quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pessoas abaixo de nós (ou ao menos, achamos que estão)


Você e eu vemos o tempo todo pessoas caídas na rua, muitas vezes nuas, completamente embriagadas, drogadas, no fundo do poço e cavando para ele ficar ainda mais baixo. Pessoas para quem a vida não faz mais sentido se é que fez algum dia. Pessoas que não se importam com o que pensarão delas e não perdem seu ocioso tempo divagando o que outras pessoas teriam a lhe dizer. Isso simplesmente não importa para elas.

Pessoas assim são vistas como derrotadas, pessoas que não souberam  ou não quiseram dar a volta por cima. Pessoas a quem vez ou outra damos um cobertor velho que não nos serve mais ou um pedaço de pão que não comeriamos de qualquer forma. Depois disso continuamos o nosso caminho como se nada tivesse acontecido, como se a pessoa fosse pouco mais que um inseto a quem deixamos  de esmagar com um tapa. Voltamos aos nossos afazeres e ainda lamentamos o fato de estas pessoas terem cruzado o nosso caminho.

Ninguém  colocou uma arma na cabeça da pessoa para que ela fosse para rua e usasse substâncias que destroem sua capacidade de fazer escolhas jogando-os cada vez mais na lama. Quantas vezes, muitos pensarão,  foram aconselhadas a largar desta vida, abandonar o vício voltar para suas famílias. Quanto de bom foi feito em prol dessas pessoas? Quantas palavras e tempo investidos em vão na tentativa de provocar mudanças substânciais na vida destes Fulanos? São caso perdido.

Sou um Cristão, minha vida é balizada pela doutrina pregada nos Evangelhos de Cristo segundo o ponto de vista das religiões de matriz Judaico Cristã. As pessoas que me relaciono, 99% delas tem a mesma formação, a mesma forma de pensar e agir, ao menos em teoria e é isso que me espanta, pois as frases listadas acima sempre são ditas por pessoas que professam seguir a Jesus e seus ensinamentos. O que me leva a crer que o Cristianismo como religião esta falido e sem rumo pois nós os seus seguidores, falamos uma coisa e fazemos outra, lemos a Biblía mas a interpretamos segundo a nossa conveniência, fazemos dos ensinamentos de Cristo algo manipulável e sem efetividade alguma. Senão, vejamos:

Alguém consegue me mostrar nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas ou João que relatam os passos de Jesus aqui na Terra sob 4 perspectivas diferentes uma única vez em que Jesus ao ajudar a quem quer que seja julgou esta pessoa antes? Em algum momento Jesus as acusou de serem, derrotadas, sem força de vontade, um caso perdido enfim? Fica claro que não! Jesus ajudava as pessoas com suas palavras, sua cura e também com generos de primeira necessidade física como comida por exemplo, mse recusava a ve-las como caso perdido e seu gesto como digno de nota. Para Jesus, ele estava apenas vivendo a bondade que todo Cristão deve ter de forma natural, sem transforma isso em um bordão ou em vã glória, Jesus apenas ajudava e amava as pessoas e era isso que importava.

Ja nós, seus seguidores insistimos em ao ajudar alguém, soltar a nossa verborragia em nível máximo procurando motivos para a pessoa estar no estado em que se encontra e claro, culpa-la de alguma forma. Sempre entendemos que a pessoa estas no estado que a encontramos por sua própria culpa, mas o contrário também é interressante, pois quando conhecemos pessoas bem sucedidas sempre ou quase sempre nos perguntamos que tramóia o cidadão fez para estar "tão bem de vida" Em suma, nossa derrocada é culpa absolutamente nossa, nosso sucesso é em boa medida fruto de algum golpe de sorte ou mesmo de algo de muito errado que fizemos. Temos vergonha dos que se deram mal e raiva do sucesso alheio. Tudo o que não é deprimentemente mediocre não esta correto de alguma maneira.

Nos esquecemos que Jesus, que era Deus e era humano sabia das motivações das pessoas e o que ia em seus corações. Nós não. Podemos culpar alguém que tenha perdido um filho pequeno e tenha se tornado um bebado? Podemos dizer que ele devia ter se apegado a Jesus e isso não teria acontecido? O raciocínio além de cruel é imbecil. Cada um reage a uma perda brutal dessa de forma diferente e se não queremos ajudar alguém que se perdeu por um motivo como este, ou oramos ou nos calamos, jamais julgamos, jamais falamos em falta de força de vontade a menos que percamos também um filho em igual situação. E isto é só um exemplo, pois existem muitos motivos para algéum estar na rua, jogado, com frio, medo e fome além da necessidade do álcool e outras drogas. Tomar estas pessoas por derrotadas e únicas culpadas de seu estado é ir frontalmente contra o que Cristo pregava e sobretudo como ele agia. Não que nós Cristão não façamos isso o tempo todo, mas as vezes a desfaçatez é grande demais até mesmo para nós.

Olhamos para nós mesmo e nos vemos como modelos de luta, de garra de pessoa bem sucedida e vemos pessoas no esgoto e logo pensamos na derrota. A vida é mutável, acontecimentos impactantes podem nos atingir a qualquer momento, nossa vida pode mudar completamente em minutos sem que tenhamos qualquer controle sobre isso. Caso isso aconteça, que Deus nos conforte, pois a maioria de nós se formos tratados como tratamos a estes filhos de Deus, logo nossos irmãos, estaremos em maus lençóis além de claro, termos que conviver com a pecha de derrotados, vagabundos e sem vontade de mudar nossa vida.

É  isso.

Ouvindo: Leonardo Gonçalves

terça-feira, 5 de maio de 2015

Eu não aguento mais! (de novo, vou falar sobre o tiranete de merda que governa a Indonésia)

Joko Widodo, um imbecil que os brasileiros amam idolatrar porque a maioria que vive em Terras Brasiles é igualmente imbecil, é um tiranete de merda em um país de quinta que tem a corrupção como instituição mais latente em todo o país e os cretinos brasileiros que agora são quase todos especialistas em Indonésia amam falar que é um exemplo de retidão. Não é. É apenas um pateta incensado por outros tanto patetas.

Me arrepia a espinha ver deputados congratulando um governante que usa escudos humanos para evitar ataques  inimigos ao seu país. Me deixa pasmo sabe que na Indonésia, quem tem dinheiro compra sua liberdade e sua vida e quem não tem morre e ainda sim, os brazucas do meu Brasil, sil, sil, fiquem via redes sociais endoçando um regime energumeno e mentecapto como este. São todos a favor porque os dois mortos não são filhos ou parentes próximos, porque ai eu queria ver toda essa "firmeza de caráter" e surgir a figura de pessoas desesperadas pela vida de seus entes queridos que erraram, cumpriram uma pena  equivalente em anos ao que cumpririam no Brasil e ainda sim foram mortos. é fácil celebrar a morte do filho dos outros. Quero ver é ser firme e manda o prórpio filho para o pelotão de fuzilamento. Juro que eu queria ver isso.

Joko é um infeliz que acoita terroristas Muçulmanos em seu país sem nem fazer questão de esconder o fato. Brasilzada, como vocês podem dormir em paz sabendo que o país que assasina traficantes de drogas é o mesmo que esconde terroristas que planejam baseados lá ataques a pontos chaves no mundo? É sério isso?

Tudo na Indonésia é conseguido a base de propina, inclusive a maldita droga que rola solta para quem tem dinheiro para compra-la talvez do mesmo oficial que participou do fuzilamentos ods traficantes. Será que realmente vocês podem ser tão cegos e insensíveis a tal estado de coisas? Será que não parece muita burrice concentrada aceitar este tipo de raciocínio ilógico? Onde vamos parar? Não percebem que isso revela muito sobre nós mesmo como nação e sobre o Estado que queremos deixar para nossos filhos e netos?

Joko Widodo é um nada, mas ter seguidores no Brasil, no país que amo, me da engulhos. Como sempre exaltamos o que não presta, nos enamoramos do erro e casamosd com a imbecilidade. Como pátria somos um fracasso total, como povo, não merecemos nada além de nos ferrarmos dia a dia, pois dia virá em que seremos subjulgados até pela Bolívia do Cocalero Evo Morales. Merecemos ser ridicularizados pela comunidade internacional, pois nosso povo ao invés de mirar no exemplo de sociedades civilizadas ao extremo como a Noruega, país onde praticamente todos são milionários e se o padrão para comparação for o Brasil, ai todos o são, protestou veementente contra a barbarie do senhor Joko, mas é a ele que elegemos como nosso mentor.

Tenho vergonha do povo brasileiro ser tão infame em suas escolhas e espero que um dia isto mude, mas sei que não mudará.

É isso.

Ouvindo: J. Cash













































domingo, 3 de maio de 2015

O mundo e como ele me enfastia


Ando enfastiado deste mundo, louco mundo que vivemos. Um lugar onde  pais orientados por médicos que não querem trabalhar entopem seus filhos de Ritalina para chapa-los e deixa-los domesticados para que não questionem, pensem, deem trabalho, enfim. Um mundo como esse não é sério.

Um mundo onde as pessoas simplesmente não se importam com as outras existe desde sempre, mas um mundo onde além de não se importarem ainda tentam prejudicar umas as outras de forma de liberada já é um pouco demais e vivemos este capítulo na história da humanidade. Vemos diariamente pessoas fazendo mal a outras que mal conhecem just for fun, apenas para divertirem-se. Estamos neste mundo perdendo os parâmetros mínimos de civilidade, de educação de respeito ao próximo e sua forma de pensar. Isso deveria dar o que pensar.

Falando em pensamento, o livre pensar esta em desuso já tem algum tempo. O bom é pensarmos todos de forma uniforme, somos estimulados a a sermos todos robozinhos ou zumbizinhos que pensam de forma absolutamente  pasteurizada e de preferência, edulcorada. O mundo pede pessoas que abram mão de fazer conexões entre as informações que recebem e que nem queiram receber muita informação para desta forma  se tornarem manipuláveis e propensas a sentir esta falsa felicidade que o mundo oferece baseada em mentiras e falta de comprometimento com a seriedade que a vida demanda.

Pensar de forma livre, ter ideias e ideais que sejam contra ao que a maioria acha correto é ser tachado não de pessoa livre e sim de pessoa perturbada. Porque sair da formação bovina que o mundo hoje pede que vivamos é isolar-se e procurar confusão para si e para quem esta ao seu lado. Falta pouco para o simples ato de pensar em voz alta de forma diferente da multidão ser criminalizado. Há!, como este mundo me enfastia!

Não ter o padrão de beleza institucionalizando por esta sociedade acéfala que vivemos é motivo suficiente para tornar-se motivo de gozação e piadas humilhantes. Por que? Porque deixamos de lado o ser e idolatramos ter, idolatramos o ter dinheiro, beleza, posição social, enfim, idolatramos tudo o que se relacione de alguma forma com um ideal de posição e conquista. Ninguém acha interessante alguém que viva para acumular cultura ou conhecimento pois ninguém consegue mensurar o valor disso naquela balada descolada do momento ou nos encontros sociais em geram onde falamos muito sem dizer nada, porque temos uma necessidade premente de esconder quem somos de verdade a qualquer custo com medo de nosso eu real não se enquadrar dentro do que aquela turma especifica entende como necessário para nos aceitar ali.

Além de tudo este tipo de comportamento tem levado as pessoas a constituírem a geração mais falsa ou uma das mais falsas que se tem notícias. Modulamos o nosso discurso para o tipo de pessoa ou pessoas que estamos conversando e o que achamos na noite de Terça Feira não tem a menor correspondência com as coisas que dizemos com a nossa turma de Sábado a tarde. Os discursos por mais diferentes que sejam, por mais díspares que soem as palavras são moldados para serem assim, para não desagradar a ninguém, para não parecer inconveniente com o que se pensa, para não ofender a quem pensa de forma diferente.

Estamos enterrando  capacidade de colocar de forma elegante e articulada a forma diferente com a qual pensamos determinada questão. Nos esquecemos completamente que discordar não é ofensa é saudável pois gera pluralidade de pensamento e o que move o mundo, ou o que moveu até aqui é exatamente a pluralidade de pensamentos. Neste mundo onde todos ou quase todos temos a necessidade de sermos desesperadoramente bacaninhas, o ser e pensar de forma autêntica é uma afronta aos abestados que pensam de forma totalmente igual e linear com suas taças de vinho na mão soltando alguma pérola de sapiência nula mas que o pronunciar das palavras faz parecer inteligente. Pessoas assim não se conformam se alguém disser por exemplo que vinho bom não é vinho caro ou importado e descobrir o que torna um vinho especial é um trabalho de garimpo que exige aperfeiçoamento e um certo refinamento intelectual. Diga isso a um desses falsos someliers que pululam na classe média brazuca e pronto: Você é chato e tem dor de cotovelo de não poder pagar 500,00 em uma garrafa. Pra ficar em um exemplo.

O mundo, tal como ele se apresenta hoje me enfastia, me desestimula me da vontade de tomar Racumim  e sair dele pra não esbarrar com certas pessoas. Bobagem minha. Não tomarei Racumim, terei que continuar esbarrando diariamente com os zumbizinhos movidos a Ritalina e com os seus pais ou Zumbizões movidos a Cocaína ou qualquer outra porcaria que lhes tolde a realidade insuportável de suas vidas.

É isso.

Ouvindo: J. Cash


quinta-feira, 30 de abril de 2015

Após 10 anos.


Dez anos. São dez anos que não falava com minha mãe. Dez anos sem ter noticia, sem saber se estava bem, mal, se estava viva ao menos. Me pichem, falem mal, me chamem de insensível, tanto faz, mas fato é que não senti falta. Não chorei, não perdi o sono, não houve uma única emoção relacionada a isso. Nadica de nada. Só um silêncio surdo, interno, uma quase indiferença, temperada com uma perplexidade pelo rumo que a vida toma. Nada além disso.

Mas ai, esta semana, minha tia faz a ponte e coloca minha mãe no telefone. Ouvir a sua voz deturpada pelo álcool não é uma experiência agradavel e depois de anoslutando para ser amado  não apenas por ela mas pela humanidade como um todo eu consegui passar desta fase, gostar de mim mesmo e cagar para o que pensam ou o que sentem a meu respeito. Não posso a  esta altura da vida sequer pensar em montar para ter o amor de alguém que nunca se importou e agora aos 63 anos quer me amar. Sinceramente? Não precisa, e embora por uma questão puramente social eu deva sim visita-la e ajuda-la e conforta-la, o farei por dever, não por amar. É triste, mas é isso.

Eu carrego  minhas angústias, magoas, meus traumas e tento conviver com cada um deles. Existem momentos em que tudo vem a tona e eu choro, me arrebento, me explodo de raiva misturada com mágoa e fico me perguntando porque tive pais tão preocupados com eles mesmos e nada comigo. Esses momentos passam e volto a viver dentro de uma normalidade ainda que precária. Não existe normalidade tranquila dentro de mim, eu não sou o amor que caminha, sou tempestade e muito desta minha tormenta vem de não ser amado, não ser aceito, ser um errante, alguém que caminha sem razão nem porque.

Nestes dez anos a vida se movimentou e eu ora com insuspeita intrepidez, ora forçado pela inércia natural dos acontecimentos me movimentei com ela. Me esforçava para não lembrar do passado, mas as lembranças são atos muitas vezes invonluntários para os quais não existe previa defesa. Quando menos se espera elas te assolam e isso e  obviamente ser bom ou ruim.  neste caso, devastador.

Enfim, após 10 anos falei novamente com minha mãe. Amenidades, fui mega educado como cabe a um filho, lembramos do passado. Não um passado tão distante, mas um passado acessivel a nós, uma zona de conforto que não nos magoe ainda mais, um passado asséptico e esteril, um passado improvável que talvez só exista em nossas cabeças, um passado que talvez nunca tenha existido mas nos protege de nós mesmo. Uma conversa de dois loucos. Sim, dois loucos, pois em termos de locura, puxei totalmente a Dona Alexandrina.

É isso

Ouvindo: J, Cash

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Outro poema meu.

                                                                    O dia em que eu morri.

Não houve Sol, não houve chuva, houve apenas um nublado vagabundo.
Não houve choro, não houve riso, apenas um descontentamento misturado com irritação das gentes que tiveram que acompanhar o féretro.
No velório não houve conversa, não houve sequer aquelas piadas que normalmente se contam.
Apenas um silêncio desconfortável, rude, movido pela falta do que dizer (de bom) em relação a mim.

Durante o cortejo, que se desenrolou assim que o dia amanheceu, muitos preferiram não ir com a desculpa pláusivel de que tinham seus compromissos com trabalho entre outros afazeres. No cimo do meu caixão não havia nem se quer uma coroa de flores e creio ter sido melhor, a terra ia cair por cima e elas morreriam sufocadas.
De morto, naquele dia, bastava eu. Não houve um Pastor, Padre, Rabino ou Babalorixá que se dispusesse  a proferir algumas palavras finais, os poucos que foram ao cemitério, minha ultima morada, queriam  que aquela cena se desenrolasse o mais rápido possível.

O coveiro, coitado, jogava terra impiedosamente sobre  meu caixão e embora não soubesse quem eu era, a cara daquelas gentes irritadas com minha súbita morte que as tirou de suas tarefas lhe parecia bem mais ameaçadora do que o meu corpo que jazia ali dentro, sem chance de nada lhe fazer de mal ou bem. E embora já estivesse mais que acostumado com o seu ofício, aquela cena lhe parecia fora de esquadro. Mal sabia ele que minha vida toda havia sido desfocada.Seu final, não podia ser diferente.

Talvez houvessem pessoas que gostariam de ter chorado um pouco que se emocionaram com minha passagem, mas provavelmente a vergonha de chorar por alguém a quem as pessoas tinham tamanha indeferença as tenha freado de forma inapelável e foi melhor assim. Chorar no meu enterro seria de mal gosto. Bom teria sido se alguém ali tivesse sorrido comigo enquanto vivo eu estava.

Acontece que o dia em que eu morri, não foi  o dia em que fui enterrado.  O dia em que eu morri, foi o dia em que eu desisti de lutar. E este dia se deu muito antes do dia em que pessoas mal humoradas e irritadas comigo, pela minha deselegância de morrer sem aviso prévio foram a um velório e posteriormente a um enterro de alguém que sequer esteve vivo para elas em qualquer momento que seja.

O dia em que eu morri, não houve chuva e não houve Sol. Mas houve comemoração. E se ao menos um dia, o dia da minha morte eu fiz algumas pessoas felizes, ele teve então, um propósito nobre.

É isso.

Ouvindo: Madredeus

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Um mundo de gente bacana


É fácil ser bacana quando se pode ou quando isso da ibope. Facílimo. Emprestar 50 dinheiros a alguém quando se tem 5.000 dinheiros na conta não é dificuldade alguma. Dar informações para algéum bem vestido, cheiroso, barbeado, qual a dificuldade não é mesmo? Realizar pequenos favores a quem pode prestar favores maiores, quem não faz isso? Com um sorriso no rosto de comercial de creme dental. Ser bacana, está na moda. Ser legal, é essêncial para a construção das relações, ainda que superficiais. Quem não é legal, bacana, quem, não ajuda, não esta com nada. E esta com menos ainda quem não propaga seus feitos.

Só que a cultura de ser bacana para consumo externo está, ao meu ver, exterminando as reais relações. Calculamos cada palavras que dizemos para cada pessoas com que nos relacionamos. a, um existe hoje, via de regra, pessoas que tenham sobre determinado assunto o  mesmo ponto de vista independente se se esta falando com fulano, beltrano ou ciclano. Opiniões hoje são plásticas, se moldam dependendo de quem é o interlocutor a ouvi-las e de como ele pensa. Na cultura do ser bacana, se fala o que a pessoa quer ouvir, não o que se pensa e a chance de se deteriorar a personalidade por conta deste tipo de comportamento é enorme.

Claro que não penso que uma sociedade ideal é uma sociedade onde todos são egoístas, individualistas e não tem gestos de altruismo. Isso seria ridículo. Mas penso que em uma sociedade onde as pessoas se esforçam para serem bacanas  com os demais e obter  distinção por conta de seus atos, a sinceridade e a autenticidade não fluem de forma a permear os relacionamentos e acaba que ninguém é tão legal quanto imagina ser. Um mundo de ilusões é o que estamos criando, onde ser sincero é descartável e logo logo ninguém nem mais se lembrará como é e ser bacana de verdade, que em minha visão é antes de mais nada se importar com o próximo, vai ser algo mais raro ainda.

Importar-se com alguém vai muito além do que os cinco minutos regulamentares que destinamos  para ouvir alguém que nos procura. Importar-se com alguém é emprestar 50 dinheiros quando só se tem 75. É fazer isso sem que ninguém saiba porque ninguém tem que saber no final das contas. Mas perai... Niguém saber? Como você se torna bacana se ninguém sabe dos seus bem feitos? Não dá né? Ou da, desde que se entenda que ser legal e se importar com o outro é algo que  simplesmente se faz. Não traz votos, não rende loas em homenagem a pessoa que age desta forma e nem ela espera por isto se for uma pessoa coração sincero. Fazer o bem é isso. Fazer o bem. Nada além, nada que mereça qualquer tipo de glória. Nada.

Mas em um mundo de gente bacana, gente que se, que luta para ser bacana com todas as forças, atos genuínos, descompromissados, tudo isso é visto como excentricidade. Uma excentricidade tão grande quanto falar o que se pensa. Lamentável.

É isso

Ouvindo:Frank Sinatra


terça-feira, 14 de abril de 2015

Thalles Roberto, sua música e seu ministério eu disse ministério???? desculpe, quis dizer empresa fundada para mercantilização da fé mesmo...


Eu falei ministério??? Esses mercadores da fé alheia perderam a vergonha de forma total e irreversível. Vender uma Biblía a 110 dinheiros??? E dizer que é plano de Deus??? Só se for o jesus-diabo que guia a vida da maioria destes cantorezinhos de quinta categoria que insistem em ficar chateando as pessoas de bem.

Pouco me importo com as pessoas que lotam os seus shows e compram seus cds e dvds. Cada um sabe como queima dinheiro. Sou a favor da legalização da Maconha, porque não liberar outras drogas como as que Thalles produz? Quem quiser que compre, quem quiser que se vire. A verdade é essa.

O grande problema é que quando um mercador da fé como Thalles lança um produto, porque esta Biblia nada mais é que um produto, e tenta revesti-lo com a autoridade de Deus, dizendo que
"os jovens só gostam de música, então como eles só querem música,  o plano de Deus é que ele Thalles os atinja com sua Biblia", é de chorar de raiva, pois muitos incautos cairão nesta conversa sem sentido, sem noção alguma.

Um cantor Cristão precisa se cobrir de humildade e sabedoria para lidar com seu público. Precisa sim, forçado pela escolha que fez, de ser separado para louvar ao nome de Deus, ter uma contuda ilibada em todos os aspectos. Tal qual a a mulher de César ele tem que ser e parecer honesto e de reputação inatacável. Quando ele aparece como um vil mercador, vendendo Biblias, enquanto pessoas sérias e geralmente anônimas fazem esforços e mais esforços para DOAR Biblias a quem está ávido pela palavra de Deus. Vender uma Biblia por este preço absurdo de 110 dinheiros é antes de mais nada um sinal inequivoco que não existe um compromisso com a pregação massiva da palavra de Deus e sim com a conta bancária dos envolvidos.

Sou na verdade bastante tolerante com questões que alguns nentendem como polêmicas como chachês para cantores cristãos por exemplo. Acho que o cantor Cristão tem todo direito de receber seu cachê fazendo disto o seu salário e também a forma como podem oferecer um concerto de qualidade a quem vai assisti-los, investindo na parte técnica de seus espetáculos e também na artística contratando a melhor banda possível e também os melhores recursos em termos de som e luz. Tudo isso eu entendo como legítimo. Mas quando o que temos é um cantor que aconselha o  próprio filho a "não ser Baterista porque Baterista não aparece como o cantor", como Thalles fez, o que mais se pode esperar?

A música cristã brasileira a muito virou um show de insanidades e seus  protagonistas na verdade são incentivados pelas grandes gravadoras do meio como a Sony, a se comportar como artistas seculares, pois suas vendas estão segurando o já combalido mercado de cds e dvds no Brasil. Quando a música vira apenas negócio e quando pior que isso gera subprodutos que nada tem a ver com a proposta de salvar vidas e sim tem como objetivo forrar ainda mais o bolso de seus protagonistas com dinheiro fácil, essa música já não tem a menor razão de ser. Não serve para nada. É maldição!

É isso

Ouvindo: Heritage Singers