domingo, 2 de outubro de 2016

Sobre O Último Capítulo de "Velho Chico"



Velho Chico marcou a história da TV brasileira. De forma indelével ficará na memória dos que gostam de uma história bem contada. Não existiram concessões em Velho Chico. Não foi uma novela levada a termo por grupos de pesquisa. Se manteve fiel ao que foi proposto e se mudanças houveram, não foram implementadas para descaracterizar a novela e sim para melhora-la. Novelas são uma obra aberta e é preciso entender que dificilmente elas chegaram ao final na estrita forma que foi imaginada, mas Velho Chico não foi tutelada e isso é cada vez mais raro.

Claro, existiram momentos de modorra como em qualquer novela. Imaginar que uma novela, essa coisa esquisita que dura oito meses e tenta mesmerizar milhões em frente a TV não vai ter escorregões é algo de uma ingenuidade ímpar. Mas mesmo a modorra de Velho Chico é melhor que os mais eletrizantes momentos de suas últimas sei lá, 20 antecessoras.

Mas para mim o que contou mesmo foi o último capítulo. Novelas tem por hábito entregarem últimos capítulos abilolados, desconexos as vezes, que frustram seus expectadores de forma até aviltante. E Velho Chico entregou um último capítulo triunfante. Quase perfeito, irretocável tanto na forma quanto no conteúdo. Simplesmente me fez ficar de olhos grudados na TV e amaldiçoar os intervalos comerciais. Singelo, sensível, tocante e com atuações que estão entre as melhores que já vi.

O que falar de Antonio Fagundes de quem sou fã basicamente por "Morte Acidental de Um Anarquista", uma peça simplesmente perfeita que ele encenou. Suas cenas finais foram uma aula de interpretação! Cristiane Torlone, uma atriz apenas ok, se superou e transformou-se na prova viva que um bom texto engrandece demais o trabalho de um ator.

No entanto, um parágrafo todo se faz necessário para falar de Marcelo Serrado. Sua versatilidade se provou de forma inequívoca e inconteste nesta novela. Seu personagem transitou entre o trágico e o cômico (ao menos para mim) de forma magistral, de longe, o melhor ator da cia bela que trabalhou em Velho Chico. Trejeitos, maneirismos, tom de voz, figurino, tudo contribuiu para construir um personagem que ficará na memória por muito tempo. Para mim,  a comparação que me vem a mente é a do Coringa de Jack Nicholson que eclipsou o Batman do pateta Michael Keaton de forma avassaladora. Claro que aqui, Serrado teve atores a altura de seu talento e o duelo de interpretações foi muito mais difícil, mas ainda sim se sobressaiu de forma muito, muito imponente! Parabéns,  Marcelo Serrado.

Tudo em Velho Chico caminhou de forma brilhante no decorrer de toda a novela e seu final poderia ter sido um desastre sem precedentes. No entanto o trabalho coeso dos atores, a direção segura de Luís Fernando Carvalho e o texto fora de série de Benedito Ruy Barbosa e equipe transformaram Velho Chico na melhor novela do Século 21 até aqui e seu último capítulo em algo memorável, marcante. Como dizemos na corretagem, "Parabéns a todos os envolvidos!

É isso.

Ouvindo: Mutantes

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"Um Namorado Para A Minha Mulher", Ou Uma Comédia Romântica Que Deu Certo.



Uma comédia romântica tem que ter para ser boa por incrível que pareça apenas dois ingredientes: Comédia e romance.  Claro que atuações críveis são necessárias, mas é necessário leveza na alma do ator ou encenar um filme deste gênero. Não pode haver  açodamento, histrionismo, atuações dilacerantes, nada disso. Uma boa comédia romântica envolve o espectador exatamente pela leveza e delicadeza com a qual ele se sente abraçado.

Brasileiro não tem, via de regra, mão para fazer comédia romântica. Pesa demais, o que era pra ser leve vira um emaranhado de emoções mal explicadas e os atores atuam como se fossem protagonistas de Rei Lear,  com uma urgência, som e fúria que o gênero não pede e não comporta. Basicamente comédia romântica brasileira é uma bosta.

Mas o trio do filme retratado no título esta demais. Ingrid, Caco e Domingos, conseguiram achar a leveza  necessária para levar um roteiro apenas mediano nas costas e extrair dele o melhor que poderia  ser tirado. Fazer rir, já se é sabido, é muito mais difícil que fazer chorar, poisse desgraça comove a quase todo mundo, a alegria é subjetiva e o que faz alguém rir pode ser indiferente a outro, então se o roteiro for meia boca os atores terão que ser muito melhor que normalmente são e sair de sua zona de conforto.

Caco Ciocler que é um ator apenas correto está muito bem na pele do protagonista e Ingrid Guimarães tem o timing da comédia no sangue. Domingos trafega (ou trafegava) entre distintos gêneros sem maiores problemas e todos eles entregam atuações que fazem com que o tempo passe rápido e o filme deixe o famoso gosto de quero mais. Paulo Vilhena que é uma bosta de ator interpretando um papel frouxo como sua atuação não compromete, o que já é uma ajuda e tanto.

Vale muito a pena assistir "Um Namorado Para Minha Mulher", vale mesmo. Filmes brasileiros em geral são ruins de dar dó ou são obras primas e quando aparece um filme despretensioso, que pode ser curtido como entretenimento leve, mas que ainda sim entrega boas risadas e algum sentimentalismo faz-se quase necessário assistir.

É isso

Ouvindo: Ramones

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

De Quando Eu Era Cristão


Sim, houve uma época em minha vida em que eu era um Cristão. Vamos esclarecer: Cristão em minha definição é alguém que busca seguir a Cristo e o faz mesmo falhando, errando, caindo, levantando, tropeçando de novo, levantando-se mais uma vez. Cristão para mim também é aquele que busca imitar o modo com que Jesus agiu na Terra quando esteve nela. Não consegue na maioria das vezes, o índice de erro é absurdo, mas ainda sim, tenta imita-lo e tenta e tenta e não consegue e tenta mais um pouco e neste processo  que Guimarães Rosa chama de "rasgar-se e remendar-se de forma constante" ele vai tentando  levar sua vida o mais próximo possível do seu exemplo maior.

Quando eu era Cristão, eu era assim. Tentava seguir o Mestre, tentava imita-lo. Nunca foi fácil, ao contrário. Sempre foi excruciante para mim agir como um seguidor de Cristo. Para algumas pessoas parece tão natural, para mim é ao contrário, é anti-natural segui-lo. Gosto das coisas do mundo. O mundo me atrai, minha profissão que amo, a música, os pequenos prazeres, enfim, um sem número de coisas me atraem para longe do Salvador e hoje, sendo absolutamente sincero, a dúvida não sobre sua existência, mas sobre a necessidade de tê-lo em minha vida é meu maior obstáculo.

Mas houve sim um tempo em que reconhecia minha completa necessidade Dele. Um tempo em que mesmo errando, sabia que Ele era o padrão a ser seguido, o objetivo maior era Ele. Jesus e seus ensinamentos faziam todo sentido em minha vida e de verdade, minha vida fazia também muito mais sentido.

Hoje me questiono  o tempo todo sobre o sentido de minha vida. Para onde ela vai, porque ela vai, como ela vai. Não questiono o amor que sinto pelas pessoas que amo, mas questiono se ele não teria mais qualidade se eu buscasse minha referência primeira. Sou rebelde, sou absolutamente rebelde. Em relação a tudo o que aprendi,  a tudo o que cria, existe apenas um buraco enorme dentro das minhas convicções mais primárias e hoje a única convicção que tenho é que não tenho convicção.

A música de Estevão Queiroga, "Bom e Mau" reflete exatamente meu estado de espirito. Quando ele diz, " Eu não sei mais quem sou, Acho que eu era bom,  mas em quem eu me tornei, nem me reconheci, por certo, um outro vive em mim"  Confusões da meia idade? Talvez. Mas quando eu sabia quem era e em quem eu cria, não tinha tamanha confusão, E a meia idade não me influencia.Me sinto um menino, me sinto um rapaz de 20 anos, apenas que tenho 43 anos. Mas um rapaz de 20 anos que tem 43 anos que não sabe em quem ou em o que crê.

A questão da fé é muito mais complicada do que parece ser, ao menos para mim. Está acima de minha compreensão, admito. A fé de cura, isso é fato, mas a falta dela, pode te machucar e te machuca mais na medida em que você sabe no que e em que deve crer, apenas não consegue forças para tanto. Não sou emocional, gritarias, músicas lindas não me tocam. Minha fé tem que ser restaurada dentro de um processo absolutamente racional. Não que Deus seja para mim uma mera equação e seu filho um apêndice da mesma, mas não é definitivamente algo de fácil elaboração para mim. Mas terei que elaborar. Isso é fato.

Quando eu pura e simplesmente era um Cristão, eu errava demais, mas era mais feliz. Certamente era mais feliz.

É isso.

Ouvindo: Estevão Queiroga

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Golden Buzzer


AGT, (American's Got Talent) e BGT, (Britain's Got Talent) são os dois melhores programas  para se ver na tv na atualidade quando se fala em entretenimento puro e simples. Poderiam ser apenas dois programas boçais, desses feitos para ridicularizar os calouros que lá se apresentam ou ser os que se levam a sério demais e não entregam nada substancial. Nada disso. Com humor na medida certa, jurados que sabem do que falam e sobretudo candidatos que transpiram competência, esses programas eletrizam a audiência e tiveram este ano na minha opinião suas melhores temporadas.

Não se trata apenas de música, longe disso. Nesses programas se apresentam mágicos, imitadores, cias teatrais, dançarinos e o que mais houver de interessante na terra da Rainha e no Tio Sam. Claro que como disse acima, um dos segredos é não se levar a sério demais e dar oportunidades a candidatos sem a menor qualificação para ganhar. Simon Cowell, o gênio por trás do formato e um dos midas da indústria musical atual é o responsável pelo equilíbrio do programa e suas tiradas sarcásticas e ferinas me fazem rolar pelo tapete da sala rindo até doer o estomago.

Se por um lado Simon é o "responsável' por barbaridades comerciais como One Direction, uma bobagem inominável e por sua congenere feminina Fifth Harmony, uma coisa pavorosa,  também entregou ao mundo Susan Boyle, Andrew Johnston entre outras perolas. E o programa nada mais é do que uma forma de Simon achar artistas e lança-los no Showbizz. Simon faz isso com maestria. Eu poderia ser Simon.

O Golden Buzzer do título do post é uma distinção dada aos melhores candidatos a se apresentarem na fase de audições e dificilmente ele é entregue para candidatos que não os mereça. Um Golden Buzzer é sempre um forte candidato a vitória embira nem sempre seja ele a ganhar. Creio que os jurados to BGT sejam ligeiramente melhores que os do AGT, mas ambos os programas tem equivalência nas escolhas e entre erros e acertos fazem com que assisti-los sejam um prazer.

Agora, com as temporadas encerradas, basta esperar pela temporada 2017 e principalmente rever os vídeos no vocetubo que quer sejam com legendas, quer seja sem, são garantia de divertimento e alguns são também emocionantes.

É isso

Ouvindo: Andrew Johnston

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Pleno de Orgulho (Um Post Sobre Ser Corretor)



Algumas coisas relativas a minha profissão me enchem de orgulho. Claro que algumas também me fazem corar de vergonha. Prefiro evidentemente não falar nelas, afinal quem gosta de admitir seus erros ainda mais em público?

Fato é que quem me conhece sabe que tenho uma incorporadora que levo no peito acima de todas as outras. Como um arbitro de futebol não pode revelar o time do coração, não é de bom tom para mim revelar também qual incorporadora me da prazer em vender muito mais que as outras até porque sou um profissional (e dos bons) e vendo o  que for necessário vender da empresa que for pois preciso sobreviver.

Mas a coisa de 1 ano e meio atrás fui proibido de fazer os plantões desta incorporadora. Por culpa minha, diga-se de passagem,  por puro mal comportamento. (Se eu fosse presidiário um  dia sair por bom comportamento estava fora de questão) e tive que me conformar em não mais vender seus produtos.

O tempo passa, o mundo gira, a Lusitana roda e o maior evento de vendas de imóveis e região protagonizado por esta incorporadora aconteceu no último fim de semana. Não sou mais corretor, ou melhor, sou corretor mas estou gestor de vendas, ajudo os outros corretores a vender, na verdade quando eles me chamam, eu com meu jeito nem deixo mais os pobres falarem, tomo a venda pra mim faço e entrego pra eles,  mas enfim, o foco do post é que para minha total surpresa, fui convocado para trabalhar neste evento como gestor. Na verdade ventilou-se a ideia e eu fiquei pedindo na cara dura para meu direto, pedindo mesmo, pois queria demais trabalhar lá.

Pedido atendido, nem dormi direito na noite que antecedeu a abertura de vendas. De verdade, rolei na cama, louco para chegar a Sexta. Louco. E ela chegou. e a loja no Shopping Tamboré estava lotada de clientes, mas garanto, garanto com plena convicção que ninguém queria vender mais do que eu. Era questão de honra. Queria vender, mostrar que vendi e que a venda fosse superlativa. E assim aconteceu. Vendi e foi uma venda grande, vistosa. 

Quando fui chamado a mesa pelo corretor para auxilia-lo, tomei a venda para mim, tomei como uma tarefa da qual eu não podia falhar e não falhei. Verdade que minha ansiedade quase arruinou tudo, por um detalhe, mas me reinventei e resolvi. Estou orgulho, pleno, feliz, me vejo de uma forma que não me via a tempos, afinal vender me é natural, mas algumas vendas e as circunstâncias que as rodeiam  fazem com que as mesmas sejam diferentes e neste fim de semana fim uma assim,

Vender um imóvel de 1.175.000,00 dinheiros não é tarefa simples e estando longe do produto a um ano e meio fica ainda mais difícil. Mas quando cheguei no stand, foi como se subisse em uma bicicleta e fosse andando. Natural. Estou feliz, estou nas nuvens e não preciso que ninguém em especifico reconheça isso, eu sei bem o que eu fiz.

Agradeço a Deus que mesmo sabendo quem eu sou me permite ter episódios assim em minha vida. Episódios que me permitem dizer, ao menos as vezes, que a vida é bela!

É isso.

Ouvindo: Maria Calas

sábado, 10 de setembro de 2016

Sobre Osasco e Seus políticos de Merda



Osasco, a cidade em que resido é como a esmagadora maioria das cidades brasileiras. Tem um povo bacana, trabalhador, acolhedor e tals. Mas tem um problema: Seus políticos são todos, políticos de merda. É de merda. Não servem para nada. Seu prefeito e seus vereadores deveriam todos se envergonhar do que fizeram nos últimos quatros anos, pois não fizeram nada, absolutamente nada pela população, ou se fizeram, não foi pela população e sim pensando em seus bolsos e conveniências.

Até ai nada de novo, falar isso de políticos é terra repisada. Mas agora, todos eles, políticos com mandatos vigentes e também os que aspiram ter uma mandato para chamar de seu, resolveram se unir e fazer algo pela cidade. Emporcalha-la.  E não contente em emporcalhar muros e passeios públicos emporcalham os quintais privados das casas de seus habitantes.

Explico: Esses desocupados que se auto intitulam políticos pura e simplesmente contratam panfleteiros para jogar todo dia em nossas caixas de correios ou pura e simplesmente em nossos quintais quando os portões tem aberturas que permitem, centenas e centenas de folhetos, "santinhos" e todo tipo de propaganda politica possível. Esse volume odioso de propaganda não autorizada, com dizeres canhestros escritos por pessoas tão despreparadas quanto imbecis na arte de criar frases de efeito, causa todo tipo de transtorno que se possa imaginar. Desde a óbvia sujeira que impera, forçando-nos a todos os dias manter  um ritual desnecessário até então de recolhe-la, ensaca-la, até soltar impropérios mil (no meu caso) que submetem meu fígado a uma carga diária de veneno não solicitado.

Políticos são por natureza bobalhões, mas os de Osasco conseguem superar os de Cotia, outra cidade célebre pela qualidade horrível dos postulantes a cargos eletivos e pior ainda dos que os exercem. Eles prometem novos tempos, novas direções, mas  como vão conseguir tanta mudança usando de métodos completamente ultrapassados, anacrônicos mesmo e de eficácia completamente duvidosa?

Sujam a cidade e suas casas por motivos nada nobres. Nos enfiam goela a baixo seus bordões risíveis, mostram que não se importam com a qualidade de vida de seus moradores, antes os submetem a insalubridade diária de suas vis propagandas. São seres que causam asco, nojo mesmo e quer seja os que perpetuarem os seus mandatos, quer seja os que entrarão como novos eleitos, apenas procurarão seu bem estar e de um bando reduzido de apaniguados.

Osasco, uma cidade industriais, sem muitos (ou nenhum) atrativos turísticos mas que tem um povo trabalhador e sério, merece políticos melhores e mais comprometidos com o bem estar da população. Não os terá, como de resto não os terão a maioria esmagadora das cidades do Brasil, este país de merda com um povo fantástico.

Triste.

É isso

Ouvindo: Balada de Gisberta, com Maria Bethânia




terça-feira, 6 de setembro de 2016

A "Bundalizaçao" De Mim



Por mais que eu esperneie, grite, berre, fique com raiva, sou no fundo um resignado. Sei que dou a impressão de ser um inconformado, mas me resigno fácil. Isso é triste, eu sei, mas é assim que eu sou. Aceito as coisas bovinamente, como de resto bovinamente levo a vida.

É a aceitação de uma vida decadente ser assim e embora as vezes eu até lute contra isso, no fundo tenho que admitir como eu sou. Escuto decisões que me contrariam e questionado se estou de acordo digo sim apenas por não ter forças ou paciência para argumentar. De forma alguma estou usando de auto comiseração, não me entendam mal, mas de tempos em temos é necessário olhar para dentro e ver quem se é de verdade seja para mudar a atitude, seja para aceitar a verdade em silêncio.  E eu ando aceitando tudo que me é imposto, as "chances" que me dão, porque aos 43 anos estou em pleno processo de "bundalização" do meu ser.

Estou aprendendo que ter opinião não é exatamente uma distinção positiva, ao menos não é de bom tom expressa-la se for contra o senso comum. Pensar e sobretudo partilhar seu pensamento com outras pessoas é o caminho mais curto para uma catástrofe nas relações interpessoais. Ninguém esta ai com a opinião de ninguém, a menos que seja idêntica a da pessoa. Divergir, é se auto destruir.

Nesse cenário, é preciso ter muita coragem para manter opiniões dizer o que se acha sem travas, pois o problema não está necessariamente em dizer e sim no que se entende do que se é dito. Meu problema consiste basicamente em não querer ter uma postura covarde diante do mundo, aceitando tudo de todos ou quase todos ou pior aceitando tudo  de quem me convém aceitar e descontando a falta de aceitação em quem é indefeso. Isso além de covarde e odioso revela um caráter duvidoso que não quero ter.

Resolvi então me "bundalisar" com todos. Vou aceitar o que me dizem, vou viver  uma vida de resignação e em secreto, apenas comigo, rirei dos desatinos alheios que encontrar pelo caminho. Minhas novas expressões mais utilizadas serão "mas é claro" e "perfeitamente", palavras que traduzem ao menos para mim a vitoria da bundalização como forma de levar a vida. Serei um bundão e quem sabe assim, a vida se torne menos um fardo e mais um viver.

É isso

Ouvindo: Estevão Queiroga