domingo, 3 de dezembro de 2017

Mais, de Os Arrais



Tem que ver o vídeo pra o post fazer sentido.



Eu pertenço a esta canção. Simples assim. Existem músicas que te tocam pela beleza dos arranjos, pelos versos inteligentes das letras, pela conjunção desses e outros fatores, enfim, música bate em cada um de um jeito e gostamos mais de umas que outras por motivos diversos. No caso de "Mais" de Os Arrais, o que me encanta além de arranjo, versos, interpretação é a identificação imediata que tive com ela. Só hoje, devo ter ouvido esta música mais de 50x, sem exagero.

Toda a letra de "Mais" tem total conexão comigo, fala ao meu coração, me emociona me faz querer canta-la bem alto, chorando, rindo, me emocionando e sobretudo tomando para mim os pontos principais. A letra fala que a bondade de Deus "me persegue". Incrível como isso é realidade. Por toda minha vida, a bondade de Deus me persegue epor mais que eu faça tudo para fugir dela, para seguir meus caminhos tentando até desacreditar de sua existência e colocando em  xeque a minha  fé, seus atos de bondade para comigo são tão palpáveis, tão incrivelmente visíveis, que fugir se torna além de cansativo, inútil. Deus não se importa com minha rebeldia, arrogância, com nada de ruim que eu tenho. Ele apenas me ama. E me persegue. E me encontra.

Quando a música afirma "e eu que sempre fui o segundo em tudo o que eu vivi, o esquecido", eu penso que achei o título de minha auto biografia porque é exatamente assim que eu me descreveria, o segundo em tudo que eu vivi, o esquecido. É um pouco melancólico o pensamento, concordo, mas é assim que eu sempre fui, o segundo, o esquecido. As vésperas dos meus 45 anos, não cabe mais me perguntar o porque, mas muito mais importante que ser o segundo, o esquecido aos olhos humanos é a afirmativa da canção que diz "me chama de amigo, sou mais que um vencedor".

Saber que assim Ele me vê, que para Ele eu "sou um filho, fui encontrado, eu sou Teu" é um alívio em meio a uma tormenta de sentimentos. Júpiter tem uma grande mancha vermelha que os astrônomos detectaram ser um anti ciclone que não cessa a milhares de anos. As tempestades internas em mim nunca cessam também, e esse alívio necessário de saber que " eu sou um filho, eu sou Teu" mesmo que em raros momentos, me traz uma paz necessária e sem igual

Quando a música fala, "Tú és meu bom pastor", sinto vontade de matar o lobo em mim e deixar a ovelha mansa e necessitada de cuidados aparecer para ter suas feridas curadas. Para mim, ouvir esta canção é absolutamente necessário de tempos em tempos, minha sanidade precisa disso. Obrigado aos Arrais, por terem trazido ao mundo uma canção tão linda e tão necessária.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Blackout



Faz dias que venho tentando escrever. Dias. Sobre os mais variados assuntos, puxando daqui e dali o que falar sobre o que quer que seja, mas não consigo, simplesmente não consigo. Vivo um blackout criativo. Na verdade, é muita pretensão minha falar sobre  blackout criativo pois não sou uma pessoa tão criativa assim. Meus textos, quase todos muito ruins e alguns pouco muito bons, saem todos eles a fórceps, depois de muita labuta e uma insana briga interna. Saem cuspidos, empurrados para fora e muitas vezes me envergonho do que escrevi. Mas agora, nem estes textos querem sair. Que lástima.

O processo de escrever um texto, quando levado a sério, pode ser muito, muito complicado e nada divertido. A angustia de saber se as palavras escolhidas foram as melhores, se vão agradar e sobretudo se vão fazer o texto ser compreendido, tudo isso desperta uma enorme ansiedade sobre o que e como escrever e há mais ou menos dez dias não consigo chegar a nenhum resultado satisfatório. É estranho, admito,  mas talvez seja reflexo de estar lendo menos, estar acompanhando menos o mundo, enfim, venho me sentindo alienado da realidade sob vários aspectos. Logo quem, logo eu?

Claro que existem fatores tanto externos quanto muita coisa interna minha que bloqueiam a escrita, venho passando por um período de muita tristeza, uma tristeza profunda que desconheço de onde vem na verdade mas que me consome aos poucos. Por outro lado no aspecto profissional, também não estou nos melhores momentos, uma insatisfação, um inquietamento me impedem de ser pleno, ainda que continue dando o meu melhor, me falta a felicidade de outrora.

Quando a vida esta em suspenso, falta inspiração, essa é a verdade. Falta luz, cor, canção. Quando a vida esta em suspenso, falta aquela centelha que mantem a chama acesa e ela pode de uma hora para outra se apagar. O blackout temporário pode virar uma escuridão permanente daquelas que não se consegue sair. Quando a vida esta em suspenso, textos ruins viram obra de arte porque é tudo o que se conseguiu produzir.

É isso

Ouvindo: Point Of Grace

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O Hulk Dentro de Mim



Minha mãe via em mim, coisas que só mães veem. Tenho olhos castanhos, mas sob severa emoção, principalmente se for raiva, ficam verdes. Só minha genitora notava isso, e de tanto ela notar e comentar, acabei percebendo também. Ficam verdes e esbugalhados, quase saltando das órbitas, uma cena no minimo bizarra de se ver.

O meu Incrível Hulk não é o "herói" dos filmes Marvel e sim o da série de meus tempos de criança, o David Bruce Banner. Um cientista triste e atormentado pela morte da esposa que cria uma fera em si mesmo que curiosamente que devido a radiação gama tem pele e olhos verdes. Para além da monstruosidade de Hulk, o que existe de mais rico em seu personagem é o conflito entre Bruce e Hulk, pois Bruce não busca a violência como resolução para seus problemas, enquanto Hulk ( que também é Bruce) age guiado tão somente pelos seus instintos mais primitivos tendo a violência como o principal deles.

A analogia é inevitável. Sou primitivo, tosco mesmo. Tenho questões que atormentam e parecem uma dor de cabeça contínua me enlouquecendo lentamente, dia a dia. Quando esta raiva, esta tortura atinge picos incontroláveis, Hulk aparece e toma conta de mim. E é como se não visse mais nada e principalmente ninguém. Me sinto literalmente fora do meu corpo, posso ver de fora o que me tornei, mas não consigo controlar as ações deste ser que se enfurece e quer gritar, socar paredes, sair correndo, jogar-se no meio do oceano ou qualquer outra coisa que consiga fazer a tensão desaparecer.

Tenho dois sentimentos absolutamente predominantes em mim, acho até que não tenho outros além desses, mas  infelizmente a raiva vem vencendo o amor. Me pego tendo raiva de tudo sem nem ao menos saber porque e Hulk está lá, pronto a emergir, a pular para fora e mostrar o pior de mim ainda que eu não o controle. Hulk me faz gritar, berrar, ofender, bater, enfim, me faz ser uma besta fera fora de qualquer controle possível ou imaginável. Hulk me dobra e põe no bolso e a mim depois resta sair catando os caquinhos da destruição que ficou.

A vida, muitas vezes não faz o menor sentido para mim. Penso que deveria me ausentar de um mundo que não tolera a minha presença de qualquer forma. Estou cansado de não ser querido, cansado! Estou cansado de ser julgado e condenado sem direito a explicações. Estou cansado de tentar ser uma pessoa melhor e só conseguir piorar as coisas. Hulk vem me vencendo dia a dia, aflorando, pronto para tomar o controle definitivo.

Hulk vai me vencer, é uma questão de tempo e então não vai me sobrar nada mais a fazer, nada mais a sentir. Eu quis ser alguém diferente mas não estou conseguindo, não vou conseguir.  A mim só resta reconhecer a derrota e deixar que o triunfo de Hulk seja total sobre mim. Que ele vença e me torne a cada dia uma pessoa mais fora de prumo do que já sou. Eu estou cansado, eu perdi.

É isso

Ouvindo: Anna Netrebko e sua magistral interpretação de Pie Jesu

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Uma Senhora, Muitas Latinhas, Uma Enorme Miséria, A Dor da Indiferença



Ontem foi dia de meeting, uma palavra empolada importada da gringa que significa reunião. No meio dos corretores de imóveis no entanto, meeting da uma envernizada em algo que deveria ser simples, rápido e objetivo. Dai o lance fica sofisticado, demorado e completamente dispersivo.

Mas enfim, não é do meeting que eu quero falar. Ok, foi legal, foi no Allianz Parque e tals, foi um meeting da maior incorporadora de capital aberto do país, tirei fotos do campo, no campo, uma estrutura impressionante, estacionamento pago, buffet classe A, enfim, tudo do jeito que corretores gostam. Apresentação correta (arrastada como todo santo meeting, mas faz parte), premiação show de bola com direito a viagem para ver a copa da Russia in loco, o fino.

Acontece que eu tinha que voltar para Alphaville e decidi sair um pouco antes do final do meeting (há! ganhei uma bola maneira também, alias, todos ganharam como brinde) e após sair do estacionamento e pegar o caminho para a Castelo Branco, em uma das pontes da Marginal, que não me lembro o nome, algo me impactou. Sim, eu sou bem trouxa, pra sair de um meeting onde tudo foi incrível e diga-se de passagem estava indo para um churrasco de outro incorporador do qual sou gestor e me impactar com o que vou relatar. Mas me impactei.

Parado nesta ponte, na alça de acesso para a Marginal, vi ao longe uma senhora que seguia caminho contrário ao meu sentido mas andava extremamente devagar. Quando ela se aproximou, percebi um saco, enorme, desses de farinha de 50k abarrotado até a boca de latinhas que ela deveria estar levando para a reciclagem. Abarrotado não é figura de linguagem, estava transbordando e a senhora se curvava, quase se arrastando ao peso de seu fardo. Eu parado como estava e ela passou por mim. Janela aberta pensei em dar um boa tarde, mas tive medo de ser ridículo, afinal a tarde dela não estava definitivamente nada boa com um Sol inclemente incidindo em sua cabeça e aquele peso medonho em seus ombros. Me calei.

Voltei na hora meus pensamentos para o meeting. Viajar para a Rússia, vender muito apartamentos, ganhar muitos dinheiros em comissões, tudo isso é tão legal né? Chegar em casa, ter um belo jantar, um café da manhã no dia seguinte, andar de carro para cima e para baixo, conforto, em outras palavras.


O que me incomoda é a desconexão que tudo isso causa. Uma desconexão com os que precisam apenas do básico e não tem. Não ao menos todos os dias. Pessoas que tem 50 anos e parecem ter 70 pelo peso dos dias. Senhoras que carregam latinhas ou o que mais for porque precisam comer. E veja, falo em comer, pois não existe espaço para vaidade em roupas, maquiagens, sapatos, nada. São roupas maiores ou menores do que deveriam ser, sapatos idem, gastos, com buracos na sola. A comida, é pouco mais que uma ração daquelas que o Alcaide de São Paulo quer ofertar aos miseráveis de sua cidade em um surto de idiotice de alguém que eu ainda tenho a boa vontade de defender, mas tá gastando todo crédito já.

Vivemos em um mundo em que os pobres são invisíveis, não queremos vê-los, não queremos nos incomodar com o elefante na sala, não queremos nos desgastar com essas coisas. Se temos nosso carro, nossa possibilidade de viajar seja para onde for, (ainda mais se for a Russia pra ver copa do mundo) é porque trabalhamos não é mesmo? Damos duro, nos esforçamos. Essa senhora que se esforce mais, que corra atrás de seus objetivos, que se engaje em algum programa social e saia do barraco que mora. Somos indiferentes e nossa indiferença, gostemos ou não disso, é parte do problema em que vive essa senhora.

Vemos o nosso lado e isso nos basta. Fechamos os olhos para os desvalidos, os chamamos de bêbados, drogados e não queremos saber o que os levou até essa condição pois é melhor e nos conforta achar que as pessoas estão na merda por culpa delas mesmas. Aquelas tantas latinhas que talvez mal deem para a senhora comprar o jantar me cortaram o coração. Elas vem acompanhadas de uma enorme indiferença, de uma dor que era clara, a dor física neste caso e também da dor da indiferença, de ser um fantasma andando em uma das vias mais movimentadas de São Paulo.

Aquela senhora não é um fantasma e nem precisa ir a Russia ver um jogo da copa do mundo. Ela só precisa de atenção, ajuda, de um prefeito que a trate como indivíduo, não como um coletivo que deve comer ração e se calar. Deveríamos dar voz aquela senhora, deveríamos lhe dar acalanto, tranquilidade para viver seus últimos dias nesta planeta corrompido que vivemos.

Uma senhora, muitas latinhas, uma enorme miséria e a dor da indiferença, tudo isso é o retrato de uma cidade cosmopolita como São Paulo que massacra os seus desvalidos sem dó nem piedade, mas é também o retrato de cada um de nós que finge não ver essas pessoas. Triste.

É isso

Ouvindo: Coldplay

domingo, 12 de novembro de 2017

A Morte de Helena (Aquela Que Nem Nasceu)



Helena é uma moça linda. Saudável, inteligente, gosta de música boa, tem sacadas ótimas, um intelecto privilegiado, adora ler uma cultura bem acima dos parâmetros normais. Helena, enfim, é uma moça muito acima da média. Não diria que ela é uma moça a frente de seu tempo, diria que ela é atemporal.

Helena tem amigos, muito amigos. É bem relacionada. Sem ser falsa com ninguém, transita em várias rodas e circula em todos os ambientes sociais com  a mesma desenvoltura. Helena é relativamente jovem e tem a paixão de muitos homens, mas está tão empolgada com seus estudos, com suas coisas que n ão tem tempo para apaixonar-se, não no momento.  Helena tem um jeito de vestir-se que chega a emocionar quem olha. Uma elegância com um certo toque despudorado, se é que me entendem, que faz com que suas combinações sejam invejadas pelas mulheres e amadas pelos homens que tem bom senso, aqueles com olhar de esteta, não de lobo. Helena não se veste para matar e sim para sere elegante. E consegue.

Helena prefere ir ao show de Arnaldo Antunes ao de Luan Santana e isso diz muito sobre ela. Ela lê todos os clássicos da literatura não para se vangloriar, mas para obter conhecimento, para entender o mundo por ela mesma, não para que alguém tenha que lhe explicar o que acontece ao seu redor e ela tenha que entender a visão de outra pessoa ou invés de formular a sua própria. Helena tem sede de saber, fome de aprender. Helena é sensacional.

Helena tem alguns defeitos, mas não saberia enumera-los, porque Helena é tão tão bacana que falar de seus defeitos é uma perda de tempo. Muito melhor falar de suas qualidades de sua visão de mundo, de sua intrigante gargalhada e de seu comovente olhar, que as vezes se perde no horizonte de tudo o que tem para viver.

Helena é assim em grande medida porque teve pais sensacionais a concebe-la. Helena teve todo suporte deles ao crescer e conforme crescia, foi sendo apoiada em suas ideias e estimulada em seus sonhos aprendeu que podia sonhar sem medo e que melhor, poderia realizar seus sonhos se realmente assim o quisesse. Os pais de Helena eram realmente gente boa e se amavam demais e crescendo em um lar onde o amor floresceu, ela não poderia ter outro destino a não ser o de uma pessoa que rescende amor por onde quer que passa. Helena é sensacional!

Uma grade pena é Helena ter morrido. E morreu porque nunca existiu na verdade, a não ser nas minhas abstrações sem sentido, como no final das contas tudo mais é sem sentido vindo de mim. Helena seria uma boa criança, adolescente, mulher que um dia poderia ter existido se tivesse os pais que mencionei. Não teve, não foi concebida e segue sendo uma abstração que as vezes me parece real demais, só que não.

É isso.

Ouvindo: Belchior 

sábado, 11 de novembro de 2017

Holywood e Seus Predadores



Eu, em minha total ignorância, fico me perguntando onde esta A decência do mundo. Um minimo dela que seja. Uma nesga de justiça em um mar de podridão. Leio aterrorizado e aparvalhado os casos de assédio sexual em  Holywood e me pergunto como tanta podridão passou por debaixo do tapete por décadas e quantas pessoas  realmente poderosas em seu meio usaram de seu poder para destruir tantas vidas. Não é justo dizer que essas vítimas de abusos apenas jogaram o jogo dos poderosos e poderiam ter se recusado a ceder as  suas investidas. Não é verdade. Poder é poder, seja na política, na iniciativa privada, no mundo dos esportes e também e talvez sobretudo no mundo do entretenimento.

Falamos de um mundo onde a vaidade fala mais alto e muitas vezes é uma característica patológica e para estarem em evidência, muitas dessas pessoas são sim capazes de fazer coisas de corar Satanás, mas não cabe a quem detém o poder exatamente refrear os excessos e manter um clima minimamente descente de trabalho ao invés de instigar de todas as formas possíveis que estas pessoas se violem e aos seus princípios para conseguirem o que querem? Será que as pessoas realmente deveriam acreditar que por ser um ambiente de entretenimento as pessoas que lá estão deveriam sere todas promíscuas e ceder aos desejos de seus patrões sejam eles quais forem? Evidente que não.

Temos a tendência a achar que atores, produtores e demais profissionais deste mundo sejam todos dispostos a agirem de forma dissoluta, mas a verdade é que não são. Um ator tem antes de mais nada um dom que encanta a milhares as vezes milhões de pessoas que entram em contato com suas atuações. Atrizes podem emocionar plateias e levar as lágrimas quem se encanta com seu trabalho. Diretores embora menos cotados, são fundamentais para o corte preciso, para o angulo inusitado, para a percepção inesperada de um detalhe que muda a narrativa e compreensão de um filme. São portanto trabalhadores como eu e você e jamais deveriam ser expostos a desmandos sexuais de toda ordem como os que vem sendo sistematicamente relevados.

Não sou é claro, um puritano, longe disso. Mas creio que sexo seja ele feito de forma contida, romântica ou despudorada e pervertida, muitas vezes depravada, seja um direito inalienável de todo e qualquer cidadão desde que consensual. Simples assim. Não pode haver obrigação, coerção ou o que quer que seja para que haja sexo. E o que se vê são  relatos que apontam exatamente para estas práticas degradantes.  Há é claro, que se ter um filtro sobre tudo o que é publicado, pois a sede de publicidade por parte de alguns é insaciável, mas ainda sim, toda a verdade revelada e não negada já é suficiente para causar horror e espanto a quem tem moral, ainda que em um nível minimo.

Há que se punir exemplarmente os responsáveis, mas mais importante que isso, há que se ter um olhar de compaixão por quem sofreu tantos e tamanhos abusos. A vida dessas pessoas jamais foi a mesma e o tempo de silêncio só fez piorar a situação. Ninguém andou o caminho dessas pessoas e nem usou os sapatos desconfortáveis que elas usaram. Meu desejo é que haja conforto para essas pessoas e que tudo o que tem sido trazido a tona sirva para mudar esse panorama deplorável.

É isso

Ouvindo: Cindy Morgan

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Eu Gosto de William Waack



Agora, por conta de uma brincadeira espúria e infeliz, William Waack ganhou imediatamente a pecha de  racista. Perdeu seus programas na Globo e também em suas Tv's satélites, esta sendo destruído nas redes (anti) sociais e apanhando mais que boi ladrão.  Será mesmo possível a  um Boi roubar mesmo alguma coisa? Mas, enfim,  sempre gostei deste termo...

Gosto de Waack pelo seu notório conhecimento. Não é um desses Jornalistas  vulgares que mal sabem redigir uma matéria que tenha consistência e fluência para ser lida. Seja redigindo uma matéria, seja lendo uma noticia ao  vivo, Waack passa credibilidade e credibilidade é a matéria prima de todo e qualquer Jornalista que se preze não é mesmo?

Não sei dizer se Waack é racista ou fez uma brincadeira infeliz? Não sei mesmo. Não o conheço em sua intimidade como posso dizer algo? Mas não me parece que trucida-lo não seja nem de perto a coisa mais correta a se fazer. Se Waack for racista em pleno século 21 será uma pena inestimável pela figura pública que é. Se por outro lado fez uma brincadeira infeliz e estúpida, é também uma infelicidade, mas anula tudo o que de bom ele fez? E mais importante, esta ele sendo massacrado por pessoas que realmente defendem a igualdade racial po por oportunistas que adoram falar mal de quem quer que seja?

As redes (anti) sociais querem destruir quem quer que seja, o tempo todo. Basta uma brecha e reputações são destruídas sem qualquer chance de defesa justa. Sem o devido esclarecimento do áudio ou da parte inaudível dele, não se pode dizer de forma clara que Waack é racista  e nem mesmo que ele fez uma brincadeira infeliz, mas para  o deleite da malta enlouquecida, tudo o que se precisa são indícios de que ele seja racista e esses, existem.

Quando a caça as bruxas atingiu o seu auge existia um teste simples para saber se uma mulher era feiticeira.  Os padres as afogavam em baldes, ou rios e se elas morressem, não eram bruxas mas estariam mortas, se resistissem ao afogamento, eram bruxas e obviamente seriam mortas também. Este é o dilema de Waack. Se os áudios comprovarem sua fala racista, esta acabado profissionalmente e se foi apenas uma brincadeira de péssimo gosto, também esta acabado. Levante a mão quem nunca fez uma brincadeira indevida com algum tipo de minoria, quem nunca se portou de forma inconveniente. Não, isso não justifica o ato de Waack seja ele  qual for mas eu, como pessoa que já fiz milhares de piadas racistas, homofóbicas entre outras,  simplesmente não estou em condições de julgar a moral de Waack, tendo eu mesmo minhas falhas.

Racista ou não Waack pagará o preço por não ter segurado sua  língua e que isso sirva de exemplo para ele próprio e para outros que ainda não entenderam que existem brincadeiras e posturas que não cabem mais nos dias de hoje e que sempre haverá alguém disposto a não perdoar um tropeço neste sentido, expondo ao ridículo quem vacila desta forma. Lamentável o erro de Waack lamentável a reação das pessoas a ele.

É isso.
Ouvindo: 4him