terça-feira, 5 de julho de 2016

Heritage Singers 45 anos


Heritage Singers, chova, faça Sol, ou aconteça qualquer outra intempérie sempre será minha referência número 1 quando se fala em música cristã de qualidade. Claro, antes deles eu já tinha ouvido VPC  por exemplo. Denise também é uma referência, assim como Armando Filho também influenciou e muito, a minha forma de entender a música e diga-se de passagem, não tenho vergonha alguma de citar Denise e Armando pois se eram limitados nos arranjos de suas canções e nas vozes que tinham, eram ilimitados no serviço, humildes, exemplos de conduta e tudo o mais que faz um cantor fazer a diferença.

A grande questão é que com o Heritage aprendi que a qualidade deve ser uma obsessão e embora alguns álbuns de algumas formações do grupo não sejam exatamente um primor quanto ao rigor técnico, no quesito entrega, que embora possa parecer subjetivo é o que realmente importa eles sempre foram 100%. Não existe um álbum sequer do Heritage que possa ser apontado como comercial, feito apenas para vender, para elevar o nome do grupo no cenário gospel, (e antes que críticos critiquem, na "indústria" que se transformou a CCM, Herigate Singers é pouco mais que nada, sempre com um esquema de distribuição pouco mais que amador, me lembro de apenas um álbum do quarteto dos caras que foi lançado por uma grande gravadora a Image7 e ainda sim das grandes ela era uma das menores.

Max Mace e Sua Esposa Lucy sempre foram livres para criam o som que achavam mais adequado para o momento do grupo, que começou com formações imensas, depois foi diminuindo, chegou a ter o Heritage Singers II  e mesmo com um esquema pouco agressivo no que diz respeito a colocar a marca para ser conhecida tornou-se um grupo mundialmente conhecido. Pode-se argumentar que apenas os Adventistas sabem que é Max Mace e seu Heritage Singers, algo que eu discordo veementemente porque hoje eles são sim, referência para muito artistas solos de diversas denominações  e também para quartetos e outros grupos.

O Heritage Singers além de manter sua integridade musical sempre se pautou pela forma séria com sempre lidou com a sua audiência. Nunca se viu escândalo algum no Heritage Singers de qualquer ordem.  Evidentemente não é um grupo composto por anjos, e até pelas inúmeras formações que já teve, pessoas que não tinham tanto comprometimento com a bora do grupo certamente devem ter passado por suas fileiras, mas isso não embota a capacidade de emocionar seus ouvintes e principalmente de proclamar o nome do Eterno com propriedade.

Meus parabéns ao grupo, a Max Mace seu grande idealizador e que venham muitos anos mais!!!

É isso

Ouvindo: Heritage Singers

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Wesley Safadão e a vergonha de Caruaru


Não existe polêmica  alguma na questão da festa junina de Caruaru. O que existe é um "artista" fazendo jus ao seu nome: "SAFADÃO" Sim, pagaram 575.000 dinheiros a um uma pessoa que além de ser uma nulidade musical é também  alguém que nutre absoluto desprezo pela situação dos milhões de desafortunados do país que nada tem e graças a políticos e pseudo artistas como Safadão tem cada vez menos possibilidade de ter.

Não existe motivo, seja ele artístico ou de qualquer outro motivo que explique pagar a quantidade de dinheiro que se pagou para Wesley. Safadão não é um artista que valha um cache de 20.000 dinheiros, quanto mais de 575.000. O desplante de tal pagamento apenas evidência um país que perdeu a vergonha, onde qualquer negociata, qualquer falcatrua é feita a olhos vistos, sem a necessidade de esconder o mal feito de quem quer que seja.

É prática comum no meio "artístico" superfaturar os caches para fazerem acertos com prefeituras e assim o negócio ser bom para ambos. O artista recebe o que já receberia de qualquer modo e a prefeitura reforça o seu caixa paralelo e embora seja comum, é triste.  Não existe a menor preocupação em oferecer um show de qualidade para a população, um espetáculo que seja musicalmente agradável. Não.  O que se quer é faturar em cima de quem acaba pagando a conta sempre: O povo.

É uma vergonha que não existam controles públicos que possam evitar  que situações vexatórias como essas mas é mais vergonhoso ainda que artistas, que deveriam zelar pela dignidade de sua obra a vendam de forma tão vil e a preço tão barato, pois 575.000 dinheiros não deveriam de forma alguma  ser o preço final de um cantor ou qualquer outro artista. Sinto vergonha alheia de perceber que no Brasil, para a grande maioria dos assim denominados artistas,  valha mais a pena vender a sua obra do que mante-la integra, seja em qual estilo for. O povo também não se importa com a roubalheira, antes prefere agir como se nada estivesse acontecendo e lota esses shows  validando o processo de  pouca vergonha que cada show encerra.

Em um país sério, situações como essas seriam reprimidas até não mais existir e o dinheiro deveria ser integralmente devolvido aos cofres públicos. É lastimável que tudo continue como sempre foi e que esteja claro que continuará sendo. Qhe vergonha! Que vergonha!

É isso

Ouvindo: Alanis Morissete

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Dias de praia no inverno.


A menos que você more no litoral e já tenha se acostumado plenamente a todas as facetas que morar próximo a praia implica, o inverno por lá não é uma coisa bacana. Ter a faixa de areia a disposição, a imensidão do mar e tudo o que ela significa tanto em um plano literal como sobretudo em um plano literário e não poder desfrutar é de doer na alma e também é a metáfora quase que perfeita para falar sobre melancolia.

Se o Sol pede Beach Boys na vitrola e pessoas com seus maios, biquínis e sungas correndo em direção ao mar e logo em seguida ao Por Do Sol,  o inverno na praia pede uma reuniãozinha de poucas pessoas, Tom  e Sinatra cantando "Bonita" na mesma vitrola, queijos e vinho. Só que isso é Campos do Jordão, não litoral. Litoral no verão é sinônimo de festa de agitação de pessoas felizes. No invernos apenas soturnas figuras o frequentam com seus olhares macambúzios que entregam a falta de alegria a iluminar a alma.

Dias de praia no inverno não são dias de praia, são dias de não ir a praia. Dias de olha-la, deseja-la, imagina-la tal qual ela é. é ver o mar lindo, oferecendo-se com suas ondas em languidos movimentos, seu barulho musical sussurrando  poesias que de tão translúcidas, diafanas  são. Praia no inverno para o turista é a sensação máxima de não pertencimento  a algum lugar, é sentir-se mais triste do que se é ou do que se deveria ser. Dias de praia no inverno é abrir mão da felicidade que  Sol traz. É conscientemente escolher a tristeza, é de forma retumbante gritar ao mundo que se falhou.

Mas é claro que vive dias de praia no inverno quem se recusa a dela ir embora. O sentimento de  melancolia. tristeza,. não pertencimento, a solidão que dias passados no inverno do litoral traz, tudo isso pode ser substituído quando pura e simplesmente muda-se de lugar. Quando o inverno é vivido onde se deve, da forma que se deve,  Quando as coisas estão nos devidos lugares, o inverno não é um fator de interferência na felicidade e saindo da metáfora, quando as coisas estão no lugar dentro de nós, a tristeza, este inverno que a mim assola de vez em quando, não passa de uma nuvem escura que se dissipa.

Mas se ela me atinge quando as coisas já não estão bem, dai sim é como uma paisagem de inverno no litoral e nem quero sair de lá, é como se a estadia na gélida faixa de areia se prolongasse de forma natural, simplesmente porque é assim que tem que ser. E não é.

Me sinto como numa cidade muito bonita litorânea, mas estou  nela na estação errada. Esse frio vai passar, logo estarei adaptado, fora dessa cidade errada na hora errada. O tempo se encarrega de nos levar de volta para onde nunca deveríamos ter saído. O tempo e só ele pode me ajudar. Eu vou seguindo. Que assim seja.

É isso.

Ouvindo:Magic Numbers

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Maria Amélia Miranda Rocha (RIP)


Maria Amélia Miranda Rocha é o nome de minha irmã que morreu. Sim, além de minha irmã Fernanda, tinha a Maria Amélia também. Uma menina bonita, cheia de sonhos, que sempre se envolveu com as pessoas erradas infelizmente. Minha irmã era tão ou mais inteligente do que eu sou. Ela era brilhante. Foi uma criança cheia de vida,  Era doentinha, tadinha, tinha pulmões arrebentados como os de um fumante aos 7 anos. Um teve que ser removido inclusive, mais ainda sim ela lutava pela vida  e fazia o que era possível para se manter neste mundo de bosta.

Mas como eu disse sempre se envolvendo com pessoas erradas, com gente que não prestava que a fazia sofrer, a fazia ser muito pior do que ela era, que sugavam suas energias e alegria até que ela se tornasse algo próximo de um ser absolutamente desconstruído. Ela era bonita! Há! Como ela era bonita! Tinha olhos expressivos, castanhos, um cabelo cacheado que lhe caia sobre os ombros de forma  exuberante até. Não eramos melhores amigos mas a nossa maneira, nos amávamos.

Me ajudou várias vezes, eu lhe ajudei outras tantas, fazíamos como irmão deveriam fazer. Mas agora, ela morreu. Tinha três filhos, mas o mais velho morreu também. É triste, mas minha irmã morreu de AIDS e seu filho, que tem o meu nome, de overdose.  Não a julguem, asseguro que ela era uma boa pessoa. Se enveredou por uma vida de erros é porque mesmo as pessoas boas tem suas fraquezas e cometem erros que aos olhos de quem não os cometem podem parecer absurdos. Mas e dai? O mundo continuará a girar da mesma forma. A morte de minha irmã é só um número de uma fria estatística que versa sobre pessoas que usam drogas e o seu triste fim.

A AIDS foi uma consequência quase que natural  de seu comportamento errático e a morte de seu primogênito nada mais é do que o reflexo de filhos que sem estrutura repetem os erros de seus pais. Mas minha irmã sempre foi para mim muito mais que uma pessoa que se perdeu para as drogas. Era minha irmã, meu sangue, a quem tinha apreço, amor. Sua morte finaliza anos de sofrimento, mas isso não me consola. Ver quem se ama morrer assim é algo muito triste e por mais que eu possa parecer um ogro sem sentimentos, não sou bem assim. Agora não tenho mais irmãs. Fernanda, a esperta, se foi logo deste mundo vil. Amélia, a que gostava da vida mas não soube vive-la, se foi agora. E eu, o pior dos três rebentos de minha mãe, permaneço aqui, sendo uma pessoa detestável e sem graça.

Meu mundo interior já habitualmente tão cinza, esta negro, as trevas são espessas, a vontade de continuar é zero. Eu sou uma sobra de mim mesmo a muito tempo e agora perdi meu elo familiar, perdi minha irmã. Queria realmente ter estado ao lado dela em seus momentos finais. Queria ter cuidado de seu corpo frágil e febril ao fim da vida. Queria lhe dado um abraço que mostrasse o amor que lhe tinha. Queria muita coisa e agora nada disso vai acontecer. Seus olhos se fecharam, cessou a respiração e isso fala muito de um mundo absolutamente sem sentido onde pessoas como eu continuam a caminhar. Minha irmã era uma mulher muito jovem para morrer. 38 anos e uma vida para viver.

Minha irmã morreu e eu continuo vivo. A vida não traz  justiça. A vida é a própria injustiça. Minha irmã merecia mais do mundo do que ela teve, o mundo deveria ter a conhecido melhor. Minha irmã se foi e eu fiquei. Que bosta!

É isso.

Ouvindo: Yo - Yo Ma



sexta-feira, 17 de junho de 2016

E se?


E se ao invés de tanto ceticismo o mundo fosse povoado por pessoas de uma fé inabalável, independente da crença? Ter fé realça o caráter e não falo aqui de ter fé em Deus, Buda, Maomé, ou qualquer outra divindade, falo em ter fé,  em não se deixar tomar pelo ceticismo ou pior, pelo cinismo. O mundo precisa de pessoas que tenham fé, que ousem proclamar a sua fé. Ainda que essa fé seja na ciência, pois fé não se refere apenas ao sobrenatural.  Mas o mundo precisa de pessoas de fé. Se mais delas existissem,teríamos um mundo melhor.

E se ao invés  de uma vontade louca de impormos nossa opinião, aceitássemos a de outras pessoas senão para substituir a nossa própria opinião, ao menos como referência elegante de que opiniões contrárias podem coexistir? Quem disse que não afinal? Por que pessoas com pensamento diferentes não podem andar lado a lado,  irmanadas e descobrir outras similaridades ao invés de apegarem-se a uma ou outra opinião diferente e fazer dela a cerca de espinhos que as divide? Um mundo sem diversidade de opiniões não é um bom lugar para se viver.

E se por um momento que fosse, minha religião não importasse para quem descorda dos dogmas que a permeiam? Se esses dogmas fossem vistos apenas meros diferenciais não de posicionamento sobre a vida, mas da forma de como eu conduzo a minha vida privada e ficasse claro que minha crença não me faz pior nem melhor que ninguém e muito menos diferente? Minha religião apenas fala de minha crença sobrenatural e sim reflete em meu estilo de vida e em como me relaciono com o mundo, mas jamais me faz superior por te-la. Importar-se com minha religião, é deixar de importar-se com minha essência, que vai muito além dela.

E se minhas roupas, meu carro, meus bens materiais enfim,  falassem menos a meu respeito do que quem de fato eu sou? Talvez fosse um exercício interessante este, o de não nos importarmos com aparência, com o exterior de quem quer que seja. Aceitarmos com naturalidade  tanto anões, como pessoas extremamente altas. Acreditar que ser gordo não é crime e nem diz nada negativo de ninguém. Ser magro não é padrão de conduta e apenas biotipo. Entender que ruivo ou negro, o sangue é o mesmo e a sombra projetada pelo Sol tem a mesma cor. Sol este que não se recusa a aquecer quem quer que seja independe de como seja a pessoa.

E se a forma com a qual me conduzo diariamente, minhas ações práticas, minha forma de posicionar-sempre buscando o que é correto e em caso de erro reconhecendo-o e buscando corrigi-lo, se fossem esses os parâmetros com que eu e você encarássemos as pessoas, não seria este um mundo muito melhor para se viver? Se ser "diferente" fosse tão irrelevante como ser "normal" importando mais sermos humanos de bem o do bem talvez o mundo tivesse menos choro, menos infelicidade, menos terror, menos preconceito, menos inveja e tivesse mais o que ele tanto precisa: Amor!

Qualquer mudança começa sempre por mim. Sempre. E por este motivo é tão difícil. Mas nada é tão difícil que não possa ser executado.

É isso.

Ouvindo: Brooklyn Tabernacle Choir

quarta-feira, 15 de junho de 2016

A dor de Eyshila



Não conheço pessoalmente a cantora cristã Eyshila e não tenho a menor ideia de como seja a sua vida cotidiana. Imagino que seja uma correria uma vez que ela é uma das mais requisitadas  cantoras  cristãs da atualidade e em seus vídeos no youtube se contam as visualizações  na casa dos milhões.

Uma de suas músicas mais impactantes é " Nada Pode Calar Um Adorador" Uma bela música, bem arranjada com um instrumental ok e tals. Sua voz é ok, o que nos dias de hoje significa muita coisa. Não  derrapa, tem emoção, enfim, é uma cantora correta e que não se mete em polemicas vazias. Vive, ao menos ao que parece, uma vida realmente cristã, embora isso não caiba a mim e nem a ninguém julgar.

Eyshila perdeu seu filho ontem, 14/06. Raramente acontecimentos deste tipo me impactam, porque afinal de contas, cada um tem a sua vida. Mas quando vim ouvir suas músicas hoje e em especial a citada no parágrafo anterior, eu chorei. Meu dia não esta sendo especialmente bom, mas eu chorei genuinamente. Senti a sua dor. A dor da perda de um filho é indizível. Não existem palavras para externar o que significa a dar da perda de uma cria nossa. é uma situação simplesmente insana, que enlouquece o mais são.

Eyshila, em breve comunicado nas redes sociais, disse: "Deus me deu, Deus tomou, louvado seja o nome do Senhor", citando Jó, um dos exemplos de fé da Bíblia. (Jó Cap1 vs21) e Jó complementa, assim como Eyshila também fez, "Louvado seja o nome do Senhor!" Reação assim, diante da morte de parte de si mesmo, porque perder um filho é perder a si mesmo em uma proporção incalculável, é digna de nota e emocionante.

Mal se ouve falar no nome de Eyshila em redes sociais, a menos que seja para ver sua agenda, ou programas  de TV aos quais ela vai. é uma mulher discreta como convém a alguém que leva a palavra do Senhor. Tem uma vida consagrada, sendo casada com um Pastor que também é discreto em seus passos. Não envergonham a causa Cristã, antes a exaltam com sua postura séria.

Não faço ideia do porque coisas ruins acontecem a pessoas boas. Não vou ficar filosofando sobre o tema, seria tergiversar sobre algo sério, solene, ao qual  meu intelecto simplesmente não alcança e embora é claro eu tenha um opinião, não cabe da-la em um momento como este. Só consigo me sentir triste e em pensamento orar para que Eyshila sinta o conforto do Pai e que encontre seu filho na manhã gloriosa do ressurgimento daqueles que no Senhor, no Eterno descansaram. Perder um filho como eu disse, é perder um pedaço de si mesmo, é algo de qual jamais se recupera o pai ou a mãe que por isto passa. Perder um filho é como morrer todos os dias a acordar e tenho plena convicção de que se fosse possível a Eyshila escolher ela teria morrido no seu lugar. Sem pestanejar. Deus, em sua santa sabedoria sabe de todas as coisas e não cabe discussão sobre os seus desígnios. Simples assim.

Que o Eterno a conforte, que o Eterno lhe de a sabedoria de seguir o seu caminho rumo ao céu, a eternidade e lá ele mesmo entregará o seu filho em seus braços. Eyshila, não nos conhecemos, mas Deus é contigo!

É isso

Ouvindo: Eyshila

domingo, 12 de junho de 2016

Sobre o comercial "The Cliché" da Heineken e de como ele é um dos melhores de todos os tempos.



Para a propaganda brasileira cerveja é sinônimo de mulher pelada e se comportando como uma presa fácil as investidas masculinas. Via de regra é assim e não adianta afirmar ao contrário.  Não existe a menor criatividade em terras Tapuias quando o assunto é fazer o brasileiro tomar (mais) cerveja.

Dai vem a Heineken que a tempos só faz propagandas brilhantes e não usa mulheres peladas (ou quase) e faz o comercial definitivo: "The Cliché". E o que me enche mais ainda de orgulho é que foi uma criação brasileira. Sim, eu disse orgulho.

Quebrar a mesmice nunca é fácil. Ainda mais quando é o mais do mesmo que impulsiona as vendas de determinado produto ou segmento. Quebrar regras, paradigmas e fazer diferente é uma tarefa para poucos e ainda mais difícil de ser tomada quando a dois anos atras a marca foi acusada de machismo exatamente por um comercial também destinado a final da Champions League onde mulheres iam comprar sapatos na hora da final.

Pouco importa se a marca usou atores para fazer o comercial, uma vez que este tipo de ação precisa ser muito bem executada não vejo problemas. A saber: dois casais eram de atores e um casal não era ligado a nada do mundo das arte e simplesmente amavam o futebol. Claro que a Publicis Brasil, agência responsável pelo comercial pode ser acusada de manipulação, de "falsa pegadinha" e o que mais se quiser acusa-la, mas de verdade, o que eu vi foi um comercial sensacional que quebrou regras, fez as mulheres peladas da Itaipava parecem umas imbecis e comunica uma marca se posicionando de forma brilhante sobre a necessidade de se tratar homens e mulheres de forma igual, sem os velhos clichês que dizer que mulher não gosta/não entende futebol e ainda empareda o homem quando ele quer assisti-lo.

Claro que o título do post talvez seja um enorme exagero, afinal muito comercial bom já foi produzido não só no Brasil, mas no mundo, mas toda vez que um comercial tratar mulheres de forma descente, digna, sem vulgariza-las rebaixando-as a meros corpos nus que não servem para nada além de vender suas marcas, vou bater palmas de pé.

Podemos sempre procurar defeitos em coisas boas e vamos acha-los uma vez que nada é perfeito, mas este comercial nos mostra que existem diversos caminhos a serem seguidos para comunar com leveza e graça uma marca e seu produto.

Parabéns ao pessoal da Publicis, que criou e da Heineken que aprovou um comercial de cerveja que ficará para a história e que sobretudo celebou a inteligência e bom gosto.

É isso.

Ouvindo: Skank