terça-feira, 30 de setembro de 2014

Levy Fidelix, o nanico vira gigante pelos motivos errados.


Levy Fidelix, sob qualquer angulo que se queira observa-lo é tosco. Despreparado. Em resumo uma palavra o define muito bem: Nanico. Fidelix não  é alguém de quem se espere pontos de vista contundentes, pensamentos calcados na coerência e palavras que sirvam para nada além de sua auto ridiculrização, o que significa dizer que Fidelix é alguém a não ser levado a sério.

Na verdade Fieliz nunca foi levado a sério. Em todas as eleições se candidata, em todas as eleições tem votações próximas do nada e em todas as campanhas é sempre lembrado de forma jocosa como "o homem do Aerotrem". Precisa falar mais alguma coisa sobre a figura?

Pois bem,  no último debate com os candidatos a presidente, Fidelix soltou bobagens inomináveis sobre a questão homossexual. Pérolas de extremo mal gosto, sem lógica, sem sentido, palavras tipicas de alguém que não consegue raciocinar de forma linear. Mas mesmo com todo o histórico de histrionismo, imbelicidade e pequenez, organizações como a OAB, grupos de defesas dos direitos LGBT e outros tantos interesseiros de matizes váriados, resolveram promover Fidelix ao status de gigante.

O que Fidelix pensa sobre a causa homossexual é irrelevante. Seja pelas palavras ásperas, desproporcionais e inúteis, seja principalmente por vir de alguém sem relevância alguma como ele. Suas palavras nao suscitarão ataques homofóbicos, (no máximo ataques de riso) porque ninguém presta atenção ao que ele diz.  Acontece que devido a repercussão absolutamente desnecessária dada por gente do calibre de Luciana Genro entre outros que precisam desesperadamente de holofotes para si, Fidelix ganhou subita notoriedade. Não é mais o cara do Aerotrem, é o homofobico empedernido, uma ameaça real e imediata aos homossexuais do nosso Brasil, sil, sil, é o Santo Inquisidor cuja as palavras tem o poder de fazer o chão tremer sob os pés das pobres pessoas que coordenam ongs LGBTS  e afins, que muitas vezes são apenas sorvedouros de dinheiro mal administrado indo para o bolso de quem abre algo que deveria ser sério, sob a idéia de torna-lo, pouco mais que um "comércio".

Claro que sei muito bem que existem ongs sérias, comandadas por pessoas que querem nada mais do que o direito inalienável e justo de ver as pessoas vivendo sua sexualidade como elhor lhes aprouver. Eu mesmo sonho com um mundo onde demonstrações de afeto entre pessoas do mesmo sexo sejam encaradas com tanta naturalidade como as que hoje consideramos "corretas" que são as entre pessoas de sexo diferente. Mas o mundo real é outro e dar  visibilidade a imbecis como Fidelix não ajuda em nada.

Se tão somente Fidelix tivesse dito e as pessoas tivessem ignorado, tudo estaria como sempre foi, ou seja,  o pensamento lunático de Fidelix seria só dele. Acontece que a "causa" ou o "movimento" LGBT tem que amplificar tudo, sem filtrar, sem pensar o que deveria ou não ganhar visibilidade, o que é sério e o que não é. Para eles, falou de forma diferente do que eles acham que é o correto, tem que ser demonizado e é necessário criar um circo em volta.

A OAB falar em cassar o registro da candidatura? Será realmente que ninguém percebe a estultice disso??? Qual a chance de Fidelix ganhar? Ou de sequer passar para o segundo turno? Cassa-lo para que então??? Qual o efeito pedagógico?Quem sequer vai se importar com  Fidelix fora de uma corrida em que ele nem largou? Francamente...

Fidelix é um nanico e como  nanico deve sere tratado. Qualquer tentativa de lhe render algum tipo de relevância deve ser apenas tratada como uma atitude de pessoas que realmente não tem o que fazer. Vamos falar sério?

É isso.

Ouvindo: Ludmila Ferber




segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Deena Love, Pedro Novas, tanto faz. Prefiro chamar de talentoso ao extremo!



Fiquei dias pensando em o que e como escrever sobre Pedro Novas, ou Deena Love, a única coisa que realmente presta até aqui no  tal de "The Voice". Alias, antes de entrar em Novas, ou melhor, no assunto Deena, cabe dizer que é péssimo assistir a um programa onde de quatro jurados três nao tem competência para julgar nem cantores que sejam mudos, quanto mais um talento como Deena. é deprimente ver Daniel, Claudia Trouxa e Carlinhos Brown desfilando seus rosários de comentários imbecis. Lulu faz o que pode, mas também derrapa, creio que contaminado pela ruindade dos três.

Busquei outras versões do programa ao redor do mundo. Ao que parece, todas são mais ou menos da mesma forma. Jurados toscos candidatos bons. Me parece meio gozação  com a cara dos jurados, mas enfim, falemos de Deena Love.

O cara é muito, mas muito bom! E aqui não falo de uma questão puramente vocal. Falo da arte que emerge da alma, algo raro hoje em dia. Influenciado pelas cantoras da era do rádio, Carmem Miranda  frente, Deena não tem pudores ao mostrar a si mesmo e a sua arte. é difícil inclusive dissociar o artista da pessoa, pois a simbiose neste caso é quase completa. Pedro Deena Love Novas é muito mais que uma Drag, muito mais que um cantor, muito mais um simples performer, muito mais que um rapaz com um que de tímido que encantou ao cantar ao lado da avó (obviamente uma de suas maiores influências). Pedro é pura emoção e sentimento. Um artista completo, que escapa a fácil colocação de rótulos, para transcender  qualquer opinião que se dê e se colocar como algo realmente único e inovador dentro de uma cena modorrenta como a da música brasileira.

Confesso que ao ve-lo ali, em pé derramando sua arte de forma tão bel, tão sem medida, tive vontade de chorar de alegria. Amo pessoas que nõ se prendem , que tem espirito livre, que não se perguntam a extensão dos provaveis danosa imagem que podem obter caso tenham deteminada postura e Pedro foi assim. Subiu ao palco para mostrar quem é, para dar vazão ao seu extraordinário talento e sobretudo para fazer tudo isso em nome da sua arte, se desvinculando de grupos, sem portar bandeiras, sem  cair na perigosa vala do "eu venho defender os direitos de grupo tal, tal e tal".

Pedro pode até não ganhar o The Voice, afinal pode ter gente melhor ainda por vir, mas já ganhou meu coração e sobetudo meu respeito.

É isso

Ouvindo: I' Calling You

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O sexo, as nega e o idiota


Miguel Falabella, fica claro, dia a dia, gosta de escrever. Deveria então, aprender. Não creio que vá, já que só escreve porcarias e já tem uma certa idade o que dificulta uma mudança de rumos pois se experiência acumulada apenas pela idade valesse de alguma coisa, minha bisavó ganharia um Tony Awards caso se colocasse a escrever uma peça teatral.

Tirante "A Partilha", qu não é nada, não é nada, não é quase nada mesmo mas ao menos é digna de menção como texto minimamente correto e palatável, Falabella, não importa sua pretenção de ser o David Mamet brasileiro, (nunca será!) jamais esceveu ago prestável. Suas novelas são todas confusas e desconexas, mbora se pretendam verdadeiras obras de arte, suas séries são todas voltadas para o popularesco, nunca para o popular.

Mal comparando, é mais ou menos como escrever um texto para Abbot and Costello e querer que Woody Alen o represente. Falta de bom senso total.

Pouco me importa quem é e o que escreve Falabella. Me lixo para seus textos e programas furados, mas sua nova investida "O sexo e as Nega" além de ser de gritar de ruim ainda traz uma carga de preconceito poucas vezes vista e me deixa pasmo que uma emissora com a rede esgoto, que embora seja useira e vezeira na arte de criar e aprovar programas imbecis tenha aprovado tamanha parvice permitindo que fosse ao ar.

Segundo Falatrouxa, digo, Falabella, o título que por si só ja é um ultraje, é uma brincadeira com "Sex And The City". Brincadeira? Desde quando Sex And The City, categoriza qualquer grupo que seja para associa-lo ao título da série?  Falabella é um fanfarão de primeira.

O pior foi ve-lo evocar Spike Lee para defender sua série. Não pode ser sério. Um tipico Caucasiano quer se escudar em um negro que sabe muito bem do que está falando ( embora tenha derrapado feio em "A Outra História Americana") para defender as merdas que escreve em uma emissora que não tem o menor cuidado com os textos que manda para o ar? Spike Lee???  Falabella não resiste sequer a uma comparação com Ed Wood, exceto pelos maneirismos e jeito afetado de ser. Spike Lee... Só faltava essa!!!!

E o pior, o mais engraçado (se trágico não fosse) é ser ele, Falabella, o narrador, o fio condutor da história. Um branco narrando as "agruras" de quatro negras??? Se mata né??? Jura que isso foi pensado pra ser algo legal? Tipo: "Deixa eu narrar aqui a  história dessas moças e ta tudo certo!" é pra rolar de rir...

E a Cláudia Jimenez no papel talvez mais interessante da série?  O que uma branca faz como contraponto a 4 negras em uma série que pretende dar visibilidade a raça negra? Cláudia, que ao menos sabe atuar, ao contrário das 4 patetas que se prestaram ao papelão se serem porta vozes das bobagens que Falabella escreve, se sobressai totalmente a estes arremedos de atriz que a rede esgoto escalou para "estrelar" a série.

"O Sexo e as Nega" é um erro por qualquer ponto de vista que se observe.  Um lixo, um prograa para retardados escrito por alguem que é pouco mais que um.

É isso.

Ouvindo:  a trilha sonora de um dos meus filmes favoritos Bagdad Café 

domingo, 14 de setembro de 2014

O porque da demora (uma pequena carta de amor)


Eu obviamente gosto de escrever.Só não sei, mas gosto. Não sou Edgard A. Poe, Não sou Cervantes muito menos para ficar em dois dos que mais admiro. Não tenho a delicadeza de Cora Coralina nem a fluência de Cecília Meireles e se tivesse ao menos a argúcia  de Florbela Espanca já me daria por satisfeito, mas não tenho nada disso. Tenho apenas vontade,  de escrever e ela me impulsiona Só isso.

O fato de não ter fluência, competência delicadeza e não saber dar a forma mais adequada aos meus textos pouco importa quando o aassunto é escrever sobre as trivialidades do dia a dia ou mesmo sobre personalidades que não conheço e nem faço questão de conhecer ou sobre futebol e religião, temas que no fundo não demandam a beleza estética que tanto persigo.

Mas quando o assunto é escrever para quem se ama. Há! Ai todas as barreiras se levantam. Quantas vezes entei enm frente ao notebook e pensei em escrever algo que pudesse demonstrar de forma clara os meus sentimentos?  Não apenas de forma clara, mas de forma também elegante, limpa e fluida e não consegui chegar nem perto disso. Quantas vezes me frustrei e tentando escrever algo que fosse falar ao coração de alguém e não consegui mais do que um monte de palavras bobas e sem sentido encadeiadas de forma absolutamente sem graça?

Escrever para quem se ama é  difícil. é difícil porque quando amamos queremos dar o melhor do que temos e eu não tenho nada de muito bom pra falar a verdade. Tento me esforçar em ser uma pessoa aceitável e até isso as vezes e excruciante. Mas como estou amando, e muito, e este tipo de sentimento não consegue ficar preso no peito quietinho, antes grita  e se agita a todo instante para ganhar a liberdade de voar, eu resolvi fazer o melhor que posso com as parcas palavras que disponho em meu vocabulário sentimental.

Gra, ter conhecido você não foi apenas algo bom, foi fantástico, foi como a sagração de uma Primavera eterna em minha vida. Não foi  algo que se esquece com o passar do tempo, foi e tem sido algo que se molda a minha vida de forma indelével e irreversível por toda a extensão dos meus dias e até o fim deles. 

Sou feliz por estarmos juntos mas sou mais feliz ainda por estarmos juntos e partilhando planos, sentimentos, por termos uma vida pra viver, por termos perspectivas de felicidade e sobretudo por termos encontrado, na maturidade de nossas vidas, no auge delas, o AMOR.

Não este amor de novelas, não este amor de faz de conta que hoje em dia domina o imaginário popular, mas o amor que nos faz sãos, nos faz pessoas melhores dia a dia, que nos fortalece e nos direciona a felicidade. O seu amor me energiza, me faz querer ser melhor para você e para o mundo a minha volta. O seu amor me orienta, me guia e me mostra que sempre terei um refúgio, um refúgio que eu mesmo espero e quero sempre ser para você.

Agradeço este tempo de convivência que temos e te prometo fazer com que se multiplique a nossa felicidade e que nossos dias sejam os mais coloridos possíveis, mesmo que tempestades apareçam. Ne que para isso tenha que comprar um guarda chuva pintado com as cores do arco iris, que nos lembrará que após a chuva, após a ríspida tormenta o Sol brilha novamente sobre nossas cabeças e nos faz feliz com seu calor.

Sou feliz estando contigo e a cada momento eu anseio estar mais longe se perto e mais perto ainda se perto estiver, ou seja, grudado em você!

Por que demorei? Porque todas as palavras, por mais belas que sejam, ficam timidas ante sua presença e não consigo pura e simplesmente achar as mais adequadas e que combinem entre si para expressar o que sinto por ti. Espero que tenha chegado perto ao menos com este humilde texto.

COM AMOR, COM MUITO AMOR.

É isso.

Ouvindo: J. Cash e June Carter Cash

A bunda da Priscila Fantin.

http://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2014/09/priscila-fantin-curte-piscina-com-o-marido.html

Se não clicou no link com a noticia, faça isso antes de ler ou de nada vai adiantar a leitura. e já clicou te convido a refletir em algo que eu nao entendo muito bem e acho que jamais entenderei.

Por que, em nome de Deus o fato de Priscila Fantin ter dado uma "ajeitadinha" no biquini se trnasforma em "noticia"??? Que tipo de sociedade somos? E detalhe: Segue-se a noticia um festival de fotos do corpo da atriz, algumas focando especificamente em sua bunda (muito bonita por sinal), que ficariam melhor na Playboy do que em um site que qualquer criança pode acessar.

Priscila Fantin não é o que se pode chamar de atriz. é uma daquelas belas mulheres que ganharam uma chance na tv mais por seus dotes do que por sua capacidade dramática, mas isso nem vem ao caso. O que vem ao caso é esta ânsia que temos em saber até se uma atriz do segundo escalão ajeitou seu biquini e onde e porque. E se estava com o marido. E se mais pessoas viram. E se estava chovendo ou fazendo Sol. Patético demais!

Estamos  a cada dia que passa abrindo mão de certos pudores, de certos limites que não deveriam ser ultrapassados. Privacidade  é algo que não cabe mais nos dias de hoje. A qualquer argumento minimamente razoável se interpõe o frágil e vazio argumento de que pessoas "públicas" não podem querer ter privacidade. Como assim? Pergunto como se sentiria a repórter que escreveu esta nota para a revista "Quem" se a personagem da foto fosse ela. Ou a editora que aprovou a publicão da mesma, como se sentira se fosse ela o alvo dos clicks? E se fossem seus respectivos filhos ou filhas? Iriam dizer o que? Que fotografar anonimos não pode por não serem eles mesmo famosos? Quer dizer que famosos não podem ter sossego e ir a uma piscina, mas anonimos podem?

Muitas vezes tendo a compreender porque artistas são por vezes grosseiros com estes ditos "paparazzis". Como reagir ao ter sua bunda exposta desta maneira? Priscila Fantin pode não ser alguém que faria "Lady Macbeth" por pura falta de competência, mas não precisa deste tipo de foto para consolidar sua carreiracomo atriz de produções" Globais", então creio eu, não se explica esta foto como promoção da mesma.

O texto cita que ela estava no ES para sessões da peça teatral que está encenando " A Besta", mas não diz qual o teatro e muito menos os horários das sessões, ou seja, se era para divulgar a peça o resultado não vai ser dos mais positivos. Por outro lado, Fantin já foi capa desta famigerada revista, o que mostra que de certa forma estes artistas se alimentam destas publicações para o seu próprio bem e a simbiose esta formada.

Mas o ponto central é que estas revistas só existem porque existem obviamente pessoas ávidas por compra-las para saber detalhes inuteis e imbecis como este. Se Fantin deu uma ajeitada no seu biquini o que tem demais? Mudará a ordem dos acontecimentos mundiais? Ajudará na descoberta de uma vacina contra o HIV? Não, não fará nada disso e um leitor mais desencanado poderá argumentar que isso traz distração, que em um mundo tão violento e blá,blá,blá é um refrigério ver Fantin ajeitando seu biquini. Bom, se alinha de raciocínio de alguém for realmente esta, eu prefiro não ter o desprazer de conhecer tal sujeito.

Vivemos em um mundo em que a privacidade (dos outros)é cada vez mais deixada de lado como conceito e vira uma abstração. Um mundo em que saber quem fez o que com quem quando e porque é considerado fundamental em detrimento ao que importa que são ao meu ver as reais necessidades de uma pessoa ou mesmo de uma comunidade. O glamour, o sex appeal, afutilidade estão ganhando terreno e uma velocidade nunca antes vista e fazendo com que deixemos de lado tudo o que nos foi ensinado como fundamental.

O culto a futilidade, a superficialidade é hoje introjetado em  nossa sociedade de uma forma a deixar poquissímas escolhas a quem dele quer fugir. Nossos valores estão sendo substituidos por outros bem diferentes, que encolhem nossos limites e tolhem nossa capacidade de absorver informações de uma forma a entender e separar o certo do errado, o válido do inaceitável o bem do mal.

Aceitamos este novo estilo de vida e nos congratulamos de viver desta forma porque não queremos saber de limites, queremos apenas viver da forma mais intensa, louca e rápida possível, ainda que isso nos traga uma falsa felicidade e demande uma dose cada vez maior de exposição a um material altamente vazio a cada dia.

Fomos apresentados ao lixo e, ao que parece, gostamos dele.

É isso.

Ouvindo: The Strokes


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Lembranças...


Quando você toma consciência da sua própria finitude, tudo ganha uma outra dimensão. Lembranças que até então estavam esquecidas,  voltam a tona, aqueles pensamentos do tipo "e se eu tivesse feito diferente?" tendem a ganhar força e a vida como um toda ganha uma perspectiva diferente.

Hoje, ou melhor, agora, acabei de ver uma foto com minha eterna turma. Estavam quase todos lá, em Itanhaém, praia de Cibratel 2, casa da Paula, onde iamos de tempos em tempos, em um tempo que a vida era outra, as preocupações idem e ser feliz era mais fácil.Era um dia nublado, frio na verdade como se pode ver na foto, mas estavamos lá, pós almoço de Sábado, pós ida a Igreja pela manhã, celebrando apenas o fato de estarmos juntos.

E sim, estavamos juntos. Eramos unidos, quase irmãos, tinhamos um grupo musical, partilhavamos afinidades, partilhavamos amor em doses praticamente sem medida, pois não nos interessava sermos naquele momento aenas meio amigos, ou gostar mais ou menos de alguém. Eramos jovens, intensos e gostavamos de todos a nossa volta.

Eu estou ficando velho, careca e definitavmente já fiquei gordo. Na foto, eu era jovem (16) anos, cabeludo e arrisco dizer, bonito. Já maluquinho, mas não conhecia ainda o cinismo do mundo. Acho que nenhum de nós ali ainda o conhecia de fato. Pecavamos pela sem cerimônia de nos tratarmos de forma sincera. Mas o fato é que seguimos os nossos caminhos, muitas e muitas outras tardes se passaram, muitos invernos, acho que a casa ainda existe, acho que ainda existem traços de felicidade em todos nós e mesmo a felicidade plena em alguns.

Acho que nos tornamos menos tolerantes com tudo (todos), acho que alguns envelheceram com sabedoria, alguns permanecem ainda  carecendo dela, e outros infelizmente devem estar se perguntando o que foi feito de suas vidas. Normal.  Em uma foto com esta quantidade de pessoas, os destinos de cada uma delas já mais serão lineares e jamais serão vividas histórias que foram imaginadas nas cabecinhas ainda cheias de sonhos e ilusões que foram flagradas naquela tarde fria.

Eu lembro que depois daquela foto, choveu. Eu lembro que ficamos todos dentro de casa, conversando,interagindo. Não existia whats, face, nada disso. Não tinhamos outra saída além de conversarmos entre nós e nós conversavamos. O Paulão, pai da Paula, o dono da casa, tinha um Jipe. Não lembro se foi desta vez, acho que sim, mas nos divertiamos a bessa com ele e o Jipe. O Daniel, o que era meu melhor amigo e agora por algum motivo que não consigo compreender depois de tantos anos me ignora, estava namorando a Paula e confesso, nada me deixava mais feliz do que ver a felicidade deste meu amigo. Ele era pleno. Eu, sempre as voltas com minhas eternas meninas que eu queria namorar e não namorava. Não importa. Aquela tarde ficou gravada em minha existência.

Eu creio que cada um de nós que estavamos lá, tenhamos memórias muito particulares deste fim de semana, o que pode levar a uma divergência de informações. Mas o fato é que foi sim, um final de semana como poucos, um final de semana para ficar na memória. Ao menos naminha ficou.




É isso

Ouvindo: Commissioned

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Cara, eu vou morrer!


Aos que me conhecem não soltem ainda os fogos de artifício. Calma lá! Eu vou morrer sim, mas por enquanto isso é só uma constatação, não uma noticia consumada. Desculpem frustra-los com uma noticia tão impactante e creio ( e espero eu) ainda um pouco distante, mas o fato é que eu vou morrer e tenho tomado uma consciência cada vez maior disso.

Não queria morrer, este é o fato. Queria ser um Highlander e viver sei lá, 238 anos. Mas quer saber? Que graça teria ver todas as pessoas que amo morrendo e eu ficando? Qul o sentido de ver minha filha, meus netos futuros e os filhos dos meus netos e até os filhos deles morrendo? E eu lá, vivão da Silva? Não faria muito sentido para mim. Eu quero sim viver o máximo possível mas sempre dentro de uma normalidade. Mas o que tem me assustado é esta percepção cada vez mais palpável de que a morte está ali, a espreita, pensando  em maneiras de me pegar e que em algum momento ela vai pegar.

Hoje se tenho uma dorzinha qualquer no peito me desespero. Sou gordo, amo picainha e outras coisas gordurosas e sei que posso ter um enfarte a qualquer momento. Sim, a qualquer momento e isso é que é o assustador. Estou aqui escrevendo e de repente posso não terminar sequer este post, ( o que seria bom pra quem ainda se enfia na excruciante tarefa de ler as bombas que escrevo). Tenho Diabetes. Posso a qualquer momento também ter uma subida tão implacável das taxas de açucar no meu sangue que pode nao dar tempo de tomar remédio algum e BANG! morri.

A perspectiva de morrer me deixa mais alerta mas principalmente está me transformando aos poucos. Sei que é lugar comum isso, sei que é clichê da pior espécie mas é isso mesmo. Me sinto cada vez mais no dever de mudar posturas, atos, de medir palavras, de pensar para falar, de ser uma pessoa diferente do que venho sendo.

E ai começam minhas angustias pois me sinto aos poucos me auto domesticando. Não quero virar um  Teddy Bear. Mas aos poucos sinto que é o que vai acontecer.Não pelo medo da morte apenas mas pelas consequências que este medo traz. Não quero morrer mal com ninguém, não quero morrer sendo tão incompreendido, não quero morrer sendo alguém de quem não se gosta de estar perto. Por outro lado, não quero muita gente perto de mim, não quero suavizar o meu discurso pra ser compreendido por todos, Gosto de ter uma certa impulsividade. 

Sim, contradição é meu sobrenome e ao me ver no limiar da vida, já que os meus primeiros 41 anos passaram voando, e sei que o restante também passará da mesma forma o que me faz pensar se não vale a pena uma mudança de atitude.

Acho que cresci finalmente, sei lá.  Acho que talvez ver minha filha crescer e ter que tomar decisões por ela mesmo, mu,itas das quais ela não está pronta embora se ache plenamente capaz,  seja para mim como olhar um espelho que me reflete com cabelos longos e roupas curtas e me deixou com uma visão clara sobre minha finitude. Eu vou morrer. Pode ser amanhã, pode ser daqui a 40 anos, mas eu vou morrer.

E quando eu morrer, a vida vai continuar para as outras pessoas. Os plantões de vendas continuarão a funcionar, as pessoas ao saírem do meu enterro irão continuar seus afazeres e isso é o que se espera mesmo, pois a roda da vida não para de rodar para os que ainda estão dentro dela.

Sei que esta reflexão ficou bem xoxinha, mas falar sobre a nossa morte não é um assunto que force suamente a ser criativa, afinal eu quero mais é estar vivo. Quando eu morrer tudo o que escrevi, tudo o que eu disse, tudo o que eu vivi se dissipará nas brumas do esquecimento. Nao é o pior dos mundos ser esquecido. O pior dos mundos é não ter feito nada. Pois se algo feito, ainda que não reconheçam, foi feito e mérito não se pede, mérito não se compra, mérito é algo que simplesmente está ali, implicito ao que foi executado. Tenho ainda quem sabe uns bons 40 anos para fazer algo digno de mérito e é isso que quero fazer, esta é minha meta, este é o sentido que norteará a minha vida de hoje em diante.

Mas eu vou morrer. E pode ser amanhã.

É isso.

Ouvindo: Soul Parsifal