quinta-feira, 31 de agosto de 2017

bolivianos escravos, brasileiros cretinos



não sei, nessa história já tão recorrente de bolivianos escravos no brasil quem é mais cretino:  as grifes que os utilizam ou os compradores destas grifes que pagam fortunas por roupas feitas por pessoas que passam fome e não tem a dignidade respeitada de forma alguma.

a marca da vez, simbolo da ganância desenfreada e merecedora do nojo coletivo e boicote total, é obvio, é a grife gregory. pagando 3 dinheiros brasileiros, é isso mesmo, 3 dinheiros brasileiros!!!! por peça a bolivianos famélicos e desvalidos essa grife, figura fácil em shoppings sofisticados ou ditos sofisticados aqui em são paulo, abusava descaradamente de pessoas que por óbvio não tinham como se defender de jornadas de trabalho que podiam variar de 14 a 17 horas entre outras atrocidades como pagar com o próprio trabalho pelas passagens que os trouxeram até aqui.

a fiscalização ocorreu em 2012 e só agora a justiça se dignou a tornar réus os executivos da rede em um processo que deverá durar anos e não dar em nada como tudo o que acontece aqui em terras brasilis. não vai dar em nada porque nós, povinho do cacete, não estamos nem ai para bolivianos desvalidos que aceitam vir até nosso pais para viver nessa condição. não estamos nem ai, mas deveríamos. é vergonhoso, imoral, imundo, deplorável e mais uma série de adjetivos pouco elogiáveis que isso ainda aconteça solo brasileiro e que marcas lucrem horrores as custas de seres humanos a quem trata como animais.

é evidente que brasileiro adora pagar caro para ostentar e mostrar a seus amigos e familiares que esta podendo comprar em lojas de bosta a tal gregory e se essa abjeta marca se utiliza de seres humanos indefesos como mão de obra para ter custos mínimos maximizando os lucros, seus consumidores não estão nem ai. que se explodam os bolivianos que se submetem a tal perfídia. o que tem eles, consumidores com isso, não é mesmo? foi assim com a zara que flagrada na mesma infâmia continua firme, forte e atuante em nosso país, como se nada tivesse acontecido. o mesmo ocorrerá com a gregory, que manterá sua base de abilolados clientes intocada pporque para eles, tanto faz!

é triste que aceitemos isso, é triste que uma rede de loja como essa não seja fechada para nunca mais abrir. é triste saber que diversas outras grifes fazem a mesma coisa. é triste este país de bosta que vivemos. tudo é muito triste nestes tristes  dias em que vivemos. fazer o que?

é isso.

ouvindo: Oficina G3

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

como modelos de anúncios de cursos de mergulho em alto mar.



eu não sei tirar fotos e usar  os tantos filtros e ajustes que existem hoje em dia pra um cara feio como eu ficar ao menos apresentável. eu não sei gostar "um pouco" de alguém, o suficiente pra essa pessoa achar que os momentos que estamos no mesmo ambiente me são agradáveis. quando na verdade são absolutamente indiferentes.

alem de não saber usar os filtros nas fotos, eu não sei tirar fotos a todo momento só pra vender uma vida que não é a minha. não sei viajar e tornar disso um acontecimento, uma viagem pra mim é só uma viagem e me faz feliz na medida em que eu estou no local, não quando "posto" que estou no local.

eu sou de ler livros, não de áudio books. gosto de sentir a lombada de um livro, de folhear página por página sentir o cheiro da tinta e do papel. eu acho fotos em preto e branco comoventes. o excesso de cores e a poluição visual que elas geram não me diz nada, apenas me causa enfado. o meu mundo é o do ser, não o de parecer que se é.

e sendo, muitas vezes eu me quebro, me rasgo. não quero dizer que as outras pessoas não sejam, apenas representem ser o que melhor lhes convier, nada disso. apenas afirmo que ser para mim é sim um sofrimento. e ainda que eu não tenha mais idade para certos dilemas, eles existem em mim. e fazem minha vida ser como uma foto em preto e branco, o meu mundo não parecer com as viagens que as pessoas do facebook sempre fazem ou parecem sempre fazer.

como diria Toby Ziegler, as pessoas que aparecem em anúncios que querem vender cursos de mergulho em alto mar parecem todas muito mais felizes que as outras pessoas. porém a maioria delas jamais farão de verdade mergulho em alto mar, apenas receberam para fazer um anúncio. a vida me cansa exatamente por questões como essa, a diferença gritante entre ser e parecer que se é.

eu creio firmemente que se aprendesse a usar os filtros para deixar as fotos mais bonitas, se eu soubesse usar com mais desenvoltura as redes sociais, se soubesse mandar recados utilizando-me dessas mesmas redes ou se ao menos soubesse me vender de uma melhor forma, talvez, e talvez aqui não passa do que talvez representa, uma possibilidade, eu pudesse ser mais feliz, ou ao menos, parecer.

 já ouvi muita gente falar que cidades com pouca incidência de Sol produzem cidadãos mais tristes, deprimidos. não sei se creio nisso, mas a fotografia que se extrai de cidades assim me encanta. a pouca luminosidade é de fato algo melancólico por si só, mas uma dose de melancolia se faz necessária em um mundo onde todos parecem ser pessoas felizes e bem sucedidas. eu moraria no Alasca ou na Islândia. não tenho problemas com a pouca luminosidade, com o preto e branco. tenho sim um sério problema com pessoas que vivem como se fossem modelos de curso de mergulho em alto mar, sempre felizes com algo que nunca farão.

é isso.

ouvindo: arcade fire

terça-feira, 29 de agosto de 2017

professores que apanham, alunos que batem, um mundo desintegrando-se



tenho escrito pouco no blog. não vejo assuntos relevantes, minhas pirações são chatas, a vida anda meio em suspenso e o mundo anda desintegrando-se cada dia mais a ponto de eu pensar que cada dia pode realmente ser o último na história conturbada da humanidade. tenho repetido isso quase como um mantra. um mantra negativo, é bem verdade, mas não há muito mais o que dizer diante do estado deplorável ao qual nossa sociedade chegou. o mundo esta desintegrando-se, o mundo vai acabar, o mundo, na verdade, já acabou.

professores apanhando de alunos? professores encurralados em escolas tanto públicas quanto particulares? pais tentando justificar o comportamento injustificável de seus filhos ao invés de orienta-los que espécie de pais tentam justificar o filho que deixou a professora com o olho roxo e ainda mente descaradamente  dizendo ter sido moralmente atingido? não, não acho que pais tenham que bater em seus filhos para puni-los, seria tão estúpido quanto a atitude primeira de seus rebentos, mas que tal educa-los, que tal faze-los ver e estultícia de seus atos? que tal escancarar para o mundo que além de não apoia-los medidas serão tomadas? que tal expô-los a vergonha? que tal fazer alguma coisa para ao menos fingir que se importa? é uma vergonha as coisas ficarem de uma forma em que parece que ninguém se importa e no fundo, ninguém se importa mesmo.

quando uma sociedade permite que alunos fiquem impunes após agredirem seus professores, estamos abrindo um precedente para que toda e qualquer agressão a quem quer que seja, seja relativizada. se nosso silêncio se impõe antes as atrocidades cometidas por seres que ainda nem iniciaram a sua vida adulta, dizemos a eles de forma silenciosa mas poderosa que sim, eles podem ser adultos sem limites e tudo bem, tudo lhes será perdoado. como assim??? vamos renunciar a educar essa geração? ela reinará impune? será a próxima geração aquela que por total falta de limites  vai implodir mantando-se uns aos outros por não entender que o seu limite deve ser respeitado assim como o da pessoa a seu lado?

o mundo esta acabando. caminha para o seu fim de forma coordenada e a passos largos, céleres. tal qual zumbis impotentes nos limitamos a observar a perfídia tomar conta de tudo e todos ao nosso redor. e tudo bem, pensamos, desde que possamos ao menos fingir que estamos em segurança em nosso mundo de faz de conta. ninguém está. nos corrompemos tanto quanto todos os outros  a quem acusamos de corrupção, seja moral ou financeira, porque aceitamos calados todo tipo de esbórnia a nossa volta com o cândido argumento que não participamos dela.

não parar esses jovens espancadores de professoras e concordar com eles. e assim a vida caminha em um mundo que esta acabando, que já acabou, e que vai acabar ainda mais.

é isso

ouvindo: j. cash

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

13 reasons why


antes de mais nada, porque todos naquele seriado tem os lábios da mesma cor??? um tom rosado esquisito... será que é a água da cidade? enfim, sejam negros, brancos, ou orientais, todos tem a mesma cor de lábios, algo praticamente impossível de se acontecer, mas este é apenas um dos inúmeros problemas da série que se pretende ser muito mais que um simples entretenimento rápido e sem maiores consequências. 13 reasons why quer salvar o mundo. ao menos o mundo adolescente, e neste afã, se torna tão chata quanto seu público alvo.

claro que existem qualidades incontestes na série, começando pela atuação irretocável de todo elenco, a maioria composta por iniciantes, uma decisão absolutamente acertada da produção. o fato de se pretender assustador e em alguns momentos o ser de fato, também conta como um acerto,  a fidelidade em retratar o universo vazio e sem sentido em que adolescentes ao redor do mundo e não apenas no ensino médio americano vivem.

não existe no entanto, e ai reside a primeira grande falha da série, um cuidado com o  ritmo narrativo. a oscilação pode até ser feita para agradar o público alvo tão oscilante quanto, mas prejudica  a quem já é adulto e  busca fluência e em muitos momentos, coerência nos acontecimentos retratados. existe uma falta de sintonia entre o proposto e a realidade e falar de um assunto tão sério e provocativo como estupro por exemplo, exige muito mais que a simples superficialidade com o qual a série o retrata. ok, estamos falando de adolescentes e de como eles não tem noção da seriedade e consequências de muitos de seus atos, mas os "adultos" tão distantes e muitas vezes descompensados quanto os jovens, fazem a série parecer contar apenas com um amontoado de pessoas sem noção e perspectivas sérias sobre o futuro, seja o seu próprio futuro, seja o dos seus filhos, seja dos estudantes aos quais eles tem total responsabilidade no período escolar.

em 13 episódios, praticamente não existem momentos de relaxamento e diversão e por mais que se esteja falando de assuntos pretensamente pesados, é praticamente impossível viver dessa forma. todos os jovens da série praticam ente são chatos, não existe um núcleo divertido, de pessoas legais, leves que existem até em zonas conflagradas, menos na escola onde todos tramam contra todos e ninguém consegue ser minimamente solar. a série se pretende tão especifica ao retratar a vida dos adolescentes como sem sentido, que eu mesmo em alguns momentos pensei que talvez apenas drogas, bebidas e por fim suicídio pudessem ser a salvação da humanidade como um todo, uma vez que ninguém se sente feliz ali.

13 reasons why além de ser mórbida e foribunda (se não sabe o que significa furibunda, para de ler o texto, você não o merece) em muitos momentos não oferece saída a vibe negativa que a cerca. não existe um contraponto a fragilidade emocional de hannah baker e seus pais abilolados e ausentes que se preocupam apenas com um negócio falido sem ver o que se passa com a filha. além disso, hannah, ao fazer as 13 fitas (vamos lá, alguém realmente acredita que um adolescente desta geração vai de fato se dar ao trabalho de usar fitas k7? o que era pra ser diferente, foi apenas bobo) quis apenas vingar-se, não contar sua história. adolescentes podem achar com uma boa dose de condescendência que hannah gravou as fitas apenas para contar sua história, mas por favor! claro que o componente maior é a vingança.

por fim, e ai se dá o maior problema da série, ela vê o suicídio como "opção", como um lenitivo para os problemas, quando claramente não é assim que a realidade acontece. infelizmente existe sim, todo um glamour na atitude de hannah baker, ainda que a série tente ser leniente com suas atitudes e contextualiza-las (e assim reduzi-las) a simples reações de uma pessoa agredida física ou verbalmente por outra. hannah em momento algum busca lutar contra seus algozes e muitas vezes busca estar perto deles. será que os produtores da série realmente acham que super explorar o quanto hannah foi massacrada pelos seus colegas de classe vai ajudar os expectadores que passam porn situações parecidas ou mesmo análogas a lutarem por si mesmos? claro que não! a série só falta piscar na tela imagens dizendo que suicidar-se pode ser sim uma saída

como entretenimento para pessoas sadias mentalmente 13 reasons why funciona muito bem, porque 15 minutos depois ninguém esta pen sando mais no assunto e tem atuações honestas. como ajuda para jovens com sérios problemas de relacionamento, a série pode pura e simplesmente agravar o quadro. ou faze-lo imitar  a tal hannah baker.

é isso.

ouvindo: Beatles

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

mais um dia dos pais. mais um dia de tristeza



uma coisa que me deixa feliz sobre mim é ser uma pessoa absolutamente isenta do sentimento da inveja. posso ter muito defeitos e sentimentos ruins, mas a inveja não faz parte de mim. obrigado, Deus! e por favor me ajude a  manter-me assim. mas tem um dia do ano em que se eu não chego a sentir inveja, sinto algo muito próximo disso, confesso. esse dia, é o dia dos pais.

sinto meu estomago revirar quando o segundo domingo de agosto chega. de verdade, embora seja clichê e este texto estará recheado deles, afinal quem disse que clichês são ruins? parece que todo mundo tem pai menos eu. parece que todos os pais são super pais e eu nem tive a oportunidade de ter um por pior que fosse. trágico, triste e sintomático da pessoa que me tornei.

não sei na verdade se eu seria um homem melhor se tivesse tido uma figura paterna presente em minha vida. não sei mesmo. e nem da pra responder, a verdade é essa. mas sei com toda certeza que preferia ter tido um pai, fosse ele como fosse do que não ter. se ele tivesse sido um daqueles que espancam os filhos, eu me refugiaria na ideia de que apanhei porque mereci e para ser corrigido e me escudaria no homem em que me tornei, com princípios e valores para justificar seus atos como atos de um homem que ama.

se ele fosse indiferente, diria que era porque ele tinha diversos afazeres mas nunca faltou comida na mesa e nossos raros momentos eram excelentes (ainda que não fossem, eu diria que eram). não importa qual fosse o perfil, ter um pai para mim seria infinitamente melhor que não ter. a vida não me agraciou sequer com alguém que se dispusesse a fazer um papel meramente parecido com o de um pai.na corretagem, tive a oportunidade de usar o meu sobrenome rocha, o nome que o marido da vez de minha me deu, mas como ele era outro a me odiar, optei por usar o miranda, de meu avó, homem 
integro, honrado e que muito me orgulha carregar no nome. mas era meu avô, não meu pai.

hoje busco ser um bom pai e um bom padrasto para minhas meninas e embora com falhas absurdas, sempre as cometo buscando o melhor. não me importo em absoluto em ganhar presentes de dia dos pais, mas ontem as duas me saudaram pelo dia e isso encheu minha alma de alegria, ouvir delas que me amam, compensa toda dor pela incompreensão que a humanidade me dispensa.

sinto uma imensa falta de ter um pai para ligar e desejar um feliz dia dos pais. ao comprar no sábado a noite o presente do meu sogro, secretamente me senti comprando o do pai que eu não tive. a sensação obviamente não é a mesma, mas é próxima. existem momentos em minha vida em que tudo o que preciso é me sentir confortado. momentos em que a alma pede um acalanto e mesmo aos 44 anos o menino irriquieto que sempre existiu em mim vem a tona.

a vida não é muito gentil comigo, mas como sou um otimista, ainda que carregue pela força da experiência acumulada alguns traços de completa desesperança, procuro aceitar cada pequeno presente que ela me dá com toda alegria. ontem, recebi dois presentes, de minha Rafaela e de minha Vitória, mas de verdade, queria ter alguém para ligar, para almoçar, para dar risada juntos. para chamar de pai.

é isso

ouvindo: Bruna Karla (a moça que canta muito mas deve ser proibida de fazer vídeo clipes urgente)


quarta-feira, 9 de agosto de 2017

cartas de um diabo a seu aprendiz o livro que c.s lewis dedicou a tolkien


c.s lewis não gostou muito deste livro. dedicou-o a tolkien e ele igualmente não o digeriu da melhor forma. estou lendo agora, um crime eu não ter lido antes, li tanta porcaria e não li esta pérola... mas enfim, agora estou lendo e conforme me aprofundo na leitura, são pouco mais de 200 pgs uma leitura agradável que em 3 sentadas no máximo terei concluído, percebo o porque estes dois exímios escritores não gostaram da obra.

cartas..., não é um livro fácil, de leitura simples. sim é agradável, como disse acima, mas requer atenção, requer sobretudo reflexão, afinal é um "coisa ruim" master falando para um "coisa ruizinha" em formação e c.s lewis desnuda em grande  medida o âmago da alma humana. fitafuso, "coisa ruim pleno",  é levado pela pena cheia de verve e ironia  de lewis a dizer  de forma tranquila, as vezes at´[e cândida as maiores barbaridades as quais nós seres humanos somos capazes e o faz de forma tão sutil, que em uma primeira leitura tudo parece sem muito significado, brincadeira leve até que uma leitura mais atenta percebe o quanto o leitor esta sendo desnudado, o quanto a fala de fitafuso é universal, não servindo apenas ao "paciente", assim ele chama o homem a quem vermebile, o "coisa ruinzinha" tenta durante todo o livro levar a perdição e posterior danação eterna.

fitafuso fala do "paciente" mas esta falando de todos. nós humanos que ele jocosamente chama de anfíbios,  por sermos metade espirito e metade humanos, temos em sua visão, tudo o que de ruim e rasteiro existe e ele não entende como "inimigo" sim,  ele chama Deus de "inimigo" é ou não é uma sacada genial? pode se apiedar tanto de nós. e creio eu, em minha humilde opinião que conforme a pena avançava, lewis ia se incomodando com o resultado e claro, sabia ele também que tolkien se incomodaria. não é fácil para um ser humano ver-se tão exposto ainda que ele mesmo esteja se expondo.

tolkien por seu turno, certamente não se sentiu confortável ao ler todas as verdades expostas por lewis de forma implacável e em cartas ao "daily telegraph" praticamente renega o livro, dizendo que a dedicatória de levis foi sem autorização de sua parte, como se lewis precisasse de tal autorização...  o livro é uma obra prima de lewis,  e gostando ele ou não do resultado, merece a leitura, alias ela deveria ser obrigatória a quem busca entender os mistérios da espiritualidade x materialismo e de como podemos entender melhor estes mistérios.  cartas é um livro enxuto, necessário e me divirto ao saber que tanto o seu autor quanto a quem ele dedica a obra o refutem de uma maneira ou outra. é um livro do qual não da pra falar muita coisa, é preciso ler e absorver a poderosa mensagem  ou melhor, as poderosas mensagem com a qual lewis nos brinda. vale dizer que ele se encontra disponível para leitura grátis pela internet, mas nada substitui o prazer de ler o livro físico,. toca-lo, guarda-lo e depois pega-lo novamente. não custa nem 50 dinheiros brasileiros e da um retorno infinitamente maior.

é isso.

ouvindo: bruna karla

terça-feira, 8 de agosto de 2017

planeta dos macacos: a guerra


e então você se pega torcendo de forma enlouquecida pelos macacos e odiando todo e qualquer ser humano. estes são os extremos aos quais eu fui levado em "planeta dos macacos: a guerra" um filme em que o teatro da guerra quase unilateral, já que os macacos refutam ao máximo entrar nela, se dá em um angustiante inverno de paisagem branca ao extremo e embora linda  no nascedouro a medida em que se desenrola o festival de violência humana contra os macacos e a sujeira vai aumentando seu rastro tanto de forma física quanto metafórica, a única coisa que se lamenta é não haver um koba, (personagem beligerante do filme anterior) que chame para si a responsabilidade de guerrear e dizimar aos humanos.

e creia, eles merecem. woody harrelson um ator irretocável,  interpreta um coronel que faz a espinha gelar de medo e a indignação subir a níveis absurdamente altos levando o seu personagem a deixar de ser um simples militar e se transformar em um tipo messiânico, a quem tudo é permitido e que com mão de ferro comanda seus soldados, que são pouco mais que um bando de desvalidos mentais uniformizados em uma guerra que se pretende santa mas é apenas estúpida e sem sentido algum.

já os macacos liderados por césar buscam a paz, o recolhimento e não querem se meter em uma guerra que de forma alguma foi iniciada por eles. nem se pode chamar este planeta dos macacos de guerra, porque a guerra pressupõe objetivos territorialistas, a supremacia de um povo ante o outro pela força. não é de forma alguma alguma um extermínio puro e simples como o que busca o exercito do coronel ensandecido de harrelson. venho dizendo a tempos aqui e para as pessoas com as quais convivo que para mim o mundo já acabou, apenas não foi oficializado o planeta dos macacos mostra exatamente a triste realidade de que sim, isto de fato ocorreu.

estamos perdendo todo e qualquer bom senso de forma paulatina e célere, estamos absorvendo conceitos que fazem com que pareçamos cada vez mais com animais e cada vez menos com humanos dotados de alguma inteligência. ao mesmo tempo que andamos a passos largos rumo a uma inteligência artificial  refinada e elegante, capaz de fazer paralíticos andarem entre outras inimagináveis soluções para o nosso mundo, nos matamos por nada, não respeitamos a natureza a nossa volta, não temos piedade e compaixão pelo próximo.

planeta do macacos relata tudo isso de uma forma crua, pulando partes que seriam nada mais que encheção de linguiça e indo de forma direta e crua ao que interessa, que é retratar a desintegração do conceito de moralidade e mesmo humanidade em nós, que nos imaginamos seres tão especiais. bobagem imaginar que planetas dos macacos é apenas diversão, pois serve antes de mais nada como um painel visionário de um futuro não tão distante onde pragas dizimarão a humanidade e mesmo com toda a nossa inteligência não seremos capazes de deter este estado das coisas porque nosso egoísmo e apego a tudo o que não é de fato importante nos fará matarmos uns aos outros e os sobreviventes buscarão sempre culpados em outras fontes, jamais no próprio espelho.

planeta dos macacos é um daqueles raros filmes que extrapolam os limites da simples diversão e se tornam metáforas perfeitas ou quase perfeitas da vida que levamos, da sociedade que somos e sobretudo da cegueira humana. vale cada minuto dentro da sala de projeção,.

é isso!

ouvindo: wagner e sua estupenda   ride of the valkiryes