quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Andressa Urach, o hidrogel e a estupidez cada vez mais galopante no mundo


Claro que me compadeço de Andressa Urach. Por evidente que é, também não precisaria dizer que não desejo sua morte, mas vou dizer: Não desejo sua morte. Desejo ao contrário que se recupere, que saia do estado grave em que se encontra em uma UTI, respirando por aparelhos e volte ser a mesma mulher linda de antes, já que ser linda é tudo que ela sabe fazer e como qualquer jovem, precisa se sustentar.

Mas apesar de não ser nada burra, Andressa é uma anta. Daquelas bem antas mesmo, sem reparos, sem meio termo. Anta e pronto. Só isso explica deixar que alguém aplicasse em seu corpo 200ml de hidrogel quando o máximo permitido e recomendável para procedimentos reparadores e não estéticos são 2 ou 3ml e detalhe, ela aplicou 200ml em cada coxa, no total foram 400ml de pura loucura e falta de noção seja dela seja de quem se dispôs aplicar.

Michael Jackson tomava Propofol, um anestésico, para dormir. Seu Médico Conrad Murray foi condenado por homicídio. Mas ao menos, era médico. Questionável o seu caráter sem dúvida, mas tinha um diploma. Quem foi o profissional que aplicou em Andressa uma dose tão massiva deste produto que agora a deixou entre a vida e a morte? Um médico também? Não creio. Em Terras Brasilis, qualquer imbecil consegue de uma forma ou de outra mais uma penca de imbecis para cair em suas mãos e passar por um procedimento arriscado e louco como este. Andressa, repito, não é burra, apenas mais uma anta desesperada em busca de uma notoriedade que ela mesmo sabe estava já a se esvair.

E se esvaia e se esvairá de qualquer forma, morrendo ela ou não, por apenas um motivo: Não há o que Andressa possa oferecer a quem quer que seja além de escândalos envolvendo seu nome a de algum  famoso, barracos de proporções homéricas motivados por questões que sempre passarão ou por sua bunda ou por sua suas falas sem sentido. Nada que seja realmente útil existe em Andressa para que ela possa usar para manter-se em evidência. Se morrer, é preferível que a enterrem de bruços, para que ninguém erre a entrada do velório.

Aplicar uma substância, seja ela qual for, em seu próprio corpo a uma razão de 200x mais do que o recomendável é loucura, insanidade, ma também não deixa de ser uma aposta arriscada, daquelas que se ganham quebram a banca. O problema é que até hoje nunca vi um cassino, qualquer um que seja, perder. Ninguém quebra a banca. A banca sempre quebra as pessoas. Esta é a verdade cristalina. Mas a estupidez cada vez mais galopante no mundo em que habitamos hoje não permite que conclusões cristalinas, que transbordam obviedade sejam levadas a termo, sendo antes substituídas por absurdos, bobagens que em nome de um título o de "celeb do momento", faz com que pessoas percam a noção de uma forma tão sem cerimônia que só resta após tudo isso a perplexidade.

E eu realmente me sinto perplexo quando vejo uma pessoa jovem e obviamente bonita tão próxima da morte por nada. Por literalmente nada. Não existe um motivo plausível, um único motivo que seja que tente sequer justificar o porque de tamanho disparate como o que Andressa cometeu. Apenas a estupidez cada vez mais galopante que vem disfarçada em forma de holofotes que se acendem no rosto de meninas que não são nada mais que usadas como massa de manobra de empresários que ganham coma notoriedade sempre passageira, efêmera e nunca real e duradoura que conferem a estas moças, pobres moças.

Só resta agora as pessoas de bom coração e algum bom senso que se reúnam em preces sinceras pela vida de Andressa. já que não há porque desejar sua morte, uma vez que nem um efeito "pedagógico" por assim dizer, ela teria. Na realidade mais e mais meninas em busca de algo chamado FAMA, continuarão a se submeter a aplicações de hidrogel, alcoolgel, bostagel e o que mais houver e prometer algo que não cumprirá. Triste.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Chaves - Frenesi sobre o nada


Caraca, vou aqui ouvindo meu The Bill Gaither Trio, lendo e-mails, vendo noticias, pensando na vida e a cada dois minutos tropeço em alguma coisa nova sobre a morte de Roberto Bolanos, o Chaves, o chato. Por que é disso que se trata, Chaves nunca passou de um programa chato. Mal produzido, mal encenado, em muitos momentos insuportável. Um humor ruim e indigente. Algo que não vale a vista. Simples assim.

Reconheço que virou mito. O personagem, ou melhor, os personagens são maiores que seus interpretes que na verdade sempre foram de uma personalidade e comportamento tão rasos que olha-los  nos olhos era muito difícil. Afinal, tirante Don Ramon, Bolanos, Florinda, Maria Antonieta e sobretudo Carlos Villagran  sempre estiveram metidos em brigas horrendas sobre a paternidade e sobretudo direitos autorais de dos personagens que compunham o programa. Ficaram décadas sem se falar, e no dia da morte de tanto Maria Antonieta quando Villagran tiveram o desplante de dizer que tinham perdido "um amigo" "Gentalha, Gentalha, Gentalha!!!"

Não discuto aqui a qualidade dos programas que já disse no primeiro paragrafo serem um lixo em minha opinião porque sei que minha opinião neste caso vai contra a de pelo menos 1 Bilhão de pessoas no resto do mundo e embora eu esteja cagando e andando para a opinião das pessoas,  sou voto mais que vencido. O que me incomoda neste frenesi sobre o nada em que se tornou a morte de Bolanos é ver parte da imprensa querer justificar as desavenças monstro que existiam como se fossem brigas de crianças como a da vila do Chaves, nada sério, quando houveram processos de parte a parte, bate boca, discussões em torno de DINHEIRO, enfim, tudo o que os personagens "ingênuos" ja mais fariam.

Outra coisa que incomoda bastante é que os textos de Bolanos chamado tanto no México (e la até da pra entender pela indigência literária) quanto no Brasil (país que produziu alguns dos melhores escritores do mundo) de Chespirito, ou pequeno Shakespeare, o que dado a baboseira que escrevia, se configura uma imbecilidade sem tamanho. Bolanos era tão ruim como qualquer redator da TV Record que escreve o que deve ser dito nos programas da emissora.

Os atores que estão vivos não tem pudor em viajar por toda America Latina fazendo shows, querendo e vivendo dos caraminguás que arrecadam  ao se sujeitarem a viver incansavelmente os mesmos personagens por vezes seguidas, anos seguidos, uma vida toda, reduzindo-se  assim cada um ao personagem que lhe deu certa notoriedade e gritando ao mundo o quão incapaz são de fazerem outra coisa. Bolanos, ao menos, caiu fora desta patifaria, aceitando que o tempo  havia passado e o melhor a fazer era conformar-se com isso. Foi nobre, consigo mesmo e sobretudo com seu personagem, se recusando a faze-lo soar imbecil a cada ida inútil ao SBT ou as tvs de Peru, Venezuela e quetais.

Bolanos morreu e com ele sua morte o mito sobre seu personagem se eternizou. Gerações após gerações conheceram Chaves e sua turma, uma chatice inenarrável mas que ganha força muito maior agora com sua morte. As pessoas tem direito de gostar. Eu não gosto. Mas e dai? Chaves não precisa de mim para ser o que é e sempre será. Isso, Isso, Isso. Seu sucesso jamais poderá ser atribuído a algo feito de  forma " sem querer querendo" foi planejado, foi minunciosamente planejado. E funcionou. Bom para ele. Péssimo para quem gosta de programas de qualidade, ou seja, quase ninguém. O mundo perdeu Roberto Bolanos e este mesmo mundo ganhou Chaves como figura mitológica e eterna. Pipipipipipipipipipi.

É isso.

Ouvindo: The Bill Ghaiter Trio

domingo, 30 de novembro de 2014

Tim Maia, o filme mais 4 4 6 que já assisti na vida


Tim Maia, o gênio, chamava tudo que era ruim de 4 4 6. Por que para ele era pior que 5. A sua cinebiografia é o filme mais 4 4 6 que já assisti. Pobre, sem direção, sem eira nem beira, sem razão nem porque. Serve apenas para conspurcar a memória do síndico, do chefão do Soul, do maior artista popular que o Brasil já teve. é uma porcaria inominável. duas horas e vinte minutos de um suplício interminável, de histórias mal contadas, deixadas pela metade, de personagens muito mal construídos, enfim, um horror.

O livro em que o filme se baseia é fantástico. "Vale Tudo - O Som e Fúria de Tim Maia", de autoria de Nelson Mota, é sem dúvida alguma uma das melhores e mais completas biografias já escritas no Brasil. Divertido, leve, informativo e dendo até em alguns momentos, o livro é fabuloso enquanto o filme é simplesmente patético.

Salva-se apenas Robson Nunes, um bom ator sub aproveitado em seu talento que aparece muito menos do que merece. Fez um Tim Maia correto, sem invencionices, sem histrionismos desnecessários, sendo apenas um ator a interpretar um personagem de forma correta. Já Babu Santana obviamente não é um ator, é uma piada ambulante que consegue fazer uma caricatura grosseira e sem sutileza alguma de Sebastião Rodrigues Maia. Uma caricatura ainda sim precisa ter um pé na verossimilhança e o que vemos no filme é um corpo gordo e negro rodando como uma barata a qual alguém jogou uma dose massiva porém não letal de Baygon ou SBP, e ficou cambaleante e sem rumo pelo set de filmagem. Dá pena. Não dele, mas de mim que me sujeitei a ver tal atuação(?).

A relação de Tim com os Mutantes? Esqueça. Para o filme ela nunca existiu.  Sua passagem por Londres? é quase uma uma nota de rodapé no filme antes tudo o que ela de fato significou para a vida de Tim. Sua passagem pelos estados unidos? Ridiculamente contada, sem guardar semelhança alguma com o relato do livro. Uma bosta!

Cauã Raymond preguiçoso como Fábio que era Paraguaio mas foi retratado com um sotaque Carioca bestial e pior, como membro da Banda Vitória Régia, algo que nunca ocorreu. Nunca. A narração recurso neste filme absolutamente desnecessário, dada a riqueza da historia que se tinha em mãos, feita em um tom entre o debochado e o desinteressado, não parece de forma alguma feito por um amigo, mas por um observador distraído que não tinha real interesse na história que contava.

Alinne Morais não é atriz, isto é evidente. Mas não precisava atuar como se realmente estivesse sob efeito de substâncias entorpecentes o tempo todo, já que era a personagem e não ela a se drogar. Umas interpretação digna de nota. 0 a bem da verdade mas 0 também é uma nota afinal de contas.

A malandragem, o sem cerimônia de Tim, nada disso esta persente no filme,  que na verdade mostra Tim mais como um refém de si mesmo do que como um espirito livre que sempre foi. Ao final, ainda tenho que escutar um imbecil que saia do cinema comentar com a imbecil de sua consorte, ou com azar,  que " Um talento como aquele desperdiçado precocemente era muito triste. Talento desperdiçado??? E suas músicas? E seu legado? Foram frutos do que? De seu não talento???

Acontece que um comentário como este é nada mais do que a síntese do que este horrível filme conseguiu: Fazer  um gênio parecer vítima de seu próprio talento e de sua incapacidade de ser alguém. Nada mais falso. Tim Maia foi alguém de quem não podia se esperar nada além de um carrocel de ser ele mesmo. E talvez este tenha sido seu maior mal.

Pra finalizar o momento "rolar de rir" pertence a Malu Magalhães e sua patética performance como Nara Leão. Ri de me mijar ante a incompetência de Malu e a imbecilidade da cena.

É isso.

Ouvindo: Tim Maia

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cores & Valores, o Novo do Racionais MC's


Musicas curtas. No caso dos racionais, significa discurso concentrado, não condensado.  Apenas um reparo antes de falar bem, porque o trabalho é fantástico sem sombra de dúvida, mas poderia passar sem a auto indulgente "A Praça". Desnecessária, apenas isso. Mas a auto indulgência é algo de que ninguém escapa em algum momento na vida. Então, ta tudo certo.

As músicas são menores a sonoridade definitivamente é outra, mas duas coisas ficam claras e são as que importam:  Primeiro, se os caras decidissem fazer MPB por exemplo, fariam com qualidade indiscutível. São músicos antes de mais nada, são bom no que fazem. Segundo, a raiva, matéria prima de suas canções e do jeito de ser dos Racionais, continua lá, intacta. Uma raiva necessária para se fazer o que eles fazem. Uma raiva que não é canalizada a uma ou outra pessoa, mas a todo um sistema que oprime os pobres em geral, porque quem ainda acha que Racionais é música de preto, não entendeu nada do que ouviu. Os caras são música de pobre. Música da periferia, música de quem ainda com toda a pretensa melhora na qualidade de vida da população propalada pelos Petralhas, ainda vive no limite da pobreza e provavelmente viverá até o fim da vida. Excluídos Futebol Clube.

Uma das vantagens deste álbum surpreendente em grande medida, é que o tempo menor de duração das faixas não deixa espaço para o discurso que por vezes se tornava obtuso em  trabalhos anteriores, pois músicas com 11 minutos, como por exemplo "Eu to ouvindo alguém me chamar", vamos convir não tem tanto o que falar, ali pelo sétimo minuto ela já acabou mas se arrasta. E não dá pra ser "bonzinho" com os caras e falar que é só bacana e pronto. Como qualquer artista os Racionais tem virtudes e defeitos.

De longe a melhor faixa é "Quanto Vale o Show" Silvio Santos perguntando  o título da música e ao fundo o tema de "Rocky" formam uma cama sonora perfeita para o discurso verborrágico porém muito bem feito (música curta = objetividade) de Brown. Brown, alias que esta no seu auge vocal. Não que seja ele um virtuose, nada disso, a crueza e os vacilos vocais que ainda acontecem são parte determinante de sua "persona" musical. Determinante e necessária. O Rap não é lugar de cantores, Eminem é uma piada vocal por exemplo, mas para raivosos que usam o mic sem medo, que dão seu recado, que atraem a admiração por quem são, que não diferenciam o cantor da pessoa. Brown é assim. Que bom.

Após de 12 anos sem um álbum de inéditas os Racionais voltam em grande estilo, reafirmam o status de maiorais do Rap  Brasileiro e continuam os mesmo caras. Não precisam da Globo, nem de qualquer grande mídia. Tem a seu favor uma legião de adoradores, prontos a comprar seu trabalho a ir em seus shows e divulgar o grande grupo que de fato eles são.

Salve, Racionais, vida longa aos caras que fazem música de gente grande em um país onde gente sem talento faz apenas porcaria em cima de porcaria.

É isso.

Ouvindo: Cores & Valores, Racionais MC's

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dupla Identidade. Ou de como Bruno Gagliasso é estupendo e Luana Piovani uma mula.


Claro,cristalino como água (não a do volume morto da Cantareira, mas a que vem das nascentes nos Andes por exemplo) é o fato que Glória Perez não sabe escrever nada que preste. Nem novela, nem minissérie, nem anúncio de margarina e creio eu, nem instruções para a sua diarista. Fato é que Glória da Chateação Perez resolveu escrever uma série sobre um Serial Killer a tal de "Dupla Identidade"

Chupou argumentos de 989 séries gringas diferentes para escrever algo tosco e pueril, mas cometeu desta vez um acerto ao entregar o personal principal a Bruno Gagliasso. Bruno não é apenas um ator, é um ator estupendo. Lindo de viver (eu deveria ter vergonha de dizer que o cara é lindo??? se devia, não tenho), foge fácil do esteriótipo de "rostinho bonito" para ser um dos melhores de sua geração ainda que lhe faltem bons papéis no cinema e teatro. Na TV no entanto,  Bruno reina soberano. Mesmo diálogos tacanhos como os que Glória escreve ( as vezes parece que ela se esforça para escrever de forma atabalhoada e sem ritmo, só pode ser fruto de esforço hercúleo tanta ruindade), são nas mãos de Bruno trabalhados de forma a ficarem palatáveis, honestos e críveis, porque por mais que estejamos falando de ficção, se ela não for crível, minimamente crível, não merece ser assistida.

Mas Glória é daquelas que dá uma no cravo e 348 na ferradura. Se de um lado temos Gagliasso, de outro temos a "atriz" Luana Piovani. Luana é uma piada de mal gosto. Jamais foi e obviamente jamais será uma atriz. Tem momentos de doidivanas em suas aparições públicas ou nas fotos que publica com seus brinquedos eróticos ao fundo,tudo é claro em nome da publicidade em torno do seu nome, já que pelos dotes dramáticos ela jamais será reconhecida. Junte-se a ela Marcelo Novais outro asno, que agora claramente é cada dia mais um "burro velho" no pior sentido da palavra, e pronto, Gagliasso está ferrado e mal pago e tem que levar a série nas costas.

Ok, ele leva. Mas é cansativo assistir a série, ainda mais para mim que não a assisto no horário original e sim durante a semana na internet, ver Bruno fazer esforços excruciantes para deixar a série minimamente "assistível" enquanto Piovane e Novais estão cagando e andando com suas atuações (eu disse atuações???? kkkkkk) precárias. A produção curiosamente também não é das melhores e erros de continuidade já vi aos borbotões ( o que em uma série sobre Serial Killers pode ser devastador) e ainda sim Gagliasso está lá, firme e forte, lutando contra tudo e contra todos, tornando seu personagem de falar que poderiam cair facilmente na declamação pura e simples de tão mal escritas em um personagem complexo, cheio de nuances que com simples olhares, trejeitos mínimos o tornam tão sedutor quanto convém a um SK.

Bruno entendeu que se o Diabo está nos detalhes, no tipo de papel que ele esta a encenar ele está no detalhe do detalhe ainda mais com parceiros em cena tão medíocres. Vale aqui ressaltar no entanto que Débora Falabela está estupenda fazendo a namorada do maluco em um registro absolutamente correto, fugindo até aqui de todas as armadilhas que poderiam pega-la pelo caminho fazendo seu papel cair no ridículo.

Enfim, "Dupla Identidade" é uma daquelas séries que poderiam ser bacanas se não fossem escritas pela dançarina de Gafieira mas tem em Bruno Gagliasso e  só nele um único motivo para ser vista e talvez seja este um motivo mais que suficiente. Bom, da pra dizer também que é legal assistir para dar risada de Piovane e Novaes, dois atores que jamais o foram.

É isso.

Ouvindo: Pato Fu

domingo, 23 de novembro de 2014

Mais amor, por favor


E não é disso que precisamos? De mais amor, de mais afetos, assim mesmo no plural, porque os desafetos nunca são no singular, então, mais amor e mais afetos por favor. Mais Romeu e Julieta, seja na linda história contada pelo Bardo, seja na sobremesa com goiabada cascão e queijo, seja nas ruas quando casais de meninas moças e rapazes imberbes andam de mãos dadas como se não houvesse amanhã.

Mais amor, por favor. Mais compreensão, pois sem ela não existe amor.  Mais cartões postais, mais flores, mais desejos de felicidade para mim, para você, para o Zé da esquina, para o Rodrigão, para o Jamelão. Mais retorno, mas eco, mais grave, mais agudo, mais tudo!!! Não era um gênio esse Tim que tanto de amor cantou e sempre exigiu o máximo das qualidade porque era a contra a norma culta e douta e também poética que diz "Falais baixo se falais de amor", cunhada por Shakespeare. Esse Tim sabia das coisas. Sabia que se era pra falar de amor bom mesmo é gritar e gritar bem alto. Acender o farol, berrar, acorda a vizinha, é de amor que estamos falando porra!!! Não é de economia, não é de futebol, é de amor!!!

Mais amor, por favor. Porque o complemento da frase acima, a do "falai baixo, se falais de amor",é tão lindo porque diz que "o amor que se perdeu, ao retornar sempre haverá de ser mais lindo, e maior, e mais grande e mais forte" e no fundo é disso que se trata quando falamos de amor, ele só pode se renovar dia a dia pra ser maior e mais forte e morrer todo fim de noite, pra renascer revigorado e melhor no dia seguinte e encher nossos peitos com a sensação de que sem ele nada mais importa e nem dará certo.

Mais amor, por favor e certamente eu prefiro uma porção dobrada de amor do que uma Mega Sena acumulada, pois se a ganância vibra por um lado o amor esta ai para colocar no seu devido lugar os reais sentimentos que importam. Sem amor não se é compassivo, terno, bom, gentil. Tudo o que é positivo passa pelo amor. Tudo o que é grande, passa pelo amor, tudo o que real e importa, passa pelo amor.

Mais amor, amor por você. Mais poemas, mais canções que falem dele, do amor. Mais livros sejam escritos onde ele, o amor, seja o tema principal. Mais conversas de botecos que falem dele, do amor e menos falar de futebol ou politica, temas que não trazem a guarida necessária para que ele, o amor, floresça.  Amor é alegria e se é tristeza, não é amor, ou é bem passageira, no máximo uma melancoliazinha leve daquelas gostosas, que logo passam porque o amor, que tinha ido até ali a esquina, voltou. E quando ele, o amor, volta... há o amor...

Mais amor por favor. Mais Graziela na minha vida, que hoje é a mais perfeita tradução do que para mim seja este tão misterioso amor, que embora misterioso se revela dia a dia no sorriso teu e na alegria de acordar ao teu lado, minha Graziela.

É isso.

Ouvindo: Criolo

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sabor de Mel, uma analise (ou de como Damares foi usada pelo cão ao gravar esta música)


Agailton Silva. Este é o nome do compositor da malfadada canção "Sabor De Mel". Febre entre os evangélicos que não possuem qualquer base teológica séria (99%) da galera que se diz crente, é interpretada pela "abelinha vingativa" Damares.

Damares é inegavelmente um fenômeno da música "gospel". Uma cantora que embora não cante absolutamente nada, apenas grite e seja toda refeita em estúdio caiu nas graças do povo dito crente graças as suas letras que não passam de manuais de "auto ajuda" sem como já foi mencionado, base teológica alguma.

Não vou analisar é claro frase por frase da canção, já que todo mundo, seja crente ou não por forçada massacrante mídia em volta desta canção, já conhece toda  ela, então vou me concentrar no  entrecho principal, as palavras que o Cão fez questão de colocar em sua boca para enganar a crentes estúpidos que adoram uma canção tão maligna.



Quem te viu passar na prova
E não te ajudou
Quando ver você na benção
Vão se arrepender
Vai estar entre a plateia
E você no palco
Vai olhar e ver
Jesus brilhando em você

Você pode até questionar que isto é só uma estrofe de uma música que por massante que é, tem várias delas. Bom, tudo que o Outro precisa  é uma estrofe pra te destruir, ou ao menos tentar.

Vamos lá. Pra início de conversa a vitória de Jesus foi na Cruz. Não houve nada de sabor de mel. NADA!!! Ele foi humilhado, escorraçado pelos seus. Apanhou, foi cuspido, foi enfim, vilipendiado ao máximo, tudo isso por você e por mim, a vitória dele veio através de sua morte. Alguém pode me dizer onde está o mel disso tudo???

Mas ai, vamos a letra propriamente dita. Este arremedo de verso, diz entre outras coisas absurdas que quem te viu passar na prova e não te ajudou vai se arrepender quando você estiver bem!!!!! Socorro Stênio Marcius!!!!!! Socorro!!!! Como pode??? Quer dizer que se eu não ajudei o João quando ele estava mal, agora que ele está patrão, que ele está podendo eu vou me arrepender, sentir inveja e obviamente não ser digno do amor tanto dele quando do de Jesus???? é assim??? Jesus ajuda ao João e incute em sua alma um sentimento de vingança para comigo???? Tem Certeza Agailton, Tem certeza, abelinha vingativa???

E ai, não contente, Jesus ainda coloca o João em um palco, para que ele tenha toda visibilidade e eu na platéia me sinta humilhado???? A ideia é essa???  João, lá, grandão, no show bizz e o trouxa aqui que se recusou a ajuda-lo sabe-lá por qual motivo tendo que aplaudi-lo??? Desculpe, mas não quero conversa com um Deus deste não Que permite que seu filho faça este tipo de traquinagem com os seres humanos.

E pior. Vou olhar e ver Jesus brilhando no João???? Tem certeza???? Como Assim???? Volto a dizer, o "o palco" de Jesus foi a Cruz do Calvário, junto aos seus apóstolos que eram no máximo "figurantes", homens sem o menor pendor ao estrelismo. E o que dizer deste Jesus que quer ir ao palco???

Desculpem o termo que vou chupar aqui de um vídeo dentre os muitos que espicaçam com razão esta canção, mas é um "Jesus Diabo". Um Jesus que precisa de um palco para se mostrar, para afligir aqueles que não os seguem, que ao invés de fazer o João ter amor por mim que o desprezei, prefere coloca-lo em um palco onde ele possa me ter como claque para o seu sucesso, não é um Jesus como o da Bíblia. Vergonha!!!!

Quem sabe no teu pensamento
Você vai dizer
Meu Deus, como vale a pena
A gente ser fiel

Mas ai tem outra... João, se ferrou, se ferrou, se ferrou. Jesus foi lá, foi bacana, deu mel pra ele, deu vitória, colocou ele no palco, mais que isso, foi ao palco com ele pra brilhar e ao narrar a história do João o Agailton diz isso??? Que quem sabe no pensamento dele,  ele vai dizer que "Meu Deus", como vale a pena ser fiel??? Mas perai, também!!!! Só vale a pena ser fiel se Deus colocar você em um palco com o filho dele luzindo??? Se não, não vale a pena??? Só vale a pena ser fiel se a vitória for ofertada por Deus hoje, neste planeta claudicante??? Mas não foi Jesus quem disse que o seu reino não era para este mundo??? Eu entendi errado esta parte da sua palavra???

Não é a fé que nos salva? Seremos salvos apenas se barganha houver, pois só ai aceitaremos o sacrifício de Cristo na Cruz??? Fora disso é melhor deixar a gente no lodo mesmo? Se não for pra dar vitória que deixe a gente se ferrar???

Não sou ninguém para julgar o coração de Damares, mas a palavra de Deus diz que "enganoso é o coração do homem", ou seja talvez esteja faltando um pouco de racionalidade na hora de compor seu repertório. E certamente falta entendimento a este povo "evangélico" que se deixa levar por canções escritas em parceria com o DEMO para ridicularizar a palavra de Deus e que este povo enche a boca para cantar.

Lamentável!!!

É isso.

Ouvindo: Alessandra Samadello