terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu quero um jardim e que ele seja lindo como a voz de Teresa Salgueiro


Tem coisas que escrevo apenas para mim. Se as pessoas lerem, azar o delas. Se não lerem, se livraram de boa. Flores no jardim. Eu quero flores no meu jardim. Mas as flores que eu quero no meu jardim, não são para presentear a quem quer que seja, são apenas para reparar e corrigir ( que neste caso são sinônimos e sinal de uma péssima escrita) o solo do meu coração e talvez mais que isso, de minha própria vida.

Porque outro dia eu li que para reparar o solo, os agricultores tem que plantar alguma coisa nele antes da plantação principal. Acho que era algo mais ou menos assim. Não sou agricultor e não quero plantar nada, nenhuma cultura principal, mas quero corrigir o meu solo. Quero que ele seja novamente pronto para brotar sentimentos bons, não apenas palavras de auto defesa  e uma bronca com o mundo em geral que não sei bem de onde vem mas sei bem para onde me levará. (E se eu sei, não preciso falar aqui para ninguém, é o que me basta).

Flores no jardim seria algo bom muito para mim neste momento. Gérberas, Rosas, talvez algumas Tulipas e um alguns Cravos também. Minha flor favorita ainda é o Girassol por seu óbvio simbolismo,  então alguns também se fariam necessários. Eu queria um jardim que fosse lindo como a voz de Teresa Salgueiro e que falasse a quem o olha de coisas pequenas, como a linda canção que ela tão bem interpreta. Um jardim que interpretasse meus sentimentos meio que de bate pronto a quem sensível fosse para percebe-lo.

Flores no jardim poderiam mascarar as imperfeições, porque elas não precisam ficar tão a fronte , tão a vista, tão ao prontas ao toque de qualquer pessoa que se disponha. Imperfeições devem ficar ali, escondidas, pois todos as temos e todos sabemos que outros as tem, então escancara-las, sem a proteção de um jardim é assumir uma culpa desnecessária e não é um ato de sinceridade e sim de estupidez.

Ter algumas flores no jardim equivale a uma bela trilha sonora. é oferecer um sonhar acordado a quem passa e olha por alguns instantes o meu jardim, a minha vida. Não sou necessariamente um bom Jardineiro, na verdade como em quase tudo na vida, eu seria um péssimo profissional, por pura falta de vontade de ser bom. Mas se eu conseguir algumas flores para este jardim, tentarei cuida-las bem. Com água, nutrientes e o que mais for preciso. Tal qual Teresa ( sempre ela a me embalar), cuida de sua voz, para que seja sempre bela, sempre potente e sobretudo sempre emocionante, tentarei cuidar deste jardim de uma forma que ele fique  sempre agradável e possa passar a imagem ( ainda que para muito falsa) de que posso sim, ser um tanto quanto bacana as vezes, ao menos as vezes.

Embora eu tenha que admitir que como quase tudo o que faço o prazer neste jardim será primariamente meu e secundariamente meu também, tenho sim me preocupado em parecer mais co um jardim do que com um deserto. Por que? Não sei. A idade talvez. Ou talvez seja o fato de perceber que preparo sempre as pessoas para verem o pior que tenho a oferecer e depois eu mesmo reclamo disso. Eu preciso ser melhor. Só não sei como. Acho que um jardim pode me ajudar. Talvez. Não sei. Se não der, eu tentei. Se der, eu tentei e consegui. Eu quero um jardim. Um jardim lindo como a voz de Teresa Salgueiro

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