domingo, 23 de abril de 2017

rodrigo caio e o fair play


a muito tempo me desinteressei completamente por futebol. não por não gostar do jogo, muito perlo contrário, mas por não suportar ver o futebol brasileiro, sem dúvida o  melhor do mundo ser tratado de modo tão amador e ver seus dirigentes terem o "topete" de posar como profissionais.

temos campeonatos absolutamente mequetrefes, um calendário que é grotesco e federações que são peças de ficção pois batem continência todas elas para uma confederação que é uma piada. é triste, mas assim é que é o futebol brasileiro e por estes motivos e vários outros troquei a muito tempo a bola redonda pela oval, onde o campeonato tem um calendário enxuto e por este motivo emocionante e o que se entrega é um produto empolgante e bonito de ser ver.

mas não é de nfl que quero falar e nem da falência do futebol brasileiro. quero falar sobre a bela atitude de rodrigo caio, do spfc que ao ter o fair play que se espera de todos os jogadores e na verdade se espera de toda pessoa de bem seja jogador de futebol, seja médico veterinário, foi motivo de "polemica" no meio do futebol e fora dele também.

não existe ao meu ver polemica alguma em ser honesto e ter uma conduta proba. é o que todos deveriam ter. mas para alguns, como o notório felipe melo, jogador de conduta sempre questionável, o que se quer é acabar com o futebol. como assim? primeiro, meu caro melo, o futebol no brasil já acabou a anos, e segundo, atitudes como a de rodrigo caio talvez pudessem ser um sopro de vida ao esporte bretão no brasil. mas não na visão de melo, que não esta sozinho neste olhar obtuso e torpe. para a maioria dos jogadores, o que vale e a vitória, ainda que ela venha acompanhada de um não merecimento evidente porque para esses jogadores, o esporte nada tem a ver com paixão e sim com dinheiro.

claro que todos eles tem que ganhar o seu salário, isso é evidente,  mas sacrificar valores desonra antes de mais nada a instituição que se esta defendendo. levar vantagem em um lance capital de uma partida pode ser bom para o time naquele momento mas passa uma mensagem absolutamente equivocada para seus torcedores, principalmente os torcedores mirim. claro que esperar que melo, uma pessoa de parcos recursos intelectuais e despreparado para quase tudo que não seja chutar uma bola não vai entender a dimensão das baboseiras que prega, mas ao menos nem tudo esta perdido quando se tem em rodrigo caio um exemplo a ser seguido.

claro que é do jogo quando um juiz inadvertidamente inverte uma falta, marca um impedimento errado ou coisas do tipo, mas ser do jogo não significa que esta certo. ao contrário, significa que o jogo precisa de uma revisão em suas regras e da forma como ele é conduzido. precisamos de um debate sério que traga a baila o quão injusto pode ser o futebol para quem o assiste e para quem o joga. dizer que a "graça" do jogo são os erros que acontecem enquanto ele é disputado equivale a dizer que legal mesmo é ver acidentes e mortes na formula 1.

o futebol no brasil precisa urgente de uma mudança de postura das pessoas que o comandam. ele precisa ser pensado como produto para a torcida, não como um meio de eleger seus dirigentes a cargos políticos até porque não da pra aguentar gente como andres sanches como deputado federal. chega a ser nauseante. o futebol também não pode encher os bolsos de sues dirigentes enquanto os clubes empobrecem.

rodrigo caio esta de parabéns! ser diferente não é fácil, mas se for para ser honesto, para passar uma mensagem positiva ao torcedor que seja tão difícil quanto tenha que ser. o futebol agradece! rodrigo caio, você tem meu total respeito e o de muitos torcedores também!

é isso.

ouvindo: vpc

terça-feira, 18 de abril de 2017

baleia azul, o jogo. um reflexo do mundo mal que vivemos



o vazio, a dor, a escuridão, o vale interminável que parece nunca terminar  e vem acompanhado de uma noite também interminável. a tristeza, a solidão, a ânsia de sentir-se amado, o medo da rejeição e a paradoxal culpa que ela traz. culpa por ser rejeitado? qual é!!! mas sim, ela vem. já fui adolescente sei bem como é esmagadora a dor dos não aceitos e sei também que dai para que eles se identifiquem com outros não aceitos e possam ser manipulados, seja em grupo, seja sozinhos por pessoas mau intencionadas, é um pulo.

não, não diga que participar de grupos como o do tal nefasto  "jogo da  baleia azul" é coisa de doentes, de perdedores, de jovens sem auto estima alguma, enfim, de pessoas que do auto da nossa facilidade em julgar, são indivíduos que da vida nada terão, que já estão derrotados antes de começarem a jogar. você provavelmente nada sabe da dor que acomete quem usa como último recurso aliar-se a este tipo de manipuladores covardes que por puro prazer em fazer o mal  se escondem atrás deste jogo sem sentido. a dor, para ser mitigada, pode fazer um ser humano de qualquer idade na verdade, mas em especial os jovens, seguirem por caminhos absolutamente inacreditáveis e sem sentido aos olhos de quem vê de fora, mas totalmente críveis e sensatos aos olhos de quem os trilha.

consiste neste jogo macabro, sempre jogado via redes (anti)sociais, antes de mais nada, aceitar o tal convite que é feito para tornar-se membro desta comunidade. após o convite aceito, uma série de tarefas sem sentido como fazer a navalha um baleia azul em seu próprio corpo, rasgar o lábio e mais 48 delas que culminam sempre com o suicídio do jogador. Eles controlam os jogadores ameaçando-os de forma tola para mim, mas absolutamente assustadora para quem joga, dizendo que caso o primeiro desafio seja aceito, não pode de forma alguma haver desistência em seu prosseguimento, caso contrário, eles, os administradores da página, coletarão os dados dos pais e parentes dos jogadores e irão atrás dos mesmos podendo até mata-los.

já houveram relatos, vários deles, inclusive no brasil, de jovens que efetivamente suicidaram-se por conta deste pavoroso jogo e até a interpol está empenhada em achar os responsáveis por tamanha desdita. cabe aos pais de adolescentes e pré adolescentes estarem atentos aos sinais externos que seus filhos possam emitir sobre seu estado psicológico. hoje, a depressão ataca os jovens quase como uma epidemia e é necessário estar atento a este sinais.

o principal é não relativizar ou mesmo ignorar o que nossos adolescentes dizem sentir. seus motivos, suas tristezas, seus problemas. devemos ter tempo para ouvi-los pois fica claro que pessoas interessadas apenas em ter o seu mórbido prazer satisfeito podem tomar o nosso lugar e ouvi-los e pior, guia-los por um caminho que talvez seja sem volta.

Lendo uma matéria sobre este horroroso jogo me senti tocado a escrever este texto. este jogo, antes de mais nada, sinaliza o quanto nosso mundo está claudicando, caminhando para um fim inexorável e terrível. não vou fazer pregação religiosa, longe disso, mas devemos amar mais. amar uns aos outros, a nossos filhos, a nossos amigos, a todos que nos cercam. o mal, dia a dia nos espreita e cria novas e variadas formas de nos assediar e quando nada pode contra pessoas que já tem seu caráter maduro e formado, se volta contra aqueles que ainda o estão formando. fiquemos atentos. quem mais amamos pode ser aliciado por este terrível jogo. que Deus nos proteja e proteja sobretudo a quem amamos.

é isso.

ouvindo: Oficina G3

segunda-feira, 10 de abril de 2017

war pigs





é de uma atrocidade terrível o que vem acontecendo na síria. é pavoroso quando o mandatário de um país executa pessoas de seu próprio povo de forma cruel e implacável como o fez bashar al assad. armas químicas são por definição destinadas a escória e só a escória tem coragem suficiente para utiliza-las sabendo quanto sofrimento elas trarão. não é aceitável, mas digamos menos pior que um país as use em uma guerra com outro país, mas quando um governante se mostra tão inescrupuloso que as usa contra seu próprio povo, temos que olhar para  o nosso plante de maneira diferente e entender que talvez ele de fato não tenha mais saída. acabou qualquer chance de entendimento entre os seres humanos. a vida, aqui, não merece mais ser vivida. viramo bárbaros prontos a descer tão baixo quanto os nossos instintos nos permitam. a era da civilidade acabou e foi trocada pela era da loucura pura e simples.

é claro que para mim, que moro nessa porção do mundo os motivos de tanto ódio entre iguais, pois seres humanos são iguais por humanos que são, soam sem motivo algum, e é claro que se eu perguntar para qualquer pessoa envolvida diretamente neste conflito eles terão tanto de um lado quanto de outro, argumentos sólidos para defender o seu lado na disputa.

não sou ingênuo e não acho que apenas assad esteja errado nesta história. sempre desconfio do lado que os americanos apoiam, pois eles quase sempre apoiam o lado que lhe convém, não o lado correto. americanos são um povo esquisito que consegue quase sempre se indispor co quem deveria apoiar e vice e versa, então eu creio firmemente que o povo bombardeado com as armas químicas tenha não só um histórico tão beligerante quanto o de assad, como provavelmente faria a mesma coisa caso conseguisse acesso a estas armas. infelizmente esta é a verdade.

e é exatamente isso que torna tão horrível este conflito. quando um lado sobrepuja o outro pura e simplesmente por ter acesso a armas mais letais fazendo com que a balança pese para este lado empurrada apenas pela força  da brutalidade empregada na guerra já é algo triste, pois significa que não houve uma  briga justa, onde ambos os lados puderam ter acesso ao mesmo nível de beligerância.

acontece que este tipo de conflito fica ainda mais triste quando se percebe que se o lado oposto pudesse, faria a mesma coisa ou pior e é esta sensação, de que a brutalidade e o mal se espalhariam de qualquer forma se o lado oprimido tivesse poder de fogo para virar o jogo é que me faz achar que perdemos o jogo da civilidade para sempre, de forma irrecuperável e só nos resta aceitar que o ser humano não recuperará o seu lado bom e humanitário.

e não acho isso apenas pela brutalidade da guerra, das armas químicas e tudo o mais, mas sobretudo pelo silêncio ensurdecedor das pessoas que estão mais interessadas com qualquer coisa que as faça esquecer que sírios estão se matando uns aos outros sem poupas crianças, mulheres ou qualquer outro grupo. simplesmente fingimos que não é conosco e a ajuda humanitária é protocolar, como que para aliviar a culpa daqueles que deveriam de fato estar se mobilizando para por um fim neste conflito.

campos de refugiados lotados de pessoas com fome, com sede, com frio, que perderam família, amigos, casa, tudo enfim, e não sabem para onde ir e nem como ir a algum lugar. a história que esta sendo escrita na síria neste momento deveria envergonhar a todos nós, todos. sem exceção. deveríamos estar pranteando pelo povo sírio, chorando sua dor, mobilizando-nos por mudanças, pressionando governos locais a tomarem partido pelo fim desta situação, mas infelizmente a grande maioria de nós nem sabe sequer onde fica a síria, quanto mais o que acontece dentro de suas fronteiras.

é triste saber que isso não mudará tão cedo. é triste saber que o povo sírio continuará a ser massacrado pelo próprio povo sírio, é triste saber que assistimos a tudo isso inertes e que isso fala muito sobre quem somos. é triste.

é isso.

ouvindo: Black Sabbath, War Pigs. música mais que perfeita e letra sensacional para relatar nosso momento.

domingo, 2 de abril de 2017

a selva do youtube


gosto do youtube. de todas as redes (anti)sociais, é de longe a minha favorita. porque posso ouvir música, muita música. basicamente por este motivo. mas é claro que lá estando, acabo vendo filmes e cenas engraçadas e todo tipo de trivialidades e também muita coisa útil, ótimos documentários (após assistir "hot  girls wanted" me senti tão enojado com a indústria pornográfica que vomitei tudo o que comi e quando comi novamente vomitei de novo e desde então me abstenho de tudo o que diga respeito a esta indústria abjeta o que significa que sim, antes eu via muita pornografia, e dai? a vida é minha não? obrigado, de nada).

o youtube nada mais é do que uma colagem de imagens que assombram ou clareiam a vida de quem as posta. simples assim. ao menos, ainda existe alguma supervisão e não é um reino sem lei no que tange ao quão baixo podemos chegar enquanto seres humanos e absurdos ainda são barrados por ali. claro que o conceito de absurdo é extremamente particular, mas algumas coisas são senso comum não? enfim. ainda dá pra ver com alguma margem de conforto as boas coisas que a rede oferece.

o que me incomoda no youtube e é evidente para mim, que incomoda a muito pouca gente, são as chamadas "trolagens". não, não sou hipócrita de dizer que não dou risada de muitas e negar o quanto elas podem ser criativas embora algumas sejam puro mal gosto e imbecilidade concentrada, mas independente de serem bem executadas ou não todas partem do mesmo princípio: ganhar dinheiro fácil com os acessos a custa de outras pessoas. quer sejam familiares, estranhos ou quem possa estar disponível. são filhos declarando-se gays para os pais, dizendo que engravidaram fulana para chatear a mãe, sustos de todas as espécies, mulheres induzindo maridos a acharem que foram traídos e vice e versa e entre as mais populares as que mostram como mulheres podem ( na visão dos organizadores dos vídeos) serem  vadias aproveitadoras ao entrar nos carrões de homens completamente desconhecidos.

antes de continuar é importante lembrar que sempre existiram mesmo no mundo pré  youtube programas de tv dedicados a trolar as pessoas e as expor ao ridículo e em que pese o fato de que muitas vezes essas pessoas passassem por constrangimentos inomináveis, a grande diferença entre este formato  consagrado no brasil por silvio santos no seu "topa tudo por dinheiro" onde ivo holanda passou décadas apanhando e nos alegrando, o conceito intrínseco er ao da diversão da audiência ao passo que os denominados "youtubers" querem na sua grande maioria promover juízo de valor nos infelizes que caem em seus vídeos.

os vídeos em que mulheres entram em carrões de estranhos ou desprezam pessoas aparentemente pobres e depois se arrependem ao descobrir suas posses são clássicos de como em pleno século 21 elas ainda são tratadas como objetos que servem para o uso e diversão dos homens. como julgar uma mulher apenas porque ela prefere alguém aparentemente mais bem sucedido do que outra pessoa? qual a garantia que homens submetidos ao mesmo "experimento" não teriam a mesma atitude? é tão sem sentido a mensagem que vídeos assim passam que me é perturbador ver que eles conseguem milhões de acessos e os comentários são sempre os mais machistas e infames possíveis. não, silvio e ivo nos faziam rir, não tentavam nos fazer olhar para alguém e pensar: "como você é vadia!" um diferença absurda na forma e conteúdo.

existem também os vídeos em que filhos sacaneiam pais e também o que o contrário é o que ocorre. é uma disfunção tão sem sentido que nem o dinheiro proveniente das curtidas consegue explicar o porque tais vídeos são produzidos. claro que os vídeos em que namorados trolam uns aos outros são mais fáceis de explicar em um mundo, louco mundo em que vivemos onde o compromisso que deveria permear qualquer relação se torna absolutamente obliterado pela mera possibilidade de ganhar dinheiro fácil expondo ao ridículo a quem se afirma gostar. não sei se a psicanalise explica mas ao meu ver é de uma deprimência sem limites.

não, não é este post uma crítica ao youtube ou mesmo as pessoas que postam vídeos desta forma, é antes um simples olhar que se posiciona entre o estupefato e o incrédulo com os caminhos que a humanidade vem trilhando e pelos caminhos que comportamentos como este sinalizam que ainda trilhará. o youtube não deveria ao meu ver ser uma rede onde apenas o que eu aprovo pode ser postado, longe disso e nem é ele, youtube, o responsável pelas porcarias que pululam em seu conteúdo. como disse no início, todo conteúdo ali postado apenas reflete quem somos e o que esperamos ver quando o acessamos.

é triste, mas é a verdade. ou melhor, a minha verdade.

é isso.

ouvindo: mutantes

sexta-feira, 31 de março de 2017

eu ganhei um campeonato de leitura, mas não levei o prêmio, ao menos, não todo ele.



meus parcos anos escolares se dividem em minhas lembranças em apenas duas professoras: milvia, uma professora que sabia incentivar um menino com tdha que não se concentrava de jeito nenhum e tirava o melhor de mim com atividades diferenciadas, pensadas para mim e mais ninguém e que me despertaram um gosto absurdo pela leitura (aos 12, já fora da escola completei a leitura de todos os clássicos da literatura que realmente importam e que continuo relendo-os até hoje), e a professora eliana.

eliana, era uma professora absolutamente pateta, que não merecia respeito nem de adultos e nem de crianças. tinha seus alunos favoritos e deixava isso claro. ridicularizava meus desenhos ( que de fato eram ridículos) e a forma com que eu os pintava. eliana, não ensinava,  dava broncas incessantes e por qualquer motivo me mandava a sala do diretor da escola. ficamos íntimos eu e ele de tanto que nos víamos. Eliana era uma tremenda babaca.

no meu último ano em que frequentei a escola, na quarta série do antigo primário, houve um concurso de leitura na escola. o prêmio, para mim, valia mais que qualquer dinheiro que me dessem, uma coleção de livros completa da coleção vagalume e sei lá porque, um exemplar magnífico de "o engenhoso fidalgo don quixote de la mancha" quem ganhasse o concurso levava tudo isso, um tesouro. o segundo e terceiros colocados não levavam nada, típico pensamento de brasileiro.

pois bem, tinha um detalhe apenas que tornava tudo mais legal para mim, só podiam competir os garotos e garotas do ginasial, mas a professora milvia fez questão de me inscrever e bancar que eu ganharia. eliana, a professora de satã, também inscreveu um de seus alunos preferidos, o tal de marcelinho. marcelinho me lembrava o riquinho rico, não por eu ser muito pobre, mas por ele ser escandalosamente rico e metido a besta. bom, vamos lá, eu e marcelinho contra os meninos e meninas da quinta a oitava série.

o concurso era mal elaborado pra caramba. consistia em uma redação que classificaria os 10 melhores escritores para a leitura final de uma poesia de drummond, um texto de uma revista que n ão lembro qual era e um trecho, de don quixote. desconfio que o diretor da escola tinha descendência espanhola e direta da família de cervantes. só pode.

não preciso, creio eu, dizer quem ganhou com um pé nas costas a fase de redação. foi  humilhante. fiz uma redação contando que don vito corleone havia chegado no céu e quando perguntaram a ele como isso tinha acontecido, ele disse que havia feito uma proposta a qual são pedro não pode recusar. bom, entendedores entenderão e entenderão que aos 09, 10 anos eu já havia lido "o chefão " 2x e captado evidentemente a essência do livro. não, os professores não sabia do que se tratava o livro, apenas me deram a vitória porque era um texto saboroso.

bom, marcelinho, lá em 8 lugar passou também da fase de redação e no dia da leitura, estava inpirado. na leitura de drummond estava eu com muita preguiça e passei raspando. ficamos em cinco, eu marcelinho uma menina linda, ana paula bonetti e mais dois bocós de mola. na leitura do texto da tal revista que não me lembro,  dona milvia veio me dizer que precisava que eu ganhasse, que confiava demais em mim e que eu era o melhor. batata! destruí os oponentes com uma interpretação inacreditável sobre uma noticia qualquer. ficamos eu, marcelinho, o chato e ana, a linda. e fomos para cervantes.

o texto, jamais esquecerei, versava sobre o  encontro de don quixote com algumas pessoas que lhe contaram sobre grisostomo e marcela. (leia sobre eles no meu blog, tem um  texto em que falo sobre este trecho do livro) le-lo, foi um impacto para mim já naquela época. fiz uma leitura tão linda, mas tão linda, tão emocionante, que fui aplaudido, de pé. e ainda ganhei um beijinho da ana. só não fiz a dancinha do Carlton porque não havia na época ainda nem o personagem e obviamente nem a dança.

mas ai entrou em cena, eliana. inconformada com o segundo lugar de seu pupilo, chamou o diretor e demais professores e conseguiu fazer com que eles dividissem os prêmios. fiquei com os livros da coleção vagalume, que li em uma semana a todos e marcelinho ficou com don quixote. eu queria, obviamente, don quixote. e como queria. se havia a beleza de grisostomo e marcela no livro, quantas outras aventuras não haveriam ali? fiquei desgostoso e não voltei mais para a escola. me enfurnei em na biblioteca mais próxima que achei e durante uma semana, li don quixote e viajei com ele em suas loucas aventuras.

eliana, a professora inútil, me tirou qualquer vontade de ir a escola e logo depois desisti de vez. querem saber? agradeço demais a ela por ter praticamente me expulso de uma escola que nada me dizia. fui mais feliz sema influência nefasta da educação formal e trouxa que as escolas ofereciam. mas dona milvia mora em meu coração até hoje e sempre morará.

é isso.

Ouvindo; Felipe Valente.

segunda-feira, 20 de março de 2017

beauty and beast (a bela e a fera) - uma critica


vamos falar do que é ruim antes de mais nada porque é muito pouco e não interfere no que para mim é um filme que merece ser visto e revisto dezenas de vezes:

bela. por que escolher emma watson para o papel? quem cometeu tal atrocidade? ela ganhou para ser a bela? teria que ter pago né? uma bela "nutella", sem graça, sem vida, que perde de lavada para a bela da animação, destemida, corajosa e ironicamente muito mais "cheia de vida" que a insípida bela de emma. o papel merecia alguém que o defendesse com mais garra e dignidade. eu teria ido de dakota fanning por exemplo se ela ainda estiver viva, porque me parece que deu uma sumidinha. emma (eu simplesmente adoro esse nome!!!! só não coloquei em minha filha porque no brasil isso não é nome, é bulling) não tem a estatura dramática necessária para desenvolver uma bela minimamente prestável.

ariane grande e john legend. o responsável pela escalação dessas duas nulidades para defender a canção tema merece ir para um octógono com Wanderley Silva fora de controle a apanhar dele até quase a morte.  não é um problema do filme, exatamente, mas é desgastante demais ter que sentir saudades de celine dion e peabo bryson, outras duas nulidades. não tinha ninguém que canta de verdade disponível para gravar? chama lá a mariah carey e um qualquer e boa. ariane grande??? ta de sacanagem né? em tempo, o arranjo da música foi escrito por alguém bem preguiçoso também.

agora, falemos do filme. antes de mais nada acho uma bobagem sem tamanho assistir o filme e tentar compara-lo com a animação que concorreu ao oscar  de melhor filme, não de animação, mas melhor filme mesmo, junto com os blockbusters da época.   acho bobagem porque o filme tem praticamente as mesmas falas, ou seja um roteiro praticamente idêntico e nem poderia ser diferente, mas tem outra cadência, outro visual e principalmente outra alma por se tratar de seres humanos atuando e muito embora eles tenham que dividir o espaço com efeitos visuais praticamente o tempo todo, a emoção humana imprimida a um personagem que advém de uma fábula, imprime uma  dimensão emocional tal, que animação alguma jamais alcançará.

li algumas criticas que reclamaram do visual escuro do território do castelo da fera, mas me pergunto: como assim??? deveria ser um lugar solar? e quer saber, se os efeitos visuais não são o ponto forte do filme, ainda bem! ao meu ver o principal do filme é ter alma, pulsar na cadência correta, emocionar quando deve, fazer rir quando é para tanto e sobretudo contar uma boa história de forma competente e trocadilho infame, bela.

o filme é bom porque seus personagens foram bem desenvolvidos. luke evans faz um gaston que não é uma porta como no desenho. antes, é apenas um porco chauvinista, machista, egoísta e tantos outros termos depreciativos quanto se queiram usar mas sabe que é tudo isso e provavelmente mais. é astuto, auto centrado e como o gaston do desenho jamais conseguiu ser, seguro de si. luke deu credibilidade a gaston e é possível se divertir com ele mesmo que o personagem se mostre tão repugnante.

kevin kline como o pai de bela é o que se espera dele, nada menos que fantástico. é uma delicia ver sua interpretação contida e generosa quando contracena com a inútil emma watson. não tenta mostrar ao mundo o que o m undo já sabe, que ele é um ator fabuloso e ela, bom, ela é hermione, ta bom,  né? tem um personagem ainda para falar, mas deixarei por último.

as cenas "extras" por assim dizer, que não estavam na animação mas que couberam como uma luva no filme atual apenas trouxeram mais brilho ao que já era originalmente brilhante. os efeitos visuais não são os melhores do mundo, mas precisa? será que a cena do baile, que foi na época do lançamento da animação cantada em prosa e verso precisaria ser recriada com o mesmo furor? creio que não, confesso que ao começar a assistir o filme minha mente só pensava nessa cena e como ela se desenrolaria. em cinco minutos, tinha me esquecido dela e quando ela chegou, bom, foi legal, e o brilho do filme nem de longe foi abalado por ela ser obviamente inferior a animação.

mas no resumo da ópera, sabe por que a bela e a fera me cativou e cativa a tantas pessoas geração após geração? porque é uma excelente história. sua adaptação não leva, é verdade, tanto na animação quanto no filme atual, o fato de que no original, bela tinha mais duas irmãs e o pai um era milionário que perdeu tudo e foi morar no interior.  mas a adaptação  foi fiel ao que interessa, a essência se manteve e bela é uma menina/mulher, a frente de seu tempo, como a autora do conto original (que não lembro o nome e estou com preguiça de pesquisar) deveria ser também. os personagens são bem construídos no nascedouro e a temática tratando de temas nobres e caros as pessoas integras e de bom coração fazem do filme e do livro também, um programa imperdível. com o material original que se tinha na mão, seria necessário muita, mas muita má vontade para fazer algo ruim. a bela e a fera é espetacular, nada menos que isso.

falando sobre o último personagem que quero comentar, lefou, interpretado com a galhardia necessária por Josh Gad, é um alento no mundo, louco mundo em que vivemos. josh não tenta dar uma bandeira homossexual ao seu personagem, mas deixa claro que ele o é e deixa mais claro ainda que isso não o faz ser nem pior e nem melhor e que suas atitudes são atitudes tomadas por quem ele é como  um todo, não por sua sexualidade que é apenas uma parte de um todo ainda em construção, uma vez que lefou se mostra capaz de mudar a forma de agir quando confrontado com sua consciência.

lefou foi no final de tudo, o motivo do meu riso ao sair da sessão, foi o que fez o filme ser mais do que poderia ser, foi a sacada de gênio do diretor. sim, vale muito a pena ver a bela e a fera, mas vale muito mais a pena prestar atenção em lefou.

é isso

ouvindo: por pura obrigação de ter uma trilha sonora coerente com o que estou escrevendo, celine dion e peabo bryson.


quarta-feira, 15 de março de 2017

eu não autorizo (nem o facebook, nem ninguém)


não autorizo o facebook a colonizar marte. acho que mark zuzu já esta rico o suficiente.

 não autorizo o facebook a criar estações dessalinizadoras de  água, porque cobrarão os olhos da cara pelo produto final.

não autorizo o facebook a intermediar imóveis. eles aceitariam a encheção de saco de tirar o creci? eu duvido, então de irregulares no mercado, já basta a horda que pulula pelos plantões.

não autorizo o facebook a ter um banco. eles dariam um jeito de cobrar juros espúrios e proteger a privacidade dos gerentes das agências para que não fossem mortos pelos clientes enfurecidos.

não autorizo o facebook a entrar no ramo de rações animais. certamente eles colocariam algum componente que fariam cães e gatos  virarem monstros  assassinos e poderia ser o começo do fim da humanidade.

não autorizo o facebook a virar uma religião. já tem gente demais enriquecendo em nome de Jesus.

não autorizo o facebook a entrar para o ramo da incorporação imobiliária. certamente suas casas e apartamentos teriam  dispositivos que durante o sono transformariam as pessoas que moram lá em zumbis. o caos se instalaria.

não autorizo o facebook a ter uma loja de fogos de artificio. certamente quando explodissem no céu, teriam mensagens publicitárias indesejadas.

não autorizo o facebook a criar qualquer outro aplicativo de compartilhamento de fotos. o instagram já tem toda a putaria que se pode ter neste ramo.

não autorizo o facebook a comprar os direitos sobre a discografia de tim maia. certamente eles dariam um jeito de transforma-la em sertanejo universitário.

por outro lado,

autorizo o facebook a mandar uma diarista a minha casa duas vezes por semana. duvido. mas autorizo.

autorizo o facebook, e inclusive disponibilizo meus documentos para tanto, comprar um hondacivic 2017/18 completo e para-lo em minha garagem desde que a nota saia no meu nome. me comprometo a pagar em dia todos os impostos.

autorizo o facebook a inventar uma trilha sonora obrigatória a ser ouvida enquanto as pessoas navegam por sua página, desde que é claro, essa trilha sonora seja composta de tim maia, tom jobim, aerosmith, gvb, steven curtis chapman e outros artistas  bacanas.

autorizo o facebook a distribuir notebook e outros trecos de informática, mas somente os de última geração que fique claro para as escolas das periferias das grandes capitais brasileiras. hahahahahahahahahahahahaha!

e sobretudo,

autorizo o facebook a exterminar da face da terra todos os usuários que insistirem em dizer que ele facebook é uma instituição pública e tornará pública suas postagens caso não declarem seu desacordo. suckers, suas postagens já são públicas apenas por estarem na internet, onde qualquer um consegue acessa-las se assim o quiser e por favor, alguém aqui consegue me dizer como uma empresa cotada em bolsa, totalmente pulverizada em seu capital pode ser "púlbica"???

sem mais autorizações ou negativas,

é isso.

ouvindo: tim maia