domingo, 26 de fevereiro de 2012

Colored People (ou deixemos de hipocrisia e falemos sobre o racismo que ainda impera no Brasil)

Começo pela minha profissão. Em Alphaville, negro é sinônimo de serviçal. A realidade é essa. Se entra um negro no plantão a tendência é ser olhado como um não comprador. Se é corretor, cansei de ver clientes desconfortáveis com o atendimento de um deles e ao menos duas vezes já ouvi de clientes que corretores negros não deveriam ser admitidos.

Indo a outro extremo a população carcerária do Brasil e composta majoritariamente por negros ou mestiços. (Porra, Alex, você com esses olhos azuis mais azuis que o mar tá fazendo o que ai?) Voltando para Alphaville, pegue o ônibus Tamboré 4 a 11 no horário da manhã e do fim de tarde e veja a tonalidade das empregadas que se utilizam dele.

Hospitais. Quantos médicos negros nós vemos? Quantos enfermeiros? E os seguranças? Quase todos! Engenheiros de obras da construção civil? é notável a quantidade de mulheres que são engenheiras, todas branquinhas e bem nascidas já que engenharia é uma faculdade cara pra dedéu.

A verdade é que o governo prefere implementar politicas ridículas de "Afirmação Social" que não vão levar os negros a lugar nenhum além das favelas que ainda habitam. Ouve mobilidade social? Claro, mas a mobilidade social dos negros não foi maior do que a média da população e para que eles tenham real ganho nessa área deveriam se mover rumo ao topo da piramide em velocidade no minimo dobrada em relação aos outros grupos sociais.

Essa mobilidade não ocorre em grande medida porque ainda se pagam salários menores para negros, eles estudam em escolas que tem piores professores e sobretudo porque lhes faltam exemplos de pessoas bem sucedidas de engenheiros, médicos, arquitetos, corretores de imóveis, enfim, de profissionais negros que chegam ao topo de sua profissão.

Jogadores de futebol e esportistas em geral e mesmo atores, cantores ou artistas como um todo não podem de forma alguma servirem como exemplo, pois são pessoas dotadas de talento incomum para chegar onde chegaram e não da pra todo negro ser Neymar, como não da pra todo branco ser Paulo Henrique Ganso.

Antes de mais nada é preciso que se criem mecanismos de mobilidade social acelerada para essa classe de pessoas que em nada diferem de mim e de você que lê, mas mecanismos que premiem antes de mais nada o esforço pessoal e o talento de cada um em sua respectiva área, não que faça com negros pulem etapas educacionais ou entrem em universidades apenas por serem negros, pois o que eles precisam é que lhes seja garantido o acesso ao ensino fundamental e dai sim, com esse acesso garantido se criem formas psara que a evasão neste estágio chegue próxima ao zero estatistico.

Somos todos iguais, negros não são cidadãos de segunda classe assim como pobres de qualquer cor também não o são, e talvez seja a hora de nosso pais abandonar a segregação de pretos e pobres e investir pesadamente em infra estrutura nos bolsões de pobreza das grandes capitais e não em obras para inglês ver.

Se ao invés de quereremos abrigar a copa do mundo e as olimpiadas esses recursos fossem designado para a educação e garantia de acesso a essa educação as camadas mais necessitadas talvez o abismo que separa ricos e pobres, brancos e negros dimininuiria consideravelnente em nosso País.



É isso.

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