quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Verdades Secretas. Grazi Massafera tem muito, mas muito ainda o que provar.


Como todo texto de Walcyr Carrasco, "Verdades Secretas" é uma lástima. Há no entanto que se admirar a coerência de Carrasco como escritor de folhetins. Assim como Glória Perez, ele se recusa a escrever uma só novela que preste. "O Cravo e a Rosa" não conta por ser uma adaptação de uma obra de Shakespeare e quem, amigos, se perderia adaptando o Bardo? Embora ele tenha se esforçado, não conseguiu.

Carrasco, na falta de argumentos que sustentem minimamente uma história, apela para a baboseira pura e simples. Sua "Verdades Secretas" apela muitas vezes para a baixaria pura e simples e quando não o faz, ele usa de sua técnica favorita que é a de criar falsas polêmicas. "Book Rosa"? Jura que isso é polêmica? Qualquer imbecil com um número minimo de neurônios sabe que isso existe desde a época da Távola Redonda. Bonitinhas mas ordinárias? Sinceramente Nelson Rodrigues escrevia com maestria sobre o assunto, deixando popular sem ser popularesco.Walcyr é basicamente uma vergonha como escritor e sabe disso,  direção da Rede Esgoto também sabe, mas a vida segue.

Depois de espicaçar mais uma vez a Carrasco, falemos de Grazi. Grazi talvez, um dia possa ser chamada de atriz. Antes disso, tem um longo caminho a percorrer. Precisa ser pelo menos, crível e, nmas cenas em que assisti de sua personagem, oscila demais. Hora prace estar pronta, hora comete erros grotescos de atuação. Normal, ela esta iniciando e convenhamos, uma pessoa que conviveu confinada com Jean Wyllys por tanto tempo, certamente teve algum dano cerebral perto do irreversível e a recuperação leva tempo. Tenhamos pois, paciência com a moça.

Diga-se de passagem, a moça é discreta. Não fica gritando que é boa atriz nem fica chamando holofotes para si. Claro que aproveita-se do fato de naturalmente eles se virarem para ela, mas quem não? Fato é que seu destaque em Verdades... é parcialmente merecido por conta de sua atuação parcialmente boa. Mas o que irrita na verdade são as redes (anti) sociais. O endeusamento de Grazi, e a elevação de sua persona a um patamar que ainda não lhe é merecido chega a ser patética mas pior do que isso é a profusão de opiniões tresloucadas sobre a atuação da moça.

"Diva",  "perfeita", e pasmem, "nova Fernanda Montenegro", são alguns  dos adjetivos sem noção que li  e o Globo.com em sua sanha para promover a artista do casting da emissora proprietária do portal publica quase que diariamente como parte do esforço de tornar uma atriz ainda de limitos recursos em nova diva da dramaturgia nacional.

A boa de hoje foi a noticia que as redes "ferveram" por conta da cena em que Grazi vende seu corpo por droga na Cracolândia. Algumas coisas são realmente complicadas de se entender, ao menos para mim que talvez seja um pouco burro, mas numa boa, a cena não tem nada que a faça se diferenciar de milhares de cenas de mulheres em situações degradantes interpretadas por um sem número de atrizes ao longo dos anos. O que acontece é que o público de Verdades... é tão limitado quanto o seu escritor e vibra ao vê-lo colocar um bibelo como Grazi em tal cena.

Grazi não brilhou por sua atuação, brilhou, e brilhou apenas na visão de seus admiradores, por passar um minimo de credibilidade a uma cena que não alcançou a densidade que pretendia ter e nem vai mudar os rumos da teledramaturgia seja no Brasil, seja no Universo. A cena foi apenas mais uma dentre dantas, só isso.

Grazi Massafera tem um longo caminho a trilhar e muito a provar ainda se quiser firmar-se como uma atriz minimamente digna de ostentar o título de sua profissão. No fundo , ela mesma deve saber disso muito bem. Engraçado mesmo é ver como seu público surta com situações banais. Imagina se ela pega um texto que preste e o interprete de forma adequada? Isso ainda não aconteceu, então...

É isso

Ouvindo:Crioulo

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Voce Acredita?


E então fui assistir o filme "Você Acredita". Esquemático ao extremo no início, beirando a chatice das pregações mais sonolentas e ainda contando com atuações das mais preguiçosas que já vi. Sean Austin jamais deveria feito qualquer coisa além de "Goonies" pelo simples motivo de não ter o menor talento para interpretar o papel que seja. Aqui é um médico que de tão esquemático chega a ser caricato e sua atuação (?) só piora as coisas. Mira Sorvino é atriz de um filme só (Poderosa Afrodite) depois só fez caca. Ela e Sean encontram aqui Lee Majors que deve ter feito algum tratamento estetético que certamente destruiu além de seu rosto, sua capacidade de atuar. Cibyll Sheppard, falar o que?

Mas o legal é que o filme resiste a tudo isso. O filme é necessário e seu argumento é bom. é fiel ao retratar o mover de Deus na vida dos seres humanos e como ele deixa tudo em aberto, cabendo a cada um de nós tomar a decisão que melhor nos aprouver. O filme trata de verdades e suas consequências, trata de fé, a materia prima do cristianismo e trata sobre tudo da fé aplicada ao amor, que é exatamente o que nos faz sair da letargia e partir para a ação. Sem amor, do que vale a fé afinal?

E ai, nos vinte minutos finais do filme, após mais de 1:40h de projeção, você percebe que sim, ser cristão é estar dentro de um esquema e que nossas ações como cristãos seguem um script ou deveriam seguir, que é fazer o bem, amar ao próximo, viver de forma correta e honesta,  não se envergonhar de proceder desta forma, entender que cada um de nós carrega uma bagagem adquirida em nosso passado e muitas vezes ela vai influenciar nossas ações no presente e no fim de tudo isso é muito melhor ter Deus no controle do que tentar resolver por si só.

O filme fala sobre dependência de Deus e talvez a péssima atuação dos atores seja um ponto positivo. Porque bons atores talvez dessem o seu "toque pessoal" aos personagens, adicionando ou subtraindo características que os personagens não precisam ver ressaltadas/escondidas.

Como cinema, "Você acredita" é pouco, quase nada. Como mensagem para um mundo cada vez mais secularizado no entanto é um poderoso instrumento propagador de uma mensagem que não obstante estar se tornando antiquada mesmo entre os cristão, nunca foi tão necessária como nos dias de hoje. A lembrança da cruz de Cristo se faz necessária em todos os momentos de nossa vida, mas não apenas como curiosidade ou memória de uma bela história, mas como necessidade vital para uma vida que exalte o nome de Cristo e seu plano de salvação. Neste sentido, "Você Acredita" cumpre de forma categórica o seu papel.

É isso

Ouvindo: Heritage Singers

sábado, 5 de setembro de 2015

Dorme, menino morto, dorme. (uma carta que Aylan nunca lerá)


Não, Aylan, não vou publicar sua foto. Por respeito a ti, ao seu pai (eu sou pai, Aylan, sei o que o seu está passando), a seu outro irmão e sua mãe. De sua família, restou apenas o seu pai, seu irmão se foi, no mar. Sua mãe, também. Cabe agora a seu pai  prantear todos vocês. Restou sua foto, emblema de um mundo que se perdeu, restou um blogueiro que ninguém lê, aqui no Brasil (eu), a chorar quase um mar, como o que te afogou, por sua morte. Restou a insanidade, restou o horror, o horror.

Aylan, você dormiu. Na sua inocência você dormiu. Seus pulmões, cheios d'água, sucumbiram. Não houve crownfounding  possível de veganos bobos e pseudos defensores de animais para te livrar da morte. Essas pessoas, não te queriam nem no Canadá, onde seria o teu destino, nem na Europa, nem no Brasil, porque você Aylan, era um pequeno ser humano vindo da Síria, um país que todos  fingem  não existir para não ter que arregaçar as mangas e fazer algo em prol dos que lá sofrem. Salvemos os porcos, deixemos os seres humanos viverem pior que eles. Este, Aylan, é o pensamento vigente no mundo que você mal conheceu. Sabe de uma coisa, Aylan?  Você esta dormindo e dormindo como está, está melhor do que os que aqui estão, entorpecidos por uma falsa sensação de que fechando as portas para você tornariam seu pequeno mundo mais seguro.

Meu pequeno Aylan, o mundo não merece que inocentes como você o habitem. Não estamos preparados para isso, estamos alienados, completamente alienados de qualquer padrão minimo de moralidade que  impeça que corpos de garotinhos como você apareçam inertes em praias que deveriam servir como um lugar de recreação, esportes ou simplesmente um lugar para se meditar. Não, Aylan, no dia em que teu corpo ali apareceu, toda e qualquer beleza que pudesse haver naquele litoral se foi, se evaporou no ar como se evapora a água a altas temperaturas.

Crianças como você Aylan, só deveriam brincar e estudar. Nada além disso. Deveriam também receber amor sem limites para descobrirem quando adultos, que não existem limites para amar. Mas você, Aylan, um pequeno Sírio oprimido por gente como o ditador do seu país, Bashar Al Assad, um pseudo durão que não sobreviveria a uma noite sem escolta na favela do Canão no Brooklyn Paulistano, mas que escondido em um palácio cercado de puxas sacos e um exercito de desvalidos, acaba com a vida de seu próprio povo sem piedade alguma.

Seu corpo, jaz agora em algum cemitério na mesma Síria que te expulsou, Aylan. Teu pai, voltou para lá e o sepultou, junto com seu irmão e mãe. Você agora pode dormir Aylan. Não haverá mais bicho papão, nem Estado Islâmico batendo em tua porta. Al Assad agora não pode mais te fazer mal e as águas frias do mar não te tocarão mais o corpo inocente e nem por ele entrarão.

Você não vai mais jogar bola, não vai estudar, se formar. Não terá uma família como seu pai teve. Não vai descobrir como é emocionante o primeiro beijo que damos em alguém. Não vai correr contra o vento em um dia de chuva. Vai apenas dormir, Aylan. Vai dormir sem ser mais incomodado por quem quer que seja. Não verá pessoas chorando por porcos quando deveriam chorar por pequenos inocentes como você. Não vai  pesar sobre você o medo, o frio, a fome e a sede. Tudo isso não te pertence mais, Aylan, porque agora você dorme, enquanto os teus algozes, celebram. E que eles celebrem enquanto podem celebrar, porque a justiça será feita, pequeno Aylan, de uma forma ou de outra, a justiça truinfará. Ao contrário do que possa parecer, ela sempre triunfa.

Então, dorme em paz, Aylan.

É isso.

Ouvindo: Maria Callas


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

De tudo o que eu preciso, o que eu mais preciso, é não precisar de nada.


Correr atrás de prêmios, de reconhecimento, correr atrás das luzes, ser um coordenador, acumular dinheiro? No que estou me tornando? Não, eu não sou assim. Dinheiro é bom desde que seja para ajudar a outros. Ando bem de ônibus, pra que essa loucura de carro novo, de carro 0, de mostrar que consegui acumular, que consegui  ganhar, que vendi mais que os outros?

Estou vivendo por coisas que não fazem viver, que não constroem vida em mim.  Ser competitivo é minha natureza, isso é fato, mas tenho que me conformar com isso?  Competir com quem? Pra que? Pra ganhar? Tá, eu ganhei. E dai? O que fiz com meu prêmio? Ficou sem graça né? Bati meta, que venha outra.

Pode parecer loucura, mas não curto dinheiro não. Curto o que ele pode me proporcionar para ajudar minha família e amigos. Dinheiro pra mim é chato, me faz perder a alma, me faz perder a integridade, me faz perder o senso, o controle. Dinheiro, premios, do que valem se minha alma se perder? Sou uma pessoa que crê na palavra de Deus e ela conta que Jesus, este ser que tudo tinha e tudo tem e tudo sempre terá, largou tudo lá onde morava e ainda mora para vir dar a sua vida por um trouxa como eu. Insano? Não, ato de amor. E eu? Qual a medida do meu amor? De que me serve ganhar uma bolada e guarda-la? E ver pessoas necessitando de tão pouco e virar o rosto, fazer que não é comigo. Como eu consigo?

Tenho essa coisa de não me sentir merecedor, desisto de entender por que, mas se eu não mereço muita coisa, e ainda sim recebo algumas coisas, não deveria eu dividir ao invés de acumular? Cara!, morrer sem ter ajudado, morrer sem ter amado, morrer sem ter sido útil... Pra que eu vivi então? Sei que parece conversa de bebado, mas não, eu não bebo, quem me conhece sabe.

A euforia de vender um apartamento dura o exato momento em que transcorre uma assinatura. Depois, de verdade, vem um certo questionamento interno. Coisa de louco, eu sei, mas não sou mesmo normal. Eu preciso olhar para dentro, eu preciso achar a minha essência, ela se perdeu em algum momento da caminhada.

Hoje, conforme eu ouvia sobre os ganhos extraordinários que o produto do qual sou coordenador oferece, me angustiei. De verdade, me veio um nó na garganta, e eu tinha que sorrir, eu tinha que motivar os corretores, tirar dúvidas, me colocar a disposição, mas meu Deus do céu!!! Onde esta corrida maluca vai dar? Claro que eu quero dar o melhor para a minha família, mas a que preço eu novamente pergunto?

Se eu perder a alma, perderei a capacidade de estar vivo e dai não saberei discernir o que vale a vida, o que faz ela valer a pena e ai quem serei eu? Alguém que ganhou muita grana e nem sabe o que fazer com ela e por não saber, gasta-la de forma irresponsável?

Eu quero não precisar de nada. Quero renunciar a uma vida consumista e desenfreada. Me chame de louco, hipócrita, proselitista, do que quiser, mas eu mais do que querer algo, preciso renunciar a muitos algos.  Existe um lixo que circula pelo mundo ao redor que simplesmente contaminou todo meu interior e eu preciso limpa-lo. Eu preciso ter um interior descente para o exterior também o ser. Eu já mexi em lixo procurando comida, e já almoçei nos melhores restaurantes de SP (mesmo me angustiando tanto com os pratos e copos e louças que nem senti o sabor da comida) e descobri que tanto faz de onde vem desde que a fome seja saciada. Não vamos a um "big" restaurante para comer vamos para ter uma "experiência" gastronômica. Não guiamos um carrão para chegar mais rápido, mas para que ele diga um pouco de nós ou do que achamos que ele pode dizer. Eu cansei de brincar disso.

Eu posso ter um carro simples, eu posso me vestir adequadamente sem que as grifes que eu envergo precedam a minha chegada. Não, não sou simplório, longe disso, mas quero sim ser simples. Quero viver os  30 anos que talvez  me restam sem me envergonhar de quem eu sou e do que eu faço. Eu quero  ser feliz e serei feliz se conseguir não precisar de nada. Se eu não precisar de nada, tudo o que eu tiver  será um "plus", tudo o que for ofertado pela vida será graciosamente aceito, sem reclamações ou muxoxos de desaprovação. Eu não quero acumular, eu quero dividir. Dividir bens multiplicar sorriso e multiplicar ainda mais o amor. A vida seria bem melhor assim, a vida pode ser bem melhor assim, a vida será bem melhor assim.

É isso.

Ouvindo: Novo Tom

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Miley Cyrus


Assim como seu pai, Billy Ray Cyrus, Miley Cyrus é uma artista mediocre. Como cantora, não sabe cantar, como dançarina é uma piada e como atriz, é simplesmente uma farsa. Ela tem completa consciência disso e embora na sua faixa de atuação, praticamente todas as cantoras ou "artistas" sejam exatamente como ela,

Miley, no entanto, parece ser uma das poucas que tem total consciência da própria mediocridade e sabe que jamais venceria pela música que entrega. Ja existem embustes demais concorrendo com ela e a julgar pelo seu comportamento ela não quis correr o risco de submergir sufocada no meio de tantas outras nulidades que fizeram alguma "coisinha" diferente para se destacar.

Acontece que Miley, desde que deixou de ser Hanna Montana, o personagem banal e insosso da série homonima, só faz uma coisa: Enfia o pé na jaca! Claro que ela domina a  arte de faze-lo das mais variadas formas, o que a torna uma espécie de lider do "ranking" das celebridades (odeiooooo esta palavra) que vivem de fazer merda em escala industrial. Ninguém se equipara a ela. É uma espécie de John McEnroe de saias. Na verdade, BigMac passa vergonha perto dela.

No entanto para mim o que importa é exatamente o fato de que é muito, mas muito triste vivem em uma sociedade em que artistas não vencem mais pelo talento e sim pela capacidade em inventar situações grotescas para se auto promover. E grotesco aqui, de forma alguma é uma palavra forte. No caso de Miley, são roupas, frases, comportamentos em público, fotos que deveriam permanecer em privado e ela faz questão de "vazar" (outro termo tosco) para todos os seus seguidores nas redes sociais entre outras paradas, que fazem com que a qualidade de sua música nunca, absolutamente nunca entre em questão.

Miley não é exatamente uma campeã de vendas, mas ja vendeu  por exemplo, muito mais cópias do que seu pai jamais sonhou vender e se esquercermos o mercado de álbuns físicos e formos para o da internet, ela é sim, uma das lideres o que mostra  em grande medida o que a internet se tornou.

Não entro no merito da discussão sobre Miley ser um bom ou um mau exemplo para a juventude americana. Alias, só os americanos para engatar tal discussão. Miley é alguém que tem data de validade, no máximo mais 3, 4 anos e ninguém  lhe dará mais a menor pelota. Haverá outra loirinha novinha ainda mais "transgressora" (e a palavra esta entre aspas porque seu comportamento não é trangressor, é apenas vulgar e chulo) para lhe tomar a coroa com atitudes ainda mais abestalhadas e sem o menor sentido mas que repercutirão de forma avassaladora na mídia fazendo com que hordas de  adolescentes sem o menor amor próprio e bom senso repliquem  tais comportamentos achando que estão de fato na "crista da onda".

Miley é uma vergonha não porque seu comportamento vá de encontro a uma sociedade retrograda e conservadora, nada disso. Se fosse, ela poderia tachada como libertária, como alguém a frente de seu tempo. Acontece que seu comportamento é vazio de significado, são atitudes feitas sob medida para chocar a audiência. Não existe um compromisso com ideologias, pontos de vista inovadores, nada disso, apenas ações desesperadas para mante-la como o "assunto do dia, da semana, do mês" e u a malta de adolescentes bobolinos que a admiram só cresce, pois são tão apáticos e sem direção como ela.

Não consigo assobiar uma música sequer de Miley. São canções feitas por produtores cabeças ocas,  que nãso tem profundidade musical alguma, apenas empilham entulho musical de forma a parecer que são músicas de um trabalho.

Miley, literalmente não vale o que come, mas não como dizia minha avó, tentando atacar a indole de alguém, Miley não vale porque sua irrelevância, quer seja como artista, quer seja como pessoa é gritante demais e impede que se atribua qualquer valor a sua obra.

É isso.

Ouvindo: Musica de Brinquedo, álbum espetacular do sempre espetacular Pato Fu

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Novamente sobre Zezé de Camargo, o imbecil.


Zezé de Camargo, o Universo sabe, é imbecil de nascensa. Não existe mais qualquer tipo de salvação para este ser patético que vive de criar factóides inuteis que ainda reverberam em parte da imprensa, a parte, é lógico, que acha que ele e o outro babaca ao seu lado, Gustavo Lima, tomando café ao lado de uma Ferrari amarela é noticia, quando na verdade não passa de motivo para vergonha alheia.

Se eu sou o representante da Ferrari no Brasil ligo para os dois bobolinos e peço encarecidamente para que nunca mais façam este tipo de foto. A Ferrari, todos sabem é uma marca para lá de "premium" e ser associada a dois acéfalos simplesmente não pega bem.

Na verdade, cada um toma café a hora que quiser onde quiser e sobretudo na cia que achar mais apropriada, mas estas pessoas que ganham dinheiro há anos com um estelionato artístico, produzindo e vendendo uma música de qualidade desprezivel para uma malta de ignorantes ávida em consumi-la, deveria ao menos respeitar a situação atual de nosso país e de um povo que rala, e rala muito para colocar comida na mesa para sua família todos os dias.

Pessoas que pegam 3, 4 conduções todos os dias, que ganham um salário de fome, que tem que fazer malabarismos para garantir o mínimo do mínimo em termos de sobrevivência e ainda tem que ler algo tão imbecil quanto Zezé, o tosco,  ridicularizar nossa situação social perguntando  em tom de chacota onde está a tal crise que tantos falam.

A crise, amigo Zezé, esta instaurada por um governo que inclusive teve todo seu apoio e da maioria dos sertanejos que como você não enxergam um palmo a frente do nariz. Se você se desse o trabalho de frequentar supermercado, feira, pegar condução, trabalhar no chão de fábrica, se vivesse a vida de um só de seus criados, que devem ser tratados como lacaios, você saberia onde esta a crise.

Você não sabe onde está a crise Zezé, seu tolo, porque vive em um mundo de faz de conta, onde o que importa é criar fatos inuteis diariamente para se manter a tona, aparecendo, vendendo shows, falando mal de Mariah Carey e exaltando Celine Dion, o que só mostra sua total ignorância sobre o ofício que diz exercer. Se você saísse do seu pedestal e andasse com os olhos abertos no mesmo nível dos seus fãs por exemplo, não os ofenderia com perguntas cretinas como essas.

Que bom para você Zezé, que apesar de tapado, você tem dinheiro para ter Ferraris, casas tão grandes quanto grotescas na cafonice da decoração e outros luxos que só o dinheiro pode comprar, mas você se esquece que dinheiro não compra cultura, humildade, inteligência e sobretudo, caráter. Você Zezé, é uma vergonha para os brasileiros que pensam minimamente, que defendem a sua sobrevivência, com garra, sabendo que sim, temos uma crise gestada pelos políticos que você endossa, mas que temos que lutar apesar de pessoas como você para nos ridicularizar.

Você é um nada, Zezé.

É isso.

Ouvindo: Heritage Singers

sábado, 29 de agosto de 2015

De quando eu era criança.


Hoje acordei com saudades da minha infância. Um periodo que nem gosto muito, mas acordei com saudades. Por que? Sei lá. Sou imprevisivel.

Lembranças esparsas, sem ordem cronológicas me vem a mente. A primeira escola que frequentei, Jose Escaramelli, em Guarulhos. Tinha um raiva surda e incontida em ir a escola. Entrei aos 6 anos mas já sabia ler e escrever perfeitamente um ano antes, minha mãe havia me ensinado. Minha professora, da qual faço questão de não lembrar o nome, me forçava a fazer circulos, ondas, traços, entre outras bobagens. Quando entramos no lance de aprender a ler e escrever propriamente dito, ela me reprimia por ja saber. Gritava comigo como uma porca tresloucada e me enchia de raiva, o que levou minha mãe a me trocar de escola depois que mordi furiosamente a mão direita da professora e ato contínuo, chutei sua canela com minha bota ortopédica.

Sim, tenho uma deformidade nos pés e usava botas ortopédicas. Tinha uma branca para ir a igreja (acho que minha mãe associava a pureza) e uma preta. Eram pesadas, feias mas os únicos modelos disponíveis na época e minha mãe ralava para compra-las sempre que meu pé crescia. Só usava tênis (Kichute ou Bamba) para jogar bola na rua com os amigos. Odiava empinar pipa, sempre achei uma atividade de retardados mentais sem nenhum charme intelectual e mesmo o futebol eu trocava pelos livros.

Fui para uma escola chamada Anita Saraceni e ais 7 anos, enfim, me apaixonei pela primeira vez. Andreia Bonneti era o nome da loirinha por quem cai de amores. Ela no entanto gostava de um tal de Gustavo o que me fez espanca-lo até que ele perdesse a consciência com um pedaço de madeira, o que motivou a escola querer me expulsar da mesma. Entrou em cena a professora que todo garoto deveria ter, Dona Milvia, uma senhora que me reconhecia como diferenciado (seja lá oq ue isso queira dizer) e intercedeu a meu favor. Dona Milvia me indicava livros, e só me dava uma tarefa de casa "Composição" nome antigo que se dava a atual "Redação" devo ter feito, a pedido dela, mais de 200, 300, de temas variados, livres ou por ela propostos o que me fez ser ao final do ano, uma pessoinha apta a escrever o que quer que fosse da forma que fosse. Se não fosse Dona Milvia e seus livros indicados e sua obsessão por redações, eu seria mais um analfabeto funcional que lê sem no entanto compreender o que leu.

Depois de mais dois anos na escola, agora com uma professora cretina chamada Eliana, que andava com os peitos praticamente de fora e era mais burra que uma porta e nada tinha a me acrescentar além de me ensinar que pessoas podem ser Asnos falantes, decidi por mim mesmo sair da escola. E sai. Passava minhas tardes em uma biblioteca que ficava na escola e a Dona Milvia me deixava frequentar mesmo sem ser aluno. Dona Milvia era diferenciada.

A esta altura minha irmã morreu, a vida virou uma bosta total e fui enviado a um psicologo. O psicologo é algo que prefiro não comentar. Simplesmente não estava a minha altura e em nada me ajudou.

Eu ainda jogava bola na rua, mas lia cada vez mais e com mais intensidade absorvia minhas leituras. Descobri a poesia de Cecilia Meireles e Cora Coralina, li Hamlet, li Cervantes, li Jorge Luís Borges, li Saramago, li tanta coisa e cada vez lia mais e mais. Li até Jorge Amado, apenas para perceber o quão ruim era a sua literatura e como brasileiro é bobolino e gosta de porcaria. Mas também li Machado de Assis e Li Eça de Queiroz. Drumond, Fernando Sabino, enfim, a lista é muito, muito extensa.

Começei junto com minha madrinha, a frequentar a Igreja Presbiteriana da Vila Ré, na ZL de SP. Lá, ais 11, 12, sei lá, me apaixonei de novo (sim, foi um hiato um tanto quanto longo sem paixões) por uma ruivinha que nem o nome me lembro. A gente ficava conversando o tempo todo eu falava de livros e ela de música. Me apaixonei por ela e por música, porque ela defendia com tanta paixão que música era tudo que para mim se tornou tudo. Ela por sua vez se tornou leitora ávida e entre livros e LP´S dei o primeiro beijo de minha vida. Um beijo péssimo, afinal eu não sabia beijar, mas tão bom, afinal foi dado com paixão que me lembro dele até hoje. Não com saudade, mas com uma nostalgia boa. Acontece que aos 12 eu era um menininho lindo, porém um menininho, e ela aos 12, era uma mocinha que caiu de amores por um garoto de 15. Tentei espancar este também, mas apanhei clamorosamente, como um cão ladrão e desejei ser o homem de lata pela primeira vez, porque meu coração se partiu em 1.000 pedacinhos. Como vingança quebrei todos os LP'S que vi na minha frente e detalhe, não eram meus. Foi algo um pouco burro de se fazer.

Aos 13, comecei a trabalhar e virei adulto. Ai a vida ficou chata de vez. Me tornei beijoqueiro e praticamente um compulsivo sexual e acreditem, conseguir sexo aos 13 anos sendo bonito é a coisa mais fácil do mundo, mas isso ferrou minha vida. Me tornei um predador disposto a ficar com quantas garotas eu conseguisse para em seguida fazer o que a ruivinha fez comigo, dispensa-las. Até que aos 16 me apaixonei novamente. Mas ai ficou tudo mais chato ainda.

É isso

Ouvindo: Grupo Elo