domingo, 30 de novembro de 2014

Tim Maia, o filme mais 4 4 6 que já assisti na vida


Tim Maia, o gênio, chamava tudo que era ruim de 4 4 6. Por que para ele era pior que 5. A sua cinebiografia é o filme mais 4 4 6 que já assisti. Pobre, sem direção, sem eira nem beira, sem razão nem porque. Serve apenas para conspurcar a memória do síndico, do chefão do Soul, do maior artista popular que o Brasil já teve. é uma porcaria inominável. duas horas e vinte minutos de um suplício interminável, de histórias mal contadas, deixadas pela metade, de personagens muito mal construídos, enfim, um horror.

O livro em que o filme se baseia é fantástico. "Vale Tudo - O Som e Fúria de Tim Maia", de autoria de Nelson Mota, é sem dúvida alguma uma das melhores e mais completas biografias já escritas no Brasil. Divertido, leve, informativo e dendo até em alguns momentos, o livro é fabuloso enquanto o filme é simplesmente patético.

Salva-se apenas Robson Nunes, um bom ator sub aproveitado em seu talento que aparece muito menos do que merece. Fez um Tim Maia correto, sem invencionices, sem histrionismos desnecessários, sendo apenas um ator a interpretar um personagem de forma correta. Já Babu Santana obviamente não é um ator, é uma piada ambulante que consegue fazer uma caricatura grosseira e sem sutileza alguma de Sebastião Rodrigues Maia. Uma caricatura ainda sim precisa ter um pé na verossimilhança e o que vemos no filme é um corpo gordo e negro rodando como uma barata a qual alguém jogou uma dose massiva porém não letal de Baygon ou SBP, e ficou cambaleante e sem rumo pelo set de filmagem. Dá pena. Não dele, mas de mim que me sujeitei a ver tal atuação(?).

A relação de Tim com os Mutantes? Esqueça. Para o filme ela nunca existiu.  Sua passagem por Londres? é quase uma uma nota de rodapé no filme antes tudo o que ela de fato significou para a vida de Tim. Sua passagem pelos estados unidos? Ridiculamente contada, sem guardar semelhança alguma com o relato do livro. Uma bosta!

Cauã Raymond preguiçoso como Fábio que era Paraguaio mas foi retratado com um sotaque Carioca bestial e pior, como membro da Banda Vitória Régia, algo que nunca ocorreu. Nunca. A narração recurso neste filme absolutamente desnecessário, dada a riqueza da historia que se tinha em mãos, feita em um tom entre o debochado e o desinteressado, não parece de forma alguma feito por um amigo, mas por um observador distraído que não tinha real interesse na história que contava.

Alinne Morais não é atriz, isto é evidente. Mas não precisava atuar como se realmente estivesse sob efeito de substâncias entorpecentes o tempo todo, já que era a personagem e não ela a se drogar. Umas interpretação digna de nota. 0 a bem da verdade mas 0 também é uma nota afinal de contas.

A malandragem, o sem cerimônia de Tim, nada disso esta persente no filme,  que na verdade mostra Tim mais como um refém de si mesmo do que como um espirito livre que sempre foi. Ao final, ainda tenho que escutar um imbecil que saia do cinema comentar com a imbecil de sua consorte, ou com azar,  que " Um talento como aquele desperdiçado precocemente era muito triste. Talento desperdiçado??? E suas músicas? E seu legado? Foram frutos do que? De seu não talento???

Acontece que um comentário como este é nada mais do que a síntese do que este horrível filme conseguiu: Fazer  um gênio parecer vítima de seu próprio talento e de sua incapacidade de ser alguém. Nada mais falso. Tim Maia foi alguém de quem não podia se esperar nada além de um carrocel de ser ele mesmo. E talvez este tenha sido seu maior mal.

Pra finalizar o momento "rolar de rir" pertence a Malu Magalhães e sua patética performance como Nara Leão. Ri de me mijar ante a incompetência de Malu e a imbecilidade da cena.

É isso.

Ouvindo: Tim Maia

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