terça-feira, 18 de agosto de 2015

Eu acredito na Cruz. Só me chateio com as pessoas que dela querem fazer mercadoria.


Eu acredito na Cruz. Vi o trailer, parece um filme honesto. Entrei na onda de colocar a imagem do filme em minha foto no face, achei que seria legal e tals. Acredito na Cruz. Nãso acredito mais em uma sociedade que se mesmo ene os que se dizem crentes o que temos é a mesma forma  de promover tanto um produto secular quanto um filme Cristão.

Um filme, por mais que seja feito em esquema de produção digno de Hollywood, se tem temática Cristã não pode ser encarado ao meu ver como um mero  "blockbuster" pode ser promovido como tal. Veja, Denzel Whashington, protagonizou o "O Livro de Eli", um filme com temática claramente Cristã mas produzido por um estúdio  secular, e promovido como o que é: Um filme secular que fala de um assunto Cristão porque quer falar, embora tenha uma boa dose de violência e foi feito sobretudo, para ganhar dinheiro, nunca escondeu isso.

Eu Acredito... por sua vez, é um filme vendido como "estudo bíblico', vamos ser sinceros. Então, eu posso sim, imaginar que será promovido como tal, que terá tratamento diferenciado nas entrevistas para promove-lo por parte de seus protagonistas que será, enfim, algo realmente Cristão, feito por Cristãos.

Quando me deparo com uma chamada em redes sociais como a que acabei de ver "quer assistir eu acredito na cruz antes de todo mundo..." Como assim? ok sortear pares de ingressos, afinal em um filme Cristão, quanto mais pessoas o assistirem, melhor. mas, e talvez eu esteja sendo ingênuo, não creio que deveria ser este o enfoque quando falamos em gratuidades para ver a película.

Há meu ver, o que deveria acontecer é que ingressos deveriam ser distribuidos para pessoas que não podem ver o filme por motivos economicos ou para não cristãos que se itneressem em ver mas não queiram gastar com isso. Agora, criar uma pequena casta de "privilegiados" que vão assistir o filme "antes de todo mundo", me parece pouco inteligente e para ser franco nada Cristão.

Se somos Cristãos, não somos um povo diferente? Não fazemos as coisas juntos e unidos por um mesmo propósito? Não deveriamos nós divulgarmos este filme de graça, porque queremos ver a centelha do evangelho  virar uma labareda imensa que ilumine e guie aqueles que ainda não conhecem a Cristo até uma imagem factível e convincente de sua pessoa?

Mas se partimos de uma divulgação absolutamente igual a que todos os estúdios fazem para divulgar suas obras seculares, estamos ou não igualando esta obra a qualquer uma outra ja na partida? Estamos ou não deixando de diferenciar o que nasceu para ser diferente? Se um filme, se propõe a falar de Deus e seu amor deveria ou não ter um marketing diferente, uma abordagem diferente e se possível dar lucro já que se propôs a falar de tal tema?

Se como povo que diz seguir a Cristo não nos importamos com estas questões, quais questões importam então? Se a versão do Leonardo Gonçalves ficou tão boa quanto o original? Por que o Léo foi escolhido e não o cantor x, y ou z? Se o público vai se entreter com o filme ou vai bocejar? Se é esta a linha de questões que permeiam a curiosidade a cerca do lançamento do filme, estamos no caminho e errado de dar mais valor a forma que ao conteúdo.

Não deveriamos ao invés de pensar nos felizardos que verão o filme "antes de todo mundo" estarmos orando e clamando por uma atuação do Espirito Santo de Deus no coração dos que ainda são incrédulos quanto ao seu amor e que o filme possa ser uma primeira ponte que sirva ao dialógo entres os que não creem com os que creem na Cruz? Não deveríamos estar lutando incansavelmente pelo sucesso não do filme pelo sucesso em si mesmo, quer seja contando quantos ingressos serão vendidos, mas fazendo a contabilidade de quantas almas este filme ajudou a comover?

Desculpe, mas se qualquer outro pensamento que não seja o de fazer do filme um imenso trabalho missionário estiver nas mentes e corações dos distribuidores nacionais e dos produtores originais da obra na gringa, então este filme nem merece ser visto, pois é um produto feito de encomenda para se aproveitar da fé dos que amam ao Senhor e não percebem o poder de manipulação de setores que lucram com o que consideram a última tendência do momento e fazem até filmes para o público  "gospel" porque vão lucrar com isso.

Espero realmente estar errado em minhas palavras e que todas as intenções, que balizam este lançamento, inclusive a de fazer sorteios  nas Capitais mais ricas e que mais reverberam tendências culturais do país, São Paulo e Rio de Janeiro tenha um  motivo missionário que não consegui captar e não um motivo financeiro que parece tão evidente.

É isso.

Ouvindo: Newsboys

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