domingo, 7 de fevereiro de 2016

Isso vai passar

Uma coisa é  fato: tudo, absolutamente tudo na  vida passa. Viver não é  uma experiência estática,  planeta gira geramos com ele. A vida vai se renovando, coisas vão acontecendo,  situações se transformando,  o que era a mais pura certeza dúvida se revela e a dúvida mais angustiante se cristaliza como certeza inquebrável. Essa, é a natureza da vida.

Alegrias se dissipam as vezes tomadas pela mágoa indelével de uma atitude inesperada. Lágrimas rolam onde sorrisos deveriam ser perenes. A ingratidão muitas vezes se manifesta de tal forma que se configura quase inacreditável o que se vê ante os olhos.  A vida,  é assim.

Mas uma verdade absoluta ao menos para mim é que não a mal que sempre dure. Momentos ruins são substituídos por genuína felicidade quando menos esperamos e se a mágoa e a angústia são elefantes na sala,  a felicidade se esconde em pequenas frestas e é preciso garimpar cada pequena atitude que alguém nos oferta, cada pequena sensação que um gesto inesperado pode nos proporcionar vindo de alguém ainda mais inesperado,  para que ela,  a felicidade se instale.

Tudo passa e isso,  vai passar também. Como diz a canção,  a tempestade web a calmaria e todo medo que eu sinto,  isso vai passar. E de tudo que passa, importante é saber extrair lições e com elas aprender.

O caráter finito da vida e seu desenrolar mutante não dão margem para erros. É  preciso sabedoria, integridade, honra e sobretudo coragem para todos os dias sebo reinventar, sem medo. E sobretudo saber: isso vai passar.

É isso.

Ouvindo: Sandy

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

De novo, é Carnaval


Carnaval não é cultura. Não é expressão cultural e ponto. Ópera, música clássica,  mesmo nossa música regional com Pena Branca e Xavantinho, Tião Carrero e Pardinho entre outros podem ser chamados de expressões culturais, mas o Carnaval, me desculpe se pareço pedante, elitista ou que quer que possa parecer, não é não. Da masma forma que o Mardie Gra de New Orleans também não passa de putaria disfarçada é disso que se trata o  Carnaval.

Imoralidade, lascívia, putaria extrema, tudo isso e muito mais é o Carnaval. é tolice rematada de pseudo intelectual querer psicologizar o carnaval ou tecer um tratado antropológico sobre o tema. Não existe nada que justifique pessoas descontroladas, bebendo até as tampas, seminuas (quando não totalmente nuas), um desfile desenfreado de vaidade, a luxúria embutida nisto tudo e o pior do ser humano surgindo. Tentar transformar tudo isso em extrato cultural de um povo, ou justificar isso como a expressão mais primária de um povo é desonestidade cultural.

Não vai aqui nada contra o samba, mas sejamos honestos: Qual o papel do samba no Carnaval? Mal embala as escolas de samba, até porque as pessoas querem ver corpos nus, evoluções corporais grandiosas e o samba fica ali escondido. O Carnaval paralisa todo o país não porque seja bom para o povo, mas porque o povo zomba de si mesmo. Deixa as prefeituras subsidiarem uma festa caríssima, inútil e que não traz absolutamente nada de bom, nem mesmo retorno financeiro. Apostar no Carnaval é apostar naquele cavalo manco que apenas compõe o grid e jamais vai ganhar. Porque o que ele traz de negativo como hospitais lotados, acidentes, perda de produtividade do povo pelo período que ele dura, tudo isso  faz com que o Carnaval seja uma "festa" absolutamente deficitária.

Mas e dai? Se a baixaria rolar solta, se os excessos forem ainda maiores que no ano anterior, se as "polêmicas" forem ainda mais cabeludas, se enfim, tudo for o mais "over" possível é o que importa. Não sei se cultura é isso, sinceramente para mim, não. E esqueça o fato de eu ter formação Cristã. Qualquer pessoa de bom senso não apoia a atrocidade que é o Carnaval.

Homicídios em alta, agressões, pessoas fazendo coisas que jamais fariam, tudo isso compõe o real painel do Carnaval. Prostituição infantil, mortes sem sentido... Precisa ser Cristão para não gostar do Carnaval?

O Carnaval é algo que me provoca o mais profundo asco. No entanto se entretém a alguns, que assim seja. Se a malta de ignorantes quer se entorpecer ao som das "músicas" de Carnaval, que assim seja. Quanto a mim, estarei trabalhando, vivendo a minha vida, pois ela não esta  ganha de forma alguma.

É isso.

Ouvindo: Apocalipse 16


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sobre as fotos de Charlie


Antes de mais nada, se viralizar , eu paro. Simples assim. As fotos são sem graça, mal tiradas, com textos toscos que só dizem algo a mim mesmo então se por algum motivo inescrutável (a internet está cheio deles) esta porra viralizar, para de fazer. Bom por que tirar fotos de um boneco cabeçudo? Basicamente porque me divirto com elas e isso me basta.

Sempre gostei do Snoopy e sua turma. Acho um desenho elegante, classudo até e perto das porcarias que o Cartoon Network apresenta hoje em dia, é simplesmente uma obra de arte. Dentro do desenho, meu personagem preferido é obviamente Charlie Brown. Não nos faltam pontos de convergência, seja na personalidade, na aparência meio apalermada que ambos temos e também na inteligência incomum que acaba sempre sendo muito mais um defeito do que uma qualidade. Charlie, eu te entendo, sempre te entendi.

Quando a filme, (que ainda não assisti) saiu e o Mac Donalds lançou os bonequinhos secretamente o desejei. Fiquei como criança mesmo, mas uma criança contida, afinal, aos 43 anos de idade confessar que se é apaixonado por um personagem de desenho animado pode ser confundido com alguma espécie de fraqueza ou algo do tipo, então fiquei na minha, mas tinha certeza que colocaria a mão em algum Charlie e de fato, consegui um. Fiquei obviamente, mega feliz, mas me coloquei a pensar no que fazer com o boneco, qual destino eu daria a ele afinal?

Bom, as fotos que ando postando no Instagram e Facebook são a resposta para tal indagação. Textos curtos, com referências que provavelmente só eu entenderei porque afinal as escrevo para mim mesmo e fotos que para mim são divertidas mas para outras pessoas podem ser bem cansativas. Claro que é só não ve-las ou mesmo nem me seguir nessas redes e o problema estará resolvido, mas Charlie vai dizer ainda algumas coisas que eu quiser que ele diga por mim com seu sorriso indolente, sua careca e seu jeitão loser de ser.

Charlie  surge da necessidade absurda que tenho de me expressar. Ninguém gosta muito de minhas expressões, sei bem disso, então jogando-as para o Charlie, deixo a batata quente para ele. Eu observo tudo, o tempo todo,nem sempre me pronuncio, mas observo e em minha mente sempre tenho algo a dizer, sempre tenho uma opinião, eu sou assim e Charlie também será. Você pode não gostar das fotos direito seu e não faço para quem quer que seja gostar, afinal, eu gostando, me basta.

Para mim essas fotos de festas, praias, embarques e desembarques, essas fotos que gritam, "vejam com eu sou feliz", "vejam como eu sou crente", "vejam como sou sociável" me irritam ao extremo, então Charlie e seu ligeiro non sense e suas fotos fora de foco e sem enquadramento algum são minha resposta ao photoshop ridículo que esconde tanto as imperfeições das fotos quanto as imperfeições de mentes e corações.

Charlie vai ficar por ai, até quando, não sei. Talvez amanhã eu me irrite e o jogue pelo vidro do carro. Pode ser que dure 10 anos. Tanto faz, não tem a menor importância no fim das contas.

É isso.

Ouvindo: Djavan

domingo, 31 de janeiro de 2016

Os All Blacks e sua "Haka" (não, não é um post tecendo loas a tal dança)


Respeito a  diversidade cultural e suas quase infinitas variações de expressões. Povos de diferentes lugares dançam, cantam, se estapeiam, se pintam e muito mais para reforçar suas crenças, identidade, laços com antepassados, ou o  que quer que seja. Algumas coisas até são bacanas de ver, outras, massantes, chatas e sem correspondência alguma com a cultura de outros povos.

O time de Rugby (um esporte chato, que só se parece, mas não tem nada a ver com o Futebol Americano, este sim sensacional) da Nova Zelândia tem o hábito de dançar a "Haka". Não sei se querem intimidar os adversários (a mim, só causam um acesso duradouro de riso cada vez que vejo) ou se querem apenas se reafirmar como descendentes de Maori, ou sei lá, outro motivo qualquer que me passa desapercebido no momento. Fato é que desde que eles dançaram essa espécie de dança tribal em uma final da copa do mundo de rugby o negócio viralizou e virou moda falar da tal Haka como se fosse o supra sumo do exemplo de virilidade masculina e elixir da intimidação de outras pessoas.

Como eu disse, respeito manifestações culturais e até acho que podem ser belos souvenires antropológicos, mas a real é que algumas destas manifestações e sendo mais específico esta dança Maori é nada mais do que uma chatice rematada. Um bando de caras se debatendo, gritando e olhando fixamente para o (os) alvos de sua intimidação. Jamais me disporia a escrever sobre isso, que não passa como eu disse de um souvenir antropológico para mim, não fosse a quantidade de pessoas que tenho visto aqui em São Paulo, Brasil, falando em  Haka. Jura?? Qual a correspondência que existe entre os Maori e os "bobori" brasileiros que estão até se especializando em dançar a tal Haka? Parem o mundo, mas parem com solavanco pra eu meter a cara no vidro antes de descer e me cortar todo.

Fico pensando se realmente não temos nada em nosso país que possa ser simbolo de nossa cultura (claro que não falo de Carnaval, pelo amor!!!) ou se somos realmente um povo com tendência a aceitar a colonização cultural em qualquer época que vivamos, ou seja, independente das gerações futuras, ou seu grau de instruções, qualquer bobagem que seja vendida como bacana, interessante, vinda de fora, compramos sem dó.

Até tento ter boa vontade com os cabeça de vento que se emocionam (é, emocionam) com a Haka, ou mesmo com os que se arriscam ao ridículo de dança-la, afinal é melhor gostar  de dançar a Haka que ouvir Cristiano Araujo e  outros do mesmo naipe, mas será que nunca vamos conseguir ter uma identidade própria? Não conseguimos ter uma produção cultural minimamente prestável e sobretudo atraente para não ser necessário que um time de Rugby. provavelmente o esporte mais chato do Universo nos impressione tanto com uma dança que afinal de contas representa apenas uma parte do todo que compõe o país da Nova Zelândia? Temos que fazer até disso uma fonte de admiração?

Pior que admirar é deteriorar. Brasileiro diz adorar Country Music, algo que eu amo de todo meu coração, mas o que o brasileiro médio ouve? Peça para ele citar dois expoentes da real Country Music? Ele vai dizer, com sorte, Chitãozinho e Xororó ou pior tentando posar de sabichão vai citar Pena Branca e Xavantinho ou Tião Carrero e Pardinho, ícones do regionalismo brasileiro que não tem nada a ver com o Country embora seja tão bom quanto. Até quando vamos ficar babando ovo par quem quer que fale outra língua que não o Português e more em qualquer lugar que não seja o Brasil?

Realmente lamentável.

É isso.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Outsider


Significado de "outsider " - Dicionários Michaelis - Uol

michaelis.uol.com.br/moderno/ingles/.../outsider%20_471510.html
Significado de "outsider ". Moderno Dicionário ... outsider out.sid.er n 1 estranho, intruso, estrangeiro. 2 pessoa ou animal que tem poucas chances de vencer.

Pessoa ou animal que tem poucas chances de vencer??? Já vi muitas definições com as quais eu poderia me apresentar, mas esta é ótima! Pessoa ou animal com poucas chances de vencer... HAHAHAHAHAHAHAHA!!!! Esse sou eu. Ainda bem.

Não sou um ser incluído em qualquer círculo social que eu me mova. Fico de canto, de lado, enfim, fora da roda. Observo, quando falo normalmente não sou compreendido, e isso é regra, não exceção."Bullet The Blue Sky", esse sou eu, a bala que risca o céu azul que tira a tranquilidade e beleza da paisagem e faz estrago. Alguns veem isso como uma imagem romântica, o cara que sai de moto rumo ao infinito. Que nada, sou o cara que sai com a moto rumo ao infinito e cinquenta metros depois, me estabaquei no chão, destruí a moto e fiquei a pé se de pé eu conseguir me manter.

Trágico, esse sou eu embora a tragédia e o humor geralmente andem lado a lado e isso seja bem bacana, ao menos para mim, ser trágico é ter poucas chances de vencer. Mas afinal, o que é vencer? Ainda não consegui definir. Vencer como a sociedade entende vencer? Não quero. Ser o almofadinha que dirige um carrão importado e compra apês como quem compra balas no farol? Isso seria para mim o mesmo que morrer. Sou um animal com poucas chance de vencer simplesmente porque eu não quero ser um vencedor.

Eu prefiro amar, eu prefiro o amor. Ainda que um amor a minha moda, moda de uma animal com poucas chance de vencer, eu prefiro não ser reconhecido como um vencedor. Como disse em outro post, eu não sou assim, muito de ganhar. Sou um outsider e me orgulho ainda que a definição seja para quase todo mundo horrível, eu me congratulo comigo mesmo por ser este tal animal com poucas chances de vencer. Por que se afinal eu vencer, fui contra as estatísticas não é mesmo? E como diz a canção, quem sempre quer vitória, perde a glória de chorar e eu, há! Eu gosto de chorar sabe? Gosto de ver a vida ser vida, sem manipulações, sem clichês horríveis, errando enquanto tento acertar, acertando sem querer, a vida só tem graça assim, ao menos para mim.

Essa vida toda regrada, de quem manipula, corre, busca a vitória a qualquer preço, pra não ser exatamente um outsider e sim um ser totalmente incluso no mundo dito aceitável parece para mim asfixiante. Eu não quero dinheiro, carrões, apês em profusão. Quero meus livros, meus filmes minhas músicas e sobretudo minha integridade. Ela não está a venda, ainda que eu seja um animal sem muitas chances de vencer. Que se exploda isso! Perco aos olhos do mundo, ganho segundo o meu próprio julgamento. 

O mundo me é opressivo quase todos os dias, quase todos os momentos, mas quando me descubro um animal sem muitas chances de vencer, um outsider, percebo que meu lugar neste planetinha azul, esteve o tempo todo me esperando e eu nem percebi. Outsider, ainda bem!

É isso.

Ouvindo: Los Hermanos

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Arquivo X. Ou uma história de amor que tem como pano de fundo alienígenas e outros seres estranhos


Para mim, desde sempre ( e estou podendo confirmar agora, assistindo as duas primeiras temporadas com calma),Arquivo X  é uma das maiores pegadinhas da TV mundial em todos os tempos. Ok, seus fãs alucinados garantiram por 9 anos que o clima da série e seu foco (ao menos aparante) fossem os ETS e as conspirações do "Sindicato" para que uma invasão Alien se consumasse.

Mas os melhores episódios de Arquivo X para mim são os que ficam de fora do "Arco da Mitologia" episódios esparsos,  como por exemplo "Grotesco" (Grotesque) simplesmente fantástico ou os  fantástiscos "Eugene Toons 1 e 2" pra ficar em poucos exemplos. Entretanto, de tudo o que AX conta e sugere, o que mais me encanta é a história de amor entre Mulder e Scully.

No momento em que ela abre a porta da sala de Mulder com aquele olhar superior que só os céticos tem e olha para Mulder é tão incrível a eletricidade que irrompe ali, que parece verdadeiramente que ambos saíram do personagem. Claro que não é o caso, mas é tão bom, e tão elétrico porém gelado que a série me ganhou ali e sinceramente achei que a série teria como tema central o caso de amor entre ambos e muito embora não tenha sido esse o ponto fulcral da obra, o amor de ambos nasceu, cresceu, amadureceu, frutificou (eles tiveram um  filho afinal de contas) e resistiu a passagem do tempo, pois ontem ao assistir com o s olhos vidrados o primeiro episódio de Arquivo X temporada 10, ficou claro que o tempo foi gentil com Mulder e Scully, com seus sentimentos, seu amor e até mesmo com suas dores.

Sim, eles tem marcas. desses nove anos. Marcas indeléveis, tanto físicas, quanto emocionais, sobretudo as emocionais. Dar um filho para a adoção?? No caso de Scully e Mulder, prova de amor maior não há, embora muitos argumentarão que foi fraqueza. Que se explodam os que não tem sensibilidade para entender as razões de ambos.

A nova temporada falará é claro de Aliens, tem esses fãs radicais e no fim a série voltou por conta deles, que não pararam de chorar nesse tempo todo em que ela ficou fora do ar, mas ela também falará de outras conspirações mais factíveis, palatáveis a pessoas que não acreditam em Aliens e quetais. Eu espero que foque também no relacionamento entre Mulder e Scully, acho que o time de fãs que torcem por um final digamos "feliz" para eles também merece ser acarinhado e a história de amor deles acabou muito mal contada, negligenciada por conta de ETS chatos.

Interessante que logo nas cenas iniciais AX10 mostra um Alien tomando uns tiros. A verdade estaria mais escancarada? Ou apenas para os telespectadores? A conferir. O que eu realmente  gostaria é que caso a série ganhe mais que estes 6 episódios o amor triunfe. Sim, as vezes sou romântico e nos lugares mais inusitados eu busco o romantismo, o amor para mim, nasce mais puro e real quando sai do seu lugar comum.

A historia de Mulder e Scully tem que ser concluída com o cuidado e delicadeza. ETS Que me perdoem, mas o amor é o que importa e o que sempre importou em AX. O resto é conversa para ET dormir.

É isso.

Ouvindo: Maria Callas

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O futebol no Brasil morreu de morte matada.


Ontem li uma noticia que passou batida pela maioria das pessoas: Em um torneio Sub 15 (para crianças de 12 a 14 anos) o time desta categoria do Corinthians perdeu. Normal, No futebol se perde  e se ganha sendo sub 15, sendo profissional. O que não foi normal, foi a reação da torcida do Corinthians presente ao estádio que hostilizou os jogadores das crianças e seus familiares persentes ao estádio. Lembrando: São crianças! A justificativa? Eles precisam entender o que é o Corinthians desde cedo.

E o que é o Corinthians afinal de contas? Um clube localizado na Zona Leste de São Paulo, fundado por imigrantes espanhóis se não me trai a memória mas isso puco importa pois se tornou o tima das massas em São Paulo e no Brasil, junto ao Flamengo do Rio de Janeiro. Um clube administrado de forma amadora desde sempre que poderia ser multi milionário mas vive pendurado em dívidas com bancos, governo e mal consegue pagar em dia salários de jogadores do seu time profissional. Simples assim. Uma situação diga-se de passagem que permeia a grande maioria dos times de futebol do Brasil. Então se esses cabeças de ostra que se denominam torcedores quiserem falar sobre o que é o Corinthians, talvez devessem mudar de de ideia. Não tem muito do que se orgulhar.

O mesmo serve para torcedores de outros times brasileiros, como disse acima, para a maioria deles, uma vez que estão quase todos em situação pré falimentar. Mas o que em meu entender matou o futebol brazuca?

Dirigentes torcedores e torcedores que acham que são dirigentes. Os papéis nos times de futebol brasileiro se invertem. Dirigentes agem como torcedores apaixonados e usam o dinheiro do clube em contratações cretinas que quebram ainda mais as finanças carcomidas de suas agremiações. Torcedores se comportam como dirigentes e sem nenhuma base lógica pressionam por estas mesmas contratações e ainda usufruem de benesses impensáveis em clubes que fossem regidos por uma economia de mercado. Ingressos subsidiados, ajuda para transportes são apenas dois exemplos entre vários que se veem de forma sistemática nos times brasileiros. Quem arca com isso? Os próprios clubes é claro. Dirigentes que controlam o conselho fiscal dos clubes e não o contrário também são lugares comuns no cenário. Como então exigir responsabilidade fiscal?

A entidade que cuida do fut brasileiro é também ela causadora da maioria de seus males.  A CBF que deveria cuidar exclusivamente das seleções brasileiras, comanda ela o campeonato brasileiro e copa do brasil e tudo o mais que se relaciona com o fut. Os clubes lhes são subservientes e o resultado disso é que um bando de velhinhos gagás dá as cartas e toma o dinheiro de um produto que deveria ser dos mais rentáveis (gerando divisas inclusive) do país. Enquanto esses mesmo velhinhos estão cada dia mais ricos, o futebol foi ficando mais pobre, mais pobre e morreu de fome.

Dirigentes, sejam de clubes, sejam de federações ou os da CBF jogam com a certeza da paixão do torcedor. Não percebem que os escândalos sejam dentro ou fora dos gramados, que o nível técnico cada vez pior pois os bons jogadores ficam no máximo um ano no país, as arbitragens abaixo da crítica entre tantas outras mazelas conspurcam o espetáculo e jogam os torcedores, ao menos os que tem um grau maior de compreensão de texto no colo de outras formas de entretenimento porque o futebol, aceitem os mais exaltados torcedores ou não, não passa de um produto de entretenimento e assim deveria ser tratado, não como uma paixão irracional que leva a conflitos e mortes estúpidas e desnecessárias.
O fato é que o futebol, no Brasil, morreu. Hoje não passa de um zumbi caminhando a esmo e sendo mesmo na condição de zumbi vilipendiado dia a dia até que ele caia exaurido de vez. Ressuscitar o futebol não é tarefa das mais fáceis porém não é impossível, não se todos aqueles gostam do esporte Bretão se empenharem de forma real colocando seus próprios interesses de lado e trabalhando por um esporte digno e sem nódoas que embotam a visão e o entendimento correto do jogo, nódoas essas geradas exatamente por aqueles que por não ter o talento dos protagonistas (jogadores) se aboletaram atrás de mesas espaçosas colocadas em salas com ar refrigerado e ambiente mais que propício para as negociatas que derrubam nosso fut na vala em que se encontra hoje.

Se você gosta de futebol, saiba que somente uma corrente do bem gerada de forma espontânea porém consistente pode tira-lo da condição de zumbi e equipara-lo e até faze-lo ser mais que as ligas europeias para onde migram hoje os torcedores sequiosos do espetáculo que apenas o futebol proporciona.

É isso.

Ouvindo: Sandy