quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A Farmhouse Christmas



Quem me conhece um pouco sabe que eu amo muito duas coisas e odeio uma. Amo uma dupla chamada Joey + Rory, que na verdade nem é mais uma dupla, uma vez que Joey morreu, infelizmente, e também amo demais álbuns com canções natalinas, desde que bem feitos, é claro. álbuns bem feitos sejam de canções de natal sejam do que for são difíceis de encontrar, uma vez que 99% do que se produz musicalmente no mundo é porcaria, lixo da pior espécie. Não é o caso de A Farmhouse Christmas,  da dupla citada que é talvez o melhor álbum de natal que já ouvi.

Música Country não é para qualquer artista. Requer um conhecimento do que se esta cantando e digo mais, do que se esta representando. Sim, creio que certos estilos precisam ter representantes e não apenas intérpretes pontuais. Precisam ter artistas que mais do que cantar e tocar como o estilo pede, tenham também uma vida baseada em suas raízes, que consigam passar comprometimento com o que cantam, consigam mostrar que são mais que simples aventureiros. Posso estar viajando, afinal música é musica e quando falamos de música profissional ela é feita para entre outras coisas dar lucro. Mas eu sou um cara que viaja mesmo e nas minhas viagens, artistas se comprometem primeiro com o que cantam e a verdade dentro disso. O dinheiro vem depois.

Farmhouse é um álbum comprometido. Tanto com o Country, como com o Natal.  Arranjos enxutos, interpretações contidas porém poderosas e o mais importante, um álbum para ser ouvido o ano todo. Não soa datado em momento algum e essa talvez seja a sua maior qualidade pois ser atemporal é o que se espera da arte entre outras coisas. Em muitos momentos nem parece um trabalho natalino. A faixa "What The Hell (It's The Holidays)" é de um charme poucas vezes visto em trabalho como este e merece ser ouvida várias e várias vezes. Pode começar agora, se quiser...



A beleza de trabalhos assim reside exatamente no amor com o que são produzidos. Na identificação entre o artista e sua arte, na sintonia alcançada com seu público e sobretudo na verdade que existe em cada música, em cada acorde. Não é fácil alcançar tal resultado porque exige um comprometimento, uma doação que poucos artistas querem entregar.

Há, ia me esquecendo. A coisa que odeio né? Falei das duas que gosto, tenho que falar da que odeio também. Odeio o natal! Odeio! Com todas as minhas forças! Data queb eu baniria fácil de qualquer calendário se tivesse algum poder.

É isso.

Ouvindo: Joey +Rory

domingo, 22 de outubro de 2017

Facebook, Razão da Minha Preguiça



Antes de mais nada,  eu gosto do Facebook. Gosto mesmo. Acho uma excelente ferramenta tanto para interações pessoais como profissionais. mas tenho usado o mínimo possível. Antes todo dia colocava músicas, frases, pensamentos, conversa com pessoas, enfim, interagia. De algum tempo para cá, desencanei completamente e entrar lá me causa uma preguiça absurda.

As pessoas não sabem usar o Facebook, essa é a verdade. Eu mesmo, muitas vezes o uso de forma inapropriada e por este motivo tenho procurado usar com parcimônia. Apenas aviso que tem postagens novas para os otários que insistem em ler o que escrevo (não me entendam mal, perder tempo lendo as bostas que escrevo faz qualquer um otário pelo tempo da leitura, depois tudo volta ao normal e a pessoa deixa de ser), posto uma ou outra música que ninguém dá a menor bola, porque afinal música de qualidade quase ninguém gosta e não se trata aqui de dizer que gosto é gosto, existem parâmetros bem claros quando falamos de música para dividir arte de esterco. Enfim, tenho usado pouco o Facebook e isso não altera em nada a minha vida.

Mas o que me causa preguiça no Facebook é a dicotomia do discurso de 90% das pessoas que conheço. Eu me espanto, de verdade e penso muitas vezes que tenho um péssimo senso para compreender as pessoas porque a mesma pessoa que conheço ali no dia a dia é completamente diferente da pessoa da rede social. Cheios de frases de efeito, de posturas tão tão corretas de um apreço inquebrantável pela verdade e pela justiça e quando confrontadas com quem são nem ficam vermelhas de vergonha com a diferença entre discurso e postura real.

Verdade seja dita, existem pessoas que são o que são independente de rede social, minha mulher, Graziela, posta apenas do que acredita e gosta, não tenta ser a mais bacana do universo e isso me orgulha extremamente. Mas não consigo pensar em mais de cinco pessoas que são assim ali e olha que eu tenho menos de 300 pessoas na lista de "amigos". Outra coisa que me incomoda é esse negócio de chamar de amigos, pessoas que mal conheço e estão no meu face sei lá porque. amigos? Por favor né?

Me incomoda a capacidade de pessoas de postarem sempre fotos extremamente felizes e serem tão mal humoradas. Posarem de liberais em seus posts e serem bastiões da falsa moralidade. Darem conselhos tomando por base modelos que não utilizam em suas vidas. Usarem de humor sem graça para sutilmente atacaram minorias das mais variadas, Pedirem orações pela Somália sem nem ao menos dobrar os joelhos pelos negros de lá. Por favor, alguém me diga onde vamos chegar com tanta hipocrisia?

Eu tenho pra mim que Mark Zuzu  se pudesse mudaria radicalmente o modelo da ferramenta que criou com Eduardo "Wardo" Saaverin. Deve sentir enorme vergonha alheia de muita coisa postada ali, mas o que manda hoje é o dinheiro e ese esta funcionando assim, deixa assim. Ao menos existe uma iniciativa para diminuir posts fantasiosos, aqueles com noticias mentirosas que a maioria dos suckers que utilizam a rede acreditam piamente. Se de fato isso ocorrer, já será um enorme alivio.

Agora, vou postar que mais está disponível para leitura e ver ao menos uns 200 trouxas correrem aqui para ler por conta de alguma auto punição e flagelo que se impõe. Pra mim, tanto faz.

É isso

Ouvindo: Heritage Singers

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Somália, Alguém Sabe Onde Fica?



Alguém sabe onde fica a Somália? Na África, baby. Um lugar que faz o sertão Nordestino ser um parque de  diversões. Seca extrema, fome aguda, mortalidade infantil nas alturas, pobreza que faz de indigentes brasileiros milionários entre outros indicadores alarmantes fazem da Somália um país onde viver é uma batalha diária.

Mogadíscio,  sua capital é também um antro de piratas. Sim, piratas. Em pleno século 21 a Somália lidera as estatísticas quando o assunto é pirataria em alto mar. Bandidos dedicados a esta atividade agem com extrema violência para de forma torpe saquear navios que fazem a rota do Oceano Índico.

Existe também um caldeirão de fanatismo religioso (que inclusive motivou o último atentado) que sufoca qualquer tentativa de um povo já tão sofrido ao menos sofrer um pouco menos. A  constituição do país declara o Islamismo como religião oficial o que   cria uma guerra fratricida e obviamente sem sentido entre seu povo dividido em vários grupos que querem o controlar territórios a querem controlar territórios a qualquer preço.

Some-se a tudo isso o último atentado em Mogadíscio e seus mais de 300 mortos. Já não é tragédia suficiente? Já não é tristeza demais para um só povo? Claro que é! Um povo como esse precisa de outro povo abestado se aproveitando de sua dor pra parecer um povo legal? Pois é o que acontece! Os Somalianos como se não tivessem problemas suficientes ainda tem que contar com a falsa solidariedade de gente que nem sabe onde fica a Somália e se soubesse não iria para lá nem que fosse regiamente recompensado.

Brasileiros em sua grande maioria são analfabetos funcionais. Não conseguem conjuminar fatos e idéias sobre esses fatos, não consegue teorizar de forma linear e sem sobressaltos, não consegue entender o que se passa em seu próprio quintal, enfim. Mas se tem uma coisa que brasileiro faz e bem, é ter uma desonestidade intelectual acima da média mundial. Brasileiro adora uma falsidade, seja ela entre as relações sociais que desenvolve, seja em sua elucubrações supostamente intelectuais.

Para piorar, o brasileiro adora Facebook mesmo sem saber utiliza-lo. E o utiliza para  dar vazão ao amontoado de besteiras que produz diariamente sem medo de ser feliz. A última delas é dizer que não ligamos para o martírio do povo Somali e se o atentado fosse na Europa estaríamos mobilizados. Mobilizados? Vamos deixar de ladainha, por favor! Brasileiro não se mobiliza nem com as porcarias que acontecem no nosso próprio país, que dirá se mobilizar por um atentado no cú da África. Por favor né? Sempre haverão os reais abnegados que farão campanhas para tentar mitigar o sofrimento de seres humanos que estão a milhas e milhas de distância do nosso Brasil, sil, sil, e estes merecem todo a minha reverência.

Acontece que estes abnegados estão ocupados demais para ficar com bobagens do tipo: "não ligamos para os Somalianos, (Somális, suckers),  porque eles são negros e não tem olhos a zuis como os franceses" ou, "se fosse na Inglaterra, o governo brasileiro disponibilizaria ajuda" A grande verdade é: fosse na Inglaterra, França ou outro país Europeu, não precisaríamos disponibilizar ajuda, pois eles se resolvem. N ão ajudamos os Somális, porque nosso governo é inoperante até aqui dentro, vide a tragédia de Mariana e seus desabrigados que só se foderam e se fodem até agora.

A verdade, a grande verdade, é que não ligamos para a barbárie da Somália porque não temos empatia com este povo. Porque ´temos nossos próprios problemas comezinhos diários para resolver, porque não temos a abnegação necessária para fazer deste povo uma bandeira. Só isso.

Me irritam os vaticínios sem sentido sobre como somos desumanos. Não sou desumano, em absoluto, apenas quero viver minha vida da melhor forma possível ajudando localmente onde puder e sem ser acusado por desconhecidos de não  me importar com a tragédia de um povo apenas porque este povo é de determinado lugar. Vão arrumar algo melhor pra fazer. A Cruz Vermelha atua em situações como essas e tem escritórios regionais em SP,  RJ, MG entre outros estados.  Quer ajudar? Cale a boca e ajude! Apenas ajude.

É isso.

Ouvindo: Rodésia, do grande Tim Maia

sábado, 14 de outubro de 2017

Sobre Casamentos e Porque São Encantadores



Casamentos são para mim por definição uma das mais belas cerimônias que o ser humano criou. Não importa se pomposos ou simples, se são realizados em uma igreja, praia, sítio, ar livre, numa humilde choupana. Pouco importa o local, pois casamentos são celebrações de vida. São o começo de uma fase na vida, talvez a mais importante, dos que contraem matrimônio.

A beleza do casamento não está atrelada ao menos para mim a beleza da decoração do ambiente, ou ao vestido com cristais da noiva, ou ainda ao buffet luxuriante que se segue a alguns casamentos. Tudo isso tem seu valor é claro, mas um casamento é belo porque duas pessoas se colocam diante de Deus e  pedem que a vida que vão começar a construir juntos seja por ele abençoada

Claro que estou falando aqui do casamento como o entendido na  cultura Judaico - Cristã e antes que os patrulheiros de plantão tomem minha fala como preconceito a outros tipos de religiões e suas peculiares cerimônias, deixo claro que toda forma de casar-se para mim é válida, apenas falo das cerimônias que já fui e que me emocionam, no caso as que estão dentro da esfera Judaico - Cristã.

Estou falando tanto de casamento porque ontem fui a um e se não chego a chorar quando vou, a emoção sempre me toma. Tenho por princípio só ir a casamentos de pessoas que gosto, jamais irei a um casamento por ter uma festa ou porque a pessoa é influente ou qualquer coisa do tipo então sempre me pego com uma genuína felicidade ao ver duas pessoas se unindo, felizes, proclamando esta felicidade ao mundo, sendo gentis e atenciosos mesmo em um dia onde tudo é corrido e passa tão rápido que quando vai ver, já acabou e acredito que quando é assim é porque foi bom demais pois momentos bons a gente nem vê passar preocupados que estamos em vivê-los.

O enlace de ontem foi lindo. Teve boa música, um belo local, pessoas felizes com o acontecimento que ali se desenrolava, um tempo perfeito para o evento, enfim, tudo conspirou a favor. Me sinto feliz e honrado de ter sido convidado para presenciar a união deste casal de amigos e desejo a eles uma felicidade que transcenda.

Tudo foi perfeito como deve ser o casamento de pessoas bacanas e apenas para constar, os docinhos estavam DE-LI-CI-O-SOS!!!

É isso.

Ouvindo: Fábio Júnior

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Algumas decisões são como espinhas na face



Sou extremamente impulsivo. Meu maior defeito de longe é esse. Digo coisas que não quero dizer, faço coisas que não quero fazer, acabo magoando pessoas, me magoando, enfim, uma merda total apenas pela dita impulsividade. No entanto, tenho um traço que poucas pessoas conhecem se é que alguém realmente conhece. Algumas decisões que tomo são como uma espinha que nasce na cara de alguém. Frutos de um processo que vai amadurecendo, amadurecendo até que BAM! nasce e esta pronta para ser expelida.

As espinhas que tive (poucas, ainda bem) nasceram todas do mesmo jeito. Começaram com uma sensação incomoda  subcutânea, invisível mas que ficava ali, tamborilando meu rosto de dentro para fora me fazendo pensar nela o tempo todo, um incômodo que não incomodava tanto assim mas também não deixava em paz. Até que um dia, ela aparecia no rosto, mas não ainda pronta para ser expelida. Requeria observação, as vezes um creme e depois de mais alguns dias ai sim ela estava pronta pra ser expelida, arrancada do meu rosto e virar um assunto passado e sem importância.

Algumas decisões em minha vida são assim. São raras, mas são fruto de uma ideia que fica tamborilando minha mente, me fazendo pensar e pensar e pensar. Em paralelo ouço pessoas, pesquiso, junto fatos e dai me decido. Neste estágio a decisão está latente, gritando por sair do campo das idéias e ir para o da ação e ai faço acontecer. Sem remorsos, sem dores, sem olhar para trás, como uma decisão deve ser. Sigo o novo caminho e pronto.

Não que uma decisão pensada, maturada, doa menos por ter sido tomada desta forma. em absoluto. As vezes doem até mais. Esta decisão em especifico causa um misto de alivio e dor. Alivio por me sentir livre, dor, por não querer deixar o que tanto amo. Me sinto na verdade um idiota por amar algumas coisas que faço. De verdade, eu não deveria amar deveria apenas ser uma pessoa objetiva, mas a objetividade passa longe de mim, então existe uma briga de sentimentos aqui dentro onde uma decisão foi tomada mas sob protestos extremados de mim mesmo.

O fato é que tal qual minhas espinhas, esta decisão esta madura na minha cara. é como uma espinha, a maior que já tive, pedindo para ser arrancada a frio, sem dó, livrando minha vida de um incômodo que me assola todos os dias por suas implicações. Minha decisão de ser feliz novamente passa por esta decisão e não toma-la é segurar a minha vida em suspenso e não quero isso. A vida é feita de ciclos. Alguns maiores, outros mais efêmeros mas todos importantes de uma forma ou de outra. Nem sempre alcançar o que sonhamos vai ser bom e é preciso encarar os fatos.

Não me sinto derrotado, não me sinto envergonhado, nada disso. Se eu queria que fosse diferente? Sim, eu queria, demais. Mas guardo experiências que levarei para o resto de minha vida. Mas é um momento em minha vida em que quero ser feliz, não ter razão, não provar que posso fazer A ou B. Eu posso, sei que posso e isso me basta. Existe uma urgência em viver, uma urgência em ser alguém que antes de mais nada goste de mim mesmo.  Vou me reconstruindo aos poucos e me reconstruindo, me descubro. Por enquanto, isso me basta.

É isso.

Ouvindo: Maria Callas

domingo, 8 de outubro de 2017

Hoje eu briguei com você (um post para Rafaela)



Antes de mais nada, hoje, brigando com você, filha, descobri porque gosto tanto de Beyonce desde que ela lançou esta canção. Colocarei a versão legendada para que você entenda que cada palavra que ela diz, é o que eu gostaria de dizer para você é o  que eu dizia para você quando você era apenas a minha bebe de colo, mas ainda hoje é o que eu sinto, cada vez com mais força. 


Mas hoje, eu tive que brigar com você. E te disse palavras que te entristeceram eu sei, mas entristeceram muito mais a mim por ter que dize-las, acredite. Eu queria poder compor apenas poemas em seu favor e proclamá-los aos quatro cantos do mundo. Eu queria dizer o quanto você é especial, linda, inteligente ao extremo, o quanto você me faz feliz. Eu queria que de minha boca só saíssem palavras belas, as mais lindas que eu soubesse para te elogiar. Mas hoje eu tive que ser duro com você e como me dói, Rafaela ser duro com você. Como me dói.

Tudo que eu queria era o seu abraço e seu melhor sorriso pra te devolver com o meu melhor sorriso também, embora o meu sorriso seja prejudicado por questões bucais que fogem do escopo do post. Sabe, filha, as vezes como na canção de Beyonce, muitas vezes parece que o mundo vai desabar em minha cabeça e lembrar de você me alegra, me anima, me faz continuar.  Quando lembro do seu sorriso, quando lembro de você pequenina pedindo pra eu te jogar para o alto, comendo uma vebola crua inteira só pra não voltar atras por ter pedido, quando lembro de você tirando notas altíssima na escola, tocando seu violino tão lindamente, quando lembro de você primeiro dizendo que queria ser médica, depois estilista,enfim, tanta coisa né? Quando lembro da minha Rafaela, que foi tão desejada, tão amanda desde o primeiro momento, eu sinto e percebo que preciso continuar  a lutar ainda que o mundo resolva desabar de fato ao invés de só parecer que vai.

Quando eu sei que você vai para a minha casa, tal qual o Pequeno Príncipe, se eu sei que você vai chegar as 20:00 as 18:00 eu já começo a ficar inquieto e feliz. Não fiz muitas coisas boas na minha vida Rafaela, a maioria dos meus feitos são absolutamente descartáveis, mas você... ... que orgulho tê-la feito. Não cabe em mim o orgulho que sinto de você ainda que  a gente brigue tanto que você faça coisas que eu reprovo que me entristeçam. Ainda que tudo isso aconteça,  você é meu motivo maior de alegria, de felicidade. Ainda que você  vá embora brigada em um Domingo de manhã e eu fique ali, no meu carro, parado, triste, sem saber  o que pensar e dizer, você é o meu encanto, a minha melhor parte, a minha melhor canção.

Tive que tomar medidas duras a seu respeito e você sabe quais são. Tive que fazer o que não gosto e serei firme no que disse a você. É preciso, necessário para o seu crescimento. Mas nunca esqueça o quanto te amo, nunca duvide do quanto te amo e nunca deixe de buscar forças neste amor. Eu poderia ser um pai melhor, poderia ter feito mais por você, fui falho, sou falho e provavelmente ainda falharei muito. Mas te amo de uma forma tão despudorada, tão intensa que nada mais importa.

Morrerei te amando, Rafaela, não importa o que aconteça e não importa os caminhos que você trilhe. Mas a partir de hoje te corrigirei da forma que for preciso, mas sempre estando ao seu lado. 

A você, todo meu amor sem medida.

É isso.

Ouvindo: Beyonce

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Quando Fui Ronnie Von



Quem me conhece pessoalmente ou mesmo quem me segue aqui no blog (suckers), sabe de minha admiração total e irrestrita a Ronnie Von. Músico de primeiríssima grandeza, apresentador dos mais competentes e um gentleman acima de qualquer suspeita. Acho esse negócio de mundo das celebridades muito chato e embora Ronnie tenha estatura para ser considerado uma celeb, age exatamente como uma anti celebridade com seu jeito discreto, consciente e nada afetado. Ronnie, enfim, é o cara.

Sempre o admirei e sempre brinco que se eu pudesse escolher ser alguém, escolheria ser Ronnie. Confesso que não tenho a menor fineza para tanto, sou da linha daquela música da Marisa Monte que diz que naquela casa, "nos dias que tem comida, comemos comida com a mão, nós rimos alto, bebemos e falamos palavrão", ou seja, nada a ver com  o jeito refinado de Ronnie, mas eu gostaria sim de ser como ele.

Claro que jamais serei em tempo integral, não tenho estofo intelectual, cultural e mesmo de postura para tanto, mas a duas noites atras, percebi que posso ter lampejos de Ronnie e acreditem, isso me fez feliz, muito feliz. Um dia na vida consegui me comportar como Ronnie Von? putz! Já posso morrer feliz.

Duas noites atras tive um desentendimento com uma pessoa, ou melhor, ela teve um desentendimento comigo na frente de várias outras pessoas. Algo muito chato, constrangedor e que me faria querer fazer voar mesas e cadeiras ao redor a altitudes estratosféricas. Mas quando me preparava para dar meu primeiro grito, dar o primeiro soco na mesa, eis que me ocorreu um pensamento: O que faria Ronnie Von diante a tantos insultos?

E simplesmente comecei a arruma r as minhas coisas e me preparar para ir embora. Sem levantar o tom do voz apenas respondi de forma até tímida a tudo o que ouvi. Abaixei a cabeça e em aparente derrota, que hoje compreendo como uma grande vitória sobre mim mesmo, vencendo meus instintos mais baixos, e apenas internalizei e absorvi tudo o que ouvia. Sem gritar de volta, sem bater em nada, sem desvario algum.

Na noite em que fui Ronnie Von, por incrível que pareça tive todo tipo de questionamento no sentido de saber porque não agi como as pessoas esperavam que eu agisse, batendo portas e gritando mais alto que minha "oponente". Eu mesmo me questionei sobre isso, eu mesmo não entendi meu jeito de ser mas hoje me orgulho da forma como me conduzi.

Não sei se conseguirei continuar a ser dessa forma mas sei que vou me esforçar para tanto. Preciso, aos 44 anos, ser uma pessoa mais equilibrada, mais racional. este é o projeto, este é o desejo. Não saberei a diferença entre um vinho Australiano e um Italiano, não saberei jamais comer com mais que garfo e faca, não saberei também apreciar caviar e coisas do tipo, mas posso sim ser uma pessoa melhor, mais ponderada, mais Ronnie Von . é a ideia e ideias carecem sempre de desenvolvimento.

Quem sabe da certo?

É isso.

Ouvindo: Ronnie Von