segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Sublime, de Leonardo Gonçalves


Dia desses atrás investi uma grana que não tinha e não deveria em um fone de ouvidos top.Não da pra ouvir música em fones de barraquinha de camelô. Não da. Mas confesso, estava chateado e pensando na inutilidade do meu investimento, uma vez que ouço quase sempre as mesmas musicas por pura falta de renovação da cena musical seja ela cristã ou secular. Não tenho mais paciência de garimpar coisas diferentes e vou muito na base da indicação ( e neste quesito minha garotinha de 14 anos é insuperável em me apresentar bacanices) De qualquer forma, não tinha ouvido nada que valesse a pena, que mexesse comigo ao ponto de me fazer pensar "poxa, ta explicado a grana gasta em um fone de ponta".

Dai, eu fiquei sabendo também dias atrás, acompanhando a pg do Leonardo Gonçalves no facebook  que ele tinha pingado o vídeo de "Sublime" da gravação do seu dvd. Não quis ver de início porque queria sentir o que a galera falaria, qual seria a reverberação nas redes sociais e tals. Claro que a maioria falou bem e uns poucos falaram alguns absurdos. Assisti hoje cedo, mais especificamente as as 6:38 da manhã enquanto me preparava para o meu banho e, bom, o que eu posso dizer que já não tenha sido dito?

Antes de mais nada, Leonardo é um ser pensante. Isso pode parecer redundante, afinal todos nós seres humanos o somos. Ou deveríamos ser. E o "x" da questão reside exatamente ai. A grande maioria abre mão de ser "pensante" para apenas ser. Leonardo não.Suas musicas, suas palavras, suas postagens em redes sociais, sua arte, enfim, refletem as ações de uma pessoa que pensa, logo existe e produz qualidade.

"Sublime" que pelo o que entendi, abriu o show (digo isso por não ter ido, mas tem toda a cara de abertura, se não foi , perdão) é uma música tão bem estruturada, com uma letra tão envolvente e reflexiva e interpretada com tanta garra e ao mesmo tempo tanta leveza que fica pedindo para ser vista, e revista, e ser vista mais uma vez e outra repetição e mais uma e outra pra finalizar até que o ciclo todo se recomece.

É evidente que neste formato, a imagem é tão importante quanto o som e neste quesito Leonardo deu show também! A abertura te remete a um vídeo clipe e quando menos se espera percebe-se que se trata apenas de uma imagem muito bem construída abrindo com uma beleza e sensibilidade impares o inicio da canção. Corta para Leonardo de costas, envolto em uma fotografia de design encantador e embora sóbria, extremamente "jovem" por assim dizer, que embala uma interpretação como já se disse, magnífica.

O instrumental é um capítulo a parte. Músicos de ponta que além de tocarem seus instrumentos de forma perfeita são também eles mesmos peças importantes na composição do vídeo, pois se envolvem e envolvem também eles mesmos ao público com seu virtuosismo que tem como moldura uma postura de palco nada menos que  fabulosa também.

Não tenho o dom de tecer loas infinitas ao que quer que seja, mas este "Sublime" por qualquer lado que se olhe é o melhor vídeo que assisto em muitos e muitos anos de um cantor cristão Brasileiro. Palmas para Leonardo que não se preocupa em fazer apenas um "produto" mas algo que valha a pena desembolsar-se dinheiro para te-lo em sua casa. Leonardo é sério, leva a sua carreira a sério e trata seu púbico com o respeito que poucos artistas hoje em dia dispensam para sua audiência.

Vida longa e frutífera para Leonardo Gonçalves! Em outro post deste modesto espaço eu disse que Emicida seria a salvação da música popular brasileira e neste, eu digo com todas as letras que Leonardo Gonçalves é o modelo a ser seguido por quem quer produzir música de qualidade e oferta-la ao seu público sem passar vergonha ou engana-lo.



É isso.

Ouvindo: Sublime, de Leonardo Gonçalves




domingo, 3 de agosto de 2014

IURD e seu Templo de Salomão


Salomão construiu um templo porque assim lhe ordenou o Senhor,já que seu pai, Davi, um homem de guerra entre outros atributos pouco elogiáveis não poderia erguer-lo (embora fosse considerado um homem segundo o coração de Deus).

A IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) ergueu também seu "Templo de Salomão), mas por motivos bem menos nobres do que o original. A saber: Vaidade, megalomania e sobretudo necessidade de aumentar a arrecadação. Seus lideres que de bobos nada tem, como também não tem nada da nobreza e Salomão e muito menos sua sabedoria compensando tudo isso com uma boa dose de astúcia e desfaçatez, chamaram a nata (podre) da politica brazuca e todo o casting da Rede Record, a televisão controlada pela prórpia IURD pra tentar dar um verniz de seriedade a sua inauguração. Ficou ainda mais patético.

Isso posto, vale a pena lembrar que a critica pura e simples a IURD não funciona. Pode-se criticar seus figurões, pois são todos muito pouco ou nada sérios quando a questão é Cristianismo, mas não pode-se perder de vista de forma alguma que seus fiéis são pessoas que de alguma forma buscam o conforto, alento e sobretudo a Deus em suas dependências e em suas casas também seguindo as orientações pouco ou nada ortodoxas de seus Pastores. É triste? é! Mas há que se respeitar a estes fiéis como qualquer outro Cristão quer que se respeite sua denominação.

Não faço planos de entrar neste local, mas se preciso for algum dia entrarei. E procurarei a Deus nele, pois por mais que minhas convicções acerca das pessoas que o ergueram sejam pautadas em sentimentos altamente negativos, sei que Deus não se guia pelas minhas convicções ou a de quem quer que seja e se uma única pessoa o invocar com o coração puro e adorador ele lá estará, pronto a auxiliar e confortar a esta e todas as pessoas que lá estiverem.

Além do mais temos que lembrar de nossos próprios defeitos não? Qual a denominação religiosa, que é imune a escândalos dos mais variados? Podemos citar a pedofilia que assola a Cúria Católica, podemos citar a sem cerimônia com que o dinheiro é mal utilizado em diversas outras denominações, podemos citar  até mesmo a falta de compaixão, amor ao próximo além do sentimento de soberba por ser Cristão que muitos nutrimos em relação aos que não são, como se isso nos fizesse superiores. Enfim a muito a ser esmiuçado no quesito "defeitos" ao se falar de todas as religiões Cristãs. Usar de uma suposta conduta moral mais elevada para criticar a construção do tal templo é o mesmo que esquecer que lá congregam pessoas tão ou mais honestas que eu ou você que está lendo este texto.

Não quero no entanto com este texto escusar a quem quer que seja de suas responsabilidades quanto a forma  que este templo foi erguido. Não sou ingênuo e sei muito bem que os métodos utilizados quer seja  para a arrecadação de dinheiro, quer seja para conseguir alvarás de construção entre outros não são os que encheriam de orgulho aos verdadeiros Cristãos e que muitos membros da IURD podem ter ficado desapontados com a forma que este templo se ergueu. Mas isso é algo de responsabilidade única e exclusiva das pessoas que nestes "rolos" se envolveram. Aos fiéis que a esta catedral afluem com o desejo de encontrar-se com seu Deus, certamente esta dádiva não lhes será negada, então, mais uma vez, há que se respeitar aos que ajudaram a construir esta igreja pois sua imensa, sua gigante maioria o fez de forma pura, fiel e contrita, esperando dar ao seu Deus a melhor casa que ele poderia habitar aqui na Terra e se orgulham ( ainda que os acabamentos pelo que vi seja absolutamente questionáveis do ponto de vista estético) de te-lo conseguido.

Digo então aos que quiserem criticar que direcionem suas criticas as pessoas certas, aos lideres desta igreja e não o façam genericamente como se toda a membresia desta igreja fosse culpada elos atos de alguns.

É isso.

Ouvindo: "Rei Das Nações", do VPC

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Sobre Amy Grant


Sou louco, apaixonado por música isto é mais que lido e sabido por quem frequenta este espaço. (No caso eu, eu mesmo e talvez Irene, de vez em quando). Fato é que na minha formação musical, que é leiga, mas absolutamente invulgar,alguns cantores, cantoras, bandas, músicos enfim tem participação mais que especial e determinante. Por diversos fatores, alguns deles (um seleto grupo dentro da minha já seleta seleção, e sim, algumas vezes uso parenteses demais, mas e dai, não gosta, não leia)  são ainda mais especiais.

Amy Grant é a seleção dentro da seleção dentro da seleção quando o assunto é integridade musical. Em mais de 20 anos de carreira, na verdade bem mais que isso, Amy Grant NUNCA vendeu suas convicções ao mercado. é impressionante a coerência musical que permeia sua obra. Um artista, a meu ver, jamais deveria gravar o que o mercado pede e sim o que o seu feeling, a  sua verdade lhe ordena e Amy Grant é uma artista assim.

Não se vê em sua obra, canções feitas para serem comerciais, seus shows sempre tem um "set list" honesto e coerente tanto com seu momento quanto com o conjunto de sua obra. Um ponto importante a se ressaltar também é que Amy nunca teve "vergonha" de sua veia "pop" por assim dizer. Não, ela não é uma cantora que canta apenas musicas com cunho Cristão. Amy tem músicas românticas, musicas descaradamente Pops e divertidas e até musicas de cunho social como  a espetacular "Ask Me" em que ela fala de um assunto que todos evitam, o abuso sexual infantil.

Seus álbuns, (tirante coletâneas que obviamente são obrigações contratuais com gravadoras, muitas vezes lançadas a contragosto do artista) nunca foram álbuns  lançados apenas para cumprir contratos. Sempre tiveram o que dizer. São álbuns calcados no sentimento genuíno que brotou da necessidade de levar a seu público mais que simples canções, mas mensagens que fossem coerentes com as expectativas de seu público, ue em relaçõ a Amy, sempre são altas.

Mesmo quando suas músicas são desbragadamente Pops, como por exemplo "SimplesThings" tem um "que" a mais. Não incorrem  no maior pecado Pop que é produzir músicas que nada mais são do que um fim em si mesmas, antes são quase sempre marcos renovadores e que refrescam  o estilo, lançando tendências, mostrando para onde o Pop deveria ir.

Podem chamar isto de um post de Fan. E é mesmo. Mas lembre-se você que lê que sou um fã com tendências psicóticas que não pensa duas vezes em espicaçar ( amo esta palavra) mesmo a quem admiro. No caso de Amy, simplesmente não é possível.



É isso.

Ouvindo: Amy Grant é obvio!

terça-feira, 29 de julho de 2014

Império, de Aguinaldo Silva


Minha relação com as novelas é assim: Assisto o início para poder espicaçar ou elogiar assisto o meio pra ver se desandou ou continua no prumo e assisto os capítulos finais para constatar que todas são, no fundo iguais.

Algumas poucas no entanto assisto de forma completa. E Império, de Aguinaldo Silva, parece que vai conseguir prender minha atenção. A julgar pela agilidade da edição dos capítulos iniciais, pelo apuro da produção, pelas boas interpretações (tirando é claro o poste chamado Adriana Biroli, e a inutilidade em cena de Marjorie Estiano) e também e sobretudo pelos diálogos afiados e muito bem escritos.

É preciso ainda entender se o personagem de Paulo Betti é mesmo uma caricatura ou se o ator passou do tom nas cenas iniciais. É preciso também constatar que o personagem de Ailton Graça, (um ator correto), não funcionou por conta da falta de jeito de seu interprete em se posicionar como gay. Tende é claro a mencionar pela competência aqui citada do cidadão. José Mayer, continua sendo apenas José Mayer, agora numa versão YMCA.

O visual é esplendoroso, a fotografia padrão "Globo" e a direção de arte um capitulo a parte. Muito bem executada. O par central achou o tom desde o início, sente-se a tensão entre Alexandre Nero e Lília Cabral de forma palpável e Lília consegue ser especialmente crível como a mãe que gosta mais de um filho que de outro. Alexandre Nero é também um ator promissor que está muito bem no papel do 'imperador".

Aguinaldo Silva é um autor de quem sempre se pode esperar textos interessantes. Teve poucas derrapagens na carreira, mas é claramente panfletário, por motivos óbvios quando a questão é o homossexualismo. Este pode ser, a julgar pelo número de personagens gays ( três até agora) o ponto fraco de "Império". A novela pode virar um panfleto e quando obras de arte viram panfletos dedicados a seja que causa for, perder a força e deixam de servir ao público para servir ao desejo de seus autores. É  assim na TV, Teatro e Cinema. Panfletos são horríveis na medida em que deixam  de divertir o público para tentar "educa-los". Espero que calejado que é Aguinaldo não caia nesta cilada, como caiu bobamente Walcyr Carrasco.

Se mantiver a força dos diálogos e as atuações em nível elevado "Império" tem tudo para ser uma das melhores novelas dos últimos tempos.

É isso.

Ouvindo: Clash



sábado, 26 de julho de 2014

Sobre Thalles Roberto


Antes de mais nada tem que ter muita boa vontade para chamar este rapaz de cantor. Pode ser um bom instrumentista ( acho difícil), mas cantor? Jura??? Bom, tanto a musica secular como na música Cristã o ruim sempre prevalece então  para a crentaida do meu Brasil varonil o cara é cantor. fazer o que?

Não quero aqui repisar idéias, é chato, mas as vezes é inevitável. Se existe o tal do "funk ostentação" o que quer que isso queira dizer, talvez o que mais se aproxime de definição para o não artista Thalles Roberto seja o "gospel ostentação". Um sonzinho ruim que é claramente um fim em si mesmo, sem unção, sem derramamento de verdade, sendo apenas um encadeamento de "lugares comuns" e chavões cristãos colocados de forma criteriosa, é bem verdade que enganará os mais tolinhos como se fossem pílulas de sabedoria e encorajamento, quando são na verdade apenas chavões acompanhados de um instrumental muito bem executado exatamente para mascarar a falta de conteúdo das letras.

Thalles obviamente não pode entregar o que não tem. Conteúdo. Vive metido em polêmicas sobre caches, apresentações desmarcadas, sempre se escondendo no tal do "profissionalismo" usando como escudo o amadorismo dos contratantes para volta e meia ter seu nome associado a mais una polêmica que em nada dignifica o evangelho.

Quem sou eu para falar sobre isso? Ninguém! Mas não cobro caches absurdos para cantar e muito menos gravei cd algum exatamente por não ter talento para tanto. Thalles além de não passar de um artista mediano para ruim se porta como super star. Isso é simplesmente inaceitável em se tratando de alguém que diz ter comprometimento com a palavra de Deus e que diz querer proclamar as verdades do evangelho. Se quisesse mesmo não trataria de macular o nome dos cristãos com seu comportamento errático.

Não dá nem para ter nada contra a "música" de Thalles  porque não da pra chamar o que ele faz de música. Claro que no mundo "gospel" todos tem que ser políticos o suficiente para tecer loas a seu trabalho e cumprimenta-lo por suas indicações a Gramy Latino, Trofeu Promessas e outras patacoadas da industria fonográfica, mas vamos ser sinceros: Será que alguém leva realmente a sério um cara que fazia apoio para Jamil e Uma Noites? Um lixo de musica secular da qual ele trouxe obvias influências? Vamos falar a sério né???

Em um país como o nosso em que reais artistas que trabalham para a honra e glória de Deus  tem cada vez menos espaço nas gravadoras, sendo substituídos por cantores comerciais e descartáveis o sucesso de Thalles não me assusta. Me assusta é que infelizmente  talvez a máxima que diz que "não se pode enganar todo mundo o tempo todo" esteja errada. Pode-se sim, enganar muita gente o tempo inteiro, desde que esse monte de gente esteja clamando por enganação.

É isso.

Ouvindo: David Bowie é secular, mas faz som honesto

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Eu e os Petencostais


Nasci, cresci e me criei no seio da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quem lê esse blog, ( a saber, eu a patroa e as crianças) já esta careca de ver referências a minha formação. Sei que minha igreja de origem e entendida por muitos como uma seita, e sinceramente, nada mais falso. A igreja a qual ainda pertenço de coração ao menos pois a muito fui chutado de lá também. (Vejam, fui chutado da Fernandez Mera, da igreja que amo,o problema está em mim percebe?) não tem nada de seita. é uma igreja séria, que segue os ensinamentos de Cristo, que tem contas transparentes e não se mete em escândalos. Por guardar um preceito bíblico, o  Sábado,  somos mal interpretados, mas isso realmente não incomoda.

Pois bem. Resolvi a tempos atras que deveria conhecer outras vertentes religiosas, outras formas de encarar a Bíblia e as questões modernas que afligem os questões nos dias de hoje. Fui  algumas igrejas me identifiquei inclusive com uma especifica e quero aqui traçar um apanhado do que vi e como interpreto. Sei que é muita presunção imaginar que alguém vá ter paciência para ler este texto até o fim, mas pouco me importa, então se quiser parar fique a vontade, a julgar pela introdução será um post relativamente longo e talvez você tenha coisas mais importante para fazer do que ler o que acho. Vamos ser sinceros, se sua vida fosse minimamente interessante você nem neste blog estaria, então leia até o fim porque o texto vai ser legal e você claramente esta com tempo ocioso já que está aqui.

Antes de minhas considerações aqui vai um parágrafo a parte mas necessário para o entendimento do post como um todo. Cada vez que vou a uma igreja Pentecostal me sinto invadido de amor. As pessoas, ou melhor os irmãos que lá estão me recebem bem, me fazem sentir-me a vontade e sempre que se dirigem a mim é com palavras de amor, encorajamento e que me deixam feliz. Isso é o mais importante é assim que toda igreja deve ser, independente de seus credo fundamentais e de sua forma de adorar a Deus. As igrejas precisam transbordar amor. Senti isso em cada passagem que tive por uma igreja Pentecostal. Isso dito, vamos as impressões.

Para começo, não quero fazer a distinção que acho meio sem sentido entre Pentecostais e Neo Pentecostais. Fui em igrejas de ambas as vertentes e a forma de adorar é basicamente a mesma assim como os ensinamentos pouco se diferem, virtualmente não da pra traçar uma linha divisória entre o que pensam um e outros. Talvez nos costumes, mas isso não vem ao caso.

Começo falando pelo meu elemento. A música. Muito, mas muito mais animada do que nas igrejas protestantes tradicionais, das  quais a Igreja Adventista faz parte. Pena que animação não seja sinônimo de qualidade. São bem intencionados, mas poucos entendem de fato o que estão fazendo. Acham que louvor é repetir incessantemente  e o maior número de vezes possível a mesma frase, como se Deus fosse acometido de alguma dificuldade de entender o que eles querem dizer. Cansa. E muito. Algumas igrejas a bem da verdade tem esta visão e colocam músicas com mais conteúdo e menos "reza" em seus momentos de louvor e conseguem reais momentos de conexão entre a igreja e a quem ela adora e confesso, esses momentos são de chorar de lindos! Ver uma igreja conectada, no mesmo espirito, louvando a Deus com a energia e a vontade que eles tem é maravilhoso!!! Muito diferente do louvor burocrático que 99% das igrejas Protestantes que não te toca, vira algo monocórdio e a seu modo também acaba sendo pouco mais que uma "reza". O problema é que para alcançar esta conexão é preciso um bom condutor de louvor (poucas igrejas tem) um público que esteja buscando esta conexão de fato e não apenas repita as sentenças projetadas por repetir entre outros detalhes. Mas repito, quando acontece, é lindo!!! Faz a vida valer a pena.

Ainda sobre a música, eles não diferem ritmos quando o assunto é louvor. No caldeirão deles cabe rock, samba, forró, mpb, musica cristã tradicional e o que mais for. Beleza. O problema é que como nas igrejas protestantes e mesmo na música secular, 95% no mínimo do que é produzido é lixo puro. Mal gravado, mal cantado, mal tocado, mal concebido, com furos teológicos gritantes nas letras e sem o menor sentido de ser VENDIDO. Se fosse doado, deveria ser recebido por educação. Como é vendido, é pouco menos que uma afronta. Mas sobre os 5% que vale a pena ser visto e ouvido é sem dúvida alguma, trabalho de excelência. E algo que  difere os artistas Pentecostais de maneira absolutamente positiva: Buscam incessantemente a unção de Deus. Falam nela o tempo todo. Vivem de forma a atrai-la. É COMOVENTE!

Sobre as ofertas. Completamente diferente das igrejas tradicionais. Oferta é ponto de honra para eles. E me incomoda, confesso a constante interligação que fazem com o ato de ofertar com o ato de receber bençãos de Deus. Sim, Deus nos promete que se formos liberais, bençãos cairão. Isso é fato. Mas fato é também que Dízimo é preceito bíblico,  e deve ser devolvido. Mas a enfase ao pedi-lo bem como os pedidos por ofertas sempre de forma a ficar numa linha tênue entre o pedido e a coerção pura e simples me incomoda. Jamais alguém deveria ir a uma igreja e sentir-se constrangido por não ofertar. Isso para mim é impensável. Mas muitas vezes foi assim que me senti. Constrangido por não ofertar e pior, não ofertei por entender que não posso fazer isso por me sentir constrangido e sim por ama ao meu Deus a ponto de dispor de tudo o que for material em benefício de sua obra. Neste aspecto as igrejas tradicionais são bem mais tranquilas e muito menos invasivas.

Sobre as mensagens. Me parece que para os Pentecostais talvez Jesus volte a esta Terra lá por 2158. ou Talvez demore um pouco mais. E isso é bom porque dará tempo para que consigam todas as bençãos materiais que querem. Ou seja, a volta de Jesus não parece estar entre as maiores preocupações nas igrejas que visitei. "Uma hora Ele volta, mas até lá vamos ofertar e receber bençãos materiais". Este parece ser o pensamento. Outra coisa que a mim é muito estranho é este lance de milagres. São muitos, o tempo todo a qualquer hora. Veja, posso estar errado, mas acho que milagres acontecem sim, mas com menos espetáculo e mais joelho no chão e comunhão real e genuína. Fora que as igrejas protestantes batizam em nome do Pai do Filho e do Espirito Santo e nas igrejas Pentecostais que fui existe um batismo "especifico" pelo Espirito Santo que você pode passar ou não. Ou seja, você pode ser um cristão e primeira ou segunda categoria. Depende de como você é batizado. o que nos leva ao próximo tópico.

Dom de línguas. Sem dúvida este é o meu maior incomodo ao entrar em uma igreja Pentecostal. Alguns falam línguas, outros não. Ninguém entende e muito menos ninguém traduz. Deus fica ali, reinando na bagunça. Me parece, não digo que seja, mas me parece repeito, puro exibicionismo, ou se isso não for, um emocionalismo do qual Deus não toma parte. Para que falar em línguas que ninguém, nem a pessoa que está falando entende? Qual o sentido? Qual a razão e sobretudo em que isso ajuda a edificação da igreja? Nada!!!

Em linhas gerais, me sinto bem e muito bem recebido cada vez que vou a uma igreja Pentecostal em especial a que venho frequentando. e Talvez minhas impressões possam estar absolutamente erradas. Talvez eu esteja vendo tudo por um angulo errado. Claro que pode ser isso, não sou o dono da verdade apenas exponho o que vejo e como vejo.

Igrejas são comunidades e nelas encontramos pessoas que pensam e agem de forma divergente a nossa e isso é antes de mais nada bom, pois produz choque de ideias. Aprendi a amar meus irmãos Pentecostais da mesma forma e na mesma medida do amor que sinto que eles me dispensam quando esto em seu meio.

É isso.

Ouvindo: Cassiane




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Elbio Fernandez Mera


Só quem já trabalhou com o Sr Elbio, vai poder entender na plenitude o que estou falando. O setor imobiliário se divide entre a Fernandez Mera e todas as outras. Sim, reconheço que todas as imobiliárias grandes são iguais. Tem os mesmos vícios e virtudes. Todas tem departamentos jurídicos que beiram a patetice, ficam com a maior parte do prêmio dos corretores, tem gerentes que parecem Toupeiras ambulantes, e um sistema de gestão que beira o que se fazia no século 17.  Todas promovem primeiro os puxa sacos, depois os puxa sacos e talvez depois os competentes. Mas só uma tem o Sr Elbio Fernadez Mera como seu farol. E que farol!!!

Esperei quase um ano após sair da Empresa que este incrível homem fundou para escrever este post. Foram 10 anos lá. Antes foram mais um ano na Apoena Imóveis, onde aprendi quase tudo que sei com outro excelente profissional o Sr Alexandre Alves Cardoso da Apoena Imóveis, meu primeiro lar profissional. Depois fui para a Abyara, antes que ela virasse esta coisa abjeta chamada Brasil Brokers e ela mesma tivesse também uma  figura icônica para se espelhar no caso o Sr Minoru, um de seus fundadores.

Mas foi na Fernandez Mera que aprendi que o mercado que escolhi para trabalhar é feito de referências.  E neste quesito o Sr Elbio é imbatível.  Ele fala e você automaticamente se cala para ouvir. Ele prediz e acontece. Ele saiu do nada para ter tudo o que uma pessoa pode querer profissionalmente. Ele é o verdadeiro "Mestre dos Magos. Me orgulho de ter trabalhado em sua empresa. Me orgulho de ter feito parte da família (algumas imobiliárias tem "Famiglias" de tão mafiosas que são e se você não leu The Godfhater vá a merda que não perderei meu tempo explicando referências obvias). A figura do Sr Elbio é tão mítica (e, como é raro ser um mito em vida!!!) que de sua empresa sempre se espera o melhor.

Sim, fui muito injustiçado na Fernandez Mera. Sair de lá para mim foi dolorido, triste, humilhante em vários aspectos, mas nada disso macula de forma alguma a figura do Sr Elbio como exemplo para mim. Dois dos momentos mais felizes de minha vida se deram em encontros absolutamente fortuitos com o Sr Elbio.

O primeiro foi quando fechei uma unidade do Lumiar, um empreendimento da Gafisa no Morumbi e ao pegar o elevador da empresa com a pasta contendo os documentos para o fechamento, lá estava o Sr Elbio e ele me perguntou duas coisas: "Companheiro Miranda, onde está o seu crachá?" Ele sempre quer todos os funcionários de crachá!!! E logo depois: O que o Sr Esta fechando? E eu todo orgulhoso disse " Um Lumiar Sr Fernandez e a unidade do 1. andar!" Ele virou-se para seu filho Gonzalo que o acompanhava e disse " Um Lumiar??? Muito Bom  Companheiro, Muito bom mesmo!!!" Vejam, eu estava sem crachá e ele soube meu nome. Ele elogiou uma venda que ele mesmo como dono da imobiliária sabia ser muito difícil de se realizar. Fui para casa feliz, muito feliz.

O outro foi no lançamento também da Gafisa do "Olimpic Chacara Santo Antonio" Eu com um cliente para 3 unidades e nenhum gerente para me dar suporte. Vem o Sr Elbio e me diz: Companheiro Miranda, se acalme. O cliente jamais pode sentir a sua ansiedade  (sim, eu estava mega ansioso) deixe-o  você ansioso para comprar, não o contrário. Uma lição que trago comigo para toda a vida e a venda saiu, com calma, naturalmente como ele havia me pedido.

Quando sai da Fernandez Mera um dos motivos que quase me jogou em real depressão foi o fato de terem me dito que fui chutado por um pedido pessoal do Sr Elbio. Isso me abalou sobremaneira. Chorei de raiva e frustração. Afinal tinha vestido a camisa e dado meu sangue por 10 anos. Hoje prefiro acreditar que foi pura intriga e se não foi que o Sr Elbio é tão sábio e defende tanto sua empresa que se ele diz que cometi erros, eu de fato os cometi a ponto de prejudicar sua empresa, o que muito me entristece.

Sim, já fui convidado diversas vezes para voltar (não por ele obviamente, quem sou eu para isso??? rsrsr) mas fui bem acolhido na casa que trabalho hoje. Sou valorizado, tenho tranquilidade para trabalhar, mas jamais poderia deixar de render meu tributo a um homem que sem trocar mais que dois minutos de palavras comigo ao longo de 10 anos me ensinou com sua postura, sua elegância, sua integridade e sobretudo sua  honradez que no mercado imobiliário se pode sim fazer um bom trabalho e ainda ser admirado pelos motivos certos.

Obrigado Sr Elbio por 10 anos maravilhosos que passei em sua empresa onde travei contato com o melhor e é bem verdade também com o o pior de  um mercado que amo, o mercado imobiliário e muito obrigado mesmo por sempre personificar a melhor parte deste mercado!