terça-feira, 24 de novembro de 2015

As vezes preciso falar de Whitney


Quando soube da morte deWhitney Houston e principalmente nas circunstâncias em que ela se deu, eu sentei e chorei. Um choro realmente sentido, durou uns dois dias na verdade, porque eu não conseguia entender porque ela morreu e porque eu estava chorando, uma vez que abomino o culto que considero maldito a celebridades, sejam cantores, atores, a porra que for, acho péssimo. Mas Whitney colocou minhas ideias a este respeito no chão e por ela eu chorei. E ainda choro.

Quando a escuto cantar música secular eu me emociono, mas quando  a escuto cantar música cristã, eu desabo. Sei que talvez para ela fosse apenas mais uma forma de gravar discos e ganhar dinheiro, um álbum cristão aqui, um dueto com uma cantora cristã ali, um depoimento emocionado sobre como era bom ir a igreja na juventude acolá. No entanto eu prefiro pensar que seus momentos cristãos eram exatamente isso, momentos em que ela se reencontrava com ela mesma e emergia em sua essência dando o melhor que podia.

Sim existiam as drogas, as drogas de fato a derrubaram, a levaram a morte, mas devia existir também e eu quero muito crer nisso, a Whitney  adoradora, que em momentos de lucidez clamava ao Deus a qual acreditava e pedia por perdão, por consolo, pelo colo de Pai e não tenho a menor dúvida que sim ela nestes momentos se via como realmente era, um ser humano frágil, indefeso, manipulado por empresários, produtores que dela só queriam extrair o máximo de lucro antes de sua derrocada final.

Eu como disse, não encenso artistas. Na verdade torço para um avião lotado de certos ''artistas'' brasileiros  em turnê se perdesse no mar para nunca mais ser encontrado. Existem artistas tão irrelevantes (a grande maioria), que quando se vão a verdade é que ninguém se importa, mas existem artistas, poucos deles, uma parte ínfima da categoria que quando se vão deixam buracos na alma daqueles que acompanhavam seu trabalho, e Whitney no meu caso foi uma desses. As vezes passo a tarde ouvindo-a cantar ''I Love The Lord'', ao vivo e não me canso. Aquele canto fluído, sincero, real, quente, uma cantora que parecia simplesmente não se importar com a audiência pelo simples fato de estar com tão conectada com o objeto de  sua canção que mais que uma simples canção é uma verdadeira expressão de louvor. Quantos são assim?

Whitney era intensa, verdadeira seja em sua carreira secular, seja nos momentos de música cristã. Whitney era sincera e sinceridade, amigos, é o que falta a música hoje em dia em todos os níveis. Compositores intelectualmente limitados compõe músicas imbecis, cantores que não merecem ser chamados assim as interpretam de forma  cretina e a vida segue.

Enquanto isso, eu mato minha saudade de Whitney ouvindo seus louvores e seus lamentos e imaginando que em alguns momentos ela esteve muito perto de jamais ter entrado naquela banheira.

É isso.

Ouvindo: Whitney Houston

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