Não é que "O Poço", uma produção da plataforma Netflix, seja ruim. é horrendo, escabroso, péssimo, uma bobagem, uma perda de tempo imensurável, mais de 1:30m que jamais me serão devolvidos e sinto que foram roubadas de mim de forma inconteste. "O Poço" é alem de tudo, uma tremenda desonestidade intelectual para com quem assiste.
Poderia ter sido um grande filme? Sem dúvida! A produção é tosca em termos de cenários, a direção praticamente inexiste, percebe-se que os atores fizeram o que quiseram e como quiseram. Mal comparando é como se eu tivesse dirigido o filme. Certamente eu tentaria dar um sentido menos bobalhão a uma premissa realmente boa, porque sendo honesto a premissa do filme é muito boa sendo absolutamente desperdiçada por um roteiro que este sim, eu escreveria 10x melhor se fosse convidado a trata-lo e talvez ai resida o cerne de todos os males deste filme horroroso: Falta tratamento ao roteiro. É como se o primeiro rascunho tivesse sido aprovado e mandado para os atores e diretor e tivesse sido filmado.
"O Poço" filme que eu escuto a maioria das pessoas dizerem que não entendem e reclamarem de seu final abrupto não tem de forma alguma um final abrupto. Tem um final previsível até, uma vez que não existe saída daquele poço sem fundo sem ideias. A ideia da mobilidade social e de como os escalões mais altos e poderosos de uma sociedade doente como a nossa se move sem pensar nos que estão nos níveis mais baixos é algo tão repisado, tão lugar comum que para impressionar precisa ter uma abordagem completamente inovadora. Foi o que os realizadores deste "O Poço" tentaram. Conseguiram o melhor tipo de humor possível, o involuntário.
Nada se conecta com nada durante os minutos torturantes que este filme proporciona. O personagem central é absolutamente apático, sendo sub julgado o tempo todo por seus ideais tolos e pueris e mais ainda por seus pensamentos fracos e inoperantes. Assombrações que o acometem o dominam de forma sistemática mostrando que o personagem não serve para nada além de entediar os pobres incautos que resolveram dar uma chance ao filme. O ator que o interpreta, absolutamente livre de qualquer direção que lhe desse um parâmetro transita entre o desinteressado e o falso engajado em um verdadeiro show de horror interpretativo. Seus coadjuvantes, sendo o que o velho que de inicio divide com ele suas acomodações e parece o Mestre Dos Magos de Caverna do Dragão e a atriz que segundo algumas explicações define a empatia (empatia???) são apenas sombras toscas de atuações, parecem mais propensos a participar daqueles espetáculos burlescos do que de uma real produção cinmatografica.
Esqueça, "O Poço". Existem livros que falam sobre luta de classes ou de redenção social de forma muito mais efetiva. Mesmo filmes que abordam estes tema existem vários. "O Poço" não passa de um daqueles momentos em que a Netflix mostra que suas produções ainda estão em sua maioria, longe de ombrear com o real cinema e que "O Irlandês' foi mais um golpe de sorte amparado em um diretor absurdamente bom (Scorcese) e atores obviamente acima da média (De Niro e cia bela).
Eu recomendo de forma veemente que não se perca tempo com este lixo de filme, que em muitos momentos se apoia na escatologia pura e simples para tentar ser interessante. Não o é, em momento algum. E raso e tal qual uma Panna Cotta mal feita, pode trazer uma grave indigestão.
Ao menos, assisti este filme ao lado de Graziela e isso faz qualquer programa valer a pena!!!
É isso
Ouvindo? Oficina G3

 
 
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