terça-feira, 8 de agosto de 2017

planeta dos macacos: a guerra


e então você se pega torcendo de forma enlouquecida pelos macacos e odiando todo e qualquer ser humano. estes são os extremos aos quais eu fui levado em "planeta dos macacos: a guerra" um filme em que o teatro da guerra quase unilateral, já que os macacos refutam ao máximo entrar nela, se dá em um angustiante inverno de paisagem branca ao extremo e embora linda  no nascedouro a medida em que se desenrola o festival de violência humana contra os macacos e a sujeira vai aumentando seu rastro tanto de forma física quanto metafórica, a única coisa que se lamenta é não haver um koba, (personagem beligerante do filme anterior) que chame para si a responsabilidade de guerrear e dizimar aos humanos.

e creia, eles merecem. woody harrelson um ator irretocável,  interpreta um coronel que faz a espinha gelar de medo e a indignação subir a níveis absurdamente altos levando o seu personagem a deixar de ser um simples militar e se transformar em um tipo messiânico, a quem tudo é permitido e que com mão de ferro comanda seus soldados, que são pouco mais que um bando de desvalidos mentais uniformizados em uma guerra que se pretende santa mas é apenas estúpida e sem sentido algum.

já os macacos liderados por césar buscam a paz, o recolhimento e não querem se meter em uma guerra que de forma alguma foi iniciada por eles. nem se pode chamar este planeta dos macacos de guerra, porque a guerra pressupõe objetivos territorialistas, a supremacia de um povo ante o outro pela força. não é de forma alguma alguma um extermínio puro e simples como o que busca o exercito do coronel ensandecido de harrelson. venho dizendo a tempos aqui e para as pessoas com as quais convivo que para mim o mundo já acabou, apenas não foi oficializado o planeta dos macacos mostra exatamente a triste realidade de que sim, isto de fato ocorreu.

estamos perdendo todo e qualquer bom senso de forma paulatina e célere, estamos absorvendo conceitos que fazem com que pareçamos cada vez mais com animais e cada vez menos com humanos dotados de alguma inteligência. ao mesmo tempo que andamos a passos largos rumo a uma inteligência artificial  refinada e elegante, capaz de fazer paralíticos andarem entre outras inimagináveis soluções para o nosso mundo, nos matamos por nada, não respeitamos a natureza a nossa volta, não temos piedade e compaixão pelo próximo.

planeta do macacos relata tudo isso de uma forma crua, pulando partes que seriam nada mais que encheção de linguiça e indo de forma direta e crua ao que interessa, que é retratar a desintegração do conceito de moralidade e mesmo humanidade em nós, que nos imaginamos seres tão especiais. bobagem imaginar que planetas dos macacos é apenas diversão, pois serve antes de mais nada como um painel visionário de um futuro não tão distante onde pragas dizimarão a humanidade e mesmo com toda a nossa inteligência não seremos capazes de deter este estado das coisas porque nosso egoísmo e apego a tudo o que não é de fato importante nos fará matarmos uns aos outros e os sobreviventes buscarão sempre culpados em outras fontes, jamais no próprio espelho.

planeta dos macacos é um daqueles raros filmes que extrapolam os limites da simples diversão e se tornam metáforas perfeitas ou quase perfeitas da vida que levamos, da sociedade que somos e sobretudo da cegueira humana. vale cada minuto dentro da sala de projeção,.

é isso!

ouvindo: wagner e sua estupenda   ride of the valkiryes

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