terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Chaves - Frenesi sobre o nada


Caraca, vou aqui ouvindo meu The Bill Gaither Trio, lendo e-mails, vendo noticias, pensando na vida e a cada dois minutos tropeço em alguma coisa nova sobre a morte de Roberto Bolanos, o Chaves, o chato. Por que é disso que se trata, Chaves nunca passou de um programa chato. Mal produzido, mal encenado, em muitos momentos insuportável. Um humor ruim e indigente. Algo que não vale a vista. Simples assim.

Reconheço que virou mito. O personagem, ou melhor, os personagens são maiores que seus interpretes que na verdade sempre foram de uma personalidade e comportamento tão rasos que olha-los  nos olhos era muito difícil. Afinal, tirante Don Ramon, Bolanos, Florinda, Maria Antonieta e sobretudo Carlos Villagran  sempre estiveram metidos em brigas horrendas sobre a paternidade e sobretudo direitos autorais de dos personagens que compunham o programa. Ficaram décadas sem se falar, e no dia da morte de tanto Maria Antonieta quando Villagran tiveram o desplante de dizer que tinham perdido "um amigo" "Gentalha, Gentalha, Gentalha!!!"

Não discuto aqui a qualidade dos programas que já disse no primeiro paragrafo serem um lixo em minha opinião porque sei que minha opinião neste caso vai contra a de pelo menos 1 Bilhão de pessoas no resto do mundo e embora eu esteja cagando e andando para a opinião das pessoas,  sou voto mais que vencido. O que me incomoda neste frenesi sobre o nada em que se tornou a morte de Bolanos é ver parte da imprensa querer justificar as desavenças monstro que existiam como se fossem brigas de crianças como a da vila do Chaves, nada sério, quando houveram processos de parte a parte, bate boca, discussões em torno de DINHEIRO, enfim, tudo o que os personagens "ingênuos" ja mais fariam.

Outra coisa que incomoda bastante é que os textos de Bolanos chamado tanto no México (e la até da pra entender pela indigência literária) quanto no Brasil (país que produziu alguns dos melhores escritores do mundo) de Chespirito, ou pequeno Shakespeare, o que dado a baboseira que escrevia, se configura uma imbecilidade sem tamanho. Bolanos era tão ruim como qualquer redator da TV Record que escreve o que deve ser dito nos programas da emissora.

Os atores que estão vivos não tem pudor em viajar por toda America Latina fazendo shows, querendo e vivendo dos caraminguás que arrecadam  ao se sujeitarem a viver incansavelmente os mesmos personagens por vezes seguidas, anos seguidos, uma vida toda, reduzindo-se  assim cada um ao personagem que lhe deu certa notoriedade e gritando ao mundo o quão incapaz são de fazerem outra coisa. Bolanos, ao menos, caiu fora desta patifaria, aceitando que o tempo  havia passado e o melhor a fazer era conformar-se com isso. Foi nobre, consigo mesmo e sobretudo com seu personagem, se recusando a faze-lo soar imbecil a cada ida inútil ao SBT ou as tvs de Peru, Venezuela e quetais.

Bolanos morreu e com ele sua morte o mito sobre seu personagem se eternizou. Gerações após gerações conheceram Chaves e sua turma, uma chatice inenarrável mas que ganha força muito maior agora com sua morte. As pessoas tem direito de gostar. Eu não gosto. Mas e dai? Chaves não precisa de mim para ser o que é e sempre será. Isso, Isso, Isso. Seu sucesso jamais poderá ser atribuído a algo feito de  forma " sem querer querendo" foi planejado, foi minunciosamente planejado. E funcionou. Bom para ele. Péssimo para quem gosta de programas de qualidade, ou seja, quase ninguém. O mundo perdeu Roberto Bolanos e este mesmo mundo ganhou Chaves como figura mitológica e eterna. Pipipipipipipipipipi.

É isso.

Ouvindo: The Bill Ghaiter Trio

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