segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Wonder (Extraordinário)



E então eu fui assistir "Wonder" (Extraordinário), e confesso, fiquei impressionado por ser um dos raros filmes que consegue ser tão bom e tão ruim ao mesmo tempo. O tempo nãos erá gentil com Wonder, o filme, mas o livro no qual se baseia, este sim será sempre lembrado de forma positiva por tratar de um tema espinhoso e  forma leve, concisa e cativante. Não fosse o roteiro de Wonder baseado no livro que Wonder é, o filme seria de uma chatice colossal. Explico.

Wonder tem Owen  Wilson. Tirando " The Excentrics Tennembaus" Wilson nunca fez nada de relevante, que realmente preste e não seria aqui que sua atuação preguiçosa e distanciada do expectador seria diferente. Wilson é uma pálida figura do que de fato o seu personagem deveria ser. Aborrecido é pouco para os momentos em que ele aparece em cena.

Wonder também tem Julia Roberts. Sim gostei de Julia em Erin Broncovich. Não, não gostei de Julia em mais nada. Aqui, ela até acerta o tom ao interpretar a mãe de August, mas é atrapalhada tanto por Wilson quanto pela atriz que interpreta a irma de August, uma chatinha de galocha e de recursos dramáticos inexistentes.

Nem cabe comentários a atriz que interpreta Miranda e o rapaz que interpreta o namorado de Via, a irmã de August. São apenas pessoas chatas que por acaso ganharam um papel em um filme. Na verdade, com o roteiro tão arrebatador que tem, Wonder merecia tratamento de filme pequeno, quase um cult, com atores menos badalados mas que fossem atores de verdade.

De qualquer forma, temos dois atores que honraram ter seus nomes nos créditos: Mandy Patinkin, que sempre é nada menos que excelente e, creiam ou não, Sonia Braga. Quem me conhece sabe que odeio patriotada, mas Sonia, em menos de  2 minutos em cena é simplesmente notável, arrebatadora. Sonia não cabe em novelas brasileiras a muito tempo e nos EUA tem uma carreira consolidada. Vendo Wonder, percebi que sua carreira lá é fruto de competência e não da "brejeirice" de Gabriela, um dos piores livros/filmes/série ou qualquer outra forma artística que se queira lhe dar de todos os tempos. Sonia aparece em uma cena e faz chorar quem tiver o minimo de sensibilidade.

Sobre as crianças, todas adoráveis.

A força de Wonder, o que faz dele um grande filme, reside em seu roteiro. Enxuto, bem construído e emocional sem ser um perigo em potencial para diabéticos. Wonder toca no assunto do bulling mas vai muito além disso. é um filme que fala de aceitação, de auto aceitação de entender as diferenças de lutar para que elas não atormentem quem é diferente e sobretudo fala sore amizade e de como este tema pode ser espinhoso no universo infantil e adolescente. Faz tudo isso sem delongas, sem entendiar e envolvendo o expectador na história sem que ele fique bravo com as nulidades adultas que passeiam por ela sem um objetivo concreto.

Wonder é um filme para ser visto com calma e depois virar conversa entre amigos e família porque toca o coração com sua história emocionante. Vale a pena ser visto e recomendo demais que seja visto como programa de pais e filhos. Renderá  boas conversas, com certeza.

É isso.

Ouvindo: Wintley Phipps

domingo, 17 de dezembro de 2017

Os Invisíveis



Hoje começo uma série que a tempos eu queria ter iniciado. Começa sem motivo especial algum e exatamente por este motivo pode terminar a qualquer momento também. Trata-se da série de fotos extremamente precárias pois não sou fotografo profissional chamadas de "Os Invisíveis."

Nasce de um desejo meu de dar visibilidade a quem as pessoas viram a cara o tempo todo, os moradores de rua de nossas grandes cidades. Parecem que não existem não é mesmo? Sempre desviamos o olhar, atravessamos a rua ou coisas do tipo.  Não queremos contato, não queremos que seu mal cheiro fique em nossas roupas, não queremos que suas mãos sujas sujem as nossas, não queremos nada desse tipo. Queremos apena apagar a imagem de um morador de rua o mais rápido possível de nossas mentes e seguir em frente.

Sinto imensa compaixão por cada um deles e sempre procuro conversar, entender o que se passa em suas cabeças, porque terminaram ali, na rua, perdendo sua identidade e sanidade. Sim, aos pouco a identidade se esvai e se esquecem quantos anos tem, nome completo, esquecem o passado, não projetam o futuro e o presente é algo que querem se livrar o mais rápido possível. A vida não é nada para eles além de uma desesperança e uma vontade de que ela termine.

Alguns tem sim esperança mas a realidade a esmaga a fome a deturpa e a solidão a esvai. Uma vida que não é vida. Pessoas esquecidas, invisíveis. Meu blog não é nada, não mesmo, mas nas minhas redes (anti sociais) que também não são nada, começarei a falar um pouco de alguns deles que simbolicamente falarão por tantos outros.

Começo com Manuel, 50 que mora na praça ao lado do plantão que trabalho

Dei um chocolate a ele e ele me disse que é o melhor presente que ganhou em anos. Como pode? Lembre-se de Manuel na sua ceita de Natal.

É isso.

Ouvindo: Leonardo Gonçalves

E Ele Que Era Quadrado (Porque Ontem Assisti "Extraordinário")


E ele, que só sabe escrever e ainda o faz muito mal e porcamente, percebeu-se um quadrado em um mundo de redondos. Tudo ficou então mais claro e fácil de ser entendido, porque ele sendo quadrado tinha imensa dificuldade de se relacionar com os redondos a sua volta. Quando se é diferente, não se pode exigir tolerância com os que são iguais entre si. Ser quadrado em um mundo de redondos só traz aquelas sensações básica de não pertencimento, de não se encaixar, de saber que se está fora do prumo usado por todos.

E ele, que sendo quadrado não tentava se arredondar, sofria mais que os outros poucos quadrados em um mundo redondo que tentavam ao menos se encaixar. Ele achava que a vida era assim mesmo e tinha dado o azar de nascer quadrado então bola (quadrada) pra frente. Até que... ... Bom, um dia ele se apaixonou. E foi por uma redonda. E viu que estava em sérios apuros.

Redonda, andava com outros redondos, é obvio. Tinha uma família de redondos, gostava da vida redonda que levava, mas de forma surpreendente até que achou ele, que era quadrado, uma pessoa interessante. Afinal, ele que era quadrado, era lido e sabido, escrevia, tinha uma prosa bacana, em outras palavras, era um quadrado bacana.

E ela, redonda como o Sol, achou que poderia conhecer melhor a ele, que era quadrado. Descobriu no entanto, no decorrer do caminho, que quadrado não se encaixava, por óbvio que seja a metáfora das formas geométricas, o amor, quando nasce desconhece esses parâmetros matemáticos. Ele, que era quadrado, era só amor e paixão, ela, redonda como a Lua, era inquietação. Ele, mesmo tão quadrado quanto podia ser, ouvia  Tom Jobim e achava a fonética de de "Dindi" parecida com a do nome de sua redonda e chorava ao ouvira obra prima de Tom. Ela, a redonda que tentava se encaixar no quadrado, via estupefata que ele, tão quadrado quanto só ele podia ser, não conseguia se encaixar nos anseios redondos dela, redonda desde sempre.

Um dia, ele, que era quadrado, mas não era burro, muito pelo contrário, percebeu que os anseios dela e os dele eram muito diferentes e ele, quadrado mas plural achava que isso era natural, afinal cada um pensa de um jeito e o amor da a liga, é a cola para que as relações entre diferentes se fixem. Mas ela, redonda e sociável tinha tanto e tantos amigos e esses amigos tomavam seu tempo de uma forma maior do que quadrado achava razoável.

E ele, quadrado e circunspecto (para não dizer insociável) viu que não se encaixa nas redondices do mundo e infelizmente nas dela também. Restava, como dizia um compositor redondo que ele admirava, ouvir Tom e chorar. E sendo quadrado como só ele era e sentimental e de natureza triste, resolveu acabar com o sofrimento quadrado que lhe atormentava. Comprou um vinho Lambrusco redondo, tomou toda a garrafa e outra e mais outra e com a coragem dos homens embebidos de vinho, foi a uma ponte bem alta onde por baixo passava um rio bem fundo e resolutamente atirou-se. Não, ele que era quadrado, não sabia nadar. Mas sabia morrer romanticamente por amor. E o fez.

É isso.

Ouvindo: A trilha sonora de "Extraordinário"

sábado, 16 de dezembro de 2017

Apesar De. (Um Hino a Esperança)



Apesar de todas as canções fúnebres compostas até hoje, os pássaros lá no céu, continuam com seus alegres cânticos. Apesar dos filhos de uma nação que se perdem em vãs e tolas guerras, ainda sim todos os dias esta mesma nação é abençoada com o nascimento de novos filhos em sua terra. Apesar de tantos incêndios destruírem  florestas ao redor do mundo, o solo se renova e traz novas árvores a tona, mostrando que a renovação existe e é possível ter esperança.

Apesar dos casais que separam-se, existem os que se casam. Apesar da dor pela perda de um ente querido, um outro nasce na mesma família coo se dissesse: "Ei, calma, nossa descendência ainda esta garantida, vejam o meu sorriso. Apesar dos desastres, sejam eles naturais ou não, existe a solidariedade, ela nunca morre entre nós humanos. Apesar do capital a esmagar os mais pobres, ainda existem os que deles se condoem.

Apesar do desamor prosperar, o amor ainda resiste. Apesar da indiferença, ainda existem os que se importam. Apesar da noite escura, o Sol ainda se põe. Apesar do mal florescer e tomar corpo no mundo, ainda existem e resistem os que são do bem. Apesar das folhas caírem, as árvores renovam o seu viço a cada Primavera. Apresar de cada espécies animais serem declaradas extintas, outras são descobertas.

Apesar do aplicativos de mensagem serem cada vez mais onipresentes, ainda existem aqueles que escrevem suas emoções com seu próprio punho, fazendo emoções e paixões florescerem. Apesar do de Anita e que tais, Phil Collins ainda aceita vir ao nosso país alegrar os corações sedentos de boa música. Para cada homem ou mulher que esquece quem os ama, ainda existe os que acolhem a quem lhes faz de musa(o).

Apesar da desesperança reinante, enfim, ainda existe a esperança. Seja em um mundo melhor, em pessoas melhores, em amores melhores, em uma vida melhor. A esperança nos move e une aqueles que dela compartilham. A esperança, seja ela no que for ou em quem  for, ainda é o motor do mundo e que bom, que é assim. Quem é o homem sem esperança? E para onde ele vai? O que nos resta sem a esperança?  Eu canto um hino a esperança de que a vida sempre pode ser melhor e os amores, e pessoas e tudo o mais podem ser modificados tão somente se a esperança na mudança for sólida. Eu canto um hino a esperança porque para mim ela nada mais é do que sinônimo de fé. E a fé, me move.

É isso.

Ouvindo: Joey + Rory


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Não Sou Mais Gestor


Após dois anos acabo de fazer um sorteio como Corretor de Imóveis em um plantão de vendas.  Em muitos aspectos, foi libertador pois sempre fui Corretor apenas estava gestor e agora, de volta a minha ocupação primeira no organograma de uma imobiliária, não sei definir bem como me sinto, se feliz, se triste se indiferente. Talvez seja um misto de tudo isso e por este motivo esteja me sentindo tão estranho.

 Não me sinto no entanto derrotado. Isso jamais! Combati o bom combate, lutei, dei meu melhor, acertei, errei também e no final das contas, o saldo disso tudo ao meu ver é positivo. Empresas de vendas são assim, um dia você é visto como a solução de todos os problemas, no outro, você é o problema. Normal, aceito isso bem, sem mágoas, sem stress, sem chateação alguma e louco para fazer vendas, para reverter um jogo que conheço bem embora não me esteja tão favorável.

Sinto que não serei o mesmo, alias, qualquer experiência que vivemos de forma intensa e comigo tudo é intenso, acaba sendo transformadora. Tenho experiência de sobra para conduzir minhas  próprias vendas mas hoje acredito demais em hierarquia e baseado nesta crença, vou me conduzir. Não venho a um salão de vendas para ser o melhor, ou o campeão, venho apenas para fazer o meu, com propriedade e com total honestidade e clareza. 

Não é fácil, eu sei. As lutas que eu vivi antes destes dois anos como gestor só eu sei quais foram. Mas houveram diversas vitórias também e me alegro em dizer, bem mais que as poucas derrotas que tive, então ao retornar de onde iniciei, não dou um passo para trás, apenas me recoloco para o início de mais um ciclo. 

O mercado é outro, as demandas completamente  diferentes e as habilidades que um corretor deve ter são sem sombra de dúvida diferentes do que eram a dois anos atrás, pois a corretagem é uma profissão dinâmica onde tudo muda muito rápido. Trago comigo uma sede de vitória que me fará mudar o que for necessário para alcançar meus objetivos e embora esteja ciente de que nada é fácil nesta minha profissão, sei também que aos que perseveram a vitória chega.

Sou Corretor de Imóveis, com muito orgulho, amo a profissão que abracei e nada me tira o brilho dos olhos e a determinação de ser um vencedor. Que Deus possa me abençoar!

É isso

Ouvindo: Hyldon

domingo, 10 de dezembro de 2017

45 Anos


Sou Davi Miranda Rocha, tenho 45 anos completados ontem, uma filha de 17, casado, corretor de  imóveis sob o Creci SP 135060, gordo, feio e nem um pouco interessante. Tenho veleidades literárias mas meus escritos são pouco mais que uma piada de mal gosto daquelas a qual ninguém ri de verdade, mas por dó solta aquele risinho amarelo. Meus escritos recebem um ou outro elogio, mas são apenas falas protocolares, nada mais.

Minha vida é na verdade bem sem graça porque se um dia fui sim um puta corretor de imóveis, hoje sou uma pálida imagem do passado. Já fui um cristão fervoroso e por fervoroso, não entendam carola ou daqueles que julgam a tudo e todos, eu apenas tinha fé. Hoje, não mais. Que triste.  Sou um homenzinho bem sem graça, esta é a verdade.

Em meu Instagram e Facebook posto apenas bobagens inomináveis e interajo de forma ridícula com um boneco ridículo que veio junto com um lanche que comprei no  Mac Donalds.  Tal qual Barry Egan  interpretado por Adam em "Punch, Drunk, Love" (Embriagado de Amor na horrível adaptação brazuca do título) sou alguém deslocado de meu próprio universo, porque não consigo interagir de forma coerente com seres humanos. Me sinto sempre no "cantinho do castigo" com um chapeuzinho tipo cone na cabeça e acho que ja me acostumei a ficar de canto mesmo.

Se alguém demonstra gostar de mim hoje, eu vou acordar amanhã achando que me enganei, porque não creio que alguém possa gostar verdadeiramente de alguém tão chato e irritante como eu. No fim das contas de tanta insegurança as pessoas se cansam e acabam não gostando mesmo e tudo fica dentro da normalidade. Tive uma única amiga até hoje, mas ela morreu cedo demais e desconfio que se tivesse crescido seria mais uma a me deixar de canto.

Não tenho filtros e sempre falo o que penso.  Não aprendi a guardar minhas opiniões nem dizer o que não penso para agradar e ser aceito. Desconfio que agora, com mais da metade da vida já vivida, não vai rolar de eu aprender. Raramente alguém inicia alguma conversa comigo e por ser, acreditem ou não, tímido, posso passar o dia sem falar com quem quer que seja. Meu medo de incomodar é grande e quando inicio uma conversa e ela fica no vácuo, aprendo que deveria sempre ficar calado. Acontece que nem sempre levo meus aprendizados a sério e ai acabo me machucando.

Tenho uma sensibilidade muito grande e a escondo sendo uma pessoa de gestos em modos brutais, porque toda vez que me mostro como sou, acabo ouvindo coisas que me magoam e raras são as pessoas que se importam se me magoaram ou não. Por conta disso, em 45 anos de vida, já pensei algumas vezes terminar com minha vida, mas sou covarde demais para isso e sempre acabo prosseguindo a vida ainda que ela as vezes não pareça fazer o menor sentido.

Todos querem sentir-se especiais para alguém em algum momento, eu creio nisso. Eu não consigo porque não consigo me fazer especial. Sou uma farsa, um engodo e sei bem disso. Aos 45 anos, eu deveria completamente diferente do que sou, mas ontem, deitado em minha cama, percebi que no fundo, lá no fundo tudo o que eu penso ou sinto não tem a menor importância. Minhas pretensões profissionais, literárias e todas as outras são apenas uma cortina de fumaça escondendo um homenzinho ao qual ninguém da a menor bola por ser como é.

Ontem eu percebi, com um travo de amargura, que sou completamente dispensável deste mundo.  Aos 45 anos, eu me vi como sou e como me veem, "sai do corpo" e me observei. E não gostei do que vi.

É isso.

Ouvindo: Tom Jobim

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Saudades



saudade
au,a-u/
substantivo feminino
  1. 1.
    sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas já vividas (freq. us. tb. no pl.).


Saudade segundo o dicionário é um sentimento melancólico. Fodeu! Não posso eu ter saudades então ou sou uma definição ambulante de saudade, haja visto que a melancolia me habita a muito, muito tempo. Mas tendo a discordar um pouco desta definição de saudade porque se por um lado a saudade tem sim um travo de melancolia, por outro ela invariavelmente causada pela lembrança de bons sentimentos ou pessoas, então, existe sim um lado positivo em sentir saudade além de é claro ser um sentimento romântico por excelência.

Eu, intenso como sou, não sinto um pouco de saudade, eu sinto a saudade concentrada nas águas dos 7 mares, nas estrelas de multiplas  galáxias e ainda de quebra minha saudade é maior que o Alaska. Quando sinto saudades eu choro, grito sozinho, esperneio e depois me mantenho contemplativo, pensando na pessoa a quem minha saudade é direcionada e saudade n ão tem a ver com o espaço tempo digamos formal da maioria das pessoas, tipo " só foram, uma semana, um ano, não da pra sentir saudades" Só quem vive a dor de estar longe de quem se quer bem sabe como a saudade pode doer em questão de horas, minutos, segundos até. Saudades não se explica, se sente.

A saudade é irmã do amor. Esta intrinsecamente ligada a ele. O amor por algo ou por alguém. No meu caso, não amo coisas, por mais bacanas e valorizadas elas sejam, eu só consigo amar pessoas. Minha saudade vem delas, as pessoas e são poucas, pouquíssimas as quais dedico este sentimento. Meu amor é delicado e não é distribuído de forma leviana, desinteressada. A construção do afeto esta ligada no meu caso a tudo o que alguém me representa não por ter me feito algo, mas porque de graça, sem aparentes motivos alguém ganhou a minha atenção e passou a ser motivo de minha alegria. É isso! Sinto saudades de quem é motivo de minha alegria, de mais nada ou ninguém.

Aqui, uma canção que para mim ilustra a saudade de forma brilhante n a voz de Frank Sinatra. Ela é importante para a compreensão do que quero dizer


O comovente na saudade esta no fato de que ela não depende de que outra pessoa sinta o mesmo sentimento por quem sente primeiro assim como o verdadeiro amor não pede reciprocidade nem aceitação apenas o é, de graça, porque nasceu e tem que ser, tem que existir  e ser belo assim como as rosas são lindas em meio aos espinhos que machucam aqueles que desavidamente se aproximam dela. A saudade e o amor se ligam e criam um amálgama uma fusão tão perfeita que n ão se sabe onde começa um e termina outro.

Sentir  saudade e percebe-la como sentimento é obviamente para os sensíveis. Existem pessoas que passam pela vida sem sensibilizar-se ao ponto de sentir saudades e mesmo amor e sinceramente tenho pena delas. Nada é mais bonito do que um pensamento que fica dançando em torno de alguém e se recusa a sair de lá porque isso significa sair de perto da projeção dessa pessoa. A saudade é a cola que liga todas as emoções que se sente por alguém em algo tão uniforme, peça única da existência que merece ser sentida e sorvida em pequenos goles muitas vezes de amargura e solidão.

Sentir saudade é para os nobres, para os bons. Não é fraco quem sente saudade, quem sente saudade é forte, pois suporta a dor que ela lhe provoca com galhardia e a galhardia cai bem aos poetas e apaixonados. 

É isso.

Ouvindo: Frank Sinatra que tantas vezes cantou de forma linda a saudade...