sexta-feira, 3 de abril de 2015

Tecendo loas a Jalal Rumi


E hoje, por motivos muito particulares eu tomei contato com a poesia de Jalal Rumi. Eu, na minha prepotência e arrogância, achei que já tinha lido todo mundo que importa. Ledo engano! Jala é fundamental para a compreensão do que é a poesia no que ela tem de mais tocante e suave. Seus poemas são encharcados de amor em estado puro, são embriagantes, palavras que transportam o leitor a uma dimensão pouco conhecida em que nada além de ser e sentir o amor importa.

Sim, eu disse "ser" amor. Rumi, não fala de amor na superfície. Embora até certo ponto sua poesia possa ser considerada econômica nas palavras, cada uma que ele utiliza tem um propósito e se conecta perfeitamente com a anterior criando uma ponte para a próxima. É de uma perfeição e encantamento poucas vezes vista. A fluência com que Rumi escreve nos leva a um patamar de entendimento imediato, embora a ideia fique ali na mente por muito tempo, carecendo de uma melhor elaboração para ser completamente absorvida. Entender Rumi não é difícil, desdobra-lo no entanto, entrar camada por camada de suas palavras requer uma sensibilidade e uma paciência que certamente consumirão tempo, mas garanto que será um tempo muito bem gasto.

Infelizmente Rumi não é muito conhecido no Brasil, ou nada conhecido no Brasil porque as editoras não se interessam em traduzir obras que tragam cultura  verdadeiramente boa aos leitores. Preferem elas traduzir as baboseiras comerciais que bombam fora do país e não dizem, obviamente, nada com nada. A poesia de forma geral não é muito bem quista em nosso cenário literário tirante alguns poucos autores que conseguem furar o bloqueio da literatura "Blockbuster" e seus Harry Potter e Saga Crepúsculo que emburrecem ainda mais os já suficientemente tapados jovens brasileiros.

Rumi é de uma beleza tão vasta e tão ampla que mais que simplesmente merecer, ele PRECISA ser  descoberto pelo público brasileiro. Seguem algumas amostras de sua incrível obra:

"Além das ideias de certo e errado,
há um jardim. Eu lhe encontrarei lá.

Quando a alma se deita naquela grama,
o mundo está preenchido demais para que falemos dele.
Ideias, linguagem, e mesmo a frase “cada um”
não fazem mais nenhum sentido."

É isso.

Ouvindo>: Heritage Singers

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