quinta-feira, 26 de março de 2015

Jorge Loredo morreu. Que bosta de mundo!


O mundo é efetivamente uma bosta. Morreu Jorge Loredo. Conhecido no Brasil basicamente por seu personagem "Zé Bonitinho" Loredo era muito mais que isso. Era um ator, um verdadeiro ator. Sucumbiu a idade e as doenças que ela traz. Loredo morreu, foi-se mais um dos poucos verdadeiramente geniais que tínhamos em nosso pais. Eles estão acabando e pior, não estão  está havendo reposição.

Loredo teve sua última participação em um filme no excepcional "O Palhaço" de Selton Mello. Quase uma ponta, mas tão construída e tão bem executada que merecia indicações a todos os prêmios de melhor ator disponíveis. Não estamos falando de um ator que se agigantava no palco e transformava uma cena coletiva em um quase monologo visual, nada disso, Loredo era generoso em cena, brilhava e fazia brilhar, em "Chega de Saudade", um bom filme da irregular " Laís Bodansky, Loredo  brilhou outra vez em um papel pequeno, mas defendido com um brilhantismo tão grande e ainda houve o bônus de ve-lo ao lado de Leonardo Villar, outra lenda de nossa dramaturgia que como Loredo jaz em algum canto esquecido, porque assim é nosso país, um país onde ex Big Brother vale alguma coisa, grandes atores e atrizes, não.

Ficar citando a filmografia de Loredo além de pedantismo puro transformaria este post em mais um daqueles em que eu  acabo demonstrando como sou culto e legal e não é disso que se trata. Quero aqui apenas dizer da dor da perda de uma parte da cultura nacional que se foi hoje e de como isso impacta em minha vida. Ver grandes astros tendo seu brilho apagado pela morte coloca sob perspectiva o destino da cultura de nosso país, que rola ladeira abaixo em velocidade crescente e ao sofrer um baque como este fica ainda mais frágil.

Não reconhecer a importância de Jorge Loredo para a cultura de nosso país é torna-lo um país menor então, na falta  de palavras melhores que definam este maravilhoso ator que nos deixou, apenas registro aqui que sempre fui um fã incondicional de seu trabalho, inclusive do famoso que mais dialogava com as massas, Zé Bonitinho.

É isso.

Ouvindo: Luís Miguel

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