quinta-feira, 5 de junho de 2014

Nós e o mundo cada vez mais sujo (um convite a reflexão)


Latrina, esgoto, ou o nome que você quiser der de mais pútrido e imundo. Este é o mundo que vivemos. Temos imundície para todos os gostos. Violência desenfreada, pornografia, pedofilia, uma prateleira com toda a sorte de imoralidades para se escolher, pegar, levar e usar.

O "nós" a que me refiro são as pessoas que ainda conseguem perceber este mundo que descrevo aqui. Porque é cada dia mais difícil de se escandalizar com os acontecimentos que se desenrolam dia a dia ante nossos olhos. O mundo se desintegra. Tudo a nossa vista. A  distância de um "clic" ou de um "zap". E cada vez nos importamos menos.

Se crianças são seviciadas por anormais pedófilos, achamos normal. Se o sexo vira moeda corrente de troca entre adultos (ou nem tanto), conseguindo "abrir portas" com um "abrir de pernas" achamos até graça. Se justiceiros querem matar alguém porque este alguém matou outro alguém achamos normal, justo e passível de condecoração.  Sobre a corrupção é melhor nem falarmos pois se incorporou a nossa sociedade como uma prática absolutamente normal. Não temos problemas com quem usa seu poderio econômico para obter ainda mais vantagens.

Não quero falar aqui da redenção pela religião, pois isso é pessoal demais. Mas será que abrimos mão de todos os nossos valores como sociedade? Não queremos mais ter uma coesão, um tecido social que permita um mínimo de convivência civilizada? Porque meus amigos, civilidade é tudo o que nos falta.

A internet principalmente quando combinada com os dispositivos móveis, como tablets e celulares, nos transformou em seres narcisistas, individualistas ao extremo e mesquinhos por falta de percepção. A vida em comunidade não nos interessa mais, a possibilidade de fazer o bem, de sermos pessoas de bem, de termos amor e compaixão para com o próximo e dele receber este mesmo amor e compaixão não é mais considerada.

Vivemos e aparentemente gostamos de viver de uma forma em que um Big Brother se instalou em nosso  estilo de vida com total anuência da maioria. Gostamos de espiar o outro e sentimos um fascínio insuspeito e ainda em boa dose inconfessável  de sermos espionados também. Coisas que deveriam ser feita a dois, são feitas de forma grupal e momentos que deveriam ser vivenciados em comunidade são vividos de forma solitária.

O acúmulo de dinheiro, bens, e toda a sorte de posses está no cerne de nossas preocupações. Queremos ter e não queremos ter por outro motivo além deste: O de querermos. Imóveis, carros, roupas, eletrônicos e tudo o mais nos são caros e objetos de desejo não para nos servir, mas para ser um fim em si mesmo. O sucesso não se mede em termos de cultura, ou generosidade, ou a capacidade de ser uma pessoa "boa". Nada disso. O sucesso em nossa sociedade se mede pela capacidade de se "ter" E "ter" no caso, muito mais do que se possa utilizar. E sem partilhar, pois partilhar é hoje encarado como motivo de fraqueza.

Esquecemos que se alguém, cansado deste estado insano que se instalou no mundo tiver acesso a um tubo de ensaio com o vírus da Varíola por exemplo, uma doença que não existe a pelo menos 60 anos e para a qual não existem  doses de vacina suficiente para imunizar Alphaville  que seja, resolver pegar este tubo e quebra-lo em plena estação de Metrô da Pça da Sé, em menos de um mês a população de nosso país terá caído a menos de um terço do que é hoje, e não há bens que possam evitar esta tragédia.

Abrimos mão de sermos pessoas decentes essa é a verdade. Olhamos para nós mesmos e isso é tudo o que importa. Não olhamos mais para o alto, não buscamos mais pela palavra de Deus, a única fonte segura para quem busca um mínimo de consolo e de segurança em dias tão conturbados.

O mundo não vai melhorar. Vai apenas piorar, caminhamos em um caminho em que não haverá uma guinada repentina para o bem, não, não haverá. Apenas mais e mais dor, desilusão, desesperança, guerras, mortes e toda a sorte de tragédias nos assolarão.

Para mim, Deus é a única chance que temos. Não posso me calar e querer ser político e dizer que cada um com sua crença como ensaiei no meio deste texto ao dizer que isso é pessoal. A verdade é que Deus nos chama a tomar posição, a dizer finalmente de que lado estamos se do lado do bem, do lado que busca não ter, mas ser, ou se vamos ficar do lado do quanto pior melhor. É uma decisão que não temos muito tempo para tomar, pois a ampulheta do tempo deste mundo está quase sem areia. Podemos acreditar que tudo melhorará. Mas não melhorará. Ou melhor, melhorará quando o Príncipe terminar sua obra e voltar a esta Terra pata buscar aos seus, os que se mantiveram fiéis a sua palavra.

Antes disso, ou melhor até que isso aconteça, apenas a dor, o terror e a tristeza serão a tônica deste mundo para nós que temos o minimo de senso crítico sobre o que acontece a nossa volta.

É isso.

Ouvindo: Cassiane

Nenhum comentário: