domingo, 31 de janeiro de 2016

Os All Blacks e sua "Haka" (não, não é um post tecendo loas a tal dança)


Respeito a  diversidade cultural e suas quase infinitas variações de expressões. Povos de diferentes lugares dançam, cantam, se estapeiam, se pintam e muito mais para reforçar suas crenças, identidade, laços com antepassados, ou o  que quer que seja. Algumas coisas até são bacanas de ver, outras, massantes, chatas e sem correspondência alguma com a cultura de outros povos.

O time de Rugby (um esporte chato, que só se parece, mas não tem nada a ver com o Futebol Americano, este sim sensacional) da Nova Zelândia tem o hábito de dançar a "Haka". Não sei se querem intimidar os adversários (a mim, só causam um acesso duradouro de riso cada vez que vejo) ou se querem apenas se reafirmar como descendentes de Maori, ou sei lá, outro motivo qualquer que me passa desapercebido no momento. Fato é que desde que eles dançaram essa espécie de dança tribal em uma final da copa do mundo de rugby o negócio viralizou e virou moda falar da tal Haka como se fosse o supra sumo do exemplo de virilidade masculina e elixir da intimidação de outras pessoas.

Como eu disse, respeito manifestações culturais e até acho que podem ser belos souvenires antropológicos, mas a real é que algumas destas manifestações e sendo mais específico esta dança Maori é nada mais do que uma chatice rematada. Um bando de caras se debatendo, gritando e olhando fixamente para o (os) alvos de sua intimidação. Jamais me disporia a escrever sobre isso, que não passa como eu disse de um souvenir antropológico para mim, não fosse a quantidade de pessoas que tenho visto aqui em São Paulo, Brasil, falando em  Haka. Jura?? Qual a correspondência que existe entre os Maori e os "bobori" brasileiros que estão até se especializando em dançar a tal Haka? Parem o mundo, mas parem com solavanco pra eu meter a cara no vidro antes de descer e me cortar todo.

Fico pensando se realmente não temos nada em nosso país que possa ser simbolo de nossa cultura (claro que não falo de Carnaval, pelo amor!!!) ou se somos realmente um povo com tendência a aceitar a colonização cultural em qualquer época que vivamos, ou seja, independente das gerações futuras, ou seu grau de instruções, qualquer bobagem que seja vendida como bacana, interessante, vinda de fora, compramos sem dó.

Até tento ter boa vontade com os cabeça de vento que se emocionam (é, emocionam) com a Haka, ou mesmo com os que se arriscam ao ridículo de dança-la, afinal é melhor gostar  de dançar a Haka que ouvir Cristiano Araujo e  outros do mesmo naipe, mas será que nunca vamos conseguir ter uma identidade própria? Não conseguimos ter uma produção cultural minimamente prestável e sobretudo atraente para não ser necessário que um time de Rugby. provavelmente o esporte mais chato do Universo nos impressione tanto com uma dança que afinal de contas representa apenas uma parte do todo que compõe o país da Nova Zelândia? Temos que fazer até disso uma fonte de admiração?

Pior que admirar é deteriorar. Brasileiro diz adorar Country Music, algo que eu amo de todo meu coração, mas o que o brasileiro médio ouve? Peça para ele citar dois expoentes da real Country Music? Ele vai dizer, com sorte, Chitãozinho e Xororó ou pior tentando posar de sabichão vai citar Pena Branca e Xavantinho ou Tião Carrero e Pardinho, ícones do regionalismo brasileiro que não tem nada a ver com o Country embora seja tão bom quanto. Até quando vamos ficar babando ovo par quem quer que fale outra língua que não o Português e more em qualquer lugar que não seja o Brasil?

Realmente lamentável.

É isso.

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