terça-feira, 25 de outubro de 2016

Paulo Miklos o Imbecil


Já tinha esquecido o assunto "x factor brasil" assim mesmo, tudo minusculo. E minusculo, porque é um programa que já nasceu pequeno, com candidatos bizarros e jurados absolutamente sem critérios, aprovando ou reprovando candidatos se valendo de critérios incompreensíveis, para dizer o mínimo.

Mas ouvindo o som de "A's Trinca, com calma, prestando a atenção na beleza das melodias, na força das rimas, na competência vocal, enfim, percebendo que o grupo é certamente um dos melhores do Brasil escondido na Cidade Tiradentes, fundão do fundão da minha ZL, percebendo claramente que com parcos recursos elas tiram leite de pedra e fazem um som simplesmente inacreditável de tão bom, minha fúria com Miklos reacendeu. Se acham que é sem motivo vejam isso:



Raras vezes, talvez, com Sabotage, e claro, Racionais, o termo "Ritmo e Poesia" fez tanto sentido. Tanta força e tanta delicadeza juntas embalando um conteúdo forte, genuíno e sobretudo honesto. Quando veremos isso de novo? Vou deixar claro uma coisa: Titãs é ainda hoje, uma referência para mim de música boa e Miklos referência de Rock Star no sentido de ter atitude, coerência com sua banda e um som extremamente bom.

Minha raiva (sim, o termo é raiva) para com Miklos é pelo fato de ele ter aceitado manchar sua biografia, deixar uma nódoa desnecessária nela ao topar ser jurado de um programa que além de ser uma porcaria, fez dele mesmo, Miklos, ser uma porcaria maior ainda. Fica claro em cada comentário seu que não existe a menor competência para julgar, para entender a essência ou pior, falta de essência de cada candidato, usando de critérios bestiais, para dizer o minimo. Os candidatos, é bem verdade, são horríveis, mas porque limar do programa a única possibilidade possível de redenção tanto do programa quanto dos jurados.

Pois se eles mantivessem o grupo,  certamente teriam levado   a qualidade musical a outro patamar, mas Miklos preferiu cagar e troca-las por imbecis dançarinos que nem dançar sabem. Talvez você se pergunte por que então sendo tão boas as meninas elas não aconteceram ainda. Bom, a resposta é simples: Elas são boas demais par ao sucesso. Não vão mostrar a bunda como Anita, não vão rebolar com os peitos de fora, nem bonitas elas são (embora falar de beleza seja campo minado por ser algo pessoal demais), mas enfim, elas tem qualidade demais para a audiência chinfrim  brasileira que clama por porcarias como Anita, Ludmila e outras bostas.

Miklos, o imbecil, estragou um programa todo por não ter competência para julgar o que seja o talento musical real. A vida segue e meu desejo é que "A's Trinca, consigam o sucesso que merecem e que seu talento seja difundido o máximo possível. Quanto a Miklos e sua carreira já na descendente como Rock Star, apenas um desejo: Vá a merda, Paulo Miklos!

É isso

Ouvindo: A's Trinca

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Banalidade


Minha vida, é banal. E mais banal ainda é a forma com que cheguei a esta conclusão, assistindo a série "Filhos do Carnaval". Eu me tenho em alta conta, a verdade é esta. Me acho o melhor quadro da minha empresa (e é bem provável que seja), mas muito mais pelas limitações dos outros do que por meu mérito. Quem sou eu no rolê da minha própria vida?

A banalidade das minhas ações tem ficado cada vez clara para mim. Se eu sair da minha empresa amanhã, ela continuará a existir, e principalmente a vender na mesma velocidade de sempre. Tenho a ilusão de ser insubstituível, mas não sou, a verdade é essa. Na verdade, tenho a impressão muitas vezes que não se livram de mim por pura preguiça.

Sentir-se o melhor gestor de produto, seja da empresa que trabalho, seja da maior do Brasil é um sentimento besta e repleto de vaidade, mas sobretudo, banal. Quem se importa com isso? O que agrega esse título besta a minha já parca biografia? NADA! Essa é a resposta honesta.

Tenho 43 anos e daqui a  menos de dois meses terei 44. O que fiz nesse tempo todo? Seja para mim, seja para outras pessoas? Quem sou eu de verdade? O que eu fiz para ter merecer qualquer distinção que seja? A bestialidade de pensamentos banais transformados em importantes é algo muito louco. Creio que todos em algum momento buscam atribuir valor a si mesmo, mas eu, sendo bem sincero, preciso que outros atribuam valor a mim. Preciso de reconhecimento, de palavras que me empurrem a fazer mais e melhor e a falta delas desnuda a realidade que me envolve. Minhas aspirações, assim como meus atos, são absolutamente banais.

Percebo-me banal e o incomodo dessa percepção me esmaga o espirito. Amaldiçoo em voz alta a minha consciência, o saber quem sou. Melhor seria ser uma água-viva, quiça uma salamandra, que vive por instinto e apenas tenta ficar viva para se reproduzir, pois é o que lhe cabe: Garantir que sua espécie se perpetue e morrer após cumprir sua tarefa.

Saber-se banal machuca não pela desimportância da vida em si, mas pela falta de perspectiva, no meu caso, de um futuro mais auspicioso, onde a banalidade se diminua ou mesmo se desvaneça. Me sinto atado a um ciclo de atitudes e pensamentos que de tão banais me cansam ao ponto de não querer mais ter atitudes ou pensamentos sejam eles quaisquer um que sejam. A vida poderia ser melhor, mas no meu caso é apenas banal. Ainda bem que ao menos, tenho Graziela, o meu conforto.

É isso.

Ouvindo: Maria Callas

domingo, 16 de outubro de 2016

Oficina G3 e o Seu Para Mim Incompreensível Clip da Música "Tudo é Vaidade"


2 Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Eclesiastes Cap.1, Verso.2 versão Almeida Corrigida e Atualizada.

Existem momentos em que me sinto muito, muito burro. Pateta mesmo. Sexta Feira passada, fim de tarde, rodando pelo vocêtubo dei de cara com este clip aqui:



O nome da música é "Tudo é Vaidade" e esta ai, no título, o começo de minha confusão. Desde já deixa eu esclarecer que não entender a música e o clip e como para mim eles não tem o menor diálogo é culpa exclusivamente minha. Claro que existe alguma sacada incrível ai no meio que eu não entendi, é evidente que os publicitários, roteiristas, enfim, todos envolvidos na feitura do clip tiveram uma sacada que eu e minha ignorância não fomos capaz de captar.

Minha dificuldade consiste exatamente no fato de a música (muito boa por sinal) ser um quase manisfesto a favor da humildade, já que o vocalista passa o tempo todo falando sobre a vaidade e seus malefícios e como a gente pode terminar correndo atrás do vento por ser vaidoso e que no fim, depois do ato final, do último aplauso, tudo é ilusão.

Concordo com ele. Tudo é vaidade e uma vida vaidosa te faz correr atrás do tempo e nada além disso,  usando outra frase muito boa da letra da música. Mas dai o clip é todo formatado mostrando o grupo em aeroportos, camarins, coletivas de imprensa, dando autógrafos,  em uma apresentação mega estilosa e além disso uma fotografia em perto e branco e edição de imagem ágil e muito bem feita.  

Em outras palavras, o clip exala adivinhem o que: VAIDADE!!! Todos, do vocalista ao roadie se mostram completamente a vontade nessa vida "na estrada" de um popstar. Sua presença de palco é tão grande, que me desculpem se pareço ranzinza, mas o Deus para quem eles cantam  não cabe no mesmo espaço deles, fica escondidinho ali acenando timidamente para a platéia, pois as imagens são apenas para eles.

O visual da banda  é meticulosamente pensado para causar furor. Os instrumentos são tocados com uma virtuose que deixa claro a vibe "veja como tocamos muito, como somos bons". Estou julgando? Não, pois existem posturas que de tão claras dispensam achismos e acolhem definições a elas atribuídas sem problema algum. Hipocrisia seria dizer que os caras transpiram humildade em um clip que fala contra a vaidade, quando na verdade se mostram absolutamente confortáveis no papel de "maior banda de rock gospel do país".

Vaidade, vaidade, tudo é vaidade. Se assim for, até este texto pode ser um exercício de vaidade, mas para mim a grande questão é que a música dita evangélica ou gospel no Brasil caminha a passos largos por um caminho que a transforma em uma música que perde a sua identidade primeira que é totalmente ligada com o propósito a que ela se presta ou deveria prestar que nada mais é que ser um dos caminhos que levam ao conhecimento do evangelho de Jesus Cristo.

Temos cantores, cantoras, rapers, bandas de rock, de reggae todos e vários outros estilos que se preocupam mais com a afirmação pessoal e a auto louvação do que com o conteúdo cada vez mais frívolo e impessoal de suas mensagens. Vaidade, tudo é vaidade. E assim caminha a comunidade cristã brasileira.

É isso.

Ouvindo: A primeira formação do Oficina G3






quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A Bailarina e Sua Menina e Mais Duas Meninas Que se Achegam.



Eu já tive, no passado, outra menina. Sim, ela linda como minha atual  menina, sendo inclusive, muito parecida com ela. Lembro de quando pela primeira vez, nossos olhos se cruzaram. Os dela, incrivelmente azuis, quase dois oceanos condensados em um olhar, os meus da mais fina porcelana, também são lindos, porém sem vida. Porém me foi permitido ver a tudo e todos o tempo todo. Todos que cruzassem o caminho da minha menina ou das minhas meninas, quando eu com elas estivesse. Mas é da minha primeira menina que eu vou falar hoje.

Dançar sempre foi a minha vida. Ou o que eu posso entender como vida. Mas não reclamo. E não reclamo porque tive a felicidade de ter como minha primeira dona uma menina que adorava me ver dançar. E eu dançava com felicidade, com graça, querendo a sua aprovação a cada vez que a caixinha que tenho como lar era aberta. e a cada nova abertura, por entre anos e anos fui percebendo que minha menina ficava diferente.

A princípio diferenças sutis. Minha menina uma vez abriu a caixa e lhe faltava um de seus alvos dentinhos. Fiquei triste e minha dança me pareceu mais lenta, sem vontade. Quando ela abriu novamente, eram dois, os dentes a faltar, mas minha menina estava curiosamente feliz, então intui ser algo natural aos humanos perderem dentes e continuei a minha dança. Depois de um tempo, seus dentes haviam nascidos novamente e ela estava mais sorridente do que nunca e como isso me alegrou!!! Inspirada por mim (ao menos eu quero crer e essa crença me conforta), minha menina pediu a sua mãe uma roupa muito parecida coma  minha e também sapatilhas, e se tornou ela também uma bailarina, a bailarina mais linda que já existiu sobre a Terra.

Logo o seu quarto ganhou uma barra dessas que bailarinas usam para se exercitar e treinar os seus passos e meu orgulho maior foi poder assistir a dezenas, centenas, milhares de seus ensaios. E a cada novo ensaio, eu percebia que minha menina ganhava estatura, e quanto mais alta, mais a sua leveza e delicadeza ao dançar se acentuava.  Como ficava linda a minha menina de sapatilha e vestido de bailarina!!! E percebi que seu vigor físico se acentuava tanto que se me dissessem que minha menina poderia voar, eu acreditaria sem pestanejar.

Um dia minha menina veio para o seu quarto mas não para ensaiar. Ela trouxe uma visita consigo, um rapaz belo e jovem. Vigoroso como ela. As luzes se apagaram, e não pude perceber muito mais que uma movimentação frenética em sua cama acompanhada de sons inconstantes e desconexos que confesso, para mim foram totalmente novos. Minha menina tinha então 16 anos e depois deste dia, nunca mais colocou sua sapatilha de ponta, nunca mais bailou para mim ou para qualquer outra pessoa. Minha menina não sabia, mas logo saberia, que naquele dia, ela concebeu a outra menina, que vem a ser a mãe da minha atual menina.

Mas a minha menina original perdeu o sorriso sempre presente. Ela usava aparelhos para aperfeiçoa-lo ainda mais e depois deste acontecimento mal abria a boca. Se a abria, era apenas para chorar, e ficava horas comigo ao seu lado e me punha para dançar enquanto ela abraçada a uma almofada apenas soluçava seu pranto amargo. E eu, dançando, observando a tudo sem poder no entanto poder consola-la, abraça-la ou oferecer qualquer outro tipo de conforto que não fosse o som do meu piano e minha dança incessante.

Minha menina teve a sua menina, mas para mim, ainda era uma criança só que agora com outra em seus braços. E acompanhei minha menina em suas noites maldormidas, pois o bercinho da sua menina foi colocado ao lado de sua própria cama e minha menina era constantemente acordada pelo choro de sua pequena que queria comer, que tinha dor de barriga, que não entendia este mundo louco mundo ao qual aportou  sem nem saber bem o porque.

Minha doce menina se tornou melancólica, sempre a suspirar, sempre lamentando-se de sua decisão de entregar-se a quem não lhe honrou tão preciosa entrega mas desenvolveu um amor imenso por sua menina. e ela, a sua menina, tornou-se sua razão de viver. Minha menina, (sim ela sempre será minha menina) criou a sua própria menina e a protegeu de todas as formas que pode. Não é fácil, ela aprendeu, proteger os filhos, não é fácil faze-los entender que tudo o que passam de ruim os pais, não desejam eles para seus filhos. Filhos precisam muitas vezes aprender sozinhos, mas nem sempre querem aprender, antes, preferem construir suas fantasias, seus mundos ideais que quase sempre os fazem sofrer até que por si mesmo aprendam a caminhar nos caminhos menos cruéis que o mundo tem  a oferecer.

A menina  de minha menina, herdou da mãe a sapatilha de ponta, a roupa clássica de bailarina e também aprendeu a usar a barra. Não teve a sua própria menina tão cedo quanto a minha menina, a teve, mas também não se tornou bailarina assim como sua mãe não foi. Minha atual menina começa agora os primeiros passos e como sua mãe e sua avó adora me ter por perto para vê-la dançar, sorrindo inocente, gritando de felicidade e logo, seus primeiros dentes cairão também, assim como caem os de todas as crianças. Minha dona atual tem olhos verdes, duas amazônias inteiras no olhar e um futuro totalmente aberto a sua frente. Só quero que ela dance até não aguentar mais, só quero que ela seja feliz. As vezes a minha primeira menina, hoje uma senhora, uma linda senhora diga-se de passagem, coloca suas sapatilhas de ponta e junto com a sua neta, minha atual menina, brinca de dançar, e quando ela brinca, se torna minha menina outra vez e eu danço com elas ainda mais vigorosamente.

Sei que um dia, minha menina original vai me deixar para sempre, mas não quero pensar neste dia, quero viver como se o amanhã fosse um contínuo hoje fazendo com que todos os dias sejam um único momento, pois perder minha menina original me trará uma tristeza que mal consigo imaginar que dirá, expressar. Hoje é um dia em que sei que as três meninas estarão reunidas e com suas roupas de balé brincaram de dançar. A dança é a expressão mais pura a qual um ser humano pode ter. Através dela, ele pode mostrar dor, alegria, tristeza, enfim, todos os sentimentos aos quais um humano esta propenso a sentir.

Minhas meninas me fazem feliz apenas por existirem. Não preciso de mais nada além de seus sorrisos, suas histórias, e sei que o futuro é apenas uma louca abstração pois é o presente que me preenche. Vou ali dançar e já volto.

É isso

Ouvindo: Madredeus

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Chore Pelo Haiti, Reze Pelo Haiti. Eles Não Tem Hashtags


No Haiti de tempos em tempos, ocorrem terremotos. No Haiti, de tempos em tempos, furacões devastadores aparecem para dar o ar de sua (des)graça. No Haiti, governos tiranos e despóticos, um atrás do outro, aniquilam sua própria gente sem dó. No Haiti, a pobreza além de endêmica, degrada o ser humano até o seu limite de degradação. No Haiti, não existe a menor possibilidade de  os menos favorecidos ascenderem a uma melhor condição social porque "menos favorecidos" são praticamente todos os Haitianos. No Haiti, não há esperança, apenas sofrimento.

Um país no qual o povo acredita ser o Brasil um lugar bom para se viver, por definição já tem problemas. E lá, não apenas consideram o Brasil, um bom lugar como seu povo tem aportado por aqui em quantidade cada vez maior, ano após ano para viver em condições que nós brasileiros consideramos péssimas e eles aceitam como se fosse um "up grade" imenso. Triste povo não?

Mas o que mais me impressiona no Haiti é que eles não tem Hashtags. É, Hashtags. Um furacão acabou de matar por volta de 1.000 pessoas lá. Ninguém tem dó do Haiti. Ninguém se levanta por eles, o Facebook não ferve com declarações como "Somos Todos Haiti" ou "Condolências, Haiti". Nada disso. O que resta ao Haiti e seu povo é a indiferença mais solene que um povo pode receber. Eles morrerão agora de Cólera. Quem morre de Cólera nos dias de hoje? Eles padecerão sem água, comida, remédios, muito menos do que já tinham é o que sobrou, ou seja,nada. Mas e dai? Somos todos Franceses, todos nos condoemos quando um maluco entra atirando em um shopping qualquer no Meio Oeste Americano e se for Em NY então, assistimos mesmerizados as noticias e somos capazes até de chorar e gritar de revolta contra os autores de atentados que dizimaram vidas no coração do mundo

No Haiti não há espaço para a solidariedade porque a solidariedade lá não da Ibope. Ou melhor, não da "likes", uma foto de um povo sujo e desnutrido deixa o Instagram , um lugar mágico onde tudo é belo e feliz, feio e triste. Não existe comparação com o "charme de se mobilizar pelos mortos  de um atentado aos pés da Torre Eifel  com a crueza de corpos negros e subnutridos espalhados pelas ruas de um país que deveria ser destino turístico mas não é nada mais o lixo que o mundo tenta esconder embaixo de seu tapete.

O Haiti não precisa de Hashtags, precisa de  ajuda, da sua ajuda, da minha, da ajuda de todos. Não porque um furacão passou por lá agora, mas porque sua situação inquietante já vem de muito tempo e ninguém se mobiliza, ninguém sequer chora por eles. Quantos mais morrerão?

É isso.

Ouvindo: Os Arrais




domingo, 9 de outubro de 2016

GABRIEL IGLESIAS - JEREMIAS


Vamos assistir extasiados a isso e depois se quiserem podem ler o texto.




O visual do clip "Jeremias" primeiro single de Gabriel Iglesias é de uma beleza e delicadeza impar. Aberto a multiplas interpretações, é na minha opinião muito menos importante no fim das contas que a música, que tem uma letra simples porém sensacional e um arranjo de cair o queixo.

A voz de Gabriel também é agradável de se ouvir e sua interpretação é econômica, sem arroubos desnecessários a esta canção especificamente. Escudado por uma equipe que se percebe incrivelmente competente, Gabriel Iglesias surge no cenário da música cristã brasileira como uma das

grandes revelações e uma promessa realmente palpável de música de altíssima qualidade.

Clips como "Jeremias" servem antes de mais nada para quebrar paradigmas e aumentar a temperatura da mornidão que parece ser matéria prima dos cantores cristãos de hoje em dia. Preocupados com o lado comercial  de seus discos e em agradar a todos, o que obviamente não é possível, parecem mais políticos em campanha abraçando a todos os transeuntes mesmo sem ter a menor intimidade com nenhum deles.

Pelo que se percebe deste single, e de novo: Muito menos importante é o clip, que é absolutamente conceitual do que a música, Gabriel não vem para ser um artista de concessões fáceis em busca de um sucesso meteórico. é sabido que o verdadeiro artista não esta muito preocupado com o fato de quem ouve sua música vai gostar dela ou não. Pessoas com a arte na veia, buscam antes de mais nada atingir seus próprios ideais de qualidade artística e são fieis as suas convicções não as colocando a venda em troca de um sucesso fácil.

Talvez alguns dirão que o visual do clip e seu desenrolar são confusos e nada tem de correspondência com o que se entende de um clip cristão. Eu digo que não vejo confusão e ainda bem que o clip não é o que se espera. A surpresa, a novidade, a coragem de ser diferente fazem com que Gabriel tenham meu total respeito e admiração e em um mundo pasteurizado, com receitas fáceis, com todos fazendo as mesmas coisas da mesma forma, o frescor de ideias novas é muito mais que bem vindo.

Sua canção toca no coração, sua interpretação acalanta a alma e traz o equilíbrio do diálogo com o que é cantado. Hoje, o mais comum de se assistir são interpretações absolutamente díspares do que se esta cantando, criando uma confusão entre o que se recebe exatamente pela forma com que é entregue. Gabriel entrega qualidade de uma forma incrivelmente simples e bela.

Vida long a Gabriel Iglesias e sua arte!

É isso

Ouvindo: Gabriel Iglesias


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O Valor de Graziela



De verdade, já disse isso algumas vezes, mas é sempre bom repetir. Graziela é além da pessoa que amo, a minha heroína. Sim, literalmente Graziela salvou e salva a minha vida em diversas oportunidades. É como se eu pudesse gritar por socorro sempre que necessário sabendo que ela vai estar ali para me ajudar.

A paciência que Graziela tem comigo é absurdamente grande, algo que ninguém mais teve ao longo da vida e só isso já é mais que suficiente para lhe dar todas as medalhas de honra ao mérito da história! Conviver comigo e meus rompantes é muito difícil, cansativo, excruciante, pra ser sincero e ela sempre esta ali, pronta a suportar palavras duras, atos impensados, ser a pessoa que ao meu lado está e me ama. O valor de Graziela? Inestimável!!! Não consigo mensurar pois ela é aquela pessoa que sabe o que faz e quando faz e como faz.

Claro que ela tem seus defeitos, mas perto de mim, é um ser imaculado. Eu sei bem quem eu sou. Se eu fosse uma Besta Fera, ainda teria algum charme, mas não passo de uma Fera Besta. Tive a sorte em minha vida de no curso final dela encontrar Graziela.  Um amor maduro, que só não é tranquilo porque eu sou tempestade, sou trovão, sou o furacão que a tudo traga da pior forma possível. Mas como em Twister, um filme bem bobo de mais de 20 anos atrás, Graziela caça os furacões e acalma a alma.

Não que eu não seja fácil, sou impossível. Sou a chuva localizada em dias de Sol aberto. Sou o buraco em uma Autobahn que vai tragar uma Mercedes a 300km/h. Quem convive comigo mais que um certo tempo diminuto, não sabe no que esta se metendo. Claro, tenho minhas qualidades, e mesmo poucas são superlativas, o que fode, é que meus defeitos que são muitos, também são superlativos, som e fúria, vidros quebrando não em micro-pedaços mas em pontas agudas e prontas a entrar pela carne de quem esta perto.

Em alguns momentos sou monstruoso, tenho que admitir, Mr Hyde não tem chance dentro de mim, o triunfo sempre é de Dr Jackyll, sempre a face mais obscura e dolorosa de mim mesmo vence e vence de goleada. Posso tentar ser melhor, mas sempre falho miseravelmente e Graziela, a valorosa, está lá. Sempre está lá! Cura as feridas me passa seu unguento curador e me põe para dormir.

Sou um boçal na maioria das vezes e ela me perdoa. Como não ama-la? Como não me sentir o homem com mais sorte no mundo? Obrigado, Graziela, por existir.

É isso

Ouvindo: J. Cash, que como eu era  meio atrapalhado e não sabia amar.