terça-feira, 29 de julho de 2014

Império, de Aguinaldo Silva


Minha relação com as novelas é assim: Assisto o início para poder espicaçar ou elogiar assisto o meio pra ver se desandou ou continua no prumo e assisto os capítulos finais para constatar que todas são, no fundo iguais.

Algumas poucas no entanto assisto de forma completa. E Império, de Aguinaldo Silva, parece que vai conseguir prender minha atenção. A julgar pela agilidade da edição dos capítulos iniciais, pelo apuro da produção, pelas boas interpretações (tirando é claro o poste chamado Adriana Biroli, e a inutilidade em cena de Marjorie Estiano) e também e sobretudo pelos diálogos afiados e muito bem escritos.

É preciso ainda entender se o personagem de Paulo Betti é mesmo uma caricatura ou se o ator passou do tom nas cenas iniciais. É preciso também constatar que o personagem de Ailton Graça, (um ator correto), não funcionou por conta da falta de jeito de seu interprete em se posicionar como gay. Tende é claro a mencionar pela competência aqui citada do cidadão. José Mayer, continua sendo apenas José Mayer, agora numa versão YMCA.

O visual é esplendoroso, a fotografia padrão "Globo" e a direção de arte um capitulo a parte. Muito bem executada. O par central achou o tom desde o início, sente-se a tensão entre Alexandre Nero e Lília Cabral de forma palpável e Lília consegue ser especialmente crível como a mãe que gosta mais de um filho que de outro. Alexandre Nero é também um ator promissor que está muito bem no papel do 'imperador".

Aguinaldo Silva é um autor de quem sempre se pode esperar textos interessantes. Teve poucas derrapagens na carreira, mas é claramente panfletário, por motivos óbvios quando a questão é o homossexualismo. Este pode ser, a julgar pelo número de personagens gays ( três até agora) o ponto fraco de "Império". A novela pode virar um panfleto e quando obras de arte viram panfletos dedicados a seja que causa for, perder a força e deixam de servir ao público para servir ao desejo de seus autores. É  assim na TV, Teatro e Cinema. Panfletos são horríveis na medida em que deixam  de divertir o público para tentar "educa-los". Espero que calejado que é Aguinaldo não caia nesta cilada, como caiu bobamente Walcyr Carrasco.

Se mantiver a força dos diálogos e as atuações em nível elevado "Império" tem tudo para ser uma das melhores novelas dos últimos tempos.

É isso.

Ouvindo: Clash



sábado, 26 de julho de 2014

Sobre Thalles Roberto


Antes de mais nada tem que ter muita boa vontade para chamar este rapaz de cantor. Pode ser um bom instrumentista ( acho difícil), mas cantor? Jura??? Bom, tanto a musica secular como na música Cristã o ruim sempre prevalece então  para a crentaida do meu Brasil varonil o cara é cantor. fazer o que?

Não quero aqui repisar idéias, é chato, mas as vezes é inevitável. Se existe o tal do "funk ostentação" o que quer que isso queira dizer, talvez o que mais se aproxime de definição para o não artista Thalles Roberto seja o "gospel ostentação". Um sonzinho ruim que é claramente um fim em si mesmo, sem unção, sem derramamento de verdade, sendo apenas um encadeamento de "lugares comuns" e chavões cristãos colocados de forma criteriosa, é bem verdade que enganará os mais tolinhos como se fossem pílulas de sabedoria e encorajamento, quando são na verdade apenas chavões acompanhados de um instrumental muito bem executado exatamente para mascarar a falta de conteúdo das letras.

Thalles obviamente não pode entregar o que não tem. Conteúdo. Vive metido em polêmicas sobre caches, apresentações desmarcadas, sempre se escondendo no tal do "profissionalismo" usando como escudo o amadorismo dos contratantes para volta e meia ter seu nome associado a mais una polêmica que em nada dignifica o evangelho.

Quem sou eu para falar sobre isso? Ninguém! Mas não cobro caches absurdos para cantar e muito menos gravei cd algum exatamente por não ter talento para tanto. Thalles além de não passar de um artista mediano para ruim se porta como super star. Isso é simplesmente inaceitável em se tratando de alguém que diz ter comprometimento com a palavra de Deus e que diz querer proclamar as verdades do evangelho. Se quisesse mesmo não trataria de macular o nome dos cristãos com seu comportamento errático.

Não dá nem para ter nada contra a "música" de Thalles  porque não da pra chamar o que ele faz de música. Claro que no mundo "gospel" todos tem que ser políticos o suficiente para tecer loas a seu trabalho e cumprimenta-lo por suas indicações a Gramy Latino, Trofeu Promessas e outras patacoadas da industria fonográfica, mas vamos ser sinceros: Será que alguém leva realmente a sério um cara que fazia apoio para Jamil e Uma Noites? Um lixo de musica secular da qual ele trouxe obvias influências? Vamos falar a sério né???

Em um país como o nosso em que reais artistas que trabalham para a honra e glória de Deus  tem cada vez menos espaço nas gravadoras, sendo substituídos por cantores comerciais e descartáveis o sucesso de Thalles não me assusta. Me assusta é que infelizmente  talvez a máxima que diz que "não se pode enganar todo mundo o tempo todo" esteja errada. Pode-se sim, enganar muita gente o tempo inteiro, desde que esse monte de gente esteja clamando por enganação.

É isso.

Ouvindo: David Bowie é secular, mas faz som honesto

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu e os Petencostais


Nasci, cresci e me criei no seio da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quem lê esse blog, ( a saber, eu a patroa e as crianças) já esta careca de ver referências a minha formação. Sei que minha igreja de origem e entendida por muitos como uma seita, e sinceramente, nada mais falso. A igreja a qual ainda pertenço de coração ao menos pois a muito fui chutado de lá também. (Vejam, fui chutado da Fernandez Mera, da igreja que amo,o problema está em mim percebe?) não tem nada de seita. é uma igreja séria, que segue os ensinamentos de Cristo, que tem contas transparentes e não se mete em escândalos. Por guardar um preceito bíblico, o  Sábado,  somos mal interpretados, mas isso realmente não incomoda.

Pois bem. Resolvi a tempos atras que deveria conhecer outras vertentes religiosas, outras formas de encarar a Bíblia e as questões modernas que afligem os questões nos dias de hoje. Fui  algumas igrejas me identifiquei inclusive com uma especifica e quero aqui traçar um apanhado do que vi e como interpreto. Sei que é muita presunção imaginar que alguém vá ter paciência para ler este texto até o fim, mas pouco me importa, então se quiser parar fique a vontade, a julgar pela introdução será um post relativamente longo e talvez você tenha coisas mais importante para fazer do que ler o que acho. Vamos ser sinceros, se sua vida fosse minimamente interessante você nem neste blog estaria, então leia até o fim porque o texto vai ser legal e você claramente esta com tempo ocioso já que está aqui.

Antes de minhas considerações aqui vai um parágrafo a parte mas necessário para o entendimento do post como um todo. Cada vez que vou a uma igreja Pentecostal me sinto invadido de amor. As pessoas, ou melhor os irmãos que lá estão me recebem bem, me fazem sentir-me a vontade e sempre que se dirigem a mim é com palavras de amor, encorajamento e que me deixam feliz. Isso é o mais importante é assim que toda igreja deve ser, independente de seus credo fundamentais e de sua forma de adorar a Deus. As igrejas precisam transbordar amor. Senti isso em cada passagem que tive por uma igreja Pentecostal. Isso dito, vamos as impressões.

Para começo, não quero fazer a distinção que acho meio sem sentido entre Pentecostais e Neo Pentecostais. Fui em igrejas de ambas as vertentes e a forma de adorar é basicamente a mesma assim como os ensinamentos pouco se diferem, virtualmente não da pra traçar uma linha divisória entre o que pensam um e outros. Talvez nos costumes, mas isso não vem ao caso.

Começo falando pelo meu elemento. A música. Muito, mas muito mais animada do que nas igrejas protestantes tradicionais, das  quais a Igreja Adventista faz parte. Pena que animação não seja sinônimo de qualidade. São bem intencionados, mas poucos entendem de fato o que estão fazendo. Acham que louvor é repetir incessantemente  e o maior número de vezes possível a mesma frase, como se Deus fosse acometido de alguma dificuldade de entender o que eles querem dizer. Cansa. E muito. Algumas igrejas a bem da verdade tem esta visão e colocam músicas com mais conteúdo e menos "reza" em seus momentos de louvor e conseguem reais momentos de conexão entre a igreja e a quem ela adora e confesso, esses momentos são de chorar de lindos! Ver uma igreja conectada, no mesmo espirito, louvando a Deus com a energia e a vontade que eles tem é maravilhoso!!! Muito diferente do louvor burocrático que 99% das igrejas Protestantes que não te toca, vira algo monocórdio e a seu modo também acaba sendo pouco mais que uma "reza". O problema é que para alcançar esta conexão é preciso um bom condutor de louvor (poucas igrejas tem) um público que esteja buscando esta conexão de fato e não apenas repita as sentenças projetadas por repetir entre outros detalhes. Mas repito, quando acontece, é lindo!!! Faz a vida valer a pena.

Ainda sobre a música, eles não diferem ritmos quando o assunto é louvor. No caldeirão deles cabe rock, samba, forró, mpb, musica cristã tradicional e o que mais for. Beleza. O problema é que como nas igrejas protestantes e mesmo na música secular, 95% no mínimo do que é produzido é lixo puro. Mal gravado, mal cantado, mal tocado, mal concebido, com furos teológicos gritantes nas letras e sem o menor sentido de ser VENDIDO. Se fosse doado, deveria ser recebido por educação. Como é vendido, é pouco menos que uma afronta. Mas sobre os 5% que vale a pena ser visto e ouvido é sem dúvida alguma, trabalho de excelência. E algo que  difere os artistas Pentecostais de maneira absolutamente positiva: Buscam incessantemente a unção de Deus. Falam nela o tempo todo. Vivem de forma a atrai-la. É COMOVENTE!

Sobre as ofertas. Completamente diferente das igrejas tradicionais. Oferta é ponto de honra para eles. E me incomoda, confesso a constante interligação que fazem com o ato de ofertar com o ato de receber bençãos de Deus. Sim, Deus nos promete que se formos liberais, bençãos cairão. Isso é fato. Mas fato é também que Dízimo é preceito bíblico,  e deve ser devolvido. Mas a enfase ao pedi-lo bem como os pedidos por ofertas sempre de forma a ficar numa linha tênue entre o pedido e a coerção pura e simples me incomoda. Jamais alguém deveria ir a uma igreja e sentir-se constrangido por não ofertar. Isso para mim é impensável. Mas muitas vezes foi assim que me senti. Constrangido por não ofertar e pior, não ofertei por entender que não posso fazer isso por me sentir constrangido e sim por ama ao meu Deus a ponto de dispor de tudo o que for material em benefício de sua obra. Neste aspecto as igrejas tradicionais são bem mais tranquilas e muito menos invasivas.

Sobre as mensagens. Me parece que para os Pentecostais talvez Jesus volte a esta Terra lá por 2158. ou Talvez demore um pouco mais. E isso é bom porque dará tempo para que consigam todas as bençãos materiais que querem. Ou seja, a volta de Jesus não parece estar entre as maiores preocupações nas igrejas que visitei. "Uma hora Ele volta, mas até lá vamos ofertar e receber bençãos materiais". Este parece ser o pensamento. Outra coisa que a mim é muito estranho é este lance de milagres. São muitos, o tempo todo a qualquer hora. Veja, posso estar errado, mas acho que milagres acontecem sim, mas com menos espetáculo e mais joelho no chão e comunhão real e genuína. Fora que as igrejas protestantes batizam em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo e nas igrejas Pentecostais que fui existe um batismo "especifico" pelo Espirito Santo que você pode passar ou não. Ou seja, você pode ser um cristão e primeira ou segunda categoria. Depende de como você é batizado. o que nos leva ao próximo tópico.

Dom de línguas. Sem dúvida este é o meu maior incomodo ao entrar em uma igreja Pentecostal. Alguns falam línguas, outros não. Ninguém entende e muito menos ninguém traduz. Deus fica ali, reinando na bagunça. Me parece, não digo que seja, mas me parece repeito, puro exibicionismo, ou se isso não for, um emocionalismo do qual Deus não toma parte. Para que falar em línguas que ninguém, nem a pessoa que está falando entende? Qual o sentido? Qual a razão e sobretudo em que isso ajuda a edificação da igreja? Nada!!!

Em linhas gerais, me sinto bem e muito bem recebido cada vez que vou a uma igreja Pentecostal em especial a que venho frequentando. e Talvez minhas impressões possam estar absolutamente erradas. Talvez eu esteja vendo tudo por um angulo errado. Claro que pode ser isso, não sou o dono da verdade apenas exponho o que vejo e como vejo.

Igrejas são comunidades e nelas encontramos pessoas que pensam e agem de forma divergente a nossa e isso é antes de mais nada bom, pois produz choque de ideias. Aprendi a amar meus irmãos Pentecostais da mesma forma e na mesma medida do amor que sinto que eles me dispensam quando esto em seu meio.

É isso.

Ouvindo: Cassiane




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Elbio Fernandez Mera


Só quem já trabalhou com o Sr Elbio, vai poder entender na plenitude o que estou falando. O setor imobiliário se divide entre a Fernandez Mera e todas as outras. Sim, reconheço que todas as imobiliárias grandes são iguais. Tem os mesmos vícios e virtudes. Todas tem departamentos jurídicos que beiram a patetice, ficam com a maior parte do prêmio dos corretores, tem gerentes que parecem Toupeiras ambulantes, e um sistema de gestão que beira o que se fazia no século 17.  Todas promovem primeiro os puxa sacos, depois os puxa sacos e talvez depois os competentes. Mas só uma tem o Sr Elbio Fernadez Mera como seu farol. E que farol!!!

Esperei quase um ano após sair da Empresa que este incrível homem fundou para escrever este post. Foram 10 anos lá. Antes foram mais um ano na Apoena Imóveis, onde aprendi quase tudo que sei com outro excelente profissional o Sr Alexandre Alves Cardoso da Apoena Imóveis, meu primeiro lar profissional. Depois fui para a Abyara, antes que ela virasse esta coisa abjeta chamada Brasil Brokers e ela mesma tivesse também uma  figura icônica para se espelhar no caso o Sr Minoru, um de seus fundadores.

Mas foi na Fernandez Mera que aprendi que o mercado que escolhi para trabalhar é feito de referências.  E neste quesito o Sr Elbio é imbatível.  Ele fala e você automaticamente se cala para ouvir. Ele prediz e acontece. Ele saiu do nada para ter tudo o que uma pessoa pode querer profissionalmente. Ele é o verdadeiro "Mestre dos Magos. Me orgulho de ter trabalhado em sua empresa. Me orgulho de ter feito parte da família (algumas imobiliárias tem "Famiglias" de tão mafiosas que são e se você não leu The Godfhater vá a merda que não perderei meu tempo explicando referências obvias). A figura do Sr Elbio é tão mítica (e, como é raro ser um mito em vida!!!) que de sua empresa sempre se espera o melhor.

Sim, fui muito injustiçado na Fernandez Mera. Sair de lá para mim foi dolorido, triste, humilhante em vários aspectos, mas nada disso macula de forma alguma a figura do Sr Elbio como exemplo para mim. Dois dos momentos mais felizes de minha vida se deram em encontros absolutamente fortuitos com o Sr Elbio.

O primeiro foi quando fechei uma unidade do Lumiar, um empreendimento da Gafisa no Morumbi e ao pegar o elevador da empresa com a pasta contendo os documentos para o fechamento, lá estava o Sr Elbio e ele me perguntou duas coisas: "Companheiro Miranda, onde está o seu crachá?" Ele sempre quer todos os funcionários de crachá!!! E logo depois: O que o Sr Esta fechando? E eu todo orgulhoso disse " Um Lumiar Sr Fernandez e a unidade do 1. andar!" Ele virou-se para seu filho Gonzalo que o acompanhava e disse " Um Lumiar??? Muito Bom  Companheiro, Muito bom mesmo!!!" Vejam, eu estava sem crachá e ele soube meu nome. Ele elogiou uma venda que ele mesmo como dono da imobiliária sabia ser muito difícil de se realizar. Fui para casa feliz, muito feliz.

O outro foi no lançamento também da Gafisa do "Olimpic Chacara Santo Antonio" Eu com um cliente para 3 unidades e nenhum gerente para me dar suporte. Vem o Sr Elbio e me diz: Companheiro Miranda, se acalme. O cliente jamais pode sentir a sua ansiedade  (sim, eu estava mega ansioso) deixe-o  você ansioso para comprar, não o contrário. Uma lição que trago comigo para toda a vida e a venda saiu, com calma, naturalmente como ele havia me pedido.

Quando sai da Fernandez Mera um dos motivos que quase me jogou em real depressão foi o fato de terem me dito que fui chutado por um pedido pessoal do Sr Elbio. Isso me abalou sobremaneira. Chorei de raiva e frustração. Afinal tinha vestido a camisa e dado meu sangue por 10 anos. Hoje prefiro acreditar que foi pura intriga e se não foi que o Sr Elbio é tão sábio e defende tanto sua empresa que se ele diz que cometi erros, eu de fato os cometi a ponto de prejudicar sua empresa, o que muito me entristece.

Sim, já fui convidado diversas vezes para voltar (não por ele obviamente, quem sou eu para isso??? rsrsr) mas fui bem acolhido na casa que trabalho hoje. Sou valorizado, tenho tranquilidade para trabalhar, mas jamais poderia deixar de render meu tributo a um homem que sem trocar mais que dois minutos de palavras comigo ao longo de 10 anos me ensinou com sua postura, sua elegância, sua integridade e sobretudo sua  honradez que no mercado imobiliário se pode sim fazer um bom trabalho e ainda ser admirado pelos motivos certos.

Obrigado Sr Elbio por 10 anos maravilhosos que passei em sua empresa onde travei contato com o melhor e é bem verdade também com o o pior de  um mercado que amo, o mercado imobiliário e muito obrigado mesmo por sempre personificar a melhor parte deste mercado!


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Beatriz Nunes, a bela voz do Madredeus


Nem tudo na vida tem que ser irritantemente polarizado.  Mas na maioria das vezes é assim que funciona. Torce-se a favor de determinado time de futebol e odeia-se todos os outros. Gosta-se de tal perfume e os outros não são bons o suficiente. Um estilista vira tendência a ser seguida e o trabalho de tantos outros torna-se imediatamente ofuscado e assim é em muitos outros exemplos que eu poderia usar aqui.

Acontece que se uma coisa é boa, não exclui outra na mesma área de ser. Duas coisas diferentes, podem ser igualmente boas. Isso é a vida. Mais de uma opinião correta sobre o mesmo assunto, mais de uma forma ou angulo de se ver determinada situação. É assim que tem que ser. Ou ao menos, deveria ser assim.

Tudo isso pra falar de Beatriz Nunes que mesmo tendo já um tempo no Madredeus volta e meia tenho que me deparar com "fãs" raivosos a falar que o Madredeus acabou, que ela é uma caricatura de Teresa Salgueiro, que sem Teresa Madredeus não existe, isso e aquilo e aquilo outro.

Qual é pessoal???  Teresa saiu, Beatriz entrou e a beleza continuou. Madredeus continua lindo como sempre. é claro que se Teresa tivesse sido substituída por uma cantora  sem talento ou com talento inferior ao dela, tudo poderia ser dito e deveria ser dito e o Madredeus deveria encerrar suas atividades, mas isto não esteve nem perto de acontecer. Beatriz canta e canta muito. Talvez a doçura de sua voz, o algo contido de sua interpretação em contraponto a quase sempre urgente interpretação de Teresa ( e digo quase sempre porque Teresa também sabia imprimir doçura e leveza quando necessário) tenha causado estranhamento aos fãs no inicio, mas a quanto tempo ela já esta com o grupo? Quantas turnês? Por favor, aos que ainda a veem com reservas vamos abrir os ouvidos e sobretudo corações e deixar a beleza de suas interpretações nos acalentar e fazer-nos felizes.

Não existe necessidade de entrarmos em comparações pois ambas são maravilhosas de ouvir e ver. Ambas dominam os palcos, enchem-no com sua presença, são visualmente perfeitas e vocalmente deslumbrantes. Por que então este mal humor por parte de alguns? Ok, toda unanimidade é burra, mas discordar do que é bom apenas por afeição pessoal também não é das mais inteligentes posturas.

Teresa levou e apresentou o Madredeus ao mundo. Beatriz continua seu trabalho com graça e competência. Os verdadeiros fãs do grupo devem apoia-la, sempre e sempre e sempre. Temos tão pouca música de qualidade hoje em dia no mundo e o Madredeus é um oásis no deserto da iniquidade musical que deve ser protegido, amado, louvado.

Vida longa ao Madredeus, com Beatriz e um agradecimento a tudo o que Teresa antes dela fez pelo grupo.

Com Beatriz


Com Teresa


É isso.

Ouvindo: Madredeus

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu quero um jardim e que ele seja lindo como a voz de Teresa Salgueiro


Tem coisas que escrevo apenas para mim. Se as pessoas lerem, azar o delas. Se não lerem, se livraram de boa. Flores no jardim. Eu quero flores no meu jardim. Mas as flores que eu quero no meu jardim, não são para presentear a quem quer que seja, são apenas para reparar e corrigir ( que neste caso são sinônimos e sinal de uma péssima escrita) o solo do meu coração e talvez mais que isso, de minha própria vida.

Porque outro dia eu li que para reparar o solo, os agricultores tem que plantar alguma coisa nele antes da plantação principal. Acho que era algo mais ou menos assim. Não sou agricultor e não quero plantar nada, nenhuma cultura principal, mas quero corrigir o meu solo. Quero que ele seja novamente pronto para brotar sentimentos bons, não apenas palavras de auto defesa  e uma bronca com o mundo em geral que não sei bem de onde vem mas sei bem para onde me levará. (E se eu sei, não preciso falar aqui para ninguém, é o que me basta).

Flores no jardim seria algo bom muito para mim neste momento. Gérberas, Rosas, talvez algumas Tulipas e um alguns Cravos também. Minha flor favorita ainda é o Girassol por seu óbvio simbolismo,  então alguns também se fariam necessários. Eu queria um jardim que fosse lindo como a voz de Teresa Salgueiro e que falasse a quem o olha de coisas pequenas, como a linda canção que ela tão bem interpreta. Um jardim que interpretasse meus sentimentos meio que de bate pronto a quem sensível fosse para percebe-lo.

Flores no jardim poderiam mascarar as imperfeições, porque elas não precisam ficar tão a fronte , tão a vista, tão ao prontas ao toque de qualquer pessoa que se disponha. Imperfeições devem ficar ali, escondidas, pois todos as temos e todos sabemos que outros as tem, então escancara-las, sem a proteção de um jardim é assumir uma culpa desnecessária e não é um ato de sinceridade e sim de estupidez.

Ter algumas flores no jardim equivale a uma bela trilha sonora. é oferecer um sonhar acordado a quem passa e olha por alguns instantes o meu jardim, a minha vida. Não sou necessariamente um bom Jardineiro, na verdade como em quase tudo na vida, eu seria um péssimo profissional, por pura falta de vontade de ser bom. Mas se eu conseguir algumas flores para este jardim, tentarei cuida-las bem. Com água, nutrientes e o que mais for preciso. Tal qual Teresa ( sempre ela a me embalar), cuida de sua voz, para que seja sempre bela, sempre potente e sobretudo sempre emocionante, tentarei cuidar deste jardim de uma forma que ele fique  sempre agradável e possa passar a imagem ( ainda que para muito falsa) de que posso sim, ser um tanto quanto bacana as vezes, ao menos as vezes.

Embora eu tenha que admitir que como quase tudo o que faço o prazer neste jardim será primariamente meu e secundariamente meu também, tenho sim me preocupado em parecer mais co um jardim do que com um deserto. Por que? Não sei. A idade talvez. Ou talvez seja o fato de perceber que preparo sempre as pessoas para verem o pior que tenho a oferecer e depois eu mesmo reclamo disso. Eu preciso ser melhor. Só não sei como. Acho que um jardim pode me ajudar. Talvez. Não sei. Se não der, eu tentei. Se der, eu tentei e consegui. Eu quero um jardim. Um jardim lindo como a voz de Teresa Salgueiro

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O Brasil, sua seleção nacional de futebol, seu fracasso e porque não o perdoamos


Não perdoamos o fracasso. Isso é fato. Não toleramos o fracasso. Seja nosso, seja de quem nos representa. Não vou falar de fracasso individual, mas sim do coletivo e então, repito: Não aceitamos o fracasso.

Alguém realmente duvida que se tivéssemos perdido por 1x0 ou 2x1 (que são placares normalíssimos), estaríamos igualmente frustrados e chateados com nossa seleção? Claro que estaríamos e por que? Por que independente do placar uma derrota significaria apenas uma coisa: Fracasso. E, se já fracassamos em tantas áreas, fracassar em uma que deveríamos, ser e até ontem eramos de fato, excelência é simplesmente inaceitável! Ao menos para a grande maioria de nossa população.

Perder nunca é agradável e embota percepções. Poucos se lembram que a posição número 4 dentro de uma Copa do Mundo é plenamente aceitável. Menos pessoas se lembram e aceitam o fato de que TODAS as seleções que comparecem a um mundial o fazem em busca de dar o seu melhor. Não eramos, por tanto, uma ilha de vontade extra de ganhar a competição. Fazíamos isso sim, parte de um mega continente de seleções com a mesma ambição. A ambição da vitória, de sermos melhores, de novamente recebermos o reconhecimento mundial como os imbatíveis.

Acontece que a seleção perdeu. E jogou na nossa cara que não somos nada disso. Nem imbatíveis, nem melhores e nem os mais organizados. Somos canhestros. Aceitamos que o futebol seja dirigido por gente da estirpe de José Maria Marin, o idiota Mor, e agora será por Marco Polo Del Nero, o idiota aprendiz. Aceitamos gastar dinheiro com  uma Copa que nada nos trouxe além de uma decepção monstro. Aceitamos nossas mazelas. Não reclamos por não ter escolas ou blá blá blá, mas reclamamos por não sermos campeões mundiais.

Não perdoamos a derrota para a Alemanha porque ela escancarou que eles são melhores, mais simpáticos, menos ( ou muito menos, ou nada) malandros quando comparados a nós, são organizados, enfim, nos superaram em tudo e com louvor.

Nós perdemos a Copa mas não nos demos conta que o nosso Brasil é quem perdeu com a realização da mesma em nosso solo. Somos tolos. E não ligamos. Apenas temos raiva por não termos ganho a Copa, a maldita Copa. Não perdoamos ao Felipão, ao Fred ou  quem quer que seja, mas os verdadeiros responsáveis, esses sempre serão poupados pela total e absoluta ignorância de um povo que não consegue distinguir um jogo de futebol do que realmente importa!

É isso.

Ouvindo:: Sabotage