem graça, esta em versão feminina.

Agnus.. ali penas tantas entra numa espiral de gritaria, com bateria errada, com uma guitarra que parece tocada por Slash embriagado que é de dar dó, de gritar de ruim. Termina num anti clímax horrendo e da vontade de espancar Raul Gil por ter lançado coisa tão horrível e espancar os crentes por darem ibope pra uma porcaria dessa.

Com tantos talentos nas fileiras da música Cristã porque alguém levaria a sério este garoto com cabelo de jogador de futebol e figurino de pagodeiro de quinta??? Somos crentes, temos músicas que prestam, temos muitas músicas que realmente prestam, pra que dar ibope pra esta porcaria?

Socorro!!! Não vamos nós crentes entrar na política secular do "quanto pior, melhor" Jotta A é um lixo musical. Apenas isso. Nção tem oq eu digam ou que façam que mude a realidade.

É isso.

Ouvindo: apenas para escrever o post, que fique claro, Jotta A. 

domingo, 15 de junho de 2014

Deus ajude, o monstro em mim


O monstro em mim
É enjaulado por barras fracas e frágeis
Inquieto de dia
E, de noite, cria confusão e se enfurece com as estrelas
Deus ajude o monstro em mim

O monstro em mim
Teve que aprender a viver em dor
E a se abrigar da chuva
E num piscar de olhos
Pode ter que ser contido
Deus ajude o monstro em mim

Ás vezes, ele tenta me enganar
Diz que é só um um ursinho de pelúcia
E, de alguma maneira, até consegue desaparecer no ar
E é aí que eu devo ter medo
Do monstro em mim, que todos conhecem
Eles o-viram vestido em minhas roupas
Obviamente obsurco
Se é Nova York ou ano novo
Deus ajude o monstro em mim

O monstro em mim

E nada, nada mesmo poderia me traduzir melhor do que esta espetacular canção de J. Cash. Este sou eu, sem tirar nem por, e não, não há vanglória alguma nisto. Apenas uma fria constatação de quem eu sou. Sem retoques, sem auto exaltação ou comiseração, nada. Sem base, sem blush, sem rímel, sem sobras. Apenas um homem  de 41 anos tentando sobreviver a segunda metade de sua vida e que não se entusiasma muito com a primeira que já se foi.

E nada, nada mesmo pode expressar a angústia que as vezes se apodera de mim e nada pode se igualar a euforia por pequenos acertos. Eufórico, angustiado por vezes indiferente. Mas nunca apático ou sem vontade. O monstro em mim não permite que eu me reduza a apatia, ele ruge, grita, berra, esperneia me impulsiona para frente e não, ele não tem nada da fera no fundo bacaninha que a Disney idealizou ao filmar  "Beauty And The Beast" nada disso. É um monstro feio e sem face que fica urrando dentro mim em busca de liberdade mas que por enquanto é sufocado. Porque se um dia ganhar a liberdade que as frágeis barras da canção mencionam... Bom, "God Help, The Beast In Me"



É isso.

Ouvindo: J. Cash




















terça-feira, 10 de junho de 2014

Malévola, ou de como Satã ridiculariza os crentes que se dispõe a ver tal filme


Malévola, "Maleficent" no original em inglês é um filme feito de encomenda pelo próprio Príncipe das Trevas. Me chame de exagerado, radical, ou mesmo hipócrita, afinal assisti o filme. Me chame do que quiser mas a verdade é que Malévola é um filme feito de encomenda pelo Capiroto.

Ora, Malévola no começo do filme é a mais bela criatura em um reino onde as mais fantásticas criaturas vivem em harmonia. Ela tem asas, lindas assas e vive voando. Fazendo o bem, sendo descoladinha e bem humorada. Lembra alguém?  Não satisfeito, um Rei mal arma-lhe uma emboscada e retira suas asas fazendo-a andar por Terra. Ainda não está lembrando nada?

Malévola obviamente enche-se de ódio em seu coração e decide amaldiçoar o filho (ops, a filha, afinal Satã não é idiota) deste Rei com a morte. Mas veja, a ideia não é uma pregação sobre o ponto de vista literal do Outro sobre o que ocorreu em sua história e sim uma fantasia, uma alegoria que trata de como ele ACHA que é. E então Malévola, o filme, da o seu salto. O Rei fica louco, cheio de ódio por aquele ser aparentemente tão bom. E sua loucura se torna literal embora Sharlto Copley seja pouco mais que um idiota fingindo ser ator, o Rei, este terrível rei, que jogou Malévola  no opróbrio  total precisa ser ofendido de forma definitiva e nada melhor que chegar ao ponto utilizando sua filha como  alvo de vingança.

Malévola tem um ajudante que é um corvo que ela transforma em homem e que se chama Balthazar. Balthazar? O último Rei de Babilônia? Jura??? Coincidência não? Balthazar...  E sabe o que é mais engraçado? Na cena da batalha entre Malévola e o Rei, Balthazar se transforma em que???  Um DRAGÃO!!!! Há, vá!!! jura??? Um DRAGÃO??? Batalhando contra um rei??? E neste caso, é claro, vencendo.

Outro ponto. O Rei neste caso é que foi talhado como um usurpador egoísta, inconsequente, que não pensava em ninguém além dele mesmo. Que enganou a pobre Malévola. Tadinha. O filme inteiro é coalhado de simbologia bíblica e a grande realidade é que é um panfleto que tenta de forma entrar de forma inconsciente na mente dos pequenos e mesmo adultos e "suavizar" a ideia que se tem sobre o mal. Satã  torce sua própria história e faz com que incautos creiam realmente que nem todo mal é tão mal que não possa ser visto como bom. Creia-me você se afeiçoa por Malévola assim como se afeiçoaria por Satanás se ele tivesse a chance de lhe contar sua história dentro de sua própria perspectiva.

O filme é bom. Mas é ruim. Simples assim. Quanto as atuações Angelina Jolie, nada menos que excepcional com seus olhares que entram na alma. Sharlto Copley, um imbecil abobalhado que me faz pensar que o Markito do programa do Ratinho, é o Markito, se sairia melhor. Elle Fanning tem olhar de adolescente retardada e nele fica o filme todo. Até co quem se dispõe a ajuda-lo o Capiroto tira sarro.

É isso.

Ouvindo: Chico Buarque

sábado, 7 de junho de 2014

Eu, minha irmã e minha dor.


Existem momentos em minha vida que eu apenas queria ficar quietinho em um canto com minhas dores. Nada além disso. Momentos em que eu queria chorar, me rasgar, gritar, enfim, queria extravasar da forma mais louca possível. Mas não posso. Tenho 41 anos, sou um adulto e não posso, ou melhor não devo demonstrar fraqueza.

Existem momentos, em que eu queria não sublimar absolutamente tudo como sempre faço, mas eu queria sofrer. Sofrer no sentido de ao invés de simplesmente prosseguir, olhar para mim mesmo e dizer " cara, não dá, a vida ta te massacrando demais, para! toma outro rumo, outra direção!" Mas eu não posso e ai eu vou para mais um plantão de vendas, coloco meu fone de ouvido, espero clientes, e a vida vai passando por mim.

Acho que já mencionei neste espaço que queria quando criança, ser bailarino. Mas não pude. Minha mãe não permitiu e acho que mesmo que ela permitisse, meus pés defeituosos não permitiriam. Dai eu pensei em ter amigos. Não consegui, até hoje. Acho que vim  quebrado.

Eu tinha um projeto aos 8, 9 anos. Eu queria ser amigo da minha irmã Fernanda. Mas ela morreu. De Meningite. Provavelmente porque teve contato comigo que tive a doença primeiro. Ela estava bem, feliz, rindo com seus cabelos loiros e lindos, porque ela era linda sabem? Muito, mas muito linda. Mas ai em pouco mais de uma semana e meia ela deixou de estar bem e morreu. Ela morreu e nem pude ir ao seu enterro. Eu passei dias olhando para a cama que ela dormia tentando acreditar. Mas eu acreditando ou não, ela morreu.

Eu sei que seriamos amigos porque ela me chamava de Davizinho e brincava comigo o dia todo. Ela só queria brincar comigo e mais ninguém. A gente se dava bem, se amava de verdade, conexão de irmãos. Mas ela morreu. Certamente por minha culpa uma vez que eu não consigo fazer nada direito. Depois disso, sinceramente, nada me importou muito. Por que ela morreu. Com toda certeza, por minha culpa.

Depois, sofri abuso sexual. Ninguém acreditou em mim quando contei pois o meu "tio" era um homem acima de qualquer suspeita e eu já era uma criança problema. Apanhei de minha avó, mãe e do próprio tio para nunca mais falar este tipo de barbaridade, mas sei lá, hoje, resolvi falar até porque ninguém lê mesmo.

Desenvolvi uma raiva surda dentro de mim. Raiva de minha família, das pessoas, do Universo mas sobretudo de mim mesmo, pois minha irmã, que seria minha amiga e hoje trocaríamos experiências  sobre nossas vidas, sobre como criar nossos filhos, morreu. Porque eu insisti em ficar vivo. Tivesse sido eu menos egoísta e teria morrido no hospital, sem trazer a doença para minha irmã morrer. Mas eu estou aqui, me lamentando e ela morta, inocente, pura, linda, como sempre foi.

Sei que não é assim, mas fantasio até hoje que se abrir o caixãozinho dela ela não terá se decomposto e será a mesma menina linda que era quando morreu. Eu lembro que um dia, sai vagando após a escola. Eu gostava da escola, estava na quarta série, mas de verdade achei que escola não era mais para mim. Todos tinham pai, irmãs e mães . Mãe eu também tinha, mas as pessoas tinham mães sóbrias a minha vivia embriagada. Eu sai andando sem rumo e cheguei a um lugar muito, mas muito longe de casa. E fiquei ali. Sentado, as mãos abraçando minhas pernas, meus pensamentos atormentados. E chorei. Chorei por horas, sem entender bem porque eu chorei como eu queria chorar de novo agora mas não consigo.

Sei que sou um ser humano absolutamente deteriorado. Eu jogo contra mim, me saboto o tempo todo. Vivo em um mundo em que não importa as dores que tive ou que tenho, o que importa é que tenho que entregar resultados e parecer normal. Não consigo. Eu bem que queria. Mas minha irmã morreu. Morri com ela, mas continuo andando, como um personagem de Walking Dead. E mesmo em minha tristeza me congratulo pois é melhor ser um personagem de Walking Dead do que ser parecido com o Dexter.

Eu acho todo mundo burro, mas o burro sou eu. Quando abandonei a escola eu era pouco mais que um menino alfabetizado e hoje se não tiver uma HP12C nas mãos, eu não sei nem quanto é dois mais dois. De verdade. Não invejo nada de ninguém, mas invejo quem fala Inglês corretamente, quem estudou, tem Pós, Mestrado, Doutorado e sei lá o que mais. Me sinto absolutamente inferiorizado toda vez que passo em frente a Unip de Alphaville e sei que ali se aprende o que eu jamais saberei. Não tenho educação formal e isso é triste.

Minha tristeza hoje é profunda. Tento conversar com minha irmã mas ela se recusa a aparecer em sonhos novamente. Quando sonho com ela, sou feliz e fico feliz por semanas, até meses mas quando ela some, eu me sinto acabado. Eu sou um ninguém e as vezes isso se torna absolutamente claro.

Não, eu não espero que as pessoas tenham pena de mim me sinto horrorizado quando isto acontece. Sou fruto de minhas escolhas meus erros são 100% meus não culpo ninguém por minha insanidade e os atos dela resultantes. Eu afasto as pessoas de mim e afasto porque se elas gostarem de mim eu farei algo para magoa-las e logo em seguida se afastarem de mim. Sou assim, não sei receber afeto, carinho e amor por mais que precise disso. Eu queria apenas minha irmã viva. A irmã que pegou meningite de mim e morreu. A irmã que eu amava do fundo do meu coração e seria minha amiga. A irmã que tanta alegria me deu em tão pouco tempo de vida. A irmã que eu queria ao meu lado. A irmã que eu nunca mais verei.

Eu sofro todos os dias com esta certeza e por gentileza se por acaso aparecer nos sonhos de alguém uma menina linda de olhos azuis,cabelos loiros e sorriso esperto e aberto chamem por Fernanda. Se ela responder, peçam pra ela ir para o meu sonho. Preciso muito vê-la novamente, estou meio descompensado. Estou meio abatido, estou totalmente saudoso e saudade para mim dói e dói muito.

É isso.

Ouvindo:  The Beast In Me, umas das melhores de J Cash

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Nós e o mundo cada vez mais sujo (um convite a reflexão)


Latrina, esgoto, ou o nome que você quiser der de mais pútrido e imundo. Este é o mundo que vivemos. Temos imundície para todos os gostos. Violência desenfreada, pornografia, pedofilia, uma prateleira com toda a sorte de imoralidades para se escolher, pegar, levar e usar.

O "nós" a que me refiro são as pessoas que ainda conseguem perceber este mundo que descrevo aqui. Porque é cada dia mais difícil de se escandalizar com os acontecimentos que se desenrolam dia a dia ante nossos olhos. O mundo se desintegra. Tudo a nossa vista. A  distância de um "clic" ou de um "zap". E cada vez nos importamos menos.

Se crianças são seviciadas por anormais pedófilos, achamos normal. Se o sexo vira moeda corrente de troca entre adultos (ou nem tanto), conseguindo "abrir portas" com um "abrir de pernas" achamos até graça. Se justiceiros querem matar alguém porque este alguém matou outro alguém achamos normal, justo e passível de condecoração.  Sobre a corrupção é melhor nem falarmos pois se incorporou a nossa sociedade como uma prática absolutamente normal. Não temos problemas com quem usa seu poderio econômico para obter ainda mais vantagens.

Não quero falar aqui da redenção pela religião, pois isso é pessoal demais. Mas será que abrimos mão de todos os nossos valores como sociedade? Não queremos mais ter uma coesão, um tecido social que permita um mínimo de convivência civilizada? Porque meus amigos, civilidade é tudo o que nos falta.

A internet principalmente quando combinada com os dispositivos móveis, como tablets e celulares, nos transformou em seres narcisistas, individualistas ao extremo e mesquinhos por falta de percepção. A vida em comunidade não nos interessa mais, a possibilidade de fazer o bem, de sermos pessoas de bem, de termos amor e compaixão para com o próximo e dele receber este mesmo amor e compaixão não é mais considerada.

Vivemos e aparentemente gostamos de viver de uma forma em que um Big Brother se instalou em nosso  estilo de vida com total anuência da maioria. Gostamos de espiar o outro e sentimos um fascínio insuspeito e ainda em boa dose inconfessável  de sermos espionados também. Coisas que deveriam ser feita a dois, são feitas de forma grupal e momentos que deveriam ser vivenciados em comunidade são vividos de forma solitária.

O acúmulo de dinheiro, bens, e toda a sorte de posses está no cerne de nossas preocupações. Queremos ter e não queremos ter por outro motivo além deste: O de querermos. Imóveis, carros, roupas, eletrônicos e tudo o mais nos são caros e objetos de desejo não para nos servir, mas para ser um fim em si mesmo. O sucesso não se mede em termos de cultura, ou generosidade, ou a capacidade de ser uma pessoa "boa". Nada disso. O sucesso em nossa sociedade se mede pela capacidade de se "ter" E "ter" no caso, muito mais do que se possa utilizar. E sem partilhar, pois partilhar é hoje encarado como motivo de fraqueza.

Esquecemos que se alguém, cansado deste estado insano que se instalou no mundo tiver acesso a um tubo de ensaio com o vírus da Varíola por exemplo, uma doença que não existe a pelo menos 60 anos e para a qual não existem  doses de vacina suficiente para imunizar Alphaville  que seja, resolver pegar este tubo e quebra-lo em plena estação de Metrô da Pça da Sé, em menos de um mês a população de nosso país terá caído a menos de um terço do que é hoje, e não há bens que possam evitar esta tragédia.

Abrimos mão de sermos pessoas decentes essa é a verdade. Olhamos para nós mesmos e isso é tudo o que importa. Não olhamos mais para o alto, não buscamos mais pela palavra de Deus, a única fonte segura para quem busca um mínimo de consolo e de segurança em dias tão conturbados.

O mundo não vai melhorar. Vai apenas piorar, caminhamos em um caminho em que não haverá uma guinada repentina para o bem, não, não haverá. Apenas mais e mais dor, desilusão, desesperança, guerras, mortes e toda a sorte de tragédias nos assolarão.

Para mim, Deus é a única chance que temos. Não posso me calar e querer ser político e dizer que cada um com sua crença como ensaiei no meio deste texto ao dizer que isso é pessoal. A verdade é que Deus nos chama a tomar posição, a dizer finalmente de que lado estamos se do lado do bem, do lado que busca não ter, mas ser, ou se vamos ficar do lado do quanto pior melhor. É uma decisão que não temos muito tempo para tomar, pois a ampulheta do tempo deste mundo está quase sem areia. Podemos acreditar que tudo melhorará. Mas não melhorará. Ou melhor, melhorará quando o Príncipe terminar sua obra e voltar a esta Terra pata buscar aos seus, os que se mantiveram fiéis a sua palavra.

Antes disso, ou melhor até que isso aconteça, apenas a dor, o terror e a tristeza serão a tônica deste mundo para nós que temos o minimo de senso crítico sobre o que acontece a nossa volta.

É isso.

Ouvindo: Cassiane