quarta-feira, 18 de julho de 2018

Eu, a Fé e o Amor


Eu sou um homem,  heterossexual, 45 anos que crê em Deus e família. Creio em Deus do meu jeito, as vezes descrendo por conta de dúvidas lancinantes que me deixam confuso em todas as demais áreas de minha vida. Não estar certo da existência de Deus me rouba o equilíbrio. E na boa, isso acontece o tempo todo comigo. Por que o mundo em que vivo acabou a muito tempo em minha opinião e não vejo interferência Divina para que as coisas mudem.

Sei também que Ele não deve intervir, tudo esta escrito e profetizado e as coisas vem acontecendo da forma com que a sua palavra disse que aconteceria. Ainda sim, me sinto confuso, me abalo com essa confusão, queria ter uma fé de homem, não de menino, mas é assim que minha fé se apresenta, a de um menino. A fé para mim nem precisa mover montanhas, bastaria que ela aquietasse meu coração.

Eu creio que homens Muçulmanos, Budistas, Xintoístas e de tantos outros  credos também tem em algum momento sérias dúvidas sobre suas questões de fé. E a fé, em maior ou menor grau é o fio condutor do homem. Ainda que um homem seja um deserto de crenças, que nada floresça em sua alma, ainda sim perguntas simples martelam o seu coração vez ou outra. Para mim, é impossível me ver evoluído de uma outra espécie qualquer que lá atrás a milhões e milhões de anos passados desembarcou aqui em nosso planeta sabe-se lá como e evoluiu, evoluiu, evoluiu e chegou a um ser que pensa, pode gerar uma vida, pode tirar essa mesma vida, desenhou coisas maravilhosas, enfim, um ser com uma inteligência privilegiada.

Por outro lado, eu olho para o Deus que eu creio e me pergunto porque as coisas chegaram a tal ponto.

E a única resposta plausível para mim esta no amor. Meu coração e creio sinceramente que o de todos os outros seres humanos foi inundado de amor que vem direto do Criador. A diferença entre evolucionistas e criacionistas pode ser em grande medida explicada ai. O amor na equação dos criacionistas tem papel fundamental. Creio que também que todos nós, por mais miserável que sejamos, que nos tornemos ao decorrer da vida, somos lançados ao mundo com um "reservatório" de amor que vai sendo reposto ao longo da vida com as referências que escolhemos para a nossa vida, com nossas atitudes para com o próximo, com nossa crença fundamental seja ela no que for ou em quem for.

É o amor que nos liberta e nos faz melhor dia a dia. é o amor que nos conduz em um caminho minimamente bom e do bem. Só o amor nos impede de esganar o próximo quando ele nos faz mal. é O amor que permite seu subproduto, a empatia. Ser empático para com o próximo é algo que só é possível quando amamos, quando transbordamos esse sentimento. É o amor que nos permite estar no Outono esperando pela próxima Primavera. Sem o amor não somos nada, cada dia eu creio mais nessa premissa.

E se eu creio que  Eterno é a fonte de amor, a melhor forma de me conectar com Ele, é sendo pleno de amor, é amando sem barreiras, sem preconceitos, mando apenas porque o amor é o Verbo Vivo e se afogar no amor é viver em abundância.

Eu me pego pensando na criação e sobretudo no Criador e compreendo que o exercício de ter fé tem total consonância com o exercício paralelo de amar. Se eu sou cheio de amor, eu sou cheio de fé. Não existe fé possível sem o amor a permeá-la e o ato de amar me enche de fé em uma simbiose profunda e desejável. Se Deus é amor, é este amor que me faz ter toda a fé que necessito para com Ele caminhar.

Sem Deus, não existe amor e sem amor, não existe fé e só pode se ter amor, praticando-o, pois quanto mais amor se dá, mais ele nos retorna.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

terça-feira, 17 de julho de 2018

A Necessidade de Falar Sobre Fernanda



Minha primeira referência emocional, a ideia mais sólida de amor que tenho e também a mais antiga é minha irmã Fernanda. Jamais conseguirei superar a sua morte e difícil é o dia em que não me lembro dela. Fernanda, mais que minha irmã foi uma espécie de anjo em minha vida com seus cabelos loiros como um campo de trigo e seus olhos expressivos. Mesmo após 35 anos de sua morte eu ainda escuto sua voz tatibitate falando comigo.

Eu tive um cachorro chamado Nero. Um pouco antes de Fernanda vir ao mundo, eu tinha Nero e ele era meu companheiro. Adultos imbecis inventaram de dar pinga pura para ele em um churrasco e o cachorro aparentemente gostou do lance, pois foi tomando várias e várias doses até que no fim do dia, morreu. Vi pela primeira vez como o mundo poderia ser louco porque aparentemente apenas eu sofri com a morte do cão, enquanto os adultos a minha volta acharam divertido vê-lo dando voltas sobre si mesmo até cair inerte, sem vida. Nero foi colocado em um saco de lixo e jogado com o restante do lixo produzido aquele dia para ser recolhido pelo caminhão de lixo.  Só eu sei o quanto sofri quando me  dei por conta que Nero jamais iria novamente brincar comigo. Nunca mais me apeguei a animal algum, pois sei que eles morrem e a dor machuca muito mais que o aceitável.

Menos de um ano depois, veio Fernanda. Não me deixavam pegar o bebe. apenas uma vez minha mãe deixou eu pegar Fernanda em meus braços e sob forte vigilância. Não a culpo, uma vez que eu era e sou ainda uma pessoa absolutamente desastrada. Mas lembro do seu cheirinho até hoje e em momentos de extrema tristeza, lembranças assim me confortam. Conforme Fernanda foi crescendo, nossos laços foram se estreitando e o primeiro nome que ela disse foi o meu. Ela queria sempre estar ao meu lado, brincávamos o tempo todo e a nossa moda, "conversávamos" sobre tudo.

Fernanda me ensinou que existe uma forma de se relacionar sem interesse, apenas por amor, apenas trocando amor em doses cavalares dia a dia. Não tenho dúvida alguma de seu amor por mim e o amor que eu devolvia a ela diariamente. Quando ela se foi, tudo o mais se foi junto. Deixei de ir a escola, não joguei mais bola na rua, não queria mais nada além de ficar olhando o seu berço vazio, até que o levaram embora também. Existe um vazio tão grande em mim criado pela sua ausência que muitas vezes me sinto esmagado pelo buraco cheio de nada que existe aqui dentro.

A certeza de ser amado foi substituída por outra, a de ser sempre alguém a ser deixado de lado. Se eramos prioridade um para o outro Fernanda e eu, hoje sou aquele cara que sempre fica em segundo plano. Não, não é uma queixa, apenas uma constatação. Viver muitas vezes para mim é um fardo e em momentos de tristeza sempre é minha irmã que me vem a mente e por este motivo preciso falar sobre Fernanda, não deixa sua memória morrer, não me esquecer da pessoinha que realmente me amou na vida.

Fernanda foi um anjo efêmero porém intenso em minha vida. Minha vida nunca mais foi a mesma depois de sua partida. Mas lembrar de Fernanda me conforta e nesse conforto, eu prossigo.

É isso

Ouvindo: Felipe Valente

sábado, 14 de julho de 2018

Fui, ou Melhor, Sou Um Desbravador



Sou, porque só quem foi investido com o lenço dos Desbravadores sabe a emoção que isso trás.  Fui, porque em algum momento em minha vida me perdi completamente dos preceitos que regem os Desbravadores. A saber:

Voto Dos Desbravadores:
"Pela graça de Deus, serei puro bondoso e leal, guardarei a lei dos Desbravadores, serei um servo de Deus e um amigo de todos"

Simples né? E tão, mas tão efetivo. Tem também a lei:

A lei dos Desbravadores ordena-me:

Observar a devoção matinal
Cumprir fielmente a parte que me corrensponde
Cuidar de meu corpo
Manter a consciência limpa
Andar com reverência na casa de Deus
Ter sempre um cântico no coração
Ir aonde Deus Mandar

Simples né? Por que eu me perdi de de preceitos tão relevantes e ao mesmo tempo resumidos, que fazem a vida ser melhor  e mais regrada? Eu tenho saudades desse tempo. Eu realmente tenho saudades desse tempo. Mas esse tempo passou, sou uma pessoa tão diferente do que já fui, mas tão diferente, que até me assusto! Não se se pior, mas muito diferente.

Agora, vendo no canal da IASD Penha, minha igreja desde sempre, um programa especial comemorando os 48 anos do Clube de Desbravadores Falcão Real, único clube ao qual  fui filiado e com imenso orgulho investido no Lenço aos 13 anos de idade me emociono vendo a cerimônia de Investidura de novos Desbravadores.

Estou em um plantão de vendas mas sei que deveria estar na igreja, eu sei disso. Existe uma emoção enorme em meu coração agora ao ver a guarda de honra saudando os novos membros que ainda sem lenço em instantes envergarão o maior orgulho de um Desbravador, seu lenço amarelo. Lenço esse que traz responsabilidade, deveres mas também um imenso orgulho!

Fui, ou melhor, sou um Desbravador com muita felicidade. Pela graça de Deus, eu tive esta honra em minha adolescência e a tenho até hoje. Ok, confesso, na época, eu era mais ligado ao departamento musical da igreja, preferia estar no coral, ou enfim onde estivesse música, mas no meu coração tem um espaço para o lenço amarelo e os acampamentos, "descidas de serra" e tantas outras atividades, jamais sairão de minha memória.

Estou aqui assistindo esta cerimônia e me emocionando, chorando mesmo escondidinho aqui em minha sala e ai me veio a letra do Hino dos Desbravadores em mente e com ele encerro meu post.

Hino Dos Desbravadores

Nós somos os Desbravadores,
Os Servos dos Reis dos Reis
Sempre avante assim marchamos, fieis as suas leis
Devemos ao mundo anunciar,
As novas da salvação,
Que Cristo vira em Breve,
Dar o galardão.

*Nota cômica
Passei mais de um ano cantando a última frase do hino de forma absolutamente equivocada, no lugar de "Dar o galardão" cantava "Dai lugar Arão!!!!!" Passei este ano todo pensando o porque Arão estava com o lugar de outra pessoa e principalmente qual o lugar na estrutura hierárquica dos Desbravadores deste tal Arão, uma vez estava sendo citado no hino oficial dos mesmos. Até que um dia vi a letra impressa eme liguei da bobagem que cantava...

É isso.

Ouvindo: Hino dos Desbrvadores


domingo, 8 de julho de 2018

Todo Meu Amor Por Johnny Cash


Impossível é para mim não amar ao Sr  Cash. Por todo o seu talento, por todas as suas músicas compostas ou pelos covers inacreditáveis que perpetrou sempre melhor que os donos legítimos das canções que  se dispôs a cantar neste formato. J. Cash forma para mim, juntamente com Michael Jackson e Whitney Houston o triunvirato mais importante da história da música americana em todos os tempos.

Muito mais do que um simples cantor e compositor foi o Sr Cash. Arruaceiro, bebum, viciado em boa parte da vida em todas as drogas possíveis e imagináveis ele teve um comportamento  dissoluto além de auto destrutivo na maior parte do tempo. Os relatos em sua auto biografia que certamente devem ter poupado muito da sordidez de seus atos são ainda sim de deixar o cabelo em pé de qualquer pessoa mais "certinha". J. Cash não era para pessoas que se consideram santas. Era o artista amado nas prisões, nos bares, nos prostíbulos e pasmem, nas cruzadas do homem de Deus Billy Graham.

Sim, Billy o convidada para as suas cruzadas juntamente com sua inseparável esposa June Carter Cash e ele deleitava-se em apresentar-se cantando seus standarts Gospel levando  estádios inteiros ao delírio e sobretudo a reflexão. Musicas como "The Man Comes Around" com sua letra seca e absolutamente inequívoca quanto ao que quer falar eram sua marca registrada quando o assunto era o seu sempre presente Cristianismo.

O Homem Vem Por Aí

E ouvi, como se fosse o som do trovão
Uma das quatro bestas dizendo
Venha e veja
E eu vi
E contemplei, um cavalo branco
Há um homem por aí anotando nomes
E ele decide quem livrar e quem culpar
Todos não serão tratados igualmente
Haverá uma escada dourada descendo
Quando o Homem voltar
Os pelos de seu braços vão se arrepiar
Com terror em cada gole e cada mordida
Você compartilhará daquele último copo oferecido?
Ou desaparecerá na terra do oleiro
Quando o Homem voltar
Ouça as trombetas, ouça as flautas
Cem milhões de anjos cantando
Multidões estão marchando para o grande tambor
Vozes chamando, vozes chorando
Alguns nascem e alguns estão morrendo
É o reino do Alpha e do Ômega que está vindo
E o turbilhão está no espinheiro
As virgens estão todas arrumando suas mechas
E o turbilhão está no espinheiro
É duro para ti recuar contra as picadas
Até o Armagedom sem shalam, sem shalom
Então o pai chamará suas galinhas para casa
O homem sábio irá se curvar perante o trono
E ao Seus pés jogarão suas coroas douradas
Quando o Homem voltar
Quem for injusto, continue sendo injusto
Quem for correto, continue sendo correto
Quem for imundo, continue sendo imundo
Escute as palavras escritas há muito tempo
Sim, nos parágrafos acima eu descrevi um homem que não era exatamente um exemplo de Cristianismo, muito pelo contrário e ai é que reside talvez o ponto fulcral de meu amor pelo Sr Cash: Mesmo sendo aparentemente todo errado, todo confuso, ainda sim existia algo tão bom e pode-se dizer até tão puro, que fazia com que um homem reconhecidamente exemplar tirasse um tempo para viajar em férias com ele para Jamaica onde o Sr Cash possuía uma casa.
Além disso o Sr Cash era um reconhecido filantropo, sempre apoiando causas ligadas  as mais nobres intenções tendo inclusive financiado de seu próprio bolso um filme de temática Cristã.  Suas músicas, fossem seus impecáveis álbuns de temática gospel, fossem os seculares  foi sempre pensada para trazer deleite a quem a ouvia, não há um único álbum do Sr Cash em que se possa apontar um exercício narcisista e de auto satisfação em detrimento ao seu público que no final das contas pagava para vê-lo cantar e sobretudo para leva-lo para casa em forma de discos.
Não há de minha parte condições de julgar o comportamento do Sr Cash de dizer que ele era um homem segundo o coração de Deus ou um homem com a certeza da danação infernal quando o momento chegar e nem me interessa saber o que acontecerá com ele. O que importa para mim é que o Sr Cash, um homem que nasceu décadas antes de mim em um lugar qualquer do Arkansas, mais ou menos o equivalente americano ao nosso  Piauí foi um homem a frente de seu tempo tanto musicalmente falando quanto de sua conduta como pessoa.
Me vejo em grande medida refletido no Sr Cash. Meu comportamento errático e auto destrutivo muitas vezes emula o dele. Meu amor pelo cristianismo ainda que de forma totalmente torta também. Só lamento não ter o talento que ele teve ou estaria eu agora fazendo o que ele sempre fez, dentro de um ônibus viajando seu país em turnê.
Sr Cash, a ti todo meu amor e admiração e fica a lembrança sempre vívida em meu coração "The Man Comes Around". Creia, nenhum pastor conseguiu planta-la de forma tão enraizada em meu coração como conseguiu a sua canção.
É isso.
Ouvindo: J. R. Cash

sábado, 7 de julho de 2018

Obrigado, Tite. Obrigado, Jogadores.



A seleção Brasileira não esta mais na Copa do Mudo da Rússia. Perdeu para uma seleção que claramente jogou melhor que mereceu vencer que estava em uma noite inspirada. E dai? A vida segue, não?  Ainda somos um país de imensas mazelas sociais que nem a conquista de uma Copa do Mundo iria resolver. A frase da copa para mim alias veio do técnico do Uruguai, Óscar Tabárez: "Do que adianta ganhar a Copa do Mundo da Rússia se as crianças de meu país não sabem onde fica a Rússia?"

Claro que não vou aqui ficar com um papo chato de como a Copa é alienante a tals, porque eu mesmo então terei que me declarar alienado, já que torci como louco pela seleção. Acho o discurso de futebol como instrumento de alienação datado e não mais cabível em uma sociedade em constante evolução. Quero falar sobre a nossa seleção e de como para mim ela perdeu de forma a nos orgulharmos dela, sem passar vergonha, sem falta de brio. Perdeu porque o outro time foi melhor e isso é da vida e do futebol, um time sempre será melhor que o outro ainda que seja apenas por um jogo.

Quero sim agradecer ao Sr Adenor porque fez suas escolhas e as bancou. Não se acovardou, não cedeu a apelos de pessoas que entendem muito, muito menos, quase nada de futebol quando comparadas com ele. Pessoas que agora se acham no direito de ressaltar apenas a derrota e se esquecem fácil da campanha impecável nas eliminatórias. Pessoas que parecem achar que para ele tanto fazia ganhar ou perder e que diminuem a sua competência para um nível quase 0.

Eu não aceito isso. Tite é um técnico brilhante que fez o melhor que pode e infelizmente falta a nós brasileiros a esportividade e principalmente a elegância de entender que a derrota é tão parte integrante do jogo como a vitória e que cabe aos que perdem a grandeza de aplaudir aos vencedores. Tite falhou sim ao insistir com alguns jogadores, ok  mas apenas um pode ser técnico e ele aceitou essa tremenda responsabilidade e toda a pressão que a acompanha porque apostou em seu triunfo. Ele não ocorreu. A vida segue. Com seus erros e acertos, obrigado, Tite.

Quanto aos jogadores, qual a dúvida de que eles mais que ninguém ansiavam a glória de ser campeão? Se perderam, perderam lutando de forma alguma foram apáticos, covardes, coniventes com a derrota. Será que realmente alguém dúvida disso? Se alguns  mereciam ou não vestir a camisa da seleção é uma discussão interminável. Porém, quem renunciaria ao orgulho de entrar em campo em um jogo de copa do mundo?  E uma vez inserido neste jogo, quem não daria o melhor de si dentro de suas limitações?

Fácil agora é criticar a Tite e os jogadores, fácil descontar frustrações em cima de uma derrota da seleção. Difícil é ter serenidade para aceitar que perdemos para um time mais capaz e isso não é vergonha. Não existe a obrigação que querem imputar a um grupo de 11 jogadores e seus reservas de ganhar sempre e de goleada. Vamos respeitar o momento deles e de suas famílias, suas tristezas, suas dores. A glória lhes fugiu e não se trata de uma glória qualquer. Pior que os comentários de quem não entende absolutamente nada de futebol é ver esta glória lhes fugir de forma irreversível.

Quanto a porta da voz da CBF, a Rede Globo, uma cobertura chapa branca como sempre, deplorável como nunca. Galvão Bueno não vê o quanto é patética a sua postura e nem verá. A chusma de puxa sacos a lhe rodear serve de escudo e lhe impede de ver sua pequenez ao queimar jogadores de forma gratuita no ar.

Enfim, perdemos a chance de ganhar mais um título, mas afinal de contas, a vida é assim.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Tempo de Reconstrução


Tenho ouvido muito, mas muito mesmo e bota muito nisso, o álbum 'Som da Minha Vida" da Fernanda Brum. Não tem um dia que não o ouça por completo ao menos uma vez e acreditem, tem me impactado como poucos álbuns conseguiram impactar, agora mesmo, ao escrever este post o faço tendo como trilha sonora  Som da Minha Vida.

O tema "reconstrução" permeia o álbum todo de uma forma ou de outra. Letras inteligentes, que falam ao meu coração de forma direta, sem meias palavras, dialogando com minhas questões, com meus conflitos internos, trazendo reflexão me fazendo muitas vezes ter longos períodos de silêncio obsequioso onde desligo meu ego extremado, minha falta de humildade e tento me colocar na posição que me é de direito e rejeito, a de servo de Deus.

Não sei me colocar na posição de servo, não sei me quebrar porque acho que não preciso me refazer. Minha euforia comigo mesmo me faz não ver necessidade alguma de mudança. Elogios são um veneno para mim e os tenho recebido em profusão ultimamente o que pode significar a minha ruína. Agradeço a Deus pelo álbum de Fernanda e suas canções que me fazem ver o ninguém que eu sou de verdade sem estar ao lado do Eterno. Difícil reconhecer a mim mesmo, difícil até saber quem eu sou de verdade em meio a tantas palavras que tenho ouvido e pior, acreditado.

Meus dilemas parecem simples para muitos mas para mim são imensos, ondas gigantes, verdadeiros Tsunamis que me afogam porque não sei lidar. E sei que o maior paradoxo não apenas meu, mas da humanidade, ou ao menos da porção Judaico - Cristã é saber o quão simples é resolve-los. Se o Eterno tivesse criado algo extremamente complexo como um jogo para ser jogado durante toda vida, com idas e vindas, um labirinto a percorrer, talvez ai sim mais e mais pessoas eu inclusive afluiriam a Ele na tentativa de ter um lenitivo para suas dores.

Acontece que Ele criou algo tão simples, tão fácil de ser feito que não entra na cabeça (ao menos na minha) como pode ser assim tão simples, quase desimportante, bastando aceita-lo. Como assim? Sem penitências? Sem sacrifícios imensos? Apenas aceita-lo? Não pode ser assim. Não da pra ser assim. Não vale ser assim.

Não falo por ninguém, mas posso falar por mim. Tenho o hábito em meu trabalho de transformar algo simples em algo triunfal, majestoso. Tenho a habilidade de vender minhas insignificâncias com uma grandiloquência absurda, risível até. O Eterno não se importa com isso. Minhas supostas conquistas, a forma com que convenço pessoas a comprar imóveis que nem queriam comprar pra Ele não interessa nem um pouco. A minha eloquência é para Ele, conversa fiada, nada além disso. Ele quer meu coração, não meu discurso de feitos bobocas.

Eu por meu turno não aceito isso. Quero reconhecimento,  quero confetes, quero os louros das minhas supostas vitórias. Não quero ser como o personagem da fantástica canção do "Arrais", "Rojões", cantar das vitórias e guerras que nunca vi. Não, eu quero o protagonismo. Ser indispensável, insubstituível e ninguém o é. Simples assim.




No entanto, é momento de quebrar-me, em milhões de pedacinhos. Não em duas metades, mas em pedacinhos que não possam ser  unidos novamente. É preciso uma reconstrução total, muito diferente de uma reforma, onde o básico se mantém e se muda uma coisa aqui, outra ali, eu preciso de uma total reconstrução com todas as dores e percalços e tropeços que algo assim pode proporcionar. Não importa o quanto eu desvaneça no caminho, não importa o quanto eu lute contra minha arrogância, minha falta de tato ao lidar com seres humanos em geral, nada disso importa, é tempo de reconstruir, de voltar ao pó (não, não quero morrer ainda) e talvez emergir dessa experiência como alguém se não melhor, ao menos menos pior do que hoje sou. Será?

É isso.

Ouvindo: Fernanda Brum

terça-feira, 3 de julho de 2018

Dos Meus Erros, Dos Meus Acertos, Das Minhas Escolhas



Dos meus erros não me envergonho porque nunca errei fazendo nada para prejudicar ninguém. Não é de mim. Meus erros, quando acontecem, atingem a mim mesmo e causa dor e sofrimento a minha pessoa. Claro que as vezes eu posso errar e entristecer outrem, mas nunca, jamais será com tal intenção. Evidente que minhas ações podem chatear outras pessoas, e a essas eu externo meus sentimentos e meu pedido mais sincero de perdão, porque não quero passar pela vida coma mancha  de ser alguém que não se importa. Sim, eu me importo, e muito.

Dos meus acertos eu não me orgulho. Não sou do tipo que bate no peito e diz: "Eu sabia que ia dar certo!" Na maioria das vezes eu acerto após errar, após experimentar o fracasso vem a glória e sei bem da efemeridade da glória, seja ela qual for. Não me iludo, não mais. Já me iludi muito, confesso, mas hoje sei bem as luzes que reluzem de forma ofuscante são as mesmas que se apagam quando eu menos espero. Claro que quando acerto, a felicidade me sorri, mas hoje em dia, respondo o sorriso da felicidade com um aceno tímido, sem me deixar inebriar.

Na verdade acho que meus acertos e suas consequências são como uma música linda que se desenrola em sua magnitude mas que inevitavelmente se acaba. Ficam as lembranças e vez por outra eu me pego relembrando estas canções de acertos e me sentindo feliz e confortado. Assim também acontece com meus fracassos, com a diferença que não peço para ouvir minhas canções de derrota e quando isso acontece é porque alguém as tocou para mim. Eu aceito escutar novamente, porque mais que momentos tristes que voltam a baila elas são como lembretes de um passado que não pode mudar o meu futuro, pois para isso não tem poder, mas me lembra que minhas atitudes tem suas marcas indeléveis.

Quanto as minhas escolhas, as pauto de forma bem simples. Não se pode comer um bolo e continuar a tê-lo. Talvez as vezes eu não reflita tanto quanto eu deveria e jamais, jamais, poderei dizer que reflito demais. Eis ai um erro indubitável em  minha conduta, admito. Sim, eu gostaria de ser mais reflexivo, mas ainda não consigo embora isso por si só seja uma escolha a se fazer.

A incapacidade de escolher certas condutas em minha vida me mostra que viver não é fácil. Simples assim. Não para quem pensa demais, quer demais da vida ainda que não saiba viver da melhor forma. Algumas escolhas que faço sempre serão emocionais, sempre irão contra o que o racional que existe em mim quer ditar e isso me exige é claro, uma dose extra de energia para caminhar por caminhos que exigirão mais de mim. Pois que exijam! A vida é um constante rasgar-se e remendar-se como bem definiu Guimarães Rosa e quanto mais eu me rasgo e me remendo, mais pano aparece  e não canso de me surpreender com tudo isso.

O passado pode nos ensinar enquanto o futuro tende a nos iludir com suas promessas de brilhantes momentos e acontecimentos sensacionais. O presente, é sempre a melhor aposta, pois pode modular de forma racional o futuro se as devidas escolhas forem feitas. Dos meus meus erros não me envergonho, de meus acertos não me orgulho e de minhas escolhas serei sempre o primeiro a questionar.

É isso.

Ouvindo: Adele