terça-feira, 21 de outubro de 2014

Vida alheia


A vida alheia não me interessa. Exatamente por ser alheia, não a minha. Da um trabalho danado ser eu e me importar com o que se passa com as outras pessoas tomaria um tempo muito grande, o que tornaria inviável eu conseguir ser eu mesmo em total plenitude.

Mas para além do projeto de ser eu mesmo todos os dias, cuidar da vida alheia me irrita porque nunca, ou quase nunca melhor dizendo, pois não gosto de cravar absolutos, olhamos para a vida alheia com um olhar de ternura, ou com a intenção de ajudar, ou qualquer outro sentimento que seja. Queremos saber da vida alheia para que em comparação a nossa a do outro pareça pior e assim nos sintamos melhor.

Existem é claro pessoas que se compadecem de outras, mas vamos falar do geral, das pessoas que simplesmente querem saber da minha vida, da sua, da vida do Príncipe Charles, do Zezé, do Luciano, apenas por uma tara que beira o voyevourismo, algo insano que desabilita a busca pela própria felicidade na ânsia de buscar a infelicidade do outro. Um processo com o qual eu não consigo me acostumar, porque se eu não tenho solução para a vida alheia, porque querer saber detalhes e pior depois de descobri-los, espalha-lhos sem dó nem piedade?

Porque saber da vida alheia é só o primeiro passo na desconstrução do outro. Importa, depois de saber, espalhar, espicaçar, fazer com o número máximo de seres humanos saibam das fragilidades ou defeitos que conseguimos cavar de alguém, mesmo que este alguém não nos diga o menor respeito e nem o conheçamos pessoalmente.

Pouco importa se  este processo magoará, ofenderá, causará uma exposição que além de desnecessária possa ser devastadora na vida de alguém o que importa é que a sede por fofocas, intrigas, maldades, enfim, seja satisfeita. Cuidar da vida alheia da aquela sensação de poder, de fiscal do outro, de dono do mundo, mesmo que este mundo seja completamente ilusório.

Existe também a questão de que falar da vida alheia não é apenas um exercício de  maldade passa também a nos fazer de conselheiros e juízes. Sempre temos a melhor solução para o problema alheio mesmo que não conheçamos todos os precedentes, mesmo que não consigamos ver com a amplitude que só quem passa na pele por uma situação pode ver, mesmo com todas as limitações possíveis, nos achamos no direito de sermos conselheiros e pior juízes.

Pois julgamos o outro confirme a nossa régua, ainda que ela não se aplique ao outro. Julgamos sem medo de parecer ridículos, porque é evidente que julgar alguém, quem quer que seja, além de ser um exercício inutil sempre será algo impreciso, já que não existem elementos suficientes para se julgar e muito menos condenar a pessoa como sempre acontece, já que julgamos não para absolvição e sim para a culpa.

A vida alheia, para terminar, é algo que jamais deveria dizer respeito a quem quer que fosse a menos que haja um convite para tanto e mesmo quando alguém nos pede uma opinião sobre determinado assunto, deveríamos ter a leveza e a nobreza de não falarmos mais que o necessário e nem nos arvoramos de árbitros de sua vida e ainda mais importante: Deveríamos pesquisar a nós mesmos antes de responder, para que tenhamos a segurança de que falaremos sobre o que estamos aptos a falar, caso o contrário serão apenas palavras lançadas ao vento, sem efeito algum.

É  isso.

Ouvindo: Priscila Barcellos

sábado, 18 de outubro de 2014

A bailarina e sua menina


Do momento em que ela veio ao mundo, já sabia qual seria o ofício, o da dança. Mas vejam, não seria de forma alguma lhe facultado o direito de dançar o que bem quisesse, quando quisesse. Bailarina clássica, de sapatilha e todos os outros adereços que lhe compunham um visual inequívoco quanto ao que era, só podia dançar uma única música. E pior, só podia dançar quando lhe concedessem permissão para tanto. Não para sua alegria, mas para ventura de outras pessoas, que logo se enjoavam de seu bailado limitado pelo espaço de uma caixa de música e buscavam diversões outras enquanto lhe esqueciam  por dias, meses e as vezes, anos, em cima de uma penteadeira ou no fundo de uma gaveta.

Quando seu criador a fez, certamente imaginou-a fazendo a alegria de alguma criança, uma jovem talvez, que ao vê-la bailando ao som de "Pour Elise" se emocionaria e talvez com os olhos marejados desejaria ela mesma ser uma bailarina alçando voos simétricos e coordenados nos braços de seu parceiro pelos palcos estrelados do mundo.

Mas esqueceu-se ele, seu criador, que toda criatura limitada a fazer sempre a mesma coisa, quando lhe ordenam, não pode, mesmo que consciência nela não haja, ser feliz. Pois a felicidade reside no poder fazer o que se quer, quando se quer e para quem se quer. A dança presa, limitada a um minúsculo espaço, se torna atrofiada, triste, melancólica, pálido borrão do que poderia ter sido, movimentos mecânicos que se tornam mero contraponto ao que se espera da arte, que ela seja livre, fluida, inesperada e por este motivo, surpreendente.

Mas ela dançava  sempre que solicitada. Sempre indo pelo mesmo trilho previamente traçado. Não aguenta mais "Pour Elise", mas desenvolveu uma resignação que lhe mantém se não viva, pois é apenas uma boneca de caixa de música, dançante, por assim dizer. E dançante, ela segue, e talvez uma pontinha de orgulho ela sinta ao perceber que aquela senhora que de tempos em tempos da corda aos seus movimentos é aquela mesma menina que muito tempo atrás recebeu das mãos de outra senhora, (que ela nunca mais viu), provavelmente sua mãe, a caixinha em que ela repousa e ela percebeu no exato momento em que seus olhos se cruzaram, um brilho diferente nos olhos da garota, um misto de admiração e felicidade genuína, um sorriso leve e doce, que a senhora já não consegue mais reviver quando abre a caixa.

E para sua estupefação, percebe que compartilham apenas a mesma resignação surda e silenciosa. Ambas ao se fitarem, em sua insuspeita cumplicidade tem apenas resignação a oferecer uma a outra, nada mais. E ela, como lhe cabe, dança.

Mas um dia quando sua dona abriu novamente a caixinha, ela enquanto dançava se pôs a recordar de sua vida e da vida de sua dona. Sim, quando ela parar nas mãos miúdas daquela menina de olhos azuis imensos, ela viu a felicidade e se congratulou  por ter uma dona tão linda. E quase todos os dias ela dançava e dançava e dançava, quase até a exaustão ela dançava sem reclamar pois a menina era feliz e isso já lhe era suficiente, era a felicidade da menina, a sua felicidade possível, no mar de indignação por ser apenas um ser tolhido aos mesmos movimentos eternamente. Era aquela menina, e apenas aquela, que a mantinha "viva".

Naquele mesmo dia, ela lembrou -se que outra meninas e mesmo meninos a tinham pego nas mãos. Algumas eram puro desprezo por sua dança, outras eram como que hipnotizadas por seus movimentos. Mas o que lhe importava mesmo era a "sua menina" e a "sua menina" ela percebia, ia crescendo e os intervalos entre suas danças eram cada vez maiores, até que ela percebeu que sua menina tivera a sua própria menina e lhe era muito mais importante cuidar dela do que limpar e dar corda a uma simples boneca limitada a um circuito de dor e tristeza embaldo por "Pour Elise". E a sua "vida" ficou quase que insuportável.

Mas de uns anos para cá, até flagra-se neste dia especifico ao que me refiro, ela percebeu que sua menina agora era uma senhora. Seus olhos permaneciam imensos e azuis, um Pacífico oceano que ela ainda amava contemplar. Mas a menina, como eu acabei de dizer, era agora uma senhora e uma senhora que tossia, as vezes falava sozinha e que agora morava em uma casa diferente da que sempre morou. Com outras senhoras, outra penteadeira e aquela menina que era amenina dela, as vezes ia apressadamente visita-la, sem tempo para sua dança. Sempre corrida, ela mesmo com uma menina e um menino a tiracolo com quem ela sempre gritava enquanto falava em um telefone, como era mesmo o nome daquilo? Celular... Isso, sempre falando em um celular, enquanto a minha menina, que agora era uma senhora, tentava lhe obter atenção, sem sucesso.

E voltando a este dia especifico de dois parágrafos atras, foi um lindo dia. Começou ensolarado mas ali pelas 14 horas uma chuvinha caiu. E a sua menina, agora senhora, a pegou. E ela intuiu que seria a última vez. Não sabe bem explicar porque mas intuiu que assim seria. E então, algo aconteceu. Algo que só pode acontecer no mundo do fantástico. Naquele dia, ela não dançou  "Pour Elise". Ela dançou "A morte do Cisne". E foi lindo. Ela se projetou da caixinha, como num passe de mágica, ela estava no quarto com sua menina, que agora havia voltado também magicamente a ser sua menina,  e ambas dançavam e celebravam a vida através da morte, e perceberam ambas que estavam prontas para a única redenção possível para os abandonados: a sua própria morte. E depois de muito dançarem, exaustas se sentaram e se abraçaram e mutuamente se confortaram e ela percebeu que sua menina estando pronta, lentamente fechos seus lindos olhos azuis, e aquele pacífico Oceano nunca mais verteria lágrimas de alegria ou tristeza, pois já não havia mais nada para se sentir.

E ela também se sentia pronta. Pronta para enfim para de dançar. Descançar, no fundo de uma gaveta, esquecer "Pour Elise" e jamais amaldiçoaria novamente Beethoven por ter escrito tal peça, embora no fundo ela soubesse que culpa alguma havia nele e sim no seu criador por ter escolhido uma única música para que ela dançasse.

E quando vieram enterrar sua menina, surpresa das surpresas. Ela havia pedido apenas uma coisa para seu pós morte: Que colocassem  sua caixinha com sua bonequinha em seu caixão, para que juntas fossem descansar. Não coube em si de felicidade, mas a menina de sua menina, antes que a colocassem junto a sua dona, percebeu que a sua própria menina, que era uma cópia perfeita de sua mãe quando menina, chorava por querer a caixinha para si. E quando a entregaram para a menina neta da sua menina, ela percebeu o mesmo encanto, o mesmo sorriso, as mesmas mãos miúdas e se sentiu feliz. E percebeu que dançaria "Por Elise" para ela quantas vezes se fizessem necessárias. E sabia no seu íntimo de boneca que não haveria algo que deixaria a sua legítima e primeira dona mais feliz.

E no enterro de sua menina, quando a neta dela abriu a caixinha e deu corda e todos a viram dançar por seu trilho limitado, ela se sentiu a maior bailarina de todos os tempos e finalmente se descobriu feliz!

É isso

Ouvindo: Maria Callas

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Eu, retrato 3x4


Eu sou um retrato 3x4. Eu me apequenei e me apequeno. O tempo todo. Com 13 anos o que eu mais ouvia era " você tem um potência incrível, por que não volta a estudar? E por nunca ter acreditado na educação formal, não voltei. Ficava vagando pelas bibliotecas, pelas ruas, pelas lojas de discos que eu nunca comprava por absoluta falta de grana. Não ter estudado me apequenou.  Foi o primeiro passo rumo a pequenez.

Passei a vida me contentando com pouco, muito pouco. Amores pequenos, que iam e viam, objetivos mirrados, nada de pensar grande. Isso nunca foi para mim. No entanto, se alguém me pedisse um planejamento de vida, esta vida que eu traçaria para  o outro seria brilhante, solar, cheia de desafios, metas a serem batidas. Eu me enfado com as metas que coloco para mim mesmo. Eu sinto que nunca fui destinado e nem serei, as coisas grandes. Como eu disse, sou um retrato 3x4.

Sabe daqueles que a pessoa sabe que é você, mas não consegue ter um definição se feio, bonito, bacana, porque é apenas uma pálida, muito pálida caracterização do que eu sou. Mas ta bom assim. Eu não quero uma ampliação que seja emoldurada no centro da sala. Não quero ser o funcionário do mês. Mesmo sempre tendo me sentido muito, mas muito melhor que TODAS as pessoas com quem trabalhei até hoje, e creiam, trabalhei com muita gente, sempre vi as pessoas mais banais fazendo sucesso, galgando patamares mais altos, ganhando suas ampliações que as colocavam no centro do de tudo. Eu? olhava com enfado e preguiça e ficava, e fico, quando vejo ainda hoje, maquinando como eu poderia sair só um pouquinho da letargia e ser alguém. Confesso, até ja tentei. Mas todas as vezes que tentei, desisti no meio do caminho.

Já tive amigos, eles me abandonaram. Não sou uma pessoa boa para se ter amizade. Sou um retrato 3x4. Não sou um bom marido, bom pai, bom funcionário, porque só trabalho quando quero, e na verdade quase nunca quero. Mas, por favor, não me entendam mal. Não sou preguiçoso no sentido de ser um vadio, alguém que não quer nada com a "Hora do Brasil", como se diz. Nada disso. Longe de mim. Apenas sou alguém que prefere ler, prefere devagar, prefere ser feliz comigo mesmo, não consigo celebrar em grupo, não consigo estar em um grupo e ao ver a mediocridade que todo grupo contém, me adaptar pra parecer legal.

Se estou em um grupo, uma equipe, serei eu o arrogante metido a besta que logo está escanteado por pura falta de traquejo social. Ninguém me convidará para ir a festa que celebrará o final do projeto, ou se for inevitável que eu vá, farão outra depois, só pra ser legal, já que minha presença apequenará o evento, fará dele um evento 3x4, não uma ampliação de pessoas felizes e com seus sorrisos de creme dental. Eu não sei sorrir assim, álias, minha dentição é uma piada que não me permite sorrir. Exatamente como convém a um retrato 3x4. Apenas aquela cara de "Ei, estou aqui".

O fato de eu saber muitas coisas, de eu ler como um louco, de ter habilidades incomuns, não me tira deste mar estreito em que navego. É como se eu fosse uma jangada que não pode se afastar de perto da praia sob pena de naufragar. Toda as vezes que quis ser transatlântico, naufraguei barbaramente e nas vezes em que deu certo, não me conformei e tratei de sabotar minha embarcação das mais variadas formas. Por que eu só consigo me ver assim, 3x4, sem graça.Foi assim a vida inteira e sempre será.

Não existe redenção possível para quem é um mero 3x4. é uma tecnologia totalmente defasada, ultrapassada mesmo, que só existe arrisco a dizer em toscas plagas com a nossa, eu tinha que ter feito a upgrade lá atrás e não fiz, deixei passar. Sou a Kodak, um não "antenado" que não soube a hora de mudar de estratégia de vida. Ou soube, mas a preguiça impediu.

Eu fico feliz ao ver meus contemporâneos felizes. De verdade. Admiro via redes sociais seus belos retratos, imensos, grandiosos, vidas que deram certo e não comparo com a minha, pois ao meu modo, vou vivendo, mas as vezes  eu me pergunto, sim, o que eu teria me tornado se eu tivesse o apetite por ser uma ampliação grandiosa. Se ao invés de voz e violão, minha vida fosse calcada em uma orquestra grandiosa. O pior, é que as vezes acho que o "violeiro' já se encheu de mim e estou só na voz, que é, confesso muito feia e desafinada.

Eu, 3x4, talvez não tenha muito mais a dizer. Minha vida não foi grandiosa, por pura preguiça. Não me culpo e muito menos a quem quer que seja.Queria ser feliz. As vezes sou. Quando não dá, paciência. Eu fico na minha. Talvez o único senão disso tudo é perceber que suo um 3x4 daqueles que ninguém lembra de por na carteira. No máximo, repouso no fundo de uma gaveta que mal se abre, por ser aquela das bugigangas. Mas to com preguiça de filosofar sobre isso. A noite ainda será longa e pensamentos me tomarão de assalto. Não voltarei a escrever. Se eu tivesse um pai, certamente conversaria com ele agora. Não tenho. Me resta o silêncio obsequioso que não incomode a ninguém com lamurias sem sentido.

É isso.

Ouvindo: Chris Rice, I Need a Hero

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Houve um tempo... ( de quando eu realmente me sentia Cristão Adventista e trabalha em prol de minha igreja)


Eu devia ter 13, 14, no máximo 15 anos e era envolvido com uma galera que me ensinou a amar a música com o fervor religioso que hoje amo. Foi  é claro uma relação construida e acho que o mrco 0 desta construção foi a primeira versão que fiz de uma musica americana para um grupo grava-la em português. Nada de CD, foi em K7 (provavelmente a maioria de vocês nem saiba do que se trata  ou com se utiliza, mas era bacana ouvir música de verdade, não este massacre dos programas "consertadores" de erros de stúdio.

A música,  era "Your My Child" do grande Larnelle Harris,  e esta aqui embaixo e o grupo era o da minha igreja querida a IASD PENHA. Para mim, depois dos Heritage Singers, não hvia grupo melhor e quando fui incumbido de fazer esta versão, quase enlouqueci de felicidade, embora pelo que me lembre tenha mantido a fleuma (Fleuma e Davi são  Palavras rivais) mas acho que desta vez consegui.

A verdade é que nesta época eu amava servir a igreja e o que quer que fosse preciso fazer, eu fazia. E sempre fui bom com as palavras. é, bom.  E a versão ficou boa. Não ficou obviamente, exatamente como Larnelle canta, mas sempre tivemos a ideia em nossas paragens que era melhor uma versão que fosse bela do que uma versão "respeitosa" que tivesse que encaixar 47 palavras da língua Portuguesa em 5 da língua Inglesa. Não, isso unca foi comigo. Se tinha que sair o prumo original, saia, sem crise.

Fui feliz ao fazer esta versão, fui feliz ao ver o grupo cantando e as pessoas gostando e nome de Deus sendo exaltado por vidas sendo tocadas. Fui feliz mesmo.

A música e a versão seguem:



Não vou colocar o original em inglês por pura preguiça, tem o áudio em cima, quem quiser compare  a letra original com a versão:

                                                             Tú és meu

Como um pai que cuida, dos seus filhos com amor
Como a flor ao despertar, o Sol ira buscar.
Como o deserto, chuva vive a ansiar,
Assim te quero filho meu, pois já te resgatei,
Tú és meu.

Coro:

Tú és meu, se fracassos ou tristezas tem,
Sempre em mim vai poder, se apoiar.
Tú és meu, mesmo que não possa crer no meu amor,
Ai teu lado estou,
Pois na Cruz, te comprei, tu és meu.

As vezes caminhava, por ai sem direção,
Tão sózinho estive a andar, Em busca de amor
Foi quando sua voz, pude então compreender
Felicidade então achei, em Cristo a me dizer:
Tú és meu.

Tu és meu, se fracassos ou tristezas tem,
Sempre em mim vai poder se apoiar,
Tú és meu, mesmo que não possas crer no meu amor,
Ao seu lado estou, quantas vezes nos teus braços te levei
Pois na Crus, te comprei, tú és meu.

É isso.

Ouvindo: Larnelle Harris

Saudades de ser Adventista do Sétimo Dia


Não, não vou escrever em tom de critica. Não sou capaz, tanto no sentido de coragem para criticar uma instituição que amo como no sentido de eu ser um mega blaster pecador que não tem moral para apontar o dedo para ninguém, muito menos para a igreja que frequento desde minha infância.

Mas sinto saudades de ser Adventista Sinto falta dos cultos nos Sábados pela manhã, dos cultos jovens nas tardes de Sábado, no futebolzinho que jogava com a galera no Domingo pela manhã, dos cultos nos Domingos a noite, acampamentos, semanas de oração, enfim, saudades de um tempo em que eu ia a igreja e me sentia pleno e feliz dentro dela.

Talvez tenha sido meu excesso de pecados.E quando falo que sao muitos aqui, não é para fazer graça, é porque realmente são toneladas deles, um em cima do outro o tempo todo todo o tempo. E isso foi me afastanod de Deus embora de tempos e tempos eu sinta uma necessidade imensa de estar com Ele. Algo que mexe com minha alma, coraçao e mente. Mas sinto que hoje, a igreja que tanto amei e amo se tornou em uma instituição que eu não reconheço mais. Não como aquela que me acolhia não importando a quantidade de pecados, que me acolhia por ser a casa de Deus, me acolhia por ser esta a função de uma igreja, me acolhia apenas por ter suas portas abertas.

É claro que com o passar do tempo eu também mudei. A pessoa que fui na minha mocidade e mesmo na minha vida adulta mudou e mudou muito. Inclusive mudou mais nesses últimos 4 anos do que nos outros 36 que eu vivi. Acho que é natural, afinal a idade vai chegando e a gente vai amadurecendo mais rápido, vai assimilando lições de vida com mais rapidez que antes. A gente vai , em suma,se descobrindo e é uma pena que isso aconteça quando passamos da metade de nossa vida útil.

Fato é que hoje percebo minha amada igreja de forma diferente. Ao contrário do conselho biblico que diz para nos reconhecermos "pobres, cegos e nus", percebo uma igreja que cada vez mais se sente no dieito de julgar ao seus semelhantes, que cria regras e mis regras, esquece o amor, abraça a punição, não aceita o diferente e quer se fechar em um clube de iguais, restrito e para poucos. Sinto que quando muitos conseguem ser iguais, os cabeças sobem a barra para poder expulsar alguns que não conseguem acompanhar a mudança de status.

Mas pode ser também que eu tenha me degenerado tanto que não esteja vendo a igreja pela ótica que deveria, mas é evidente para mim, quando vou a outras denominações, que sou aceito sem julgamentos, criticas, apenas com amor e com uma vontade de que eu lá permaneça por parte dos que me acolhem. O ar "blasé" de minha igreja é algo que me entristece demais. Algo como " Se quiser vir, vem, se não paciência, tanto faz" me faz pensar se é assim que a igreja que aguarda a volta de Cristo deveria se portar.

Sinto saudades de ser Adventista, porque certamente hoje não posso me denominar como um. Me sinto meio perdido no mundo, sem eira nem beira, porque é ali, em uma igreja Adventista que a sensação de pertencimento me é mais clara. Me sinto filho tanto de Deus como da igreja que amo e quando vejo a igreja tomando certas atitudes, sua liderança se equivocando de forma tão acintosa me sinto com com vontade de chorar.

Amo minha igreja embora a ela não mais pertença como membro regular.  Hoje aos Sábados eu trabalho ao invés de prestar culto ao SENHOR. M esinto péssimo. Só eu sei o quanto isso é uma violência ao que creio e ao que considero correto. Mas sinto que minha igreja não me ama mais, não precisa de mim, não precisa que eu esteja lá para existir e eu ainda acho que se cada pessoa, cada individuo não estiver lá, de nada vale os nossos esforços para sermos a igreja para quem Deus sorri na terra.

Me sinto triste, que Deus tenha misericórdia de mim!

É isso. Ouvindo: Priscila Barcellos

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eu e você



E embora eu possa ser uma pessoa as vezes rude, as vezes desagradável, as vezes imbecil mesmo, eu sou uma pessoa que sempre, 24 horas do meu dia, amo você!

Não tenho problema em dizer que te amo pois te amo de verdade. Nõ tenho problema em admitir um sentimento quando ele é nobre 9 nem quando não é tão nobre assim) mas neste caso, me sinto feliz em poder admitir que te amo e que viver ao seu lado me faz feliz.  E eu disse feliz! Nõ contente, ou alegre  em lguns momentos, ms feliz! Cheio de uma vontade de viver que a tempos não sentia. Pronto para o que er e vier, pronto para enfrentar o mundo e pronto para ser o seu abrigo quando você precisar.

Quando eu busquei um sentido para minha existência eu achei em você e agora que tenho claro que vivo para te amar,  basta te amar de forma simples, leal e perene para que a vida ganhe a dimensão que ela deve ter. Vidas vividas abaixo do potencial que elas apresentam são vidas desperdiçadas e eu me sinto feliz por finalmente ter conseguido colocar minha vida em perspectiva e estar ao seu lado desfrutando destes momentos.

Quando eu não tinha razão nem porque e a vida corria de quaquer forma, era como se contasse os dias para morrer, agora, cada dia que se passa ao seu lado é um dia  a menos para a eternidade que ambos almejamos e sabemos que com a força do nosso amor vamos conseguir. Sou grato a Deus, a vida, as pessoas atudo enfim que de alguma forma contribuiu para que estivessemos hoje juntos e tenho uma felicidade que não cabe no peito e se expande dia a dia.

Claro que temos nossos maus momentos mas e dai? Quem não os tem?  Eu quero ser feliz e assim me sinto e é isso que e importa. A felicidade é imensa, a alegria me reveste e sei que serei feliz por toda a ninha vida estando ao seu lado.

Obrigado, Graziela, por até aqui me fazer um homem feliz. Humildemente é o que tenho a lhe dizer. Muito obrigado!

É isso!

Ouvindo: The Carpenters

O fim da picada é quando Luciano(sim, o irmão de Zezé) chama Tiririca e seus eleitores de retardado


Só, pode ser porque os semelhantes se reconhecem. Não tem outra explicação. Luciano, sim aquele irmão de Zezé , chamar de retardado o pobre Tiririca, (quer zoar o cara, chama de Semi anafabeto, que ta tudo certo), mas retardado? Ofender os portadores de algum tipo de deficiência mental apenas para fazer troça? é o fim da picada.

E é o fim da picada porque pressupõe que Luciano e sua galera são pessoas melhores que Tiririca e seus eleitores. Não são. Luciano e seu irmão a anos faz o tipo de música mais desprezivel que se pode imaginar e a grande massa que compra os seus álbuns é composta pelos retardados eleitores de Tiririca, que não votaram em Luciano ou seu irmão mais famoso, pelo simples fato de eles não terem se candidatado.

Porque é evidente que quando se fala em politica no Brasil, a grande massa do povo que compõe nosso país não tem ideia de quem votar e muito menos porque votar em quem quer que seja. Em um qudro como esse, Tiririca, com suas piadas que confesso, me estatelo de rir, aponta um norte ao ser alguém conhecido, que se coloca como um "igual" e ainda é um artista que em seu ofício, o de fazer rir, com um pouco de boa vontade pode ser considerado talentoso. Luciano, por seu turno é também um artista popular, mas que leva esta expressão, "popular" aos piores caminhos possíveis, como se seu público não fosse digno de ouvir musicas prestáveis ao menos de vez em quando.

É latente neste episódio, um certo toque de desprezo vindo de Luciano não apenas a Tiririca, e isso, seria o de menos, mas principalmente aos que o elegeram. Em sua torta visão, se esquece que são os mesmos que compram seus discos, que vão aos seus shows. Porque é evidente que o eleitor politizado e com um pouco mais de qualidade intelectual não se sentaria em uma casa de espetáculos para ouvir durante 1:30h ou mais Luciano e seu irmão cantando patifarias musicais, isso quando não dão piti um com o outro e abandonam shows lotados em um flagrante desrespeito ao seu público, que na verdade são os mesmos "retardados" que Luciano fez questão de ofender.

Vivemos uma época em que artistas que não merecem ser chamados como tal se arvoram do direito de opinar e mais do que opiniar, lançar verdadeiros vaticínios sobre o futuro do país com se de algo soubessem. Houve toda uma geração de artisitas estes sim que recem o título, que foram politizados, que lutaram por seu país, para que se transformasse na democrácia que hoje ele é, que foram exilados, banidos de rádios, mas não se curvaram ao establishment, mantendo suas convicções.

Luciano e seu irmão Zezé, não passam de composotores de uma  trilha sonora inútil e detestável que embalou desde Collor arrefeceu nos anos FHC pelo óbvio de ter um presidente intelectual que não ouviria essas bostas que eles compõe e voltou com força total nos Anos do Lulismo, este sim, um arrematado exemplo de pessoa ignorante no sentido tanto de falta de cultura, como no de bons modos.

Talvez Luciano e seus comparsas no ofício de deseducar o brasileiro quando o assunto é música tenha mirado em Tiririca, ele mesmo nada que preste quando se pos a cantar, mas tenham querido mesmo é acertar nas mudanças de ares que se avizinham, em um cenário politico que verdadeiros retardados como ele, seu irmão e demais asseclas não consigam entender.

É isso.

Ouvindo: Eminem