segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Após Os Tropeços, Hora De Recomeçar



Hoje, Segunda Feira 15/01/18 estou em um plantão aqui em Alphaville no que eu reconheço como pior momento de minha vida. Eu, profissionalmente, estou em um recomeço. Recomeço do 0 e tenho total consciência da dificuldade de minha tarefa. Tenho 45 anos. Sou um homem cansado de lutar que terá que exatamente fazer exatamente isso: Lutar. Lutar com a vida, com as mudanças em minha profissão, com a motivação que terei que reencontrar seja onde e como for, enfim, serão muitas e intensas batalhas e essas batalhas talvez consumam o pouco de forças e sanidade que me restam e enho eu preciso vencer todas estas questões que me cercam antes que me acabe o resto vontade que  .

Não culpo ninguém senão a mim mesmo pelo estado em que minha vida se encontra. Decisões erradas aliadas a um comportamento errático me  trouxeram até aqui. A despeito de um talento imenso que tenho para vender um imóvel seja ele quem for a quem quer que seja, minha ausência de filtros sociais me relegou ao ponto que me encontro. Minha falta de vontade em ser político, polido, engolir algumas bobagens que escuto vida a fora, me trouxeram a um canto qualquer da vida em que olho para todos os lados e não uma saída que seja possível de ser utilizada.

Geralmente por algum motivo que desconheço as coisas acontecem sempre blocos, sejam boas ou ruins, ao menos em minha vida. Eu já cantei muitas vitórias porque de fato as tive e sempre deixei as derrotas escondidas, uma estatística escondida em algum canto de minha vida. Hoje, infelizmente, tenho que simplesmente aceitar que perdi. Até aqui, até este exato momento de minha vida, eu perdi.

É de fato muito triste admitir que perdi. Mas o que mais posso dizer? Esta é a verdade. Hoje sou um corretor de imóveis que não tenho um celular para trabalhar pois o meu quebrou e não tenho $$ para comprar outro. Nunca, em 16 anos de profissão, mesmo no inicio dela, passei por algo assim. Não culpo o mercado e suas nuances, culpo a mim, apenas a mim. Eu que já tive vários e bons carros, não tenho nenhum. Eu perdi. Eu derrotei a mim mesmo apenas por ser como sou. Apenas por sempre me colocar no fim da fila com meu comportamento. Eu mostrei a mim mesmo que talvez eu seja uma fraude, embora o talento esteja aqui, intocado, a Besta que em mim  habita, destrói as possibilidades de exito.

A compreensão de que meus resultados profissionais pífios de uns tempos para cá são culpa apenas minha e de meu comportamento que consegue destruir o meu talento me aponta para um rumo onde mudanças são necessárias. Não é fácil, não é uma tarefa que eu possa cumprir sozinho, mas sozinho é exatamente como me sinto neste momento de reinvenção. Vir para um plantão e não poder almoçar por falta de grana é algo que me deprime mas ao mesmo tempo me faz querer correr muito, muito para mudar a situação.  Eu me sinto derrotado porque derrotado eu estou, mas eu busco um recomeço, uma vitória que seria a esta altura redentora, mágica mas que apenas eu acredito.

Espero ter forças para mudar um jogo que esta completamente desfavorável para mim e de forma rápida. Sim, a vida pode trazer resultados surpreendentes em tempo recorde, mas a mim, resta viver um dia de cada vez com a esperança que com muito trabalho a superação dos obstáculos seja uma realidade. Não sei o que será de mim, mas não me permito ainda pensar no pior. Luto e lutarei até o fim e o fim só chegará depois que eu vencer.

É isso

Ouvindo: Coltraine

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Conectados ao Nada, ao Vazio



As vezes eu quero apenas escrever como se eu falasse sabe? Como se eu tivesse um amigo ao qual eu pudesse dizer das coisas que estão presas em meu peito, de como eu me sinto cada dia mais perdido em um mundo que sufoca com suas demandas insanas e soterra com uma avalanche de informações que são absolutamente descartáveis mas que apresentadas com uma embalagem que as faz essenciais, distraem a atenção para o que realmente importa.

E distraem tanto que hoje eu me pergunto o que realmente importa, porque eu, homem feito, muitas vezes, alias, na grande maioria das vezes, já não sei mais definir o que é essencial e por não saber minhas escolhas são falhas, meus passos se tornam trôpegos, minhas vontades guiadas por julgamentos errôneos. E por não conseguir verbalizar essas coisas com ninguém, eu resolvi escrever.

Não que o que eu escreva tenha alguma importância, em absoluto. Minhas ideias são confusas,  nascem em uma mente confusa e minha escrita sem estilo e elegância torna a compreensão do que eu digo um exercício a ser abortado depois de algumas tentativas. Não compensa.  Mas eu  tenho a necessidade de falar, ou melhor escrever, de alguma forma, expelir o que fica remoendo dentro de mim de forma incessante.

Olho ao meu redor e vejo pessoas cada vez mais conectadas em si mesmas e ainda que seus smart phones  possam criar a ilusão que estão conectadas ao mundo, não estão, pois os aplicativos de mensagens substituíram a voz e suas tonalidades  e modulações que tanto dizem quando se quer explicar algo, exprimir um sentimento. Para isso hoje, são usados os tais "emojis" ou coisas que o valham, economizando assim emoções genuínas que quando externadas podem na verdade parecer sinais de fraqueza.

A verdade é que estamos todos, neste tempos, loucos tempos conectados ao vazio, ao nada. Temos medo de externar emoções de dizer o que realmente pensamos porque é melhor ser "político" dar´se bem com todos ainda que para isso muito de nossa personalidade se dissolva em um caldeirão fervente de hipocrisia e amizades que servem apenas para que interesses sejam atendidos de ambas as partes. Cada vez menos importa o que somos e cada vez é necessário mostrar o que temos, ainda que na grande maioria das vezes, o que temos não serve nem a nós mesmos.

Sinto falta de relações reais. De amizades que não se construam apenas por interesses, de pessoas que não vendam suas ideias e ideais apenas para sair bonito na foto de alguém. Sinto falta de relações que se estabeleçam apenas pelo prazer em se construir amizades. Sinto falta da troca de afeto pura e desinteressada, sinto falta de amigos que estejam ali por e para mim e eu por eles e para eles apenas porque somos quem somos não porque oferecemos algo uns aos outros, ao menos nada além da amizade genuína.

Estamos em uma grande aldeia global, dirão alguns. Eu refuto este pensamento e digo que nunca estivemos tão deslocados e distantes como seres humanos. Esta tal aldeia tem casas com portas e janelas bem fechadas e a comunicação não se dá da forma que seria a devida. A Internet encurta distâncias? Inegável! Isso é bom? em ceta medida, mas este encurtamento de um lado causa um isolamento do outro quando deixamos de interagir de forma real e nossa vida se passa dentro de redes (anti) sociais. Hoje se você disser que n ão tem uma conta no facebook,  você é um lunático. Se não tiver um whats é um anormal e por ai vai.

Tente viver fora desse esquema das redes. O que vai sobrar? Uma sensação de desconforto, de solidão. Porque se os seus amigos não souberem que você fez  isso ou aquilo, viajou para tal lugar, jantou em tal lugar, você não fez de fato. Loucura total. Eu quero amigos, ou melhor, quero relações que sejam verdadeiras, baseadas na empatia, nas boas vibrações que passamos um para os outros. nada além disso.

Mas não vai rolar. O mundo não é assim. Não mais. Que triste.

É isso

Ouvindo; Foo Figthers


terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Changes (Mudanças. Ou A Minha Necessária Mudança Profissional)



Mudança. Não, não me assusta mudar, mover a direita, a esquerda, avançar a frente e nem mesmo retroceder alguns passos se necessário. Mudanças são um processo natural, algo que a vida no impõe ou que nós impomos a vida que levamos. Uma vida estática, não me serve e creio eu, não serve a ninguém, embora não ouse usar esta afirmação como um imperativo, pois cada pessoa é de um jeito, então não cabe afirmar que todos precisam de mudanças ou todos devem experimentar, nada disso. Cada um sabe de si.

Como diz Nando Reis, "O Mundo é Bão Sebastião" e eu partilho dessa visão. Mas acho que o mundo só pode ser bão, se fizermos dele um lugar bão de se viver e para isso, é imprescindível ao menos para mim, estar confortável nos aspectos que fazem a minha ser isso, uma vida. Mas não uma vida vivida a meia, uma vida plena, bonita, o mais bonita que ela possa ser. é difícil uma vida continuamente bonita eu  sei, as vezes ela fica feia, horrível e pra voltar a aprumar, a ser bonita, é necessário uma mudança. Foi o que fiz.

Adoro a minha profissão! Adoro! Trabalho como quem não trabalha, porque vender um imóvel para mim é tão tão natural, especial, um tesão de se fazer, que as vezes acho que se preciso fosse, pagaria pra fazer isso. (Não, não pagaria, mentira!) Mas vender um imóvel me faz feliz me faz ter orgasmos, me realiza, faz o Sol nascer para mim. Transformar não em sim é algo que me motiva. Ver pessoas mudando para seus novos apartamentos, casas, construir nos terrenos que eu vendi, tudo isso me deixa em êxtase. Pleno de felicidade e orgulho. Sei que sou contra mão nessa história. A maioria, a grande maioria dos profissionais que vendem imóveis só pensam em ganhar dinheiro e nada mais. Dinheiro é bom, mas não gosto dele tanto assim. Vender é tão legal que ainda me possibilita ganhar algum, não é uma delicia isso?

Trabalhei nas seguintes imobiliárias em ordem cronológica: Abyara, onde aprendi o beabá da corretagem e onde consegui ter uma visão macro da profissão. Fernandez Mera. Lá um mito chamado Elbio Fernandez Mera me fez entender o que de verdade era a corretagem de imóveis e me fez amar a profissão. Lopes. A empresa do coração. De pedra, só se for. Empresa do cacete que não merece meu respeito. É sim a maior da America Latina quando se  fala em intermediação imobiliária. Grande bosta! Sf Brokers. Onde trabalhei com prazer real por dois anos. Onde fui mais feliz por dois anos. Empresa a qual reservo apenas uma palavra: Gratidão! Empresa de onde me desliguei ontem, 08/01/18, com dor no coração, mas  como processo necessário para minha vida profissional ser feliz novamente. Sem felicidade, não dá!

Confesso que no momento que entrei para os quadros da SF não me imaginei fora dela. Jamais. Em momento algum. Tinha planos ambiciosos para mim. Mas não rolou. Não culpo nem a mim nem a empresa. Apenas não rolou. Não estava mais feliz, ao contrário, estava triste. E triste, eu não funciono. Quem funciona? E agora, já na nova empresa que represento, já 100% comprometido com ela, pronto para servi-la da melhor maneira possível, como servi a todas as outras, olho para frente e projeto um futuro glorioso trabalhando ao lado de pessoas que conheço a longa data que me apoiam e buscarão as melhores soluções para minha carreira. Tenho como sempre planos, ambições (jamais ganância) e uma vontade inquebrantável de fazer dar certo.

Ao olhar para trás, vejo pessoas que marcaram a minha trajetória profissional que muito me ajudaram, que foram corretas comigo e a quem dedicarei minha gratidão imorredoura. Pessoas as quais não preciso citar nomes e levo comigo na caminhada, guardadas no coração. Em 17 anos de corretagem, conheci pessoas filhas da puta também, é claro. Mas eram filhas da puta com classe, que mereciam até certa admiração pela forma com que conduziam suas "filhas daputagem". No entanto, na última empresa, e tenho que mencionar isso, pelo inusitado tive o desprazer de conhecer um filho da puta sem classe que não mancha a profissão pois não é corretor. é um ninguém que se acha diretor. (Diretor??????? kkkkkkkkkk só se for da puta que o pariu, sim, eu falo palavrão para caralho, e dai???) A essa pessoa a quem só reservo desprezo e piedade, desejo sempre o melhor, porque é um golfinho assustado em um tanque de tubarões e tenta agir como um, mas claro, só consegue ser patético, nada além e porque desejar o mal,seja para quem for, não é comigo.

hoje, inicio, na verdade já iniciei, com muito orgulho, minha nova trajetória que espero ser de muito, muito sucesso hoje eu sou:

E com orgulho, darei o meu melhor retribuindo a acolhida fantástica! Obrigado, Cardoso, Iris, Moralles e a todos que compõe a direção da empresa que agora defendo as cores com muita, muita garra e vontade!

É isso.

Ouvindo: J. Cash

sábado, 6 de janeiro de 2018

Todos Os Dias



Esta semana reli "Todas as Sextas" o autobiográfico relato de Paola Carosella sobre sua vida até aqui e sobretudo sobre sua paixão: Cozinhar. O livro é tão saboroso quanto as criações dos seus restaurantes mas o ingrediente principal não é algo comestível e sim intangível: A paixão! Carosella só se tornou a extraordinária cozinheira que é a arrebatadora cozinheira que é porque tem paixão e comprometimento. Paixão, comprometimento onde foram parar esses sentimentos dentro de mim?

O título do livro de Carosella se refere ao trabalho de reconstrução que ela se impôs. Reconstruir o seu restaurante o Arturito e sobretudo reconstruir a si mesma. Para isso reservou as Sextas para cozinhar e os outros dias para ser dona do local. Neste dia ela fazia os espetaculares  pratos executivos que descreve um a um em receitas na teoria fáceis de seguir em seu livro de papel  e apresentação impecáveis  e conteúdo magnífico para dizer o mínimo.

Eu, que também preciso me reconstruir, não posso ter apenas um dia da semana para isso, dai o título  do post, todos os dias. Mas posso ter a paixão e comprometimento que sempre tive e em algum momento abandonei pelo caminho. Tarefa árdua mas que darei conta porque eu sei quem eu sou e ao menos na minha profissão, no ofício que escolhi, não sou pouca coisa, ao contrário, sou bom, muito bom, falsa modéstia que vá a merda, pois sou mesmo muito, muito bom.

E ser bom, minha principal virtude, acabou virando meu principal defeito. Jogo ganho só existe em partidas marcadas pela trapaça e suborno, fora isso, cada jogo é um e cada resultado por mais surpreendente ou natural que ele possa ser só é conhecido ao final da partida. E eu, por bom que sou estava entrando já achando que tudo estava resolvido a meu favor. Não estava, nunca esteve e nunca estará. Ser um profissional de excelência exige acima de tudo humildade em reconhecer que cada dia, cada atendimento, cada hora que se passa atendendo nunca será igual ao que já se foi e construiu reputações passadas. O presente, meus amigos, pode na verdade destruir reputações num piscar de olhos.

Não falo em resoluções de ano novo porque não acho que isso resolva algo. Falo em mudança de vida, comportamento e elas nada tem a ver com um ano novo chegando. Bobagem isso. Mudanças acontecem porque precisam acontecer, não porque um ano começou, ou o Carnaval está ai perto ou porque alguém morreu ou qualquer outro motivo. Mudanças precisam acontecer, simples assim. E no meu caso elas tem uma certa urgência.

Sempre tive como premissa ter como superiores pessoas que eu respeitasse tanto profissionalmente como intelectualmente. Meus superiores hoje em dia são bons profissionais e nem todos consigo respeitar o intelecto por limitado que são os de alguns. Isso claramente afeta o meu comprometimento mas não tinha percebido até fazer uma profunda reflexão. Ser "mandado" por quem não tem estofo intelectual para tanto é um saco e vai deprimindo a vontade de dar o melhor, mas entendi que não posso pura e simplesmente me deixar levar por um fator como esse.

A paixão continua aqui, sempre esteve. Apenas a tinha arquivado em alguma gaveta nos arquivos de minha mente. Mas a achei e ela esta mais forte que nunca. Não posso usa-la em apenas um dia da semana, tem que ser todos os dias, mas agora, a medida que escrevo, percebo que o que me impulsiona, o que sempre me impulsionou é a paixão. Mando o dinheiro a merda, não vendo para ficar milionário e talvez até devesse, mas vendo por paixão, por uma necessidade que vem de minhas entranhas de vender, de ganhar, de fazer um não virar sim, de olhar para uma mesa ao seu final e pensar: vim, vi e venci!

Trabalho pela minha satisfação por reconhecimento e por dinheiro, nesta ordem. Minha satisfação eu resolvo comigo mesmo, reconhecimento nesta minha profissão e na empresa que trabalho especificamente, não terei, dinheiro, este vilão invencível virá de forma natural. No campo do reconhecimento me entristeço pois ser reconhecido é algo vital para qualquer profissional, mas as peculiaridades da corretagem de imóveis tornam o reconhecimento uma manifestação pouco aceitável que quando usada deve ser em doses homeopáticas. Uma merda. O que funciona na corretagem é a auto louvação. O eu fiz, eu sou bom, o para que vamos falar de você? Vamos falar de mim que é mais legal.

Todos os dias. Sem descanso, motivação lá em cima, sabendo quem eu sou e o que posso fazer. Todos os dias. Sem medo, sem espaço para zona de conforto, sem vacilar. Todos os dias. Usando todo o meu conhecimento, todas as armas que possuo, indo além do que se espera, sendo mais do que eu posso ser, quebrando meus limites, quebrando tackles (entendedores entenderão)

Quero vencer. E vou. Todos os dias.

É isso

Ouvindo: a obra prima dos Beatles (em minha opinião) Abbey Road

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

LeFou. (Um Post Que Ninguém Lerá e Isso Não Me Importa Nem Um pouco)



LeFou, o personagem gay da adaptação dos estúdios Disney para o conto A Bela e a Fera é o meu personagem favorito de toda história. Já disse isso aqui quando escrevi sobre o filme que mais gostei de assistir em 2017. Não, na primeira versão da Disney, a do desenho animado que concorreu ao Oscar de melhor Filme (um despautério, ainda bem que não ganhou), Lefou não se revelava gay o que fez muita gente babaquinha achar que o fato de Lefou ser claramente um personagem homossexual nesta última versão foi uma imposição do lobby gay ou um plano malévolo (seria o irmão bastardo de Malevóla?) da Disney para destruir as famílias ditas tradicionais.

Não, nem uma coisa nem outra. Lefou é gay porque os gays sempre existiram e sempre existirão e não retrata-los em filmes (ainda mais nesta versão de A Bela e a Fera que não foi concebida para crianças), é de uma bobagem atroz. O mundo, é plural como ele é, não como setores conservadores gostariam que ele fosse. Existem Cristão, Budistas, Umbandistas, Muçulmanos, Ateus, Heteros, Gays e uma variedade sem fim de formas de pensar então pluralidade é necessária em filmes, peças de teatro e qualquer outra expressão artística.

No filme Lefou não anda com uma bandeira com as cores do arco-iris pendurada em suas roupas. Suas atitudes são questionáveis pelo caráter das mesmas, não porque seriam tomadas apenas por alguém com a orientação sexual que ele tem. Gente mal caráter existe em todos os lugares em todos os tempo e sem problemas com a tal orientação. LeFou alias tem qualidades que são desejáveis em qualquer ser humano como a lealdade e pasmem, uma bondade insuspeita, escondida sob os escombros de uma personalidade manipulada pela razão primeira de seu afeto, Gaston, personagem que por ser exatamente como a maioria da humanidade é e apenas não se reconhece como tal, jamais merecerá um post.

LeFou entende que o amor é querer o bem de quem se ama e por este motivo não mede esforços para o ver o tosco do Gaston ficar com Bela, ainda que o quisesse para si. Existe também uma admiração óbvia de LeFou por Gaston que talvez o faça querer ser seu amado em alguns momento, mas na verdade o que ele quer é abraça-lo beija-lo, ama-lo enfim, sem reservas. Isso não tira de LeFou  nuances naturais a qualquer ser humano entendem? Um homem querer beijar outro homem é algo que diz respeito apenas a quem quer beijar e quem se permite ou não ser beijado. LeFou não é mal por ser gay.  E não se redime no final do filme porque o mesmo lobby gay lá em cima pediu. Se redime (em certa medida apenas, alguns nem redenção considerarão  neste caso) porque sua história dentro do filme o conduz para isso e porque a pessoa que ele é de fato se sobrepôs a que ele escolheu ser por muito tempo, ou pelo tempo que o filme durou.

Não existe bandeira em A Bela e a Fera e muito menos no personagem de LeFou, mas seria muito bom se as pessoas assistissem ao filme e captassem a essência dele, LeFou e ao faze-lo buscassem tornarem-se pessoas mais tolerantes. Homossexuais não são aberrações, são seres humanos que gostam de pessoas do mesmo sexo que o seu e isso não os faz nem piores e nem melhores e nem mesmo diferentes de mim e de você, apenas os fazem pessoas com uma peculiaridade que eu não tenho. Mas e dai? Eu sou chato para caralho e nem minha heterossexualidade me livrou disso.

Amo o personagem de Lefou defendido com uma competência absurda Josh Gad. Não o tornando uma caricatura tosca e sem sentido e sim o fazendo uma pessoa como eu e você com erros e acertos e sua sexualidade sendo parte integrante da pessoa que ele é. Nada além. A Bela e a Fera é um filme espetacular em mina visão ainda que Emma Watson seja a Bela e isso quase ponha tudo a perder. Seu roteiro e sobretudo o acerto de Lefou tornam o filme mágico, digno de ser visto e revisto. Para quem tem telecine, estréia lá Domingo que vem as 20:00 e claro eu não ganho um centavo por dizer isso até porque ninguém investiria em um blog que ninguém lê.

É isso.

Ouvindo: Lily Allen

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Depois Do Natal (Feliz Natal Atrasado)



Estou ficando a cada dia mais sentimental, isso é fato. Não sei se tem haver com a idade, com a visão de mundo, com as conversas que tenho tido comigo mesmo, enfim, não sei a razão, mas me sinto muito, muito sentimental a cada dia que passa. E o Natal, época sempre tão odiada por mim, (sim a palavra é odiada) este ano se tornou em algo absolutamente belo e comovente. Não quis dizer isso a ninguém e nem durante o Natal, mas ele passou e agora me sinto na necessidade de dizer que mesmo tardiamente, entendo agora alguns aspectos do natal.

A minha trilha sonora neste período foi uma das melhores Cantatas Natalinas que já ouvi, " O Natal dos Anjos" e ela me ajudou também a entender um pouco sobre a beleza não da data 25/12, mas o significado tão caro para tantas pessoas. Não importa que Cristo não tenha nascido nesta data inventada pelo comércio e tão pouco importa as árvores de natal sem sentido, a neve nas peças comerciais em países tropicais, enfim, nada disso importa. Importa no Natal o fato de as pessoas estarem mais abertas a dar e receber amor, a fazer o bem e em que pese o fato de muita hipocrisia rolar, em que época do ano ela, a hipocrisia esta extinta?

Natal não é sobre Peru, Chester ou qualquer outra comida. Não é também sobre presentes que trocamos nem tão pouco sobre as roupas novas que usamos. Natal, nada mais é do que  o momento em que celebramos que Deus, lá do céu, olhou por seus filhos caídos, representados por Adão, o primeiro, e concebeu um plano de redenção que apenas Ele em sua imensa bondade poderia ter concebido.

Natal é sobre aceitar que o nascimento do menino Jesus, seja o dia em que ele tenha ocorrido era a maior e mais pura expressão de amor que jamais existiu. Deus, o pai, enviou o seu filho para se fazer homem e ser concebido de forma única e miraculosa para que ele se tornasse Aquele que carregaria toda a culpa do mundo em seus ombros em forma de Cruz e uma Cruz que não era Dele.

O Natal se  torna uma data especial quando olhamos para quem amamos e nos enternecemos e derramamos ainda mais amor em favor dessas pessoas, mas se torna ainda mais especial e único, quando olhamos para aqueles que nem sabemos quem são e compreendemos as suas demandas e no compadecemos delas e produzimos ainda mais amor para com elas compartilhar. É isso, creio eu, que que o Pai Eterno espera de seus filhos, que compartilhemos amor e sejamos transmissores de sua graça, mostrando ao mundo que o Deus Menino símbolo de mais de um bilhão de seguidores do Cristianismo continua vivo em nossos corações e que no Natal, ele aflora ainda mais forte e pronto para nos tornar pessoas melhores.

O Natal infelizmente é contaminado por tudo o que é comércio, tudo o que é ruim, mas ainda podemos se realmente quisermos, separar o que é de mal do que é bom, justo e digno de ser proclamado. Desejo a todos, ainda que atrasados, Feliz Natal!!!

É isso.

Ouvindo: O Natal Dos Anjos

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Wonder (Extraordinário)



E então eu fui assistir "Wonder" (Extraordinário), e confesso, fiquei impressionado por ser um dos raros filmes que consegue ser tão bom e tão ruim ao mesmo tempo. O tempo nãos erá gentil com Wonder, o filme, mas o livro no qual se baseia, este sim será sempre lembrado de forma positiva por tratar de um tema espinhoso e  forma leve, concisa e cativante. Não fosse o roteiro de Wonder baseado no livro que Wonder é, o filme seria de uma chatice colossal. Explico.

Wonder tem Owen  Wilson. Tirando " The Excentrics Tennembaus" Wilson nunca fez nada de relevante, que realmente preste e não seria aqui que sua atuação preguiçosa e distanciada do expectador seria diferente. Wilson é uma pálida figura do que de fato o seu personagem deveria ser. Aborrecido é pouco para os momentos em que ele aparece em cena.

Wonder também tem Julia Roberts. Sim gostei de Julia em Erin Broncovich. Não, não gostei de Julia em mais nada. Aqui, ela até acerta o tom ao interpretar a mãe de August, mas é atrapalhada tanto por Wilson quanto pela atriz que interpreta a irma de August, uma chatinha de galocha e de recursos dramáticos inexistentes.

Nem cabe comentários a atriz que interpreta Miranda e o rapaz que interpreta o namorado de Via, a irmã de August. São apenas pessoas chatas que por acaso ganharam um papel em um filme. Na verdade, com o roteiro tão arrebatador que tem, Wonder merecia tratamento de filme pequeno, quase um cult, com atores menos badalados mas que fossem atores de verdade.

De qualquer forma, temos dois atores que honraram ter seus nomes nos créditos: Mandy Patinkin, que sempre é nada menos que excelente e, creiam ou não, Sonia Braga. Quem me conhece sabe que odeio patriotada, mas Sonia, em menos de  2 minutos em cena é simplesmente notável, arrebatadora. Sonia não cabe em novelas brasileiras a muito tempo e nos EUA tem uma carreira consolidada. Vendo Wonder, percebi que sua carreira lá é fruto de competência e não da "brejeirice" de Gabriela, um dos piores livros/filmes/série ou qualquer outra forma artística que se queira lhe dar de todos os tempos. Sonia aparece em uma cena e faz chorar quem tiver o minimo de sensibilidade.

Sobre as crianças, todas adoráveis.

A força de Wonder, o que faz dele um grande filme, reside em seu roteiro. Enxuto, bem construído e emocional sem ser um perigo em potencial para diabéticos. Wonder toca no assunto do bulling mas vai muito além disso. é um filme que fala de aceitação, de auto aceitação de entender as diferenças de lutar para que elas não atormentem quem é diferente e sobretudo fala sore amizade e de como este tema pode ser espinhoso no universo infantil e adolescente. Faz tudo isso sem delongas, sem entendiar e envolvendo o expectador na história sem que ele fique bravo com as nulidades adultas que passeiam por ela sem um objetivo concreto.

Wonder é um filme para ser visto com calma e depois virar conversa entre amigos e família porque toca o coração com sua história emocionante. Vale a pena ser visto e recomendo demais que seja visto como programa de pais e filhos. Renderá  boas conversas, com certeza.

É isso.

Ouvindo: Wintley Phipps