Antes de mais nada, vamos nos deliciar com isso aqui:
Janet Paschoal. Essa mulher lutou e venceu um câncer. Essa mulher tem um verdadeiro coração adorador, em cada música que ela canta, em cada palavra que ela diz, isso fica claro. Bom essa mulher usa uma maquiagem lascada e unhas quase sempre vermelhas. Tadinha, vai para o inferno sem escalas! Ou não.
Deixa eu esclarecer uma coisa: Não sou um relativista. Não acho que tudo pode e tudo vale. Não acho que religião seja brincadeira que a gente leva do jeito que quer. Não acho que o que eu penso é o que vale e pronto, apenas coloco minhas opiniões que podem estar erradas, mas sem demagogia, admiro minha própria capacidade de não me furtar a ter opinião e não ser um hipócrita de plantão.
Minha igreja não permite é esse o termo, "permite" sob a condição de em caso contrário as pessoas que forem contra essa regra serem segregadas, olhadas de lado de forma torar enfim, o uso de jóias e maquiagem um pouco mais forte além é claro de unhas vermelhas.
Unhas rosinhas? Pode. Maquiagem mais leve? Pode também. Não pode o vermelho, não pode o lápis preto nos olhos, não pode o deliniador (acho que que é deliniador, afinal não me maqueio), não pode um brinquinho de pérolas delicado ou mesmo um bambole enorme, mas pode um anel junto com a aliança de casamento cheio de brilhantes ou coisa que o valha.
Aceitamos tudo o que não choque, tudo o que seja hipócrita. Falamos mal da vida alheia sem medo (característica de TODAS as religiões e todos os grupos sociais diga-se de passagem), apontamos para a roupa mais humildes de um irmão ou irmã. Rimos do sapato surrado de alguém, comentamos que o dia que o irmão fulano não for com determinada calça para a igreja ela vai atrás dele. Mas não vamos a sua casa perguntar se ele precisa de pão. Ou como vai seu casamento. Ou se seu filho tem material escolar adequado. Nada disso nos importa desde que sua esposa não vá nos chocar com suas unhas pintadas de vermelho.
Janet, neste vídeo que você assistiu ( se não assistiu volta lá e assiste e fundamental para a linha de raciocínio desse post) está maquiada até a tampa, não só ela como TODAS as mulheres que aparecem em cena. Suas unhas são de um vermelho muito bonito e ela usa brincos elegantes. Agora, quem vai dizer, quem vai ser o primeiro a dizer que seu modo maquiado de ser invalida a unção e o louvor que ela profere? Vão dizer que ela não tem o conhecimento "dessa verdade"? Por favor, sem arrogância, nós Adventistas já a temos por demais.
Ela simplesmente transborda seu coração diante de Deus ao cantar que não tem vergonha do evangelho de Jesus Cristo (não achei a versão legendada mas é isso que diz a ideia central da canção) ela não tem vergonha de ser cristã e muito menos de falar (e cantar) do evangelho de Cristo.
E nós? Também não temos? Espero que não. Mas ao olharmos para algumas irmãs que ousam usar unhas coloridas e maquiagem carregada o que pensamos? Sentimos vergonha de elas frequentem o mesmo recinto que nós? Pensamos que são 'novas na fé"? Ou que seus pais não lhes deram a adequada educação? Que em algum momento ela se perdeu, mas vai se achar?
Ora por favor! E quando nosso novo carro é comprado e orgulhosos mostramos para nossos irmãos? Estamos sendo piedosos? E quando nosso terno de R$3.000,00 é envergado com um mal disfarçado orgulho estamos sendo humildes? E quando esfregamos nosso conhecimento adquirido e o usamos para sobrepujar alguém sem tanto conhecimento assim, estamos sendo bondosos professores? E quando fazemos tantas outras coisas em público ou em secreto que sabemos ser contra o que nossa fé prega ou encoraja estamos sendo bacanas?
Por outro lado se você fa z da sua maquiagem a sua vida, algo do tipo "sem ela estou nua" ai você realmente merece o inferno sem escalas, porque tudo o que foge do equilíbrio nos faz mal. Eu me divirto ao perceber certos irmãos moralistas olhando para as meninas mais ousadas tanto no maquiar quanto no vestir e reprimindo suas próprias namoradas ou esposas. Ora! nos orgulhemos de nossas mulheres quando elas querem ser mais bonitas para elas mesmo e para as outras mulheres (elas são assim) e também para nós (um pouco sempre é para nós).
Será que Jesus lá do céu fica anotando a cor do esmalte ou da maquiagem que cada mulher usa? Ou o comprimento de sua saia ou vestido? Ou olha o seu coração piedoso, sua capacidade de amar sem reservas ao próximo, sua entrega a sua causa e tantas outras coisas que realmente importam?
Jesus vai voltar, querendo eu e você ou não. Se você não é cristão e lê esse post, procure se informar sobre o assunto busque uma igreja Adventista do Sétimo Dia, sintonize no canal 46 em tv aberta (tv novo tempo), e saiba que Jesus, nosso mestre, voltará a este mundo para buscar aqueles que o amam.
Não temos tempo para perfumaria (trocadilho infame eu sei), mas é tempo de consagrar nossos corações a Ele, não de olhar o esmalte da rimã ou a sombra de seu olho.
É isso.
Ouvindo: Janet Paschoal
Um comentário:
Adorei sua explanação sobre esse tema!Já faz algum tempo que me pergunto sobre isso e hoje resolvi pesquisar na net se mais alguém além de mim tinha essa dúvida ou explicava o tema.
Ando sempre com minha unhas pintadas, sou advogada, e me sinto bem aceito no meu meio assim, mas a alguns meses quando meu marido e eu começamos a frequentar a igreja adventista comecei a me sentir constrangida por adotar esse hábito que tenho desde mocinha, então um dia perguntei ao meu marido se haveria algum mau me portar assim, e ele me respondeu que não via problemas. Apesar de nenhum irmão ou irmã nunca ter dito isso diretamente a mim, certa vez me vi numa situação um tanto esquisita: eu com as unhas pintadas de roxo em uma roda onde surgiu o assunto do esmalte.As irmãs repreendiam outras irmãs de uma igreja pertencente a outro distrito, diziam " e aquelas maquiagens extravagantes e esmaltes vermelhos!" Então eu imediatamente me pronunciei "E qual o problema do esmalte ser vermelho? Aqui estamos todas de unhas pintadas existe alguma proibição a essa cor na bíblia?" As irmãs assustadas se entreolharam não responderam nada. E eu continuei: "Quero saber o que há de errado pois sou nova na igreja e preciso me adequar, se há em algum lugar da bíblia proibindo o uso do vermelho!" Nesse mesmo instante uma irmã anciã que observava a conversa de longe disse: "Não há nada de errado, nós e que somos provincianas!" Então me pergunto: Quem está mais errado, quem usa o esmalte vermelho ou quem torna disso uma maledicência, um comentário infame sobre a reputação da irmã que usa o esmalte vermelho e a maquiagem? Porque certamente uma mulher que usa essa maquiagem na igreja não tem o intuito de escandalizar, apenas segue padrões mínimos que seu mundo lhe impõe para ser aceita. Ou mesmo por que acha bonito. Seria estranho sim se ela se vestisse como a mil anos, ou se negasse a utilizar as modernidades desse mundo em nome da simplicidade e humildade. Se já aceitamos tantas coisas mundanas que nos são benéficas, por que não aceitar o uso do esmalte? Qual a diferença? Não vejo maldade em um esmalte, um acessório que pode ser tirado em um minuto sem dano algum ao corpo.
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