domingo, 12 de julho de 2015

Sobre o dia de ontem (dividindo um fone de ouvido)


Eu e Rafaela passamos o dia juntos. Só um pai e uma filha sabem o poder desta conexão. A gente conversou sobre a vida, sobre o amor, sobre a nossa relação, a gente deu risada, algumas estressadinhas básicas para duas pessoas de personalidade forte, mas ontem fomos como a muito tempo não eramos, pai e filha em estado puro.

Me orgulho da filha que tenho. Me orgulho de sua inteligência, sensibilidade, da sua capacidade de processar informações, do seu topete que é demasiado para a idade, me orgulho enfim, por ser a única obra realmente decente que realizei. Posso ter feito muita coisa errada na vida, mas fiz também Rafaela. E isso já me basta.

Mas de tudo o que passamos ontem, dividir o fone de ouvidos foi o ponto alto. Ouvimos música juntos, trocamos impressões sobre estas canções, pude admirar comovido o seu bom gosto musical e me reconhecer nele, pude perceber que Rafaela esta crescendo e passando pelas dores da adolescência de forma conturbada mas integra. Com todos os seus erros a sua vontade de acertar é maior que a disposição para o erro. Existe uma altivez de caráter que ela ainda desconhece nela mesma, mas que fiquei muito feliz ao identificar ontem. Não é uma menina fútil de pensamentos e atitudes pueris, é alguém que busca se inserir neste mundo, louco mundo e ser alguém que possa se orgulhar de si mesma e de seus atos.

Ouvindo Esteban Tavares ontem, enquanto ela me fala de seus planos futuros, eu me comovi  e me orgulhei da filha que crio ainda que ela tenha uma infinidades de erros a serem corrigidos, ela tem um número ainda maior de virtudes a desabrochar que a tornarão alguém que certamente não será uma pessoa de quem me envergonharei, muito pelo contrário.

Ouvindo as músicas que ela ansiava me mostrar, conversando sobre tudo o que pai e filha podem conversar, concordando as vezes, discordando outras, pude sentir o amor fluir e em última análise é isso e apenas isso que me importa. Que o amor possa fluir de forma constante.

É isso.

Ouvindo: Esteban Tavares

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