domingo, 10 de junho de 2018

RIP Maria Esther Bueno, A Grande Bailarina do Tênis.




Maria Esther  Bueno, muito mais que uma simples tenista foi uma mulher a frente de seu tempo. Em um mundo onde o dinheiro manda a tecnologia fez do mundo uma imensa aldeia e o que se faz aqui, pode ser transmitido em tempo real para o Alaska, é quase impossível mensurar o tamanho dos feitos de Maria Esther porque foram realizados em um mundo completamente oposto ao nosso.

Apenas Jornais e Rádios noticiavam os feitos de Maria e para um público restrito, pois o Tênis ainda hoje é um esporte de elite no Brasil infelizmente. Se hoje, ainda é, imaginem nas décadas de 50/60/70 principalmente nas duas primeiras, quando ela brilhou? Maria nunca teve apoio da maquina estatal para dar a real dimensão de seus feitos, nunca teve propaganda para si e o resultado disso é ver o mundo reverenciando Maria e o Brasil com um ar blasé, desinteressado mesmo sobre esta perda tão grande. é como se estivessem todos perguntando: Quem foi Maria Esther Bueno no Rolê?

Bom, Maria foi aquela que ganhou 19 títulos de Gand Slam. Sim eu escrevi 19. Muito mais que a maioria dos tenistas, a imensa, esmagadora maioria deles, sejam do passado, do presente ou os que virão jamais ganharão. Gustavo Kuerten, o Guga, para efeito de comparação ganhou três. Sim, é uma enormidade mas foram apenas 3. Maria foi a única tenista a ganhar os 4 GS no mesmo ano em duplas, foi número 1 do mundo por 4 anos e como se tudo isso fosse pouco, foi a única mulher tenista a ganhar títulos em 3 décadas diferentes. Não por acaso,  foi chamada de "A Bailarina do Tênis".

No ranking dos 100 maiores tenistas de todos os tempos, (incluindo homens e mulheres) da Federação Internacional de Tênis, Maria Esther é simplesmente a número 38. Isso  em um ranking com homens e mulheres como disse acima. é um feito que todo brasileiro deveria saber. Somos um país que não se livra do complexo de vira lata que nos persegue e Maria foi para a Europa com duas raquetes na bolsa e fez o mundo saber que era brasileira. Sem vergonha de ser exaltou o nome de nosso país elevando-o ao nível mais alto do esporte. Merecedora de todas as loas possíveis sua morte foi tanto para a imprensa como para o povo em geral pouco mais que uma nota de rodapé. Tristes Trópicos!




Não houve um presidenciável a vir a público lamentar a morte da grande bailarina, não vi o presidente imbecil de nosso país lamentar publicamente nossa perda. Maria Esther morreu, mas fora do círculo do tênis, é como se nunca tivesse existido na memória afetiva do brasileiro. Sou fanático por Futebol americano e claro, gosto do nosso futebol, mas o esporte onde melhor me desenvolvo, apesar do tamanho da barriga, é o Tênis. Tenho um Backhand  de respeito e me divirto quando entro numa quadra e vejo o olhar do adversário achando que vai me arrebentar e começa a tomar várias e várias passadas até que desiste de ir tanto a rede e fica trocando no fundo da quadra. Se eu pudesse escolher entre trocar passes com Neymar, lançar para a corrida do melhor Running Back da NFL ou simplesmente trocar umas bolas com Maria Esther, certamente ficaria com a última opção.

RIP, Bailarina, as quadras do mundo a reverenciam, o Brasil te desconhece. Eu te louvo.

É isso.

Ouvindo:Elton J.

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