domingo, 30 de julho de 2017

ninguém me quis



talvez seja o post mais triste que já escrevi, ao menos, para mim. talvez, não. certamente é. a medida que penso no que escrever, sinto uma dor aguda, que falando de forma muito sincera, jamais imaginei que iria sentir, uma vez que nunca dei bola para a opinião de outras pessoas. não sei se é a idade, não sei se me tornei alguém emotivo demais, mas a tristeza me invadiu de forma lancinante. mas foda-se! a vida é assim.

não vou usar de falsa modéstia. não sou um bom corretor de imóveis, sou um excelente corretor! argumento bem, tenho paixão pela profissão, conheço profundamente o mercado em que atuo, enfim, sou uma profissional altamente qualificado para  desempenhar meu papel. mas tenho um grande, um enorme problema: não sei me relacionar com as pessoas.

tenho uma enorme preguiça quando me deparo com gente intelectualmente pobre. não gosto de explicar o óbvio, não gosto de ouvir asneiras, não suporto gente preconceituosa, machista, mesquinha e sobretudo não consigo conviver de forma pacífica com gente despreparada ou que eu considere com as características acima. por este motivo, sempre preferi ser alguém que trabalha só, um lobo solitário, um outsider na profissão e sempre fui feliz assim. até que tive, ou melhor, até que eu quis assumir a gestão de produto em uma empresa, a que trabalho hoje.

gerir um produto imobiliário implica de forma irretratável em lidar com pessoas. então, tive tentar me adaptar a este cenário. a princípio, tudo foi bem, pois todos os corretores me queriam (e querem) na mesa ajudando-os a vender naquele determinado momento em que o cliente esta ali, pronto para discutir uma proposta de aquisição de um imóvel. sempre me encheu de orgulho ser requisitado por eles, vê-los me chamando, me requisitando, pedindo que eu resolvesse uma venda para eles. alias, ainda hoje é assim. faço a gestão da principal conta da minha empresa junto a outros gestores e desempenho meu papel com energia e atitude além de extrema competência.

acontece que o modelo de trabalho da empresa mudou, e além de gestor de produto, passei a ser também, gestor de pessoas. um novo desafio, contratar corretores, treiná-los, faze-los vender, ganhar sobre suas vendas. um modelo de trabalho desafiador e que financeiramente é extremamente compensador. confesso que não tem sido fácil montar uma equipe devido as peculiaridades da profissão corretor de imóveis.mas tenho lutado, me esforçado, buscado a vitória.

mas o que me arrasou hoje foi descobrir que uma equipe que se desfez, por conta da promoção mais que merecida de um gestor a diretor, e que resultou em vários corretores "livres" para outras equipes,  trouxe para mim o resultado de "0" novos corretores. e por que?

porque nenhum deles, absolutamente nenhum deles quis trabalhar comigo!!! por que? porque sou "difícil", porque sou grosso, ignorante, instável, enfim, porque não tenho perfil para liderar. descobri hoje que tudo o que eu sei de vendas de imóveis, toda a mina extrema competência quanto a isso é nada, é zero, não importa. as pessoas preferem trabalhar com pessoas "bacanas", "boazinhas" que não sejam conflituosas, não sejam "arrogantes" (quem me conhece a fundo sabe que estou longe de sê-lo), pessoas dentro do que se entende por "normais"

não sou este tipo de pessoa e nunca me importei com isso. achei que seria reconhecido pela competência, mas descobri hoje, da pior maneira possível,  que sou reconhecido pelos meus inúmeros defeitos. minhas poucas qualidades de nada valem ante eles. acho que poucas vezes na vida me senti tão triste, rejeitado. tenho vontade de nunca mais entrar em um plantão de vendas, nunca mais! estou triste, envergonhado, arrasado. ser competente e ser uma ostra significam exatamente a mesma coisa. melhor é ser popular, "legal". para uma pessoa como eu que odeia ser "legal" é o fim do mundo. não deveria ser surpresa tamanha rejeição, mas não apenas foi surpresa como matou meu espirito, destruiu minha já pouca auto estima. me sinto pior que um nada. mas a vida, avida é assim!!!

é isso.

ouvindo: maria callas



quinta-feira, 20 de julho de 2017

eu não vou para o céu



Antes de mais nada se faz importante dizer que sim, eu creio no conceito de céu e vida eterna ao lado de Deus e Jesus seu filho e do Espirito Santo. eu creio sim. creio na bondade de Deus e em sua justiça. Creio em seus desígnios, no livre arbítrio que ele oferece, na sua misericórdia e inclusive e sobretudo nos seus mistérios. Deus é um mistério cuja a revelação depende única e exclusivamente da vontade de cada um de nós em revela-lo.

o amar a Deus exige devoção, exige cuidado, tempo ser aplicado executando tal tarefa. tarefa que se desdobra em conhece-lo, aceita-lo, toma-lo para si e assim ama-lo sobre todas as coisas. sim, Deus exige de nós uma carga não de sacrifício, mas de aplicação em entender de forma correta o conceito de Deus e todos os seus desdobramentos.

temas como "amor infinito", "eternidade", "vida eterna" e tantos outros concernentes ao assunto "Deus" são tão complexos e extensos que estuda-los a fundo em um mundo encharcado de secularidade e descrença se torna quase impossível, ao menos para mim. não, não sou preguiçoso, mas sendo muito sincero, todos estes temas tão belos quanto áridos para serem estudados me deixam se não com preguiça, ao menos com muita falta de boa vontade em compreende-los a fundo e creio que Deus não merece de forma alguma uma compreensão rasa, superficial. ele me criou, te criou (e respeito totalmente quem pensa diferente, que fique claro)

estes três parágrafos iniciais foram escritos sob o signo da razão. transformar Deus em um conceito e subdividir este conceito em temas torna acreditar Nele, algo impossível. crer em Deus demanda fé, obstinação e um desejo de aceitar a Ele e suas virtudes mais forte que um carvalho. de forma alguma Deus se explica pela razão ou somente por ela. sem a fé, ingrediente intrínseco a própria essência Dele, a compreensão de sua plenitude dominante não fecha. simples assim. Deus é um mistério e um mistério resolvido pela fé.

minha fé é vacilante, fraca, inexistente praticamente e por este motivo não vou para o céu. Deus é um conceito extremamente elegante para mim, na medida em que me explica questões fundamentais como quem sou, de onde vim e para onde eu vou. Deus também é a base da minha moral e o agente fiscalizador (consciência) que apita toda vez em que sou imoral. mas o livre arbítrio que ele da me autoriza a ser imoral arcando com as consequências deste destrambelhado ato.

não vou para o céu porque não consigo transformar o elegante conceito que tenho de Deus em  emoção, em choro, em um sentimento tão apaixonante e apaixonado que nada me seja mais importante. não vou para o céu porque falsos brilhantes me tomam a atenção porque tenho medo de abraçar a Deus não como um teoria, mas como forma irretratável de vida. não vou para o céu porque tenho crença e não fé. é triste elaborar tudo isso, mas é fato. paciência, a vida é assim.

é isso.

Ouvindo: Pie Jesu com sara b.

terça-feira, 18 de julho de 2017

uninvited



assim canta alanis morissette  na primeira estrofe de  "uninvited": "mas você não foi permitido, não foi convidado, um infeliz desprezado". tenho 44 anos, a 48, em qualquer lugar que eu chego e fico mais de 10 minutos, é assim que eu me sinto. algumas pessoas tem vontade de mudar o nome por acha-los feios. gosto de meu nome, acho ele lindo na verdade, mas o seu significado não faz sentido para mim. davi, significa "o amado" e definitivamente não é o meu caso.

noemi, personagem bíblica de fascinante história cujo o relato encontra-se no livro de rute (se quiser saber vá lá e leia, não vou por link, acho o cúmulo da preguiça), mudou o seu nome para "mara" que significa "amarga. acho noemi um lindo nome, de verdade, mas mara, tem muito mais a ver com uma mulher que perdeu os filhos e não tinha mais marido e que se achava até mesmo perseguida por Deus. amargos eram os seus dias e amargo era o seu cálice. porque deveeria ela continuar a se chamar noemi?

e me pergunto eu, porque deveria continuar a me chamar davi? uninvited é muito mais adequado. como eu disse acima, não há lugar que eu chegue em que eu me sinta bem quisto, bem recebido, amado. minha presença não é agradável as pessoas e exceto por algumas habilidades inerentes a minha pessoa, sou absolutamente uninvited. e é exatamente isso que tem me incomodado ultimamente.

por muito tempo não me importei com o fato de ocupar determinada posição apenas por conta de habilidades "a" ou "b", mas de um tempo para cá, me incomoda sim. e muito. tenho percebido que não sou tão diferente da maioria das pessoas em alguns aspectos e o aspecto "aceitação" é um deles. me incomoda não ser aceito e pior, não ser compreendido. não, não é um lamento, mas uma constatação.

o lance de ter a presença imposta me incomoda. talvez fosse melhor não comparecer. deixar na mão. não usar minhas habilidades e pronto. porque quanto mais as uso e as uso de maneira séria, apaixonada, correta, sou mais incompreendido e uninvited eu sou. agir de forma correta, digna, não me faz alguém bem vindo, ao contrário. triste não?

gostaria de ser aceito ma o preço a pagar é muito alto.me faz desistir. melhor mesmo ser uninvited e se pudesse, com toda certeza mudaria de nome. mas nossa sociedade é tão maluca que nem mudar de nome é possível sem uma boa dose de encheção de saco.

é isso.

ouvindo: alanis morissette com uninveted 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Rafaela,17


a gente já não se entende perfeitamente né? na verdade a gente briga muito. você não me entende e por mais que eu me esforce esta difícil entender você também. você tem os seus sonhos, idéias e ideais e eles são bem diferentes do que eu sonhei e idealizei para você. por mais que eu saiba que a vida é sua, é triste e muito doloroso ver que você vai partir para viver a sua vida. eu não estou preparado para a sua independência e por mais que ela seja inexorável, creio que nunca estarei.

das dores da vida, que para mim são muitas, a maior, de longe é te ver crescer. como diz a canção, eu queria que você ficasse do tamanho de um pezinho de feijão, não para controlar você, mas para te guiar, te proteger. você vai ter que se cuidar por si só muito em breve rafaela e a possibilidade de você sofrer até se ajustar me faz sofrer infinitamente mais. não sei o que fazer e isso me angustia filha. porque existe um mundo la fora e ele não é bom, ele é repleto de maldade e não se importa com o seu sofrimento. mas eu filha, vou sempre me importar, não tem como ser diferente.

eu queria fazer mais para você, eu queria ser mais para você, eu queria muitas e variadas coisas a seu respeito mas vou entendendo que minha vontade é nada em relação ao que você precisa viver. você precisa ter as suas próprias experiências, precisa buscar seus caminhos e neste processo aflorar, descobrir você mesma quem  e como é.

hoje você completa mais um ano de vida. lugar comum, mas parece que você nasceu ontem. não consigo deixar de pensar em tudo o que já se passou, em como você cresceu e como ainda crescerá. eu só quero que você se torne uma mulher de valor, uma mulher integra, honesta, temente a Deus e sobretudo que encontre a felicidade.

eu só quero desejar a você toda a felicidade que existe no mundo, momentos de alegria,  de paz, que sua saúde seja sempre boa, que o mundo lhe seja gentil, que o seu melhor sempre se evidencie, que não lhe falte amigos, que não lhe falte um senso de justiça apurado, que não lhe falte  sobretudo a compaixão para com o próximo e a sabedoria de rir de si mesmo sempre que necessário.

você é meu bem mais precioso, rafaela e como tal,  sempre farei de tudo para protege-la, ainda que eu não possa mais fazer muita coisa em relação a isso te amo, minha querida filha, feliz aniversário! que Deus possa te abençoar de uma forma absolutamente sem medida. muita luz, muita paz. um beijo.

é isso.

ouvindo: Sixpence None The Richer

terça-feira, 11 de julho de 2017

que bom que eu tenho um jardim


não, não é um jardim ao pé da letra, mas é um jardim no sentido de ter tanta beleza e tranquilidade e ser tão suave o seu aroma que eu me sinto protegido e corro para lá toda vez que a coisa fica brava, que a "boca fica quente" como dizemos eu e ela. um jardim de seios macios e um colo tão acolhedor como deveria ser o colo da pessoa amada. um jardim de voz doce e meiga, porém firme qwuando precisa dizer o que tem  que ser dito. um jardim chamado graziela.

neste jardim eu me sinto leve, me sinto pleno. não preciso ser forte, posso me apequenar para a vida e la me esconder sem ter medo de ser chamado de covarde. posso ser feliz ou triste, tanto tanto faz. posso ficar la quietinho ou me acabar em gritos e gestos raivosos. esse jardim é tão acolhedor porque foi construído com amor.e o amor, meus caros, é o material mais resistente que existe.

a paz que este jardim me traz é tão imensa, tão natural e verdadeira, que é quase palpável. se o mundo exterior é composto de brumas, neste jardim eu posso ver tudo límpido, claro, um céu sem nuvens porque quando graziela é amor, ela o é de forma plena, plácida. as flores destes jardim tem o brilho mais raro que pode haver e sua aparência é sempre bela, pois são regadas e cuidadas com todo desvelo.

claro que neste jardim as vezes alguns espinhos aparecem entre as flores, mas são tão irrelevantes as suas consequências que em nada podem macular as benesses de ter este  jardim só para mim. este jardim me faz querer ir para casa todos os dias para lá o encontrar e desfrutar de tudo o que ele tem de bom. não troco sua cia por nada neste mundo e mesmo quando este jardim esta fechado para manutenção, ainda sim eu posso posso ver por entre suas cercas a magnitude de sua beleza e me sentir abençoado por poder desfrutar de tamanhã graça.

de todas as certezas que eu posso ter, a mais importante e indestrutível delas é o amor que existe entre graziela e eu. este jardim, uma metáfora de nosso relacionamento, me faz tão feliz e tão pleno que meu coração se alegra ao chegar a hora de ir para casa sabendo que lá a encontrarei. espera, meu amor, estou chegando. e entre conversas, beijos e abraços repousaremos lado a lado para termos forçar para mais um dia e juntos, vencermos qualquer desafio.

em você me refaço, me transformo e me sinto pronto para o que der e vier. por você, tudo o que for preciso fazer, eu farei. por nós, espero manter para sempre este jardim, retrato de um amor que nasceu, cresceu e floresceu e hoje é inquebrantável. que bom que é assim. que bom que eu tenho um jardim.

é isso.

ouvindo: Anna Netrebko


tecnologia, desesperança e uma melancolia que me toma



a vida me cansa as vezes sabe? cansa demais! e me entristece, me deixa pra baixo. passa, mas as vezes é profundo demais e dai demora um pouco mais para passar. na verdade, não sou uma pessoa triste, sou melancólico, o que pode ser bem pior. eu tenho visto o mundo de uma forma tão desesperançada que não quero mais estar nele. não tem jeito. tudo esta uma bosta só e será apenas pior daqui para a frente. as coisas não melhorarão, a esperança de dias melhores é um exercício inútil a felicidade plena não cabe mais. somente a dor de ver o mundo lentamente se esvaindo me resta.

eu penso muito e em muitas coisas. a minha cabeça não para. ela gira e sem um sentido fixo, dá voltas e mais voltas e meus pensamentos são sempre  esparsos, se intercalam um nos outros, se  afrouxam e se tencionam com a mesma velocidade e parece as vezes que literalmente vou enlouquecer. não precisa muito para me deixar fora do prumo e a bola da vez é a tecnologia. a tecnologia nos desgraça como seres humanos em muito aspectos e isso é uma loucura, porque a mesma tecnologia nos salva, cura, facilita a vida, doideira como algo tão positivo pode ser também tão nocivo. não consigo entender e por este motivo, sofro.

fiquei sabendo que um simples aplicativo para facilitar a vida das pessoas as esta destruindo e  pior sem que as pessoas se deem conta. falo do tal whatsapp web. coisa bacana não? você utiliza em seu notebook e não precisa ficar  digitando no celular perdendo tempo em usar dois dispositivos. legal demais. até que ontem descobri que ele pode (e é) ser utilizado para espionar o celular de outras pessoas. de uma forma que não entendi muito bem e nem quero entender pois não quero aprender, o seu celular por alguma mágica de satã pode ser transportado para o outro que tem acesso a todas as suas mensagens de uma forma tão absurdamente invasiva que embrulha o estomago de quem tem o minimo de caráter e bom senso.

alguns argumentarão que se você não deve, não tem com o que se preocupar. como assim??? eu não devo e não preocupo mas nem por estes motivos quero ter minha intimidade devassada. minha privacidade  tornada pública com uma sem cerimônia que chega a ser assustadora. me da engulhos as pessoas acharem que isso é natural, normal, correto. não é! é errado! é degradante, é triste, fica um odor nauseabundo em volta de quem tem este tipo de comportamento.  a privacidade de cada um deveria ser inviolável, aberta apenas a quem se acha correto abrir e pelo tempo que a pessoa achar válido. colher informações comprometedoras de outra pessoa desta forma é  abrir mão de ser honesto e rebaixar-se ao mais baixo nível possível.

que a tendência humana é esquecer-se de seus próprios erros e julgar os erros do outro de forma implacável já é mais do que sabido e também é sabido que ser um voyeur da vida alheia é algo que a grande maioria das pessoas adora fazer sempre que possível. poder julgar e condenar alguém ainda que apenas sob seus próprios padrões de justiça e moralidade sem levar em conta qualquer variação é algo que sempre faz vibrar o coração de muitos. entender as pessoas e suas motivações é algo que poderia fazer com que a absolvição diante de um suposto erro pudesse ser considerada, então bem melhor é julgar de forma implacável e direta e a tecnologia, claro que não apenas com este programa, cumpre papel vital nesta equação.

o mundo vai se esvaindo em uma poça de ressentimento, desesperança, maldade cada vez maior e as pessoas aglomeradas ao lado assistindo esta poça virar um lago e finalmente um rio caudaloso o fazem em um indisfarçado frenesi quase histérico esquecendo-se que serão os próximos a serem tragados por este mesmo rio pois todos erram e sempre haverá alguém disposto a investigar a quem hoje investiga.

cada dia mais desesperançado eu sigo. cada dia mais sem vontade de estar no mundo eu nele continuo porque viver é isso, é assim. não pertenço a este mundo, mas só tenho ele para vagar. a vida as vezes me pesa, me sufoca, me deixa em um estado de total prostração. mas não posso me dar ao luxo. o whatsweb é apenas mais uma das inúmeras ferramentas que já existem e lembrando que várias outras serão criadas ainda para nos aprisionar alegando que n~so dão justamente o contrário: liberdade.

mas quer saber? cada um sabe o que é bom para si. eu não quero ser escravo de tecnologia alguma. quero apenas ser feliz. ou tentar.

é isso.

ouvindo: maria callas

sexta-feira, 7 de julho de 2017

uma familia de dois. um grande filme pequeno



existem filmes que tocam o coração e a alma exatamente por serem pequenos, projetados não para serem "blockbusters", mas para falar com algumas pessoas de coração mais sensível e alma leve. "uma família de dois" é um desses filmes que se propõe a emocionar sem  ser piegas e a fazer rir sem ser escrachado. nem sempre consegue e afinal, qual filme consegue ser tudo o que se propõe? mas o resultado final é muito, muito bom.

é muito gratificante entrar no cinema e comprar ingresso para um filme que você não faz a menor ideia do que se trata e ser positivamente surpreendido. fui assistir "a múmia' e já sabia o que encontraria, mas não haviam mais ingressos disponíveis e para não voltar pra casa sem assistir nada assistimos graziela e eu, o filme mencionado e acreditem, vale e muito cada centavo do ingresso!

não que omar sy, o protagonista, seja um primor de ator, nada disso. mas também não compromete, e a graciosa gloria colston  é uma daquelas atrizes mirins apaixonantes, que te fazem ficar com os olhos grudados na tela querendo ver onde o filme vai chegar e muito embora o filme não chegue a ser uma obra prima, é uma daqueles grandes filmes pequenos.

e quando falo que é um filme pequeno, digo isso por ser um filme de baixo orçamento, produção precária se comparada aos  blockbusters que se produzem hoje em dia e pequeno nas expectativas que cria em torno de si. um filme que se faz muito mais para se contar uma boa história do que para se ficar rico e este é um dos principais critérios para que um filme tenha alma. contar uma boa história deveria ser o centro de qualquer filme mas nos dias de hoje, onde grupos de pesquisas definem os rumos de um filme comercial, fazendo com que sequências inteiras seja refilmadas ou mesmo deletadas do corte final, ver que a preocupação dos produtores e do diretor  foi antes de mais nada criar um filme que fosse integro é neste momento que o filme se torna grande.

quando as limitações seja de orçamento, seja do que for não impedem de se contar uma história de forma digna e correta, por menor que seja o dinheiro disponível para tocar o projeto, ele já nasce grande, ja se torna memorável porque não é o dinheiro que faz um filme ser bom e sim a alma que ele desenvolve e neste sentido, "uma família de dois" é um filme que tem alma  e merece e muito, ser assistido. não perca a chance, e leve um lenço. ele será útil.

é isso.

ouvindo: Luís Miguel