quinta-feira, 2 de abril de 2015

A vida vai, a vida vem.


A vida vai, a vida vem. A vida passa, ela acaba. A gente nasce, pisca e morre. Rápido e simples assim. E enquanto dura esse ato de piscar, a vida vai, a vida vem. Algumas vezes linda, outras vezes opressora a ponto de nos colocar um peso muito maior do que podemos suportar em nossas costas. As vezes, suportamos contra todas as probabilidades, em outras, sucumbimos. É assim que é, é assim que sempre vai ser.

A vida vai, a vida vem. Conhecemos pessoas e nem sempre, ou na maioria das vezes deixamos que estas pessoas realmente nos conheçam pois o instinto de preservação fala mais alto e neste jogo acaba que também não conhecemos a grande maioria de pessoas que achamos que conhecemos, não ao menos no sentido exato da palavra, antes apenas sabemos quem a pessoa é, a distinguimos em uma multidão de rostos estranhos mas isto, amigos é bem diferente de conhecer.

A vida vai, a vida vem e se dermos muita sorte alguém vai nos amar e amaremos alguém. Ai a vida ganha outra dimensão, tanto em beleza, quanto em risco. Porque é belo enquanto dura, mas se acaba, e sim em minha humilde visão o amor pode acabar, dói e quando dói toda aquela beleza acumulada, tudo aquilo que se viveu, desce pelo ralo com uma velocidade muito maior do que aquela que levamos para acumular o que se foi. Triste né? Porém real.

A vida vai, a vida vem e neste "back and forth" a gente ri e chora, se emociona e se comporta como uma pedra de tão insensível, tudo acontece neste espaço de tempo chamado vida e tudo é, ao menos para mim, tão extremo e rápido, e feliz, e divertido, e triste, e choroso, e imaculado, e belo, e tão cheio de pecado, e tão feio, que quando o ritmo da uma ralentada eu me vejo com medo do silêncio e da escuridão. Eu preciso do barulho e das luzes, preciso me sentir vivo preciso saber que a vida vai, a vida vem.

A vida vai, a vida vem. Em alguns momentos tão fecunda que explode em vida. Em ouros, estéril como um deserto. É uma ária interpretada por Maria Callas ou pode ser uma desgraça de "sertanejo" interpretada por Vitor e Léo ( a grafia é essa mesmo? se não for, foda-se!)  A vida, há! "o que é a vida?" pergunta Abujamra a todos os seus convidados no melhor programa da TV Brasileira, "Provocações" afirmação  esta a qual ele sentiria nada além de repulsa. Meu mestre,este Abu. Um dos, ao menos.

A vida vai, a vida vem e em todos os parágrafos  deste post falei de extremos. Por que? Porque o médio, a vida média me enlouquece me enche de tédio. Se é pra ser feliz, tem que ser explosão, tem que berrar pra o mundo a felicidade, tem que sair correndo e abraçar o delegado, o padeiro,a enfermeira, enfim, tem que ser pleno. Se é pra ser triste, tem que ser Sófocles, Ésquilo, tem que atingir o âmago da destruição do interior humano, algo como um Édipo Rei, uma Antígona,  algo que bata na alma pra surrar mesmo, pra deixar caído no chão esmorecido e sem forças. Não suporto essas pessoinhas que ficam "um pouco triste", tristinhas. Vá a merda com seu simulacro vazio de tristeza, me entregue um pote de tristeza genuína e vamos toma-lo juntos. Da mesma forma, me sirva um prato de felicidade, daqueles de pedreiro, transbordando comida, se é pra ser feliz que eu seja por completo, se é de tristeza que se fala, que eu seja um suicida potencial. Não quero meio quilo de nada.

A vida vai, a vida vem e enquanto a minha não acaba, continuo escrevendo estas bobagens.

É isso.

Ouvindo: Jorge Camargo.

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